Questões de Concursos Técnico Programador de Computação

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21Q956180 | Banco de Dados, Técnico Programador de Computação, Prefeitura de Nova Iguaçu RJ, Consulplan, 2025

Relacione adequadamente as cláusulas SQL às suas respectivas funções:
1.GROUP BY 2.HAVING 3. SELECT 4. WHERE
( ) Seleciona colunas específicas em uma tabela. ( ) Filtra os dados de acordo com uma condição. ( ) Agrupa resultados com base em colunas específicas. ( ) Filtra agrupamentos após a agregação.
A sequência está correta em
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22Q956181 | Programação, JavaScript, Técnico Programador de Computação, Prefeitura de Nova Iguaçu RJ, Consulplan, 2025

O setor de TI da SEMCONGER está desenvolvendo uma interface web interativa para consulta de relatórios fiscais. Para isso, os programadores precisam garantir responsividade e usabilidade da aplicação, utilizando HTML, CSS e JavaScript. A equipe de desenvolvimento discutiu diferentes abordagens para melhorar o desempenho da interface, levantar requisitos e otimizar a manipulação do DOM; analise-as.

I. O JavaScript permite manipular dinamicamente os elementos HTML por meio da API Document Object Model (DOM).

II. No CSS, a propriedade display: inline-block; pode ser utilizada para criar elementos alinháveis horizontalmente sem ocupar toda a largura disponível.

III. O DHTML é um conjunto de tecnologias que inclui HTML, CSS e JavaScript para criar páginas dinâmicas e interativas.

IV. O AJAX permite que páginas web façam requisições assíncronas ao servidor, evitando recarregamentos completos.
V. A tag <script> no HTML deve ser sempre posicionada dentro do <head> para garantir que os scripts sejam carregados antes da renderização da página.

Está correto o que se afirma apenas em
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23Q956182 | Programação, Linguagens de programação, Técnico Programador de Computação, Prefeitura de Nova Iguaçu RJ, Consulplan, 2025

Um desenvolvedor precisa revisar um código em Java e verificar se a implementação dos princípios da Programação Orientada a Objetos (POO) está correta. Para isso, ele faz uma análise dos conceitos fundamentais de POO e suas definições. Associe cada conceito da POO à sua respectiva descrição:

1.Herança. 2. Polimorfismo. 3. Encapsulamento. 4. Abstração.

( ) Foca em identificar e expor apenas os aspectos essenciais de um objeto ou sistema, simplificando a complexidade ao ocultar detalhes desnecessários para o usuário final.

( ) Permite a criação de classes que compartilham características comuns sem duplicação de código.

( ) Permite que métodos com o mesmo nome tenham diferentes implementações em classes distintas.

( ) Envolve a organização dos dados e métodos relacionados dentro de uma única unidade ou classe, controlando o acesso aos seus componentes internos através de modificadores de acesso, como private ou protected, para proteger a integridade e a consistência dos dados.

A sequência está correta em
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24Q956183 | Programação, Linguagens de programação, Técnico Programador de Computação, Prefeitura de Nova Iguaçu RJ, Consulplan, 2025

O setor de TI da SEMCONGER desenvolveu um sistema de gestão administrativa web para otimizar processos internos. Sabe-se que o sistema utiliza AJAX para melhorar a experiência do usuário ao enviar e receber dados sem recarregar a página. Um dos desenvolvedores propôs diferentes abordagens para implementar essa funcionalidade. Qual das afirmativas sobre a utilização do AJAX está INCORRETA?
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25Q956184 | Banco de Dados, Técnico Programador de Computação, Prefeitura de Nova Iguaçu RJ, Consulplan, 2025

A equipe de TI da Prefeitura Municipal de Nova Iguaçu precisa otimizar a execução de consultas SQL para obter relatórios de arrecadação municipal de maneira eficiente. Para isso, um analista decidiu utilizar subconsultas correlacionadas. No entanto, o código SQL apresenta lacunas que impedem sua execução correta:

SELECT nome, receita FROM arrecadacao_municipal AM WHERE receita > ( SELECT AVG(receita) FROM arrecadacao_municipal WHERE ______ = AM.______ );


Assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente as lacunas, para que a consulta retorne os municípios que arrecadaram acima da média dentro de sua própria região administrativa.
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26Q956185 | Programação, Linguagens de programação, Técnico Programador de Computação, Prefeitura de Nova Iguaçu RJ, Consulplan, 2025

Uma empresa de TI está desenvolvendo um sistema de monitoramento ambiental para a prefeitura municipal. O sistema precisa modelar diferentes tipos de sensores ambientais, como sensores de temperatura e umidade, seguindo os princípios da Programação Orientada a Objetos (POO). Os desenvolvedores iniciam a modelagem com o seguinte código em Java:

public class Sensor { protected String nome;
public Sensor(String nome) { this.nome = nome; }
public void medir() { System.out.println("Medição genérica realizada."); } } public class SensorTemperatura ______ Sensor { public void medir() { System.out.println("Medição de temperatura realizada."); } }


Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna no código, para que a classe SensorTemperatura herde corretamente o comportamento da classe Sensor.
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27Q956186 | Programação, Linguagens de programação, Técnico Programador de Computação, Prefeitura de Nova Iguaçu RJ, Consulplan, 2025

Considere o seguinte trecho de código em Java:

public class Veiculo {

private String marca;

private String modelo;

public Veiculo(String marca, String modelo) {

this.marca = marca;

this.modelo = modelo;

}

public void exibirDetalhes() {

System.out.println("Marca: " + marca + ", Modelo: " + modelo);

}

}

public class Carro extends Veiculo {

private int ano;

public Carro(String marca, String modelo, int ano) {

super(marca, modelo);

this.ano = ano;

}

@Override

public void exibirDetalhes() {

super.exibirDetalhes();

System.out.println("Ano: " + ano);

}

}


Com base no código, analise as afirmativas a seguir.
I. A classe Carro herda os atributos marca e modelo da classe Veiculo. II. O método exibirDetalhes na classe Carro sobrescreve o método da classe Veiculo. III. Os atributos marca e modelo podem ser acessados diretamente na classe Carro. IV. A palavra-chave super é usada para chamar o construtor da classe pai.
Está correto o que se afirma apenas em
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28Q956187 | Programação, Linguagens de programação, Técnico Programador de Computação, Prefeitura de Nova Iguaçu RJ, Consulplan, 2025

Determinada equipe de desenvolvimento web está construindo um sistema de consulta de dados em tempo real para uma plataforma de pedidos de delivery. O objetivo é permitir que os usuários visualizem atualizações de pedidos sem precisar recarregar a página. Para isso, os programadores decidiram utilizar o paradigma AJAX (Asynchronous JavaScript and XML) para buscar os dados do servidor e exibi-los dinamicamente. No entanto, em vez de utilizar XML para transportar os dados, a equipe optou por JSON (JavaScript Object Notation) como formato principal para a comunicação entre o cliente e o servidor. Durante uma reunião técnica, os programadores discutiram as razões para a escolha do JSON no contexto do AJAX. Com base nas propriedades do JSON e sua aplicação no paradigma AJAX, qual das seguintes afirmativas está correta?
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29Q956188 | Banco de Dados, Técnico Programador de Computação, Prefeitura de Nova Iguaçu RJ, Consulplan, 2025

Um analista de sistemas da Prefeitura Municipal de Nova Iguaçu precisa gerar um relatório de arrecadação fiscal. Para isso, ele escreve a seguinte consulta em PL/SQL para calcular o total de impostos pagos pelos contribuintes:

DECLARE v_total NUMBER; BEGIN SELECT SUM(valor) INTO v_total FROM pagamentos WHERE categoria = 'IMPOSTO';
DBMS_OUTPUT.PUT_LINE('Total de impostos arrecadados: ' || v_total); END;


Ao revisar o código, foram identificados erros conceituais que podem comprometer sua execução. Qual das alternativas contém uma afirmação INCORRETA sobre o código PL/SQL apresentado?
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30Q956189 | Governança de TI, Técnico Programador de Computação, Prefeitura de Nova Iguaçu RJ, Consulplan, 2025

A SEMCONGER deseja implementar um modelo de governança de TI alinhado às boas práticas do mercado. Qual alternativa é a recomendada para esse contexto?
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31Q956190 | Arquitetura de Software, Técnico Programador de Computação, Prefeitura de Nova Iguaçu RJ, Consulplan, 2025

A usabilidade e a ergonomia da interface gráfica são fundamentais para garantir que os sistemas desenvolvidos pela SEMCONGER sejam acessíveis e eficientes para os servidores. A aplicação de heurísticas de usabilidade e diretrizes ergonômicas permite minimizar erros e maximizar a eficiência no uso dos sistemas internos da instituição. Sobre as diretrizes, assinale a afirmativa correta.
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32Q956191 | Redes de Computadores, Técnico Programador de Computação, Prefeitura de Nova Iguaçu RJ, Consulplan, 2025

A SEMCONGER utiliza redes de computadores para comunicação interna e acesso aos sistemas de gestão municipal. A adoção de boas práticas de segurança é essencial para proteger os dados sensíveis da administração pública. Sobre o funcionamento das redes e a segurança da informação, assinale a afirmativa correta.
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33Q956192 | Redes de Computadores, Técnico Programador de Computação, Prefeitura de Nova Iguaçu RJ, Consulplan, 2025

A equipe de desenvolvimento da SEMCONGER precisa criar um novo sistema para auditorias internas, garantindo a integridade e a segurança das informações. O sistema deverá seguir as boas práticas de desenvolvimento seguro. Considerando essa necessidade, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

( ) O código-fonte do sistema deve ser armazenado em repositórios públicos para facilitar transparência e colaboração.
( ) A validação de entrada de dados pode ser ignorada, pois o sistema será utilizado apenas por funcionários da SEMCONGER.
( ) O princípio do menor privilégio deve ser aplicado, garantindo que cada usuário tenha apenas as permissões necessárias para suas funções.
( ) O sistema não precisa de logs de auditoria, pois qualquer problema pode ser resolvido pela equipe de TI sem necessidade de rastreamento.


A sequência está correta em
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34Q956193 | Segurança da Informação, Técnico Programador de Computação, Prefeitura de Nova Iguaçu RJ, Consulplan, 2025

A SEMCONGER detectou um aumento no número de acessos não autorizados aos seus sistemas internos. Após auditoria, constatou-se que diversos servidores estavam compartilhando senhas por e-mail e armazenando credenciais em documentos de texto não protegidos. Considerando as boas práticas de segurança da informação, assinale a afirmativa correta.
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35Q956147 | Português, Interpretação de Textos, Técnico Programador de Computação, Prefeitura de Nova Iguaçu RJ, Consulplan, 2025

Texto associado.
A mão no metrô


Assim que o metrô chegou, ela preparou-se para incomodação. Porque o vagão estava cheio, completamente lotado, e ela já sabia o que a esperava tão logo embarcasse: sem demora, algum homem, ou vários homens, encostariam nela, tentando tirar proveito da situação. Mulher ainda jovem, bonita, estava sujeita a essas situações, que a deixavam indignada. Mas, como outras usuárias na mesma situação, resignava-se. Era, achava, o preço que tinha de pagar por ser pobre, por não ter carro, como outras colegas de escritório.

Pensou em não entrar, em esperar outro metrô mais vazio. Mas já era tarde, e ela precisava ir para casa. Num impulso, entrou, e imediatamente viu-se na clássica posição de sardinha em lata, imprensada entre corpos, vários deles masculinos. Só faltava a mão.

Que não tardou a se fazer presente. Aos poucos, suavemente, ela sentiu a pressão de dedos sobre seu corpo.

Mas, surpreendentemente, aquilo não a enojou, não a alarmou. Porque era diferente, o contato daquela mão. Não se tratava de uma “mão-boba”; não havia malícia naqueles dedos, não havia safadeza. Para começar, eles estavam em lugar neutro, não nas nádegas, não nas coxas, mas nas costas, as costas que ela tinha doloridas depois de um dia de árduo trabalho. E a mão não estava em busca de prazer, de sacanagem; estava simplesmente pousada, quieta. Como se dissesse estou em busca de contato humano, é só isso que eu quero.

Ela poderia olhar ao redor, tentar descobrir quem, daqueles homens e mulheres à sua volta, estava a tocá-la. Mas não queria fazer isso. A verdade é que a gentil mão não a incomodava. Pelo contrário, fazia com que lembrasse uma passagem na infância, o dia em que o pai a levara à escola pela primeira vez. Tinham também ido de metrô; ela estava assustada, chorosa. O pai então colocara-lhe a mão nas costas, como a ampará-la, dizendo qualquer coisa do tipo “não chore, a escola é boa, você vai gostar”. E ela se acalmara, não tanto por causa das palavras, mas pelo contato da mão paterna. E era a mesma sensação que tinha agora: a sensação de amparo, de conforto.

Estava chegando, precisava descer. Como se houvesse percebido, a mão, discretamente, retirou-se de seu dorso. A porta se abriu e ela saiu do vagão. Ainda teve a tentação de olhar para trás, mas resistiu. Não queria associar nenhum dos rostos que ali estavam com a mão que a tocara. Queria, isto sim, guardar a lembrança dessa mão como uma entidade misteriosa que, de algum modo, a fizera viver uma estranha e perturbadora aventura.


(Moacyr Scliar. Folha de São Paulo. São Paulo. Em: 12/09/2005.)
Considerando que o caráter narrativo do texto pode ser identificado através de sua estrutura, é possível inferir que:
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36Q956148 | Português, Interpretação de Textos, Técnico Programador de Computação, Prefeitura de Nova Iguaçu RJ, Consulplan, 2025

Texto associado.
A mão no metrô


Assim que o metrô chegou, ela preparou-se para incomodação. Porque o vagão estava cheio, completamente lotado, e ela já sabia o que a esperava tão logo embarcasse: sem demora, algum homem, ou vários homens, encostariam nela, tentando tirar proveito da situação. Mulher ainda jovem, bonita, estava sujeita a essas situações, que a deixavam indignada. Mas, como outras usuárias na mesma situação, resignava-se. Era, achava, o preço que tinha de pagar por ser pobre, por não ter carro, como outras colegas de escritório.

Pensou em não entrar, em esperar outro metrô mais vazio. Mas já era tarde, e ela precisava ir para casa. Num impulso, entrou, e imediatamente viu-se na clássica posição de sardinha em lata, imprensada entre corpos, vários deles masculinos. Só faltava a mão.

Que não tardou a se fazer presente. Aos poucos, suavemente, ela sentiu a pressão de dedos sobre seu corpo.

Mas, surpreendentemente, aquilo não a enojou, não a alarmou. Porque era diferente, o contato daquela mão. Não se tratava de uma “mão-boba”; não havia malícia naqueles dedos, não havia safadeza. Para começar, eles estavam em lugar neutro, não nas nádegas, não nas coxas, mas nas costas, as costas que ela tinha doloridas depois de um dia de árduo trabalho. E a mão não estava em busca de prazer, de sacanagem; estava simplesmente pousada, quieta. Como se dissesse estou em busca de contato humano, é só isso que eu quero.

Ela poderia olhar ao redor, tentar descobrir quem, daqueles homens e mulheres à sua volta, estava a tocá-la. Mas não queria fazer isso. A verdade é que a gentil mão não a incomodava. Pelo contrário, fazia com que lembrasse uma passagem na infância, o dia em que o pai a levara à escola pela primeira vez. Tinham também ido de metrô; ela estava assustada, chorosa. O pai então colocara-lhe a mão nas costas, como a ampará-la, dizendo qualquer coisa do tipo “não chore, a escola é boa, você vai gostar”. E ela se acalmara, não tanto por causa das palavras, mas pelo contato da mão paterna. E era a mesma sensação que tinha agora: a sensação de amparo, de conforto.

Estava chegando, precisava descer. Como se houvesse percebido, a mão, discretamente, retirou-se de seu dorso. A porta se abriu e ela saiu do vagão. Ainda teve a tentação de olhar para trás, mas resistiu. Não queria associar nenhum dos rostos que ali estavam com a mão que a tocara. Queria, isto sim, guardar a lembrança dessa mão como uma entidade misteriosa que, de algum modo, a fizera viver uma estranha e perturbadora aventura.


(Moacyr Scliar. Folha de São Paulo. São Paulo. Em: 12/09/2005.)
A compreensão de um texto se dá não apenas pelo processamento de informações explícitas, mas também por meio de informações implícitas. A expressividade de um texto é a forma como o autor trabalha com as palavras para transmitir a sua mensagem, permitindo que o leitor compreenda o sentido. Assinale, a seguir, a passagem que comprova característica de expressividade.
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37Q956149 | Português, Adjetivos, Técnico Programador de Computação, Prefeitura de Nova Iguaçu RJ, Consulplan, 2025

Texto associado.
A mão no metrô


Assim que o metrô chegou, ela preparou-se para incomodação. Porque o vagão estava cheio, completamente lotado, e ela já sabia o que a esperava tão logo embarcasse: sem demora, algum homem, ou vários homens, encostariam nela, tentando tirar proveito da situação. Mulher ainda jovem, bonita, estava sujeita a essas situações, que a deixavam indignada. Mas, como outras usuárias na mesma situação, resignava-se. Era, achava, o preço que tinha de pagar por ser pobre, por não ter carro, como outras colegas de escritório.

Pensou em não entrar, em esperar outro metrô mais vazio. Mas já era tarde, e ela precisava ir para casa. Num impulso, entrou, e imediatamente viu-se na clássica posição de sardinha em lata, imprensada entre corpos, vários deles masculinos. Só faltava a mão.

Que não tardou a se fazer presente. Aos poucos, suavemente, ela sentiu a pressão de dedos sobre seu corpo.

Mas, surpreendentemente, aquilo não a enojou, não a alarmou. Porque era diferente, o contato daquela mão. Não se tratava de uma “mão-boba”; não havia malícia naqueles dedos, não havia safadeza. Para começar, eles estavam em lugar neutro, não nas nádegas, não nas coxas, mas nas costas, as costas que ela tinha doloridas depois de um dia de árduo trabalho. E a mão não estava em busca de prazer, de sacanagem; estava simplesmente pousada, quieta. Como se dissesse estou em busca de contato humano, é só isso que eu quero.

Ela poderia olhar ao redor, tentar descobrir quem, daqueles homens e mulheres à sua volta, estava a tocá-la. Mas não queria fazer isso. A verdade é que a gentil mão não a incomodava. Pelo contrário, fazia com que lembrasse uma passagem na infância, o dia em que o pai a levara à escola pela primeira vez. Tinham também ido de metrô; ela estava assustada, chorosa. O pai então colocara-lhe a mão nas costas, como a ampará-la, dizendo qualquer coisa do tipo “não chore, a escola é boa, você vai gostar”. E ela se acalmara, não tanto por causa das palavras, mas pelo contato da mão paterna. E era a mesma sensação que tinha agora: a sensação de amparo, de conforto.

Estava chegando, precisava descer. Como se houvesse percebido, a mão, discretamente, retirou-se de seu dorso. A porta se abriu e ela saiu do vagão. Ainda teve a tentação de olhar para trás, mas resistiu. Não queria associar nenhum dos rostos que ali estavam com a mão que a tocara. Queria, isto sim, guardar a lembrança dessa mão como uma entidade misteriosa que, de algum modo, a fizera viver uma estranha e perturbadora aventura.


(Moacyr Scliar. Folha de São Paulo. São Paulo. Em: 12/09/2005.)
“Mulher ainda jovem, bonita, estava sujeita a essas situações, que a deixavam indignada.” (1º§) O adjetivo “indignada” foi atribuído pelo narrador à personagem, porque ela:
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38Q956150 | Português, Interpretação de Textos, Técnico Programador de Computação, Prefeitura de Nova Iguaçu RJ, Consulplan, 2025

Texto associado.
A mão no metrô


Assim que o metrô chegou, ela preparou-se para incomodação. Porque o vagão estava cheio, completamente lotado, e ela já sabia o que a esperava tão logo embarcasse: sem demora, algum homem, ou vários homens, encostariam nela, tentando tirar proveito da situação. Mulher ainda jovem, bonita, estava sujeita a essas situações, que a deixavam indignada. Mas, como outras usuárias na mesma situação, resignava-se. Era, achava, o preço que tinha de pagar por ser pobre, por não ter carro, como outras colegas de escritório.

Pensou em não entrar, em esperar outro metrô mais vazio. Mas já era tarde, e ela precisava ir para casa. Num impulso, entrou, e imediatamente viu-se na clássica posição de sardinha em lata, imprensada entre corpos, vários deles masculinos. Só faltava a mão.

Que não tardou a se fazer presente. Aos poucos, suavemente, ela sentiu a pressão de dedos sobre seu corpo.

Mas, surpreendentemente, aquilo não a enojou, não a alarmou. Porque era diferente, o contato daquela mão. Não se tratava de uma “mão-boba”; não havia malícia naqueles dedos, não havia safadeza. Para começar, eles estavam em lugar neutro, não nas nádegas, não nas coxas, mas nas costas, as costas que ela tinha doloridas depois de um dia de árduo trabalho. E a mão não estava em busca de prazer, de sacanagem; estava simplesmente pousada, quieta. Como se dissesse estou em busca de contato humano, é só isso que eu quero.

Ela poderia olhar ao redor, tentar descobrir quem, daqueles homens e mulheres à sua volta, estava a tocá-la. Mas não queria fazer isso. A verdade é que a gentil mão não a incomodava. Pelo contrário, fazia com que lembrasse uma passagem na infância, o dia em que o pai a levara à escola pela primeira vez. Tinham também ido de metrô; ela estava assustada, chorosa. O pai então colocara-lhe a mão nas costas, como a ampará-la, dizendo qualquer coisa do tipo “não chore, a escola é boa, você vai gostar”. E ela se acalmara, não tanto por causa das palavras, mas pelo contato da mão paterna. E era a mesma sensação que tinha agora: a sensação de amparo, de conforto.

Estava chegando, precisava descer. Como se houvesse percebido, a mão, discretamente, retirou-se de seu dorso. A porta se abriu e ela saiu do vagão. Ainda teve a tentação de olhar para trás, mas resistiu. Não queria associar nenhum dos rostos que ali estavam com a mão que a tocara. Queria, isto sim, guardar a lembrança dessa mão como uma entidade misteriosa que, de algum modo, a fizera viver uma estranha e perturbadora aventura.


(Moacyr Scliar. Folha de São Paulo. São Paulo. Em: 12/09/2005.)
Moacyr Scliar, em sua narrativa, nos propõe uma reflexão cuja temática central é a vulnerabilidade em que as mulheres se encontram, hoje em dia, em metrôs completamente lotados de homens, que chega a ser uma condição conflitante e paradoxal. Tal condição se encontra melhor representada em:
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39Q956151 | Português, Técnico Programador de Computação, Prefeitura de Nova Iguaçu RJ, Consulplan, 2025

Texto associado.
A mão no metrô


Assim que o metrô chegou, ela preparou-se para incomodação. Porque o vagão estava cheio, completamente lotado, e ela já sabia o que a esperava tão logo embarcasse: sem demora, algum homem, ou vários homens, encostariam nela, tentando tirar proveito da situação. Mulher ainda jovem, bonita, estava sujeita a essas situações, que a deixavam indignada. Mas, como outras usuárias na mesma situação, resignava-se. Era, achava, o preço que tinha de pagar por ser pobre, por não ter carro, como outras colegas de escritório.

Pensou em não entrar, em esperar outro metrô mais vazio. Mas já era tarde, e ela precisava ir para casa. Num impulso, entrou, e imediatamente viu-se na clássica posição de sardinha em lata, imprensada entre corpos, vários deles masculinos. Só faltava a mão.

Que não tardou a se fazer presente. Aos poucos, suavemente, ela sentiu a pressão de dedos sobre seu corpo.

Mas, surpreendentemente, aquilo não a enojou, não a alarmou. Porque era diferente, o contato daquela mão. Não se tratava de uma “mão-boba”; não havia malícia naqueles dedos, não havia safadeza. Para começar, eles estavam em lugar neutro, não nas nádegas, não nas coxas, mas nas costas, as costas que ela tinha doloridas depois de um dia de árduo trabalho. E a mão não estava em busca de prazer, de sacanagem; estava simplesmente pousada, quieta. Como se dissesse estou em busca de contato humano, é só isso que eu quero.

Ela poderia olhar ao redor, tentar descobrir quem, daqueles homens e mulheres à sua volta, estava a tocá-la. Mas não queria fazer isso. A verdade é que a gentil mão não a incomodava. Pelo contrário, fazia com que lembrasse uma passagem na infância, o dia em que o pai a levara à escola pela primeira vez. Tinham também ido de metrô; ela estava assustada, chorosa. O pai então colocara-lhe a mão nas costas, como a ampará-la, dizendo qualquer coisa do tipo “não chore, a escola é boa, você vai gostar”. E ela se acalmara, não tanto por causa das palavras, mas pelo contato da mão paterna. E era a mesma sensação que tinha agora: a sensação de amparo, de conforto.

Estava chegando, precisava descer. Como se houvesse percebido, a mão, discretamente, retirou-se de seu dorso. A porta se abriu e ela saiu do vagão. Ainda teve a tentação de olhar para trás, mas resistiu. Não queria associar nenhum dos rostos que ali estavam com a mão que a tocara. Queria, isto sim, guardar a lembrança dessa mão como uma entidade misteriosa que, de algum modo, a fizera viver uma estranha e perturbadora aventura.


(Moacyr Scliar. Folha de São Paulo. São Paulo. Em: 12/09/2005.)
Em todo texto de maior extensão, aparecem expressões conectoras – sejam conjunções, preposições, advérbios e respectivas locuções, que criam e sinalizam relações semânticas de diferentes naturezas. Reconhecer o tipo de relação semântica estabelecida por esses elementos de conexão é uma habilidade fundamental para a apreensão da coerência do texto; assinale a INCORRETA.
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40Q956152 | Português, Uso dos doispontos, Técnico Programador de Computação, Prefeitura de Nova Iguaçu RJ, Consulplan, 2025

Texto associado.
A mão no metrô


Assim que o metrô chegou, ela preparou-se para incomodação. Porque o vagão estava cheio, completamente lotado, e ela já sabia o que a esperava tão logo embarcasse: sem demora, algum homem, ou vários homens, encostariam nela, tentando tirar proveito da situação. Mulher ainda jovem, bonita, estava sujeita a essas situações, que a deixavam indignada. Mas, como outras usuárias na mesma situação, resignava-se. Era, achava, o preço que tinha de pagar por ser pobre, por não ter carro, como outras colegas de escritório.

Pensou em não entrar, em esperar outro metrô mais vazio. Mas já era tarde, e ela precisava ir para casa. Num impulso, entrou, e imediatamente viu-se na clássica posição de sardinha em lata, imprensada entre corpos, vários deles masculinos. Só faltava a mão.

Que não tardou a se fazer presente. Aos poucos, suavemente, ela sentiu a pressão de dedos sobre seu corpo.

Mas, surpreendentemente, aquilo não a enojou, não a alarmou. Porque era diferente, o contato daquela mão. Não se tratava de uma “mão-boba”; não havia malícia naqueles dedos, não havia safadeza. Para começar, eles estavam em lugar neutro, não nas nádegas, não nas coxas, mas nas costas, as costas que ela tinha doloridas depois de um dia de árduo trabalho. E a mão não estava em busca de prazer, de sacanagem; estava simplesmente pousada, quieta. Como se dissesse estou em busca de contato humano, é só isso que eu quero.

Ela poderia olhar ao redor, tentar descobrir quem, daqueles homens e mulheres à sua volta, estava a tocá-la. Mas não queria fazer isso. A verdade é que a gentil mão não a incomodava. Pelo contrário, fazia com que lembrasse uma passagem na infância, o dia em que o pai a levara à escola pela primeira vez. Tinham também ido de metrô; ela estava assustada, chorosa. O pai então colocara-lhe a mão nas costas, como a ampará-la, dizendo qualquer coisa do tipo “não chore, a escola é boa, você vai gostar”. E ela se acalmara, não tanto por causa das palavras, mas pelo contato da mão paterna. E era a mesma sensação que tinha agora: a sensação de amparo, de conforto.

Estava chegando, precisava descer. Como se houvesse percebido, a mão, discretamente, retirou-se de seu dorso. A porta se abriu e ela saiu do vagão. Ainda teve a tentação de olhar para trás, mas resistiu. Não queria associar nenhum dos rostos que ali estavam com a mão que a tocara. Queria, isto sim, guardar a lembrança dessa mão como uma entidade misteriosa que, de algum modo, a fizera viver uma estranha e perturbadora aventura.


(Moacyr Scliar. Folha de São Paulo. São Paulo. Em: 12/09/2005.)
Entre os recursos que contribuem para a construção de sentidos no texto, estão os sinais de pontuação. Além de estarem vinculados intimamente à coerência do texto, esses sinais podem acumular outras funções discursivas, como aquelas ligadas à ênfase, à reformulação ou à justificação de certos segmentos. No excerto “Porque o vagão estava cheio, completamente lotado, e ela já sabia o que a esperava tão logo embarcasse: sem demora, algum homem, ou vários homens, encostariam nela, tentando tirar proveito da situação.” (1º§), os dois-pontos foram empregados para:
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