Questões de Concursos Vestibular 2023

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21Q944453 | História, Período EntreGuerras Totalitarismos, Vestibular 2023, UEMA, UEMA, 2022

O texto trata da relação do homem com o poder e suas consequências.

Quando o poder dirige o homem à arrogância, a poesia lembra-o das suas limitações. Quando o poder limita a área das preocupações do homem, a poesia lembra-o da riqueza e da diversidade da existência. Quando o poder corrompe, a poesia limpa.

(Discurso de John Fitzgerald Kennedy, 1963)


Entre os tipos de poderes, existe o poder político que, nas democracias, é essencialmente a vontade da maioria por meio do governante. Existe poder político nas ditaduras, visto que a força em si é, apenas, uma das condições e não a causa essencial. Portanto, num governo totalitário, o ato de coação é aplicado sem visar ao bem público. Com relação ao governo totalitário e ao uso do poder, esse tipo de governo tem com a população o objetivo de

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22Q944456 | Filosofia, Filosofia e Conhecimento, Vestibular 2023, UEMA, UEMA, 2022

A relação filosofia e tecnologia, ainda que seja um tema de reflexão que já ocorre há muito tempo, tem tomado espaço cada vez maior no mundo todo, devido ao gigantesco avanço da tecnologia, principalmente, pela maior dependência da humanidade em relação às ferramentas tecnológicas.
CUPANI, Alberto. Filosofia da Tecnologia. Um convite. Florianópolis: Editora da UFSC, 2016.
A relação filosofia e tecnologia exige que aquela assuma para si como desafio a (o)
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23Q944430 | Português, Interpretação de Textos, Vestibular 2023, UEMA, UEMA, 2022

Texto associado.
Clarice Lispector nasceu em uma aldeia na Ucrânia (Antiga União Soviética). Ao chegar ao Brasil, desembarcou em Manaus, quando tinha dois meses de idade, depois se mudou para Recife. Viveu fora do Brasil, fez leituras de grandes brasileiros e de estrangeiros, trazendo inovações, produzindo um estilo que a tornou uma das grandes escritoras de Língua Portuguesa. Leia um fragmento de um dos capítulos de seu primeiro livro.

ALEGRIAS DE JOANA

A liberdade que às vezes sentia. Não vinha de reflexões nítidas, mas de um estado como feito de percepções por demais orgânicas para serem formuladas em pensamentos. Às vezes, no fundo da sensação tremulava uma ideia que lhe dava leve consciência de sua espécie e de sua cor.

O estado para onde deslizava quando murmurava: eternidade. O próprio pensamento adquiria uma qualidade de eternidade. Aprofundava-se magicamente e alargava-se, sem propriamente um conteúdo e uma forma, mas sem dimensões também. A impressão de que se conseguisse manter-se na sensação por mais uns instantes teria uma revelação — facilmente, como enxergar o resto do mundo apenas inclinando-se da terra para o espaço. Eternidade não era só o tempo, mas algo como a certeza enraizadamente profunda de não poder contê-lo no corpo por causa da morte; a impossibilidade de ultrapassar a eternidade era eternidade; e também era eterno um sentimento em pureza absoluta, quase abstrato. Sobretudo dava ideia de eternidade a impossibilidade de saber quantos seres humanos se sucederiam após seu corpo, que um dia estaria distante do presente com a velocidade de um bólido. Definia eternidade e as explicações nasciam fatais como as pancadas do coração. Delas não mudaria um termo sequer, de tal modo eram sua verdade. Porém mal brotavam, tornavam-se vazias logicamente.

Definir a eternidade como uma quantidade maior que o tempo e maior mesmo do que o tempo que a mente humana pode suportar em ideia também não permitiria, ainda assim, alcançar sua duração. Sua qualidade era exatamente não ter quantidade, não ser mensurável e divisível porque tudo o que se podia medir e dividir tinha um princípio e um fim. Eternidade não era a quantidade infinitamente grande que se desgastava, mas eternidade era a sucessão.

LISPECTOR, Clarice. Perto do Coração Selvagem: Rio de Janeiro: Rocco, 2019.
As três palavras ou expressões que permitem que o leitor reconheça as alegrias de Joana, conforme o fragmento, são as seguintes:
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24Q944464 | Biologia, Leis de Mendel, Vestibular 2023, UEMA, UEMA, 2022

Analise a experiência genética em evidência no Brasil, divulgada recentemente.
Cientistas usam espécies silvestres no melhoramento genético da mandioca.
Pesquisadores da Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA) estão usando espécies silvestres de mandioca para promover o melhoramento genético da raiz. Nessas variedades pouco conhecidas, geralmente não comestíveis, são prospectados genes de interesse para a produção agrícola relacionados a características agronomicamente interessantes como produtividade, resistência a doenças e maior teor de amido (característica demandada pela indústria).
O trabalho faz parte do chamado pré-melhoramento que visa a identificar características de interesse úteis em acessos pouco adaptados às condições de solo e clima local e disponibilizar esses genes em genótipos mais adaptados, com boas características agronômicas, para que sejam inseridos no programa de melhoramento.
https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/71689292/cientistas-usam-especies-silvestres-no-melhoramento-genetico-da-mandioca
Para que a experiência brasileira de inovação agrícola seja bem compreendida, é necessário conhecer conceitos básicos de genética para o entendimento do que é melhoramento genético e sua aplicação no setor agrícola. Considerando a experiência relatada, é correto afirmar que
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25Q944434 | Português, Interpretação de Textos, Vestibular 2023, UEMA, UEMA, 2022

Nas palavras da autora Marina Colasanti, "Uma ideia toda Azul" é um livro de contos de fadas. Antes que o estudante do Ensino Médio se espante com a temática, “num mundo de avançada tecnologia espacial”, a autora julga importante esclarecer que seu interesse e sua busca se voltam para aquela coisa intemporal chamada inconsciente.
O Último Rei
Todos os dias Kublai-Khan, último rei da dinastia Mogul, subia no alto da muralha da sua fortaleza para encontrar-se com o vento. O vento vinha de longe e tinha o mundo todo para contar. Kublai-Khan nunca tinha saído da sua fortaleza, não conhecia o mundo. Ouvia as palavras do vento e aprendia. — A Terra é redonda e fácil, disse o vento. Ando sempre em frente, e passo pelo mesmo lugar de onde saí. Dei tantas voltas na Terra que ela está enovelada no meu sopro. Kublai-Khan achou bonito ir e voltar sem nunca se perder. Um dia o vento chegou mais frio, vindo das montanhas. — Fui pentear a neve, gelou o vento ao pé do ouvido do rei. A neve é pesada e macia. Debaixo do seu silêncio as sementes se aprontam para a primavera. Só flores brancas furam a neve. Só passos brancos marcam a neve. Na neve mora o Rei do Sono. Kublai-Khan teve desejo de neve. Então prendeu fios de prata na Lua e a empinou contra o vento. Do alto, espelho do frio, a Lua trouxe a neve para Kublai-Khan. E um sono tranquilo. Todos os dias o vento contava seus caminhos no alto da muralha. Todos os dias os longos cabelos do rei deitavam-se no vento e recolhiam seus sons, como uma harpa. [...]
COLASANTI, Marina. Uma ideia toda azul. São Paulo: Global, 2005.
O rei Kublai-Khan, diariamente, no alto da muralha da sua fortaleza, encontrava-se com o vento.
Essa cena, metaforicamente, ilustra o poder de sua alteza.
O trecho em análise, contudo, permite ao leitor afirmar que, apesar desse poder, o soberano revela-se suplantado pelo vento. Na trama narrativa, o vento vivencia um
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26Q944461 | Matemática, Problemas, Vestibular 2023, UEMA, UEMA, 2022

Durante longos períodos de quarentena, isolamento, distanciamento social e lockdown, com o objetivo de impedir ou amenizar a contaminação pelo COVID-19 (SARS-CoV-2), as centrais telefônicas se tornaram ainda mais importantes com o uso PABX VIRTUAL, pois as pessoas de cada Estado ou Cidade utilizam seus serviços para agendamento de consultas e de exames, sem saírem de casa.
Analise a seguinte situação-problema.
Uma Central de Marcação deixa em espera os clientes, à medida em que vai atendendo às ligações telefônicas. O tempo de atendimento de cada cliente dura 3 minutos. Considere que o último cliente ocupa a posição 40º (quadragésimo). Essa posição vai decrescendo, até atingir a posição da origem (zero), que representa o cliente que está sendo atendido.
Considerando as condições da situação-problema, o total de tempo gasto, em notação de horas e de minutos, para que todos os clientes sejam atendidos é de
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27Q944448 | Inglês, Vestibular 2023, UEMA, UEMA, 2022

Texto associado.

This text refers to question

How to Stop Eating Sugar

By David Leonhardt

If you’re like most Americans, you eat more sugar than is good for you. But it’s entirely possible to eat less sugar without sacrificing much — if any — of the pleasures of eating. Surprising as it may sound, many people who have cut back on sugar say they find their new eating habits more pleasurable than their old ones. This guide will walk you through why sugar matters, how you can make smart food choices to reduce sugar consumption, and how you can keep your life sweet, even without so many sweets.

Here's why you eat more sugar than you realize, and why it's a problem. The first thing to know: Added sugars, of one kind or another, are almost everywhere in the modern diet. They’re in sandwich bread, chicken stock, pickles, salad dressing, crackers, yogurt and cereal, as well as in the obvious foods and drinks, like soda and desserts.

The biggest problem with added sweeteners is that they make it easy to overeat. They’re tasty and highly caloric but they often don’t make you feel full. Instead, they can trick you into wanting even more food. Because we’re surrounded by added sweeteners — in our kitchens, in restaurants, at schools and offices — most of us will eat too much of them unless we consciously set out to do otherwise.

It’s not an accident. The sugar industry has conducted an aggressive, decades-long campaign to blame the obesity epidemic on fats, not sugars. Fats, after all, seem as if they should cause obesity. Thanks partly to that campaign, sugar consumption soared in the United States even as people were trying to lose weight. But research increasingly indicates that an overabundance of simple carbohydrates, and sugar in particular, is the No. 1 problem in modern diets. Sugar is the driving force behind the diabetes and obesity epidemics. Fortunately, more people are realizing the harms of sugar and cutting back.

[...]

Changing your diet is hard. If your strategy involves thinking about sugar all the time — whenever you’re shopping or eating — you’ll likely fail. You’ll also be miserable in the process. It’s much more effective to come up with a few simple rules and habits that then become second nature. (One strategy to consider: Eliminate all added sugars for one month, and then add back only the ones you miss. It’s easier than it sounds.)

Above all, most people’s goal should be to find a few simple, lasting ways to cut back on sugar. Once you’re done reading this guide, we suggest you choose two or three of our ideas and try them for a few weeks.

https://www.nytimes.com/guides/smarterliving/how-to-stop-eating-sugar (text adapted)

The terms “ones”, in highlighted, found in the first and fifth paragraphs, in the text How to Stop Eating Sugar, refer to
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28Q944455 | Filosofia, Linguagem e Pensamento, Vestibular 2023, UEMA, UEMA, 2022

Em sua obra "O Ser e o Nada", o filósofo francês Jean Paul Sartre (1905 -1980) trata da condição humana, mais precisamente, da liberdade.
Para o referido filósofo, o homem, pela sua condição de ser homem, é ser livre e, portanto, ele, o homem, é fruto de sua liberdade porque, no seu dia a dia, escolhe as ações que fará. Dessa forma, a liberdade não é uma conquista humana, mas é uma condição da própria existência dele, do homem. Explica o filósofo que “Com efeito, sou um existente que aprende sua liberdade através de seus atos; mas sou também um existente cuja existência individual e única temporaliza-se como liberdade [...] Assim, minha liberdade está perpetuamente em questão em meu ser; não se trata de uma qualidade sobreposta ou uma propriedade de minha natureza; é bem precisamente a textura de meu ser.”
Jean-Paul Sartre. Ser e o Nada. (Adaptado)
De acordo com o referido filósofo, se somos livres, temos sempre de escolher.
Ao analisar essa premissa, como condição em uma sociedade capitalista, afirma-se que “Se você fracassa, as escolhas foram suas.”
Essa afirmação mais popular decorrente da premissa de Sartre está centrada no entendimento de que
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29Q944435 | Português, Interpretação de Textos, Vestibular 2023, UEMA, UEMA, 2022

Texto associado.

O conto a seguir serve de base para responder à questão.

Entre as folhas do Verde O

O príncipe acordou contente. Era dia de caçada. Os cachorros latiam no pátio do castelo. Vestiu o colete de couro, calçou as botas. Os cavalos batiam os cascos debaixo da janela. Apanhou as luvas e desceu.

Lá embaixo parecia uma festa. Os arreios e os pelos dos animais brilhavam ao Sol. Brilhavam os dentes abertos em risadas, as armas, as trompas que deram o sinal de partida.

Na floresta também ouviram a trompa e o alarido. Todos souberam que eles vinham. E cada um se escondeu como pode.

Só a moça não se escondeu. Acordou com o som da tropa, e estava debruçada no regato quando os caçadores chegaram.

Foi assim que o príncipe a viu. Metade mulher, metade corça, bebendo no regato. A mulher tão linda. A corça tão ágil. A mulher ele queria amar, a corça ele queria matar. Se chegasse perto será que ela fugia? Mexeu num galho, ela levantou a cabeça ouvindo. Então o príncipe botou a flecha no arco, retesou a corda, atirou bem na pata direita. E quando a corça-mulher dobrou os joelhos tentando arrancar a flecha, ele correu e a segurou, chamando homens e cães.

Levaram a corça para o castelo. Veio o médico, trataram do ferimento. Puseram a corça num quarto de porta trancada. Todos os dias o príncipe ia visitá-la. Só ele tinha a chave. E cada vez se apaixonava mais. Mas a corça-mulher só falava a língua da floresta e o príncipe só sabia ouvir a língua do palácio. Então, ficavam horas se olhando calados, com tanta coisa para dizer.

Ele queria dizer que a amava tanto, que queria casar com ela e tê-la para sempre no castelo, que a cobriria de roupas e joias, que chamaria o melhor feiticeiro do reino para fazê-la virar toda mulher.

Ela queria dizer que o amava tanto, que queria se casar com ele e levá-lo para a floresta, que lhe ensinaria a gostar dos pássaros e das flores e que pediria à Rainha das Corças para dar-lhe quatro patas ágeis e um belo pelo castanho.

Mas o príncipe tinha a chave da porta. E ela não tinha o segredo da palavra.

Todos os dias se encontravam. Agora se seguravam as mãos. E no dia em que a primeira lágrima rolou nos olhos dela, o príncipe pensou ter entendido e mandou chamar o feiticeiro.

Quando a corça acordou, já não era mais corça. Duas pernas só, e compridas, um corpo branco. Tentou levantar, não conseguiu. O príncipe lhe deu a mão. Vieram as costureiras e a cobriram de roupas. Vieram os joalheiros e a cobriram de joias. Vieram os mestres de dança para ensinar-lhe a andar. Só não tinha a palavra. E o desejo de ser mulher.

Sete dias ela levou para aprender sete passos. E na manhã do oitavo dia, quando acordou e viu a porta aberta, juntou sete passos e mais sete, atravessou o corredor, desceu a escada, cruzou o pátio e correu para a floresta à procura de sua Rainha.

O Sol ainda brilhava quando a corça saiu da floresta, só corça, não mais mulher. E se pôs a pastar sob as janelas do palácio.


COLASANTI, Marina. Uma ideia toda azul. São Paulo: Global, 2005

O conto começa com o relato da felicidade do príncipe porque era um dia de caçada. Ao longo do conto, entretanto, percebe-se que os interesses e a linguagem dos dois personagens da narrativa eram diferentes. O trecho que confirma essa ideia é o seguinte
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30Q944438 | Português, Interpretação de Textos, Vestibular 2023, UEMA, UEMA, 2022

Texto associado.

A questão toma como base o conto "Um Espinho de Marfim".


Leia o fragmento para responder à questão.

“Um dia, indo o rei de manhã cedo visitar a filha em seus aposentos, viu o unicórnio na moita de lírios. Quero esse animal para mim. E imediatamente ordenou a caçada.”.

COLASANTI, Marina. Uma ideia toda azul. São Paulo: Global, 2005.

Em relação às características do rei, recorrendo-se às leis da natureza que se conhecem, de imediato, é sugerida ideia de

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31Q944443 | Português, Interpretação de Textos, Vestibular 2023, UEMA, UEMA, 2022

Texto associado.
A questão a seguir embasam-se na obra de Viriato Corrêa. Escrita na década de 1930, essa obra literária contém as memórias de infância do menino Cazuza, vivida no interior do Maranhão no final do século XIX.

Nessa poesia popular nordestina trazida por Viriato Corrêa, em "Cazuza", observa-se o intuito dos repentistas de sobrepujarem um ao outro

— José Firmino acredite,
Não gosto de me gabar,
Mas quando pego a viola,
Quando começo a cantar,
Saem da cova os defuntos,
Os peixes saem do mar,
Os anjos descem do céu,
E tudo vem me escutar.

O José Firmino quase não deixou que o
companheiro acabasse o último verso, e cantou
de viola estendida no peito:

— Eu não tenho inveja disso,
Sou valente, valentão,
Canguçu é meu cavalo,
Cascavel meu cinturão,
Eu engulo brasa viva,
Pego corisco com a mão,
Um empurrão do meu dedo
Bota dez morros no chão.

O outro acelerou os dedos nas cordas da viola e respondeu:

— Se eu for contar minhas artes
Não acabo nunca mais;
Para apagar os incêndios
Uso breu e aguarrás,
Eu ponho luneta em pulga,
E gravata em Satanás,
Eu faço gelo com brasa,
Coisa que você não faz,
Faço o carro andar na frente,
Faço o boi andar atrás.

E ergueu-se. José Firmino ergueu-se também.
Eram ambos fortes no desafio. Não haveria
vencido nem vencedor. Não valia a pena teimar.

CORRÊA, Viriato. Cazuza. 37ª ed. São Paulo: Editora Nacional, 1992

"Cazuza" é considerado pela crítica um romance memorialista, confessional. O fragmento do texto que possibilita enquadrá-lo nesse tipo de romance é
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32Q944433 | Português, Interpretação de Textos, Vestibular 2023, UEMA, UEMA, 2022

Texto associado.
Clarice Lispector nasceu em uma aldeia na Ucrânia (Antiga União Soviética). Ao chegar ao Brasil, desembarcou em Manaus, quando tinha dois meses de idade, depois se mudou para Recife. Viveu fora do Brasil, fez leituras de grandes brasileiros e de estrangeiros, trazendo inovações, produzindo um estilo que a tornou uma das grandes escritoras de Língua Portuguesa. Leia um fragmento de um dos capítulos de seu primeiro livro.

ALEGRIAS DE JOANA

A liberdade que às vezes sentia. Não vinha de reflexões nítidas, mas de um estado como feito de percepções por demais orgânicas para serem formuladas em pensamentos. Às vezes, no fundo da sensação tremulava uma ideia que lhe dava leve consciência de sua espécie e de sua cor.

O estado para onde deslizava quando murmurava: eternidade. O próprio pensamento adquiria uma qualidade de eternidade. Aprofundava-se magicamente e alargava-se, sem propriamente um conteúdo e uma forma, mas sem dimensões também. A impressão de que se conseguisse manter-se na sensação por mais uns instantes teria uma revelação — facilmente, como enxergar o resto do mundo apenas inclinando-se da terra para o espaço. Eternidade não era só o tempo, mas algo como a certeza enraizadamente profunda de não poder contê-lo no corpo por causa da morte; a impossibilidade de ultrapassar a eternidade era eternidade; e também era eterno um sentimento em pureza absoluta, quase abstrato. Sobretudo dava ideia de eternidade a impossibilidade de saber quantos seres humanos se sucederiam após seu corpo, que um dia estaria distante do presente com a velocidade de um bólido. Definia eternidade e as explicações nasciam fatais como as pancadas do coração. Delas não mudaria um termo sequer, de tal modo eram sua verdade. Porém mal brotavam, tornavam-se vazias logicamente.

Definir a eternidade como uma quantidade maior que o tempo e maior mesmo do que o tempo que a mente humana pode suportar em ideia também não permitiria, ainda assim, alcançar sua duração. Sua qualidade era exatamente não ter quantidade, não ser mensurável e divisível porque tudo o que se podia medir e dividir tinha um princípio e um fim. Eternidade não era a quantidade infinitamente grande que se desgastava, mas eternidade era a sucessão.

LISPECTOR, Clarice. Perto do Coração Selvagem: Rio de Janeiro: Rocco, 2019.
A adjetivação no título da obra de Lispector, "Perto do Coração Selvagem", apresenta carga semântica que revela
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33Q944446 | Inglês, Vestibular 2023, UEMA, UEMA, 2022

Texto associado.

This text refers to question

How to Stop Eating Sugar

By David Leonhardt

If you’re like most Americans, you eat more sugar than is good for you. But it’s entirely possible to eat less sugar without sacrificing much — if any — of the pleasures of eating. Surprising as it may sound, many people who have cut back on sugar say they find their new eating habits more pleasurable than their old ones. This guide will walk you through why sugar matters, how you can make smart food choices to reduce sugar consumption, and how you can keep your life sweet, even without so many sweets.

Here's why you eat more sugar than you realize, and why it's a problem. The first thing to know: Added sugars, of one kind or another, are almost everywhere in the modern diet. They’re in sandwich bread, chicken stock, pickles, salad dressing, crackers, yogurt and cereal, as well as in the obvious foods and drinks, like soda and desserts.

The biggest problem with added sweeteners is that they make it easy to overeat. They’re tasty and highly caloric but they often don’t make you feel full. Instead, they can trick you into wanting even more food. Because we’re surrounded by added sweeteners — in our kitchens, in restaurants, at schools and offices — most of us will eat too much of them unless we consciously set out to do otherwise.

It’s not an accident. The sugar industry has conducted an aggressive, decades-long campaign to blame the obesity epidemic on fats, not sugars. Fats, after all, seem as if they should cause obesity. Thanks partly to that campaign, sugar consumption soared in the United States even as people were trying to lose weight. But research increasingly indicates that an overabundance of simple carbohydrates, and sugar in particular, is the No. 1 problem in modern diets. Sugar is the driving force behind the diabetes and obesity epidemics. Fortunately, more people are realizing the harms of sugar and cutting back.

[...]

Changing your diet is hard. If your strategy involves thinking about sugar all the time — whenever you’re shopping or eating — you’ll likely fail. You’ll also be miserable in the process. It’s much more effective to come up with a few simple rules and habits that then become second nature. (One strategy to consider: Eliminate all added sugars for one month, and then add back only the ones you miss. It’s easier than it sounds.)

Above all, most people’s goal should be to find a few simple, lasting ways to cut back on sugar. Once you’re done reading this guide, we suggest you choose two or three of our ideas and try them for a few weeks.

https://www.nytimes.com/guides/smarterliving/how-to-stop-eating-sugar (text adapted)

In the long run, eating too much sugar has become one of the biggest problems for people. In the text we can find points and counterpoints related to added sweeteners. In this question, the option in which there are one positive and one negative aspect in consuming sugar is
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34Q944439 | Português, Interpretação de Textos, Vestibular 2023, UEMA, UEMA, 2022

Texto associado.

A questão toma como base o conto "Um Espinho de Marfim".


Sobre a estilística empregada pela escritora, o emprego de frases nominais, bem pertinentes ao gênero literário de “Um Espinho de Marfim”, está correto na seguinte exemplificação:
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35Q944444 | Inglês, Vestibular 2023, UEMA, UEMA, 2022

Texto associado.

This text refers to question


Science confirms: Dark chocolate and red wine helps keep you looking young


NEWSNER

Chocolate and wine, and not always together, are among life’s simple pleasures, but most of us think we should only indulge in these pleasures in moderation.

Granted chocolate and wine contain a high number of calories and I don’t need to explain what happens to our bodies and minds if we drink too much wine. But now scientists may have found a reason to indulge in these delicious things more often than we think.

A recent study found a powerful antioxidant present in dark chocolate and red wine; the effect of this antioxidant on our bodies could be a reason to celebrate. Scientists say the presence of resveratrol in these food items has a positive effect on the brain, heart, and lifespan. The most naturally abundant sources of resveratrol are plants, including the skin of red grapes, red wine, raw cocoa, and dark berries, like lingonberries and blueberries.

A team led by Professor Lorna Harries at the University of Exeter discovered that by treating worn-out human cells with a formulation of resveratrol the older cells started to divide. These older cells then developed longer telomeres – the protective tips on the ends of chromosomes which shorten as we age, according to Longevity Facts. It seemed a miracle that these old cells looked young again. The experiment was repeated several times and each time the result was rejuvenated cells.

According to scientists red wine, dark chocolate and some berries also help to reduce inflammation and strengthen the heart. This powerful antioxidant was also found to help ward off certain age-related diseases.

Certain metabolic diseases, including type 2 diabetes and heart disease, tend to occur as we age. In animal studies, severely restricting calories can help prevent some of these diseases.

Researchers found that resveratrol can mimic calorie restriction in some ways and found it to extend the lifespans of yeast, worms, flies and fish. To help avoid the excessive consumption of red wine, this antioxidant can also be found in dark chocolate, grapes, raspberries, plums, blueberries, cranberries, grape tomatoes, and pomegranate. These findings are fascinating and are a step to prolonging people’s life without affecting overall health.

Please share with all your friends and family so they know dark chocolate can finally be consumed guilt free!

https://en.stories.newsner.com/health/science-confirms-dark-chocolate-and-red-wine-helps-keep-you-looking-young/ Accessed on May, 7th. Slightly modified

Some research led by Professor Lorna Harries from the University of Exeter has discovered resveratrol present in red wine as well as in dark chocolate has an antioxidant effect in the human body. Besides this effect the option which points out another positive one is
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36Q944437 | Português, Interpretação de Textos, Vestibular 2023, UEMA, UEMA, 2022

Texto associado.

O conto a seguir serve de base para responder à questão.

Entre as folhas do Verde O

O príncipe acordou contente. Era dia de caçada. Os cachorros latiam no pátio do castelo. Vestiu o colete de couro, calçou as botas. Os cavalos batiam os cascos debaixo da janela. Apanhou as luvas e desceu.

Lá embaixo parecia uma festa. Os arreios e os pelos dos animais brilhavam ao Sol. Brilhavam os dentes abertos em risadas, as armas, as trompas que deram o sinal de partida.

Na floresta também ouviram a trompa e o alarido. Todos souberam que eles vinham. E cada um se escondeu como pode.

Só a moça não se escondeu. Acordou com o som da tropa, e estava debruçada no regato quando os caçadores chegaram.

Foi assim que o príncipe a viu. Metade mulher, metade corça, bebendo no regato. A mulher tão linda. A corça tão ágil. A mulher ele queria amar, a corça ele queria matar. Se chegasse perto será que ela fugia? Mexeu num galho, ela levantou a cabeça ouvindo. Então o príncipe botou a flecha no arco, retesou a corda, atirou bem na pata direita. E quando a corça-mulher dobrou os joelhos tentando arrancar a flecha, ele correu e a segurou, chamando homens e cães.

Levaram a corça para o castelo. Veio o médico, trataram do ferimento. Puseram a corça num quarto de porta trancada. Todos os dias o príncipe ia visitá-la. Só ele tinha a chave. E cada vez se apaixonava mais. Mas a corça-mulher só falava a língua da floresta e o príncipe só sabia ouvir a língua do palácio. Então, ficavam horas se olhando calados, com tanta coisa para dizer.

Ele queria dizer que a amava tanto, que queria casar com ela e tê-la para sempre no castelo, que a cobriria de roupas e joias, que chamaria o melhor feiticeiro do reino para fazê-la virar toda mulher.

Ela queria dizer que o amava tanto, que queria se casar com ele e levá-lo para a floresta, que lhe ensinaria a gostar dos pássaros e das flores e que pediria à Rainha das Corças para dar-lhe quatro patas ágeis e um belo pelo castanho.

Mas o príncipe tinha a chave da porta. E ela não tinha o segredo da palavra.

Todos os dias se encontravam. Agora se seguravam as mãos. E no dia em que a primeira lágrima rolou nos olhos dela, o príncipe pensou ter entendido e mandou chamar o feiticeiro.

Quando a corça acordou, já não era mais corça. Duas pernas só, e compridas, um corpo branco. Tentou levantar, não conseguiu. O príncipe lhe deu a mão. Vieram as costureiras e a cobriram de roupas. Vieram os joalheiros e a cobriram de joias. Vieram os mestres de dança para ensinar-lhe a andar. Só não tinha a palavra. E o desejo de ser mulher.

Sete dias ela levou para aprender sete passos. E na manhã do oitavo dia, quando acordou e viu a porta aberta, juntou sete passos e mais sete, atravessou o corredor, desceu a escada, cruzou o pátio e correu para a floresta à procura de sua Rainha.

O Sol ainda brilhava quando a corça saiu da floresta, só corça, não mais mulher. E se pôs a pastar sob as janelas do palácio.


COLASANTI, Marina. Uma ideia toda azul. São Paulo: Global, 2005

Esse conto nos ajuda a explicar a polaridade entre os gêneros que apontam dicotomias biológicas e psicológicas, ilustrando as diferenças entre macho-fêmea, homem-mulher, visto na vida cotidiana como bem-mal, certo-errado, temática central dos contos de fadas. Pode-se depreender, mais de que uma mera dicotomia, que o tema central do conto revela
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37Q944450 | História e Geografia de Estados e Municípios, Vestibular 2023, UEMA, UEMA, 2022

Leia a matéria jornalística abaixo.
Brasil, revolta no Norte
Os cidadãos da lânguida São Luís ... despertaram certa manhã da semana passada entre ruídos de brados, tiros e arrebentamento de vidros e peças de mobiliário”, pois nesse dia “o Estado se viu transformado em centro de uma sangrenta revolta em pequena escala”(...) “Mercearias e padarias- e até mesmo a Pensão galante de Madame Maroca – foram rigorosamente fechadas.
Time, New York, 12 e 26 mar. 1951 traduzido pelo Jornal O Imparcial, São Luís, 16 abr. 1951 apud COSTA, Wagner Cabral da. A Raposa e o Canguru: crises políticas e estratégia periférica no Maranhão. In. _____ (Org). História do Maranhão: novos estudos. São Luís: EDUFMA: 2004.
Na história política do Maranhão do século XX, a Greve de 51 tem um lugar de destaque pela expressiva participação da população civil da capital nos acontecimentos desse movimento paredista, o que rendeu a São Luís a fama de Ilha Rebelde. Esse movimento ganhou as manchetes nacionais e até internacionais, como se observa na matéria acima da revista Time. Sua eclosão representou uma
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38Q944441 | Português, Interpretação de Textos, Vestibular 2023, UEMA, UEMA, 2022

Texto associado.
A questão a seguir embasam-se na obra de Viriato Corrêa. Escrita na década de 1930, essa obra literária contém as memórias de infância do menino Cazuza, vivida no interior do Maranhão no final do século XIX.

Nessa poesia popular nordestina trazida por Viriato Corrêa, em "Cazuza", observa-se o intuito dos repentistas de sobrepujarem um ao outro

— José Firmino acredite,
Não gosto de me gabar,
Mas quando pego a viola,
Quando começo a cantar,
Saem da cova os defuntos,
Os peixes saem do mar,
Os anjos descem do céu,
E tudo vem me escutar.

O José Firmino quase não deixou que o
companheiro acabasse o último verso, e cantou
de viola estendida no peito:

— Eu não tenho inveja disso,
Sou valente, valentão,
Canguçu é meu cavalo,
Cascavel meu cinturão,
Eu engulo brasa viva,
Pego corisco com a mão,
Um empurrão do meu dedo
Bota dez morros no chão.

O outro acelerou os dedos nas cordas da viola e respondeu:

— Se eu for contar minhas artes
Não acabo nunca mais;
Para apagar os incêndios
Uso breu e aguarrás,
Eu ponho luneta em pulga,
E gravata em Satanás,
Eu faço gelo com brasa,
Coisa que você não faz,
Faço o carro andar na frente,
Faço o boi andar atrás.

E ergueu-se. José Firmino ergueu-se também.
Eram ambos fortes no desafio. Não haveria
vencido nem vencedor. Não valia a pena teimar.

CORRÊA, Viriato. Cazuza. 37ª ed. São Paulo: Editora Nacional, 1992

Entre as estratégias contundentes utilizadas nas gabolices, destacam-se construções paradoxais, a exemplo do par de versos:
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