Questões de Concursos: Vestibular UERJ

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21 Q595178 | Português, Interpretação de Textos, Vestibular UERJ, UERJ, UERJ

agora compreendo e utilizo a rede social como a televisão do século XXI, com diferenças e vantagens sobre a TV tradicional. (l. 7-8)
Os termos sublinhados designam mídias distintas para o autor.
Uma vantagem que ele destaca da primeira sobre a segunda é:

22 Q595689 | Português, Interpretação de Textos, Vestibular UERJ, UERJ, UERJ, 2019

Texto associado.
Soneto do Corifeu*
São demais os perigos desta vida
Para quem tem paixão, principalmente
3 Quando uma lua surge de repente
E se deixa no céu, como esquecida.
E se ao luar que atua desvairado
6 Vem se unir uma música qualquer
Aí então é preciso ter cuidado
Porque deve andar perto uma mulher.
9 Deve andar perto uma mulher que é feita
De música, luar e sentimento
E que a vida não quer, de tão perfeita.
12 Uma mulher que é como a própria Lua:
Tão linda que só espalha sofrimento
Tão cheia de pudor que vive nua.
* Corifeu: personagem sempre presente no antigo teatro grego. 
Os dois primeiros versos do soneto sugerem uma advertência dirigida aos apaixonados.
Com base na leitura do poema, essa advertência se baseia no pressuposto de que a paixão é capaz de provocar
estado de:

23 Q596732 | Português, Interpretação de Textos, Vestibular UERJ, UERJ, UERJ, 2019

A QUESTÃO REFERE-SE À OBRA “O ALIENISTA”, DE MACHADO DE ASSIS.
 
O texto literário recorre com frequência a “índices” que anunciam reviravoltas posteriores no enredo, preparando
os leitores para o que ainda vai acontecer.
O índice que melhor anuncia e prepara o final de “O alienista” está presente em: 

24 Q595200 | Português, Interpretação de Textos, Vestibular UERJ, UERJ, UERJ

Texto associado.
Há alguns meses fui convidado a visitar o Museu da Ciência de La Coruña, na Galícia. Ao final da
visita, o curador1  anunciou que tinha uma surpresa para mim e me conduziu ao planetário2.  Um
planetário sempre é um lugar sugestivo, porque, quando se apagam as luzes, temos a impressão
de estar num deserto sob um céu estrelado. Mas naquela noite algo especial me aguardava.
5 De repente a sala ficou inteiramente às escuras, e ouvi um lindo acalanto de Manuel de Falla.
Lentamente (embora um pouco mais depressa do que na realidade, já que a apresentação durou
ao todo quinze minutos) o céu sobre minha cabeça se pôs a rodar. Era o céu que aparecera
sobre minha cidade natal – Alessandria, na Itália – na noite de 5 para 6 de janeiro de 1932,
quando nasci. Quase hiper-realisticamente vivenciei a primeira noite de minha vida.
10 Vivenciei-a pela primeira vez, pois não tinha visto essa primeira noite. Provavelmente nem minha
mãe a viu, exausta como estava depois de me dar à luz; mas talvez meu pai a tenha visto,
ao sair para o terraço, um pouco agitado com o fato maravilhoso (pelo menos para ele) que
testemunhara e ajudara a produzir.
O planetário usava um artifício mecânico que se pode encontrar em muitos lugares. Outras
15 pessoas talvez tenham passado por uma experiência semelhante. Mas vocês hão de me perdoar
se durante aqueles quinze minutos tive a impressão de ser o único homem desde o início dos
tempos que havia tido o privilégio de se encontrar com seu próprio começo. Eu estava tão feliz
que tive a sensação – quase o desejo – de que podia, deveria morrer naquele exato momento
e que qualquer outro momento teria sido inadequado. Teria morrido alegremente, pois vivera a
20 mais bela história que li em toda a minha vida.
Talvez eu tivesse encontrado a história que todos nós procuramos nas páginas dos livros e nas
telas dos cinemas: uma história na qual as estrelas e eu éramos os protagonistas. Era ficção
porque a história fora reinventada pelo curador; era História porque recontava o que acontecera
no cosmos num momento do passado; era vida real porque eu era real e não uma personagem
de romance.
UMBERTO ECO
Adaptado de Seis passeios pelos bosques da ficção. Tradução: Hildegard Feist. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
Umberto Eco narra, no segundo parágrafo do texto, uma experiência surpreendente que vivenciou. Pode-se compreender essa experiência pela relação que se estabelece entre os seguintes elementos:

25 Q932740 | Estatística, Estatística Descritiva, Vestibular UERJ, UERJ, UERJ, 2019

A população de uma espécie animal fica multiplicada pelo mesmo fator após intervalos de tempo iguais. No
período de 1984 a 1996, essa população passou de 12500 para 25000 indivíduos. Considere que, para o mesmo
intervalo de tempo nos anos seguintes, o fator permanece constante.
O número de indivíduos dessa população em 2032 será aproximadamente igual a:

26 Q596344 | Português, Interpretação de Textos, Vestibular UERJ, UERJ, UERJ, 2017

Texto associado.
O poder Criativo da Imperfeição

Já escrevi sobre como nossas teorias científicas sobre o mundo são aproximações de uma
realidade que podemos compreender apenas em parte. Nossos instrumentos de pesquisa, que
tanto ampliam nossa visão de mundo, têm necessariamente limites de precisão. Não há dúvida de
que Galileu, com seu telescópio, viu mais longe do que todos antes dele. Também não há dúvida
de que hoje vemos muito mais longe do que Galileu poderia ter sonhado em 1610. E certamente,
em cem anos, nossa visão cósmica terá sido ampliada de forma imprevisível.
No avanço do conhecimento científico, vemos um conceito que tem um papel essencial: simetria.
Já desde os tempos de Platão, há a noção de que existe uma linguagem secreta da natureza, uma
matemática por trás da ordem que observamos.
Platão – e, com ele, muitos matemáticos até hoje – acreditava que os conceitos matemáticos
existiam em uma espécie de dimensão paralela, acessível apenas através da razão. Nesse caso,
os teoremas da matemática (como o famoso teorema de Pitágoras) existem como verdades
absolutas, que a mente humana, ao menos as mais aptas, pode ocasionalmente descobrir. Para os
platônicos, a matemática é uma descoberta, e não uma invenção humana.
Ao menos no que diz respeito às forças que agem nas partículas fundamentais da matéria, a busca
por uma teoria final da natureza é a encarnação moderna do sonho platônico de um código secreto
da natureza. As teorias de unificação, como são chamadas, visam justamente a isso, formular todas
as forças como manifestações de uma única, com sua simetria abrangendo as demais.
Culturalmente, é difícil não traçar uma linha entre as fés monoteístas e a busca por uma unidade
da natureza nas ciências. Esse sonho, porém, é impossível de ser realizado.
Primeiro, porque nossas teorias são sempre temporárias, passíveis de ajustes e revisões futuras.
Não existe uma teoria que possamos dizer final, pois nossas explicações mudam de acordo com
o conhecimento acumulado que temos das coisas. Um século atrás, um elétron era algo muito
diferente do que é hoje. Em cem anos, será algo muito diferente outra vez. Não podemos saber
se as forças que conhecemos hoje são as únicas que existem.
Segundo, porque nossas teorias e as simetrias que detectamos nos padrões regulares da natureza
são em geral aproximações. Não existe uma perfeição no mundo, apenas em nossas mentes. De
fato, quando analisamos com calma as “unificações” da física, vemos que são aproximações que
funcionam apenas dentro de certas condições.
O que encontramos são assimetrias, imperfeições que surgem desde as descrições das
propriedades da matéria até as das moléculas que determinam a vida, as proteínas e os ácidos
nucleicos (RNA e DNA). Por trás da riqueza que vemos nas formas materiais, encontramos a força
criativa das imperfeições.
MARCELO GLEISER
Adaptado de Folha de São Paulo, 25/08/2013  
Marcelo Gleiser, em “O poder criativo da imperfeição”, formula uma tese a respeito da relação entre ciência e realidade. O narrador do conto estabelece reflexões acerca do conhecimento que dialogam com essa tese. O trecho do conto que melhor sintetiza esse diálogo é: 

27 Q595319 | Português, Interpretação de Textos, Vestibular UERJ, UERJ, UERJ

Texto associado.
        O passado anda atrás de nós
        como os detetives os cobradores os ladrões
        o futuro anda na frente
        como as crianças os guias de montanha
5     os maratonistas melhores
        do que nós
        salvo engano o futuro não se imprime
        como o passado nas pedras nos móveis no rosto
        das pessoas que conhecemos
10    o passado ao contrário dos gatos
        não se limpa a si mesmo
        aos cães domesticados se ensina
        a andar sempre atrás do dono
        mas os cães o passado só aparentemente nos pertencem
15    pense em como do lodo primeiro surgiu esta poltrona este livro
        este besouro este vulcão este despenhadeiro
        à frente de nós à frente deles
        corre o cão
 ANA MARTINS MARQUES
O livro das semelhanças. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
aos cães domesticados se ensina
a andar sempre atrás do dono
mas os cães o passado só aparentemente nos pertencem (v. 12-14)
Nesses versos, sugere-se uma ideia a respeito da relação entre cães e seres humanos. Essa ideia, no verso destacado, recebe da poeta a seguinte avaliação:

28 Q595906 | Português, Interpretação de Textos, Vestibular UERJ, UERJ, UERJ, 2018

Texto associado.
A QUESTÃO REFERE-SE À OBRA “O ALIENISTA”, DE MACHADO DE ASSIS.

No início do capítulo I, o médico Simão Bacamarte explica que se casou com D. Evarista porque ela “estava assim
apta para dar-lhe filhos robustos, sãos e inteligentes”, mas logo em seguida observa que ela “não lhe deu filhos
robustos nem mofinos”.
As duas informações do personagem anunciam para o leitor o seguinte tom predominante da narrativa:

29 Q933061 | Português, Interpretação de Textos, Vestibular UERJ, UERJ, UERJ, 2017

Texto associado.
Quem tem o direito de falar?
A política não é uma questão apenas de circulação de bens e riquezas. Na verdade, a política é
também uma questão de circulação de afetos, da maneira como eles irão criar vínculos sociais,
afetando os que fazem parte desses vínculos.
A maneira como somos afetados define o que somos e o que não somos capazes de ver, sentir e
perceber. Definido o que vejo, sinto e percebo, definem-se o campo das minhas ações, a maneira
como julgarei, o que faz parte e o que está excluído do meu mundo.
Percebam, por exemplo, como um dos maiores feitos políticos de 2015 foi a circulação de uma
mera foto, a foto do menino sírio morto em um naufrágio no Mar Mediterrâneo. Nesse sentido, foi
muito interessante pesquisar as reações de certos europeus que invadiram sites de notícias de seu
continente com posts e comentários. Uma quantidade impressionante deles reclamava daqueles
jornais que decidiram publicar a foto. Eles diziam basicamente a mesma coisa: “parem de nos
mostrar o que não queremos ver”.
Toda verdadeira luta política é baseada em uma mudança nos circuitos dominantes de afetos.
Prova disso foi o fato de tal foto produzir o que vários discursos até então não haviam conseguido:
a suspensão temporária da política criminosa de indiferença em relação à sorte dos refugiados.
De fato, sabemos que faz parte das dinâmicas do poder decidir qual sofrimento é visível e qual é
invisível. Mas, para tanto, devemos antes decidir sobre quem fala e quem não fala.
Há várias maneiras de silêncio. A mais comum é simplesmente calar quem não tem direito à voz.
Isso é o que nos lembram todos aqueles que se engajaram na luta por grupos sociais vulneráveis
e objetos de violência contínua (negros, homossexuais, mulheres, travestis, palestinos, entre
tantos outros).
Mas há ainda outra forma de silêncio. Ela consiste em limitar a fala. A princípio, isso pode parecer
um ato de dar voz aos excluídos e subalternos, fazendo com que negros falem sobre os problemas
dos negros, mulheres falem sobre os problemas das mulheres, e por aí vai. No entanto, essa
é apenas uma forma astuta de silêncio, e deveríamos estar mais atentos a tal estratégia de
silenciamento identitário. Ao final, ela quer nos levar a acreditar que negros devem apenas falar
dos problemas dos negros, que mulheres devem apenas falar dos problemas das mulheres.
Posso dar visibilidade a sofrimentos que antes não circulavam, mas, quando aceito limitar minha
fala pela identidade que supostamente represento, não mudarei a forma de circulação de afetos,
pois não conseguirei implicar quem não partilha minha identidade na narrativa do meu sofrimento.
Ser um sujeito político é conseguir enunciar proposições que podem implicar qualquer um, ou seja,
que se dirigem a essa dimensão do “qualquer um” que faz parte de cada um de nós. É quando nos
colocamos na posição de qualquer um que temos mais força de desestabilização. O verdadeiro
medo do poder é que você se coloque na posição de qualquer um.
VLADIMIR SAFATLE
Adaptado de Folha de S. Paulo, 25/09/2015.
Ao abordar estratégias de silenciamento, o autor considera que uma delas seria mais astuta. 
Em relação às falas silenciadas, essa estratégia consiste em: 

30 Q597096 | Português, Interpretação de Textos, Vestibular UERJ, UERJ, UERJ, 2019

Texto associado.
Três teses sobre o avanço da febre amarela
Como a febre amarela rompeu os limites da Floresta Amazônica e alcançou o Sudeste, atingindo
os grandes centros urbanos? A partir do ano passado, o número de casos da doença alcançou
níveis sem precedentes nos últimos cinquenta anos. Desde o início de 2017, foram confirmados
779 casos, 262 deles resultando em mortes. Trata-se do maior surto da forma silvestre da doença
5 já registrado no país. Outros 435 registros ainda estão sob investigação.
Como tudo começou? Os navios portugueses vindos da África nos séculos XVII e XVIII não
trouxeram ao Brasil somente escravos e mercadorias. Dois inimigos silenciosos vieram junto: o
vírus da febre amarela e o mosquito Aedes aegypti. A consequência foi uma série de surtos de
febre amarela urbana no Brasil, com milhares de mortos. Por volta de 1940, a febre amarela urbana
10 foi erradicada. Mas o vírus migrou, pelo trânsito de pessoas infectadas, para zonas de floresta na
região Amazônica. No início dos anos 2000, a febre amarela ressurgiu em áreas da Mata Atlântica.
Três teses tentam explicar o fenômeno.
Segundo o professor Aloísio Falqueto, da Universidade Federal do Espírito Santo, “uma pessoa
pegou o vírus na Amazônia e entrou na Mata Atlântica depois, possivelmente na altura de Montes
15 Claros, em Minas Gerais, onde surgiram casos de macacos e pessoas infectadas”. O vírus teria
se espalhado porque os primatas da mata eram vulneráveis: como o vírus desaparece da região
na década de 1940, não desenvolveram anticorpos. Logo os macacos passaram a ser mortos por
seres humanos que temem contrair a doença. O massacre desses bichos, porém, é um “tiro no
pé”, o que faz crescer a chance de contaminação de pessoas. Sem primatas para picar na copa das
20 árvores, os mosquitos procuram sangue humano.
De acordo com o pesquisador Ricardo Lourenço, do Instituto Oswaldo Cruz, os mosquitos
transmissores da doença se deslocaram do Norte para o Sudeste, voando ao longo de rios e
corredores de mata. Estima-se que um mosquito seja capaz de voar 3 km por dia. Tanto o homem
quanto o macaco, quando picados, só carregam o vírus da febre amarela por cerca de três dias.
25 Depois disso, o organismo produz anticorpos. Em cerca de dez dias, primatas e humanos ou
morrem ou se curam, tornando-se imunes à doença.
Para o infectologista Eduardo Massad, professor da Universidade de São Paulo, o rompimento
da barragem da Samarco, em Mariana (MG), em 2015, teve papel relevante na disseminação
acelerada da doença no Sudeste. A destruição do habitat natural de diferentes espécies teria
30 reduzido significativamente os predadores naturais dos mosquitos. A tragédia ambiental ainda
teria afetado o sistema imunológico dos macacos, tornando-os mais suscetíveis ao vírus.
Por que é importante determinar a “viagem” do vírus? Basicamente, para orientar as campanhas
de vacinação. Em 2014, Eduardo Massad elaborou um plano de imunização depois que 11
pessoas morreram vítimas de febre amarela em Botucatu (SP): “Eu fiz cálculos matemáticos
35 para determinar qual seria a proporção da população nas áreas não vacinadas que deveria ser
imunizada, considerando os riscos de efeitos adversos da vacina. Infelizmente, a Secretaria de
Saúde não adotou essa estratégia. Os casos acontecem exatamente nas áreas onde eu havia
recomendado a vacinação. A Secretaria está correndo atrás do prejuízo”. Desde julho de 2017,
mais de 100 pessoas foram contaminadas em São Paulo e mais de 40 morreram.
40 O Ministério da Saúde afirmou em nota que, desde 2016, os estados e municípios vêm sendo
orientados para a necessidade de intensificar as medidas de prevenção. A orientação é que
pessoas em áreas de risco se vacinem.
NATHALIA PASSARINHO
Adaptado de bbc.com, 06/02/2018.
No quinto parágrafo, são apresentadas duas hipóteses acerca da disseminação da febre amarela. A marca verbal que evidencia a formulação dessas hipóteses é o uso de:
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