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Questões de Concursos IF TO

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61Q184257 | , Enfermeiro, IF TO, IF TO, 2019

Um paciente de 64 anos, tabagista, obeso, chegou à unidade básica de saúde referindo cefaleia, mal-estar e dor no peito com falta de ar. Tem história de hipertensão arterial há 12 anos, hiperlipidemia, diabetes melito. Ao ser avaliado pelo enfermeiro, a pressão arterial era 145 x90 mmhg, frequência cardíaca de 86 batimentos por minuto, frequência respiratória de 28 movimentos por minuto e glicemia capilar pós-prandial =102 mg/dl. A terapêutica medicamentosa do paciente inclui diuréticos, inibidor da enzima conversora de angiotensina e antidiabético da classe das sulfonilureias de segunda geração.

Julgue os itens que se seguem, relativos à situação hipotética apresentada:


I. Na consulta de enfermagem para estratificação de risco cardiovascular, recomenda-se a utilização do escore de Framingham.

II. De acordo com a estratificação dos portadores de hipertensão arterial adotada pelo Ministério de Saúde, o paciente inclui-se no grupo de risco moderado.

III. A obesidade e o sedentarismo são importantes fatores de risco presentes, que se relacionam tanto com a diabetes mellitus quanto com a hipertensão arterial.

IV. Na aferição da pressão arterial, o enfermeiro deve certificar-se de que o paciente não está com a bexiga cheia, que não praticou exercícios físicos há pelo menos 60 minutos, que não ingeriu bebidas alcoólicas, café ou alimentos e não fumou nos 30 minutos anteriores.

V. A terapêutica diurética pode causar desequilíbrio do volume de fluidos ou eletrólitos, incluindo hipocalemia e hiponatremia.


Das afirmativas anteriores:

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62Q39048 | Direito Administrativo, Assistente em Administração, IF TO

A respeito das modalidades de licitação, julgue os itens abaixo.

I. É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a combinação delas.
II. Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência.
III. As obras, serviços e compras efetuados pela Administração serão divididos em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e economicamente viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e à ampliação da competitividade sem perda da economia de escala.
IV. O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento será de cinco dias corridos para o convite.
V. Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de licitantes, essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de repetição do convite.

Marque a alternativa correta.
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63Q158781 | Português, Interpretação de Textos, Assistente em Administração, IF TO, IF TO, 2019

Texto associado.

A democracia opera milagres

§ 1º Com atraso de cinco dias, comemoro o 45º aniversário da Revolução dos Cravos, o movimento que devolveu Portugal à democracia.

§ 2º Comemoro porque Portugal talvez seja o melhor exemplo de como a democracia faz bem à saúde, à saúde do país e das pessoas.

§ 3º Portugal ganhou não só as deliciosas liberdades públicas associadas à democracia como, depois de algum tempo, viu o fim de uma guerra colonial fora de época.

§ 4º Natural, pois, que o 25 de abril tenha sido um tremendo porre cívico, uma festa inesquecível. Reproduzo trecho de um texto meu da época, que relatava a comemoração do 1º de maio, uma semana depois da queda da ditadura:

§ 5º “O primeiro cartaz que vi, com letras improvisadas em um retângulo de isopor, avisava: ‘A poesia está nas ruas’. A poesia saiu às ruas logo cedo: cada automóvel que desfilava por Lisboa levava flores. Às vezes, apenas uma. Às vezes, um ‘V’ floral, geralmente arranjado nas cores vermelha e verde da bandeira. Às vezes, as flores eram tantas que os carros mais pareciam canteiros com rodas, a soar sincopadamente as buzinas para repetir o slogan de todos: ‘O povo unido jamais será vencido’.”

§ 6º A democracia, um bem em si mesmo, pelo menos para meu gosto, veio acompanhada de um bônus, no caso de Portugal: a possibilidade de aceder à então Comunidade Econômica Europeia (hoje União Europeia). Ditaduras não são aceitas no clube. E fazer parte dele abriu as portas para a prosperidade.

§ 7º Que o digam os próprios portugueses: o mais recente Eurobarômetro informa que 69% deles dizem que pertencer à UE é uma coisa boa.

§ 8º Note-se que esse resultado vem na sequência de um período duro, de austeridade, recessão e desemprego (sim, democracia também tem percalços, como qualquer outro regime).

§ 9º É natural esse europeísmo de raiz, em uma época em que a Europa navega águas turbulentas: o crescimento econômico de Portugal em 2018 foi de 2,1%, acima da média da eurozona de 1,8%. O desemprego, que, durante a crise passara de 8% para 18%, está hoje abaixo de 7% (6,7%, exatamente).

§ 10. É natural, pois, que o austero Financial Times — adorador dos modelos ortodoxos — tenha, na semana passada, apontado Portugal como exemplo de sucesso com sua fórmula heterodoxa de saída da austeridade.

§ 11. Qual é a fórmula? “Mostramos que é possível aumentar a renda, dar impulso ao investimento privado, cortar o desemprego e, ainda assim, ter finanças públicas saudáveis”, canta António Costa, o primeiro-ministro.

§ 12. Trata-se de um raro socialista no poder em uma Europa que vinha caminhando para a direita até a vitória dos socialistas no domingo (28) na Espanha. Costa chegou ao governo (24/11/2015) com um déficit público de 4,4%. Reduziu-o a 0,5% no ano passado e pode zerá-lo em 2019, pela primeira vez em 40 anos. Ou seja, há números positivos para a direita, para a esquerda e, naturalmente, para o centro.

§ 13. Invejável, não? Não é à toa que Valdemar Cruz, jornalista do “Expresso”, tenha escrito a propósito do 25 de abril: “Sem abril, jamais seríamos o país que somos. Com todas as suas fragilidades. Com todas as suas grandezas. 25 de Abril foi ontem. 25 de Abril é hoje. 25 de Abril será sempre”.

§ 14. Como é possível que ainda haja quem louve ditaduras?

ROSSI, Clóvis. Folha de S. Paulo, 30 abr. 2019.  

Com relação às ideias do texto 1, assinale a alternativa correta:
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64Q181159 | Português, Enfermeiro, IF TO, IF TO, 2019

Texto associado.

Texto 1

Como ler os clássicos? 


§ 1º Em recente artigo para o jornal The New York Times, o novelista Brian Morton compara a leitura dos grandes escritores do passado a uma viagem no tempo, na qual o aventureiro deve mover-se com cautela, sem jamais tentar impor os seus costumes aos nativos de um longínquo período da história, cujas práticas não correspondem às nossas.

§ 2º Segundo o autor, isso não quer dizer que escritores antigos estejam imunes à crítica contemporânea, como se a autoridade do cânone em relação à crítica seguisse um critério de mérito por antiguidade, a partir do qual um texto deva ser protegido a qualquer custo — pelo simples fato de ter sobrevivido às mais diversas provas de resistência ao tempo.

§ 3º Ora, por mais antigo que seja, nenhum texto está isento de reinterpretações e críticas. Exemplo disso é o que nos propõe o estudioso Harold Bloom em “O Livro de J”, em que discorre sobre a possibilidade de alguns trechos do Pentateuco (os cinco primeiros livros da Bíblia) terem sido compostos por uma mulher.

§ 4º Assim, Morton recomenda que a crítica não se antecipe ao bom exercício da leitura. Algo raro nos dias de hoje, em que muitas vezes se opta por boicotar certas obras antes mesmo de confrontá-las por méritos artísticos específicos e prováveis limitações de fundo ético. Exemplo disso são seus estudantes que evitam a leitura de Edith Wharton (autora de “A Casa da Alegria”) e Dostoiévski, sob o pretexto de que qualquer suspeita de antissemitismo deveria ser banida da literatura.

§ 5º Ao referir-se a esse problema, Morton argumenta que, embora a crescente oposição dos estudantes seja alimentada por uma genuína sede de justiça social, a sobrevivência dos clássicos em departamentos de literatura não seria motivada pela pulsão reacionária de velhos professores, mas pela necessidade de compreendermos o terreno em que a criatividade humana se manifesta em um dado contexto histórico e cultural.

§ 6º Não há dúvidas de que as grandes vozes literárias do passado tenham uma visão de mundo limitada por preconceitos de época. Dessa queixa nem mesmo o mais precavido dos nossos contemporâneos conseguiria se safar! Afinal, o filósofo alemão Friedrich Nietzsche já declarava ser inevitável que todos os grandes espíritos estivessem ligados aos seus tempos por meio de algum preconceito.

§ 7º Mesmo assim, Morton ressalta que ainda temos muito a ganhar com a cuidadosa leitura desses textos que hoje são tidos por controversos. Segundo o autor, esse ganho se traduziria em um exercício de humildade a partir do qual o exame de um passado literário nos tornaria capazes de refletir sobre as limitações das práticas artísticas e dos costumes morais da nossa própria época.

§ 8º Em um diálogo de 2017 com o psicólogo Jordan Peterson, Camille Paglia faz uma observação complementar ao ressaltar que um texto não resiste ao tempo por imposição de uma elite cultural, mas por meio do seu constante uso pela tradição, enquanto referência à prática literária corrente. Ou seja, aquilo que nós consideramos grande arte é determinado pelas necessidades dos próprios artistas.

§ 9º Ao adotar-se o raciocínio de Paglia, chega-se à conclusão de que a permanência de autores como Homero e Shakespeare no cânone literário não seria consequência de uma conspiração do poder político e acadêmico para privilegiar determinados escritores em detrimento de outros. Isso decorre, portanto, da vitalidade das suas influências ao longo da história.

§ 10. Homero é um dos autores mais relevantes do cânone pelo fato de suas criações servirem de inspiração para escritores outros de épocas diversas. Desde os dramaturgos da antiga Grécia — como Ésquilo, que disse que suas peças não passavam de migalhas do banquete homérico — e Virgílio, o romano, até escritores modernos como o poeta e historiador britânico Robert Graves, autor de “A Filha de Homero”, e a escritora canadense Margaret Atwood com o seu “The Penelopiad”.

§ 11. Da mesma forma, Shakespeare teria influenciado outros escritores desde o seu advento, passando pelo teatro alemão do século 18 — por exemplo, tragédias históricas como “Götz von Berlichingen” e “Egmont” de Goethe — até o cinema japonês do século 20, em filmes do diretor Akira Kurosawa — tanto “Trono Manchado de Sangue” como “Ran”, cujos roteiros são adaptações dos dramas “Macbeth” e “Rei Lear”.

§ 12. Compreender essa teia de influências e associações é uma das tarefas mais difíceis do professor e crítico literário, cuja função mais ampla é a de oferecer ao público uma chave de leitura que seja simultaneamente plausível e criativa, sem que para isso tenha a necessidade de extrapolar os limites de uma obra — ora atribuindo ao texto características inexistentes, ora interpretações anacrônicas —, como se a própria obra e o seu contexto histórico não fossem capazes de despertar a fome literária do leitor.

§ 13. Desde o começo do meu doutorado, reflito sobre a melhor forma de ler e ensinar os clássicos da literatura alemã. Assim, durante o período em que me dedico aos alunos, como nas horas em que desenvolvo a minha tese, busco aplicar uma síntese das duas estratégias abordadas neste pequeno ensaio, quais sejam: a reconstrução de um contexto histórico específico na tentativa de emprestar uma ordem ao emaranhado de influências artísticas e filosóficas necessárias para o entendimento de autores como Goethe.

§ 14. Nesse afã, dedico a maior parte das minhas horas de estudo à versão de Goethe de “Ifigênia em Táuris”. Exercício em que procuro entender o contexto histórico de cada uma das versões dessa tragédia, ao mesmo tempo em que traço uma narrativa mais ampla sobre a recepção do texto original de Eurípides na Alemanha do século 18.

§ 15. Contudo, atento aos detalhes da versão de Goethe, que se distancia tanto do texto euripidiano como de outras versões da época, buscando ressaltar as qualidades morais atribuídas à protagonista, cujas atitudes revelam um importante questionamento sobre a relação entre gênero e autonomia na obra do escritor alemão.

§ 16. Goethe é um dos muitos autores clássicos arbitrariamente criticados pelas suas representações do feminino. No entanto, quanto mais tempo dedico ao estudo da sua obra, mais noto que determinadas críticas não fazem o menor sentido.

§ 17. Isso prova que, muitas vezes, a reputação de um escritor canônico entre os nossos contemporâneos apenas revela a inabilidade de nossa época em reconhecer os raros, porém eficientes, esforços do passado na promoção das liberdades que hoje consagramos.

§ 18. Não se trata de uma simples coincidência que Goethe tenha sido uma importante referência literária para a escritora George Eliot, autora de “Middlemarch”, ou que Elena Ferrante, na atualidade, tome uma citação de “Fausto” como a epígrafe de “A Amiga Genial”, o primeiro dos quatro volumes da ilustre série napolitana — uma espécie de “bildungsroman” (romance de formação ou amadurecimento) para os nossos tempos, sobre a busca de duas amigas por autoconhecimento e liberdade!

                             ALBURQUEQUE, Juliana de. Folha de S. Paulo, 26 mar. 2019. 

Considerando os aspectos linguísticos do texto, julgue as afirmativas a seguir:


I. No § 8º, a expressão “Ou seja” introduz uma paráfrase.

II. No trecho “capazes de despertar a fome literária do leitor” (§ 12), a autora vale-se de linguagem conotativa.

III. No § 3º, a palavra “Ora” tem sentido diferente daquele empregado no excerto “ora atribuindo ao texto características inexistentes, ora interpretações anacrônicas” (§ 12).

IV. O excerto “Isso decorre, portanto, da vitalidade das suas influências ao longo da história” (§ 9º) poderia ser assim redigido, mantidos o sentido original e a norma-padrão: “Isso decorre, pois, da vitalidade das suas influências ao longo da história”.

V. Estariam preservados o sentido original e a norma-padrão da língua, caso a autora, no § 1º, substituísse a forma verbal “correspondem” pela forma verbal “correspondam”, conforme o seguinte registro: “cujas práticas correspondam às nossas”.


Assinale a opção correta:

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65Q183677 | , Enfermeiro, IF TO, IF TO, 2019

Em relação à qualidade da Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) em adultos, analise as afirmativas a seguir baseado no algoritmo do Suporte avançado de vida (SAVC) para RCP 2018 da American Heart Association: Suporte avançado de vida Cardiovascular e Suporte avançado de vida em Pediatria.


I. Comprima com força (pelo menos 5cm) e rapidez (100-120/min.) e aguarde o retorno total do tórax.

II. Minimize interrupções nas compressões e evite ventilação excessiva.

III. Alterne as pessoas que aplicam as compressões a cada 3 minutos.

IV. Sem via área avançada, relação compressão-ventilação de 30:2.

V. Capnografia quantitativa com forma de onda – Se PETCO2 <10mmHg, tente melhorar a qualidade da RCP.

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66Q188155 | Português, Flexão nominal e verbal, Administrador, IF TO, IF TO, 2019

Texto associado.

Texto 1

Como ler os clássicos? 


§ 1º Em recente artigo para o jornal The New York Times, o novelista Brian Morton compara a leitura dos grandes escritores do passado a uma viagem no tempo, na qual o aventureiro deve mover-se com cautela, sem jamais tentar impor os seus costumes aos nativos de um longínquo período da história, cujas práticas não correspondem às nossas.

§ 2º Segundo o autor, isso não quer dizer que escritores antigos estejam imunes à crítica contemporânea, como se a autoridade do cânone em relação à crítica seguisse um critério de mérito por antiguidade, a partir do qual um texto deva ser protegido a qualquer custo — pelo simples fato de ter sobrevivido às mais diversas provas de resistência ao tempo.

§ 3º Ora, por mais antigo que seja, nenhum texto está isento de reinterpretações e críticas. Exemplo disso é o que nos propõe o estudioso Harold Bloom em “O Livro de J”, em que discorre sobre a possibilidade de alguns trechos do Pentateuco (os cinco primeiros livros da Bíblia) terem sido compostos por uma mulher.

§ 4º Assim, Morton recomenda que a crítica não se antecipe ao bom exercício da leitura. Algo raro nos dias de hoje, em que muitas vezes se opta por boicotar certas obras antes mesmo de confrontá-las por méritos artísticos específicos e prováveis limitações de fundo ético. Exemplo disso são seus estudantes que evitam a leitura de Edith Wharton (autora de “A Casa da Alegria”) e Dostoiévski, sob o pretexto de que qualquer suspeita de antissemitismo deveria ser banida da literatura.

§ 5º Ao referir-se a esse problema, Morton argumenta que, embora a crescente oposição dos estudantes seja alimentada por uma genuína sede de justiça social, a sobrevivência dos clássicos em departamentos de literatura não seria motivada pela pulsão reacionária de velhos professores, mas pela necessidade de compreendermos o terreno em que a criatividade humana se manifesta em um dado contexto histórico e cultural.

§ 6º Não há dúvidas de que as grandes vozes literárias do passado tenham uma visão de mundo limitada por preconceitos de época. Dessa queixa nem mesmo o mais precavido dos nossos contemporâneos conseguiria se safar! Afinal, o filósofo alemão Friedrich Nietzsche já declarava ser inevitável que todos os grandes espíritos estivessem ligados aos seus tempos por meio de algum preconceito.

§ 7º Mesmo assim, Morton ressalta que ainda temos muito a ganhar com a cuidadosa leitura desses textos que hoje são tidos por controversos. Segundo o autor, esse ganho se traduziria em um exercício de humildade a partir do qual o exame de um passado literário nos tornaria capazes de refletir sobre as limitações das práticas artísticas e dos costumes morais da nossa própria época.

§ 8º Em um diálogo de 2017 com o psicólogo Jordan Peterson, Camille Paglia faz uma observação complementar ao ressaltar que um texto não resiste ao tempo por imposição de uma elite cultural, mas por meio do seu constante uso pela tradição, enquanto referência à prática literária corrente. Ou seja, aquilo que nós consideramos grande arte é determinado pelas necessidades dos próprios artistas.

§ 9º Ao adotar-se o raciocínio de Paglia, chega-se à conclusão de que a permanência de autores como Homero e Shakespeare no cânone literário não seria consequência de uma conspiração do poder político e acadêmico para privilegiar determinados escritores em detrimento de outros. Isso decorre, portanto, da vitalidade das suas influências ao longo da história.

§ 10. Homero é um dos autores mais relevantes do cânone pelo fato de suas criações servirem de inspiração para escritores outros de épocas diversas. Desde os dramaturgos da antiga Grécia — como Ésquilo, que disse que suas peças não passavam de migalhas do banquete homérico — e Virgílio, o romano, até escritores modernos como o poeta e historiador britânico Robert Graves, autor de “A Filha de Homero”, e a escritora canadense Margaret Atwood com o seu “The Penelopiad”.

§ 11. Da mesma forma, Shakespeare teria influenciado outros escritores desde o seu advento, passando pelo teatro alemão do século 18 — por exemplo, tragédias históricas como “Götz von Berlichingen” e “Egmont” de Goethe — até o cinema japonês do século 20, em filmes do diretor Akira Kurosawa — tanto “Trono Manchado de Sangue” como “Ran”, cujos roteiros são adaptações dos dramas “Macbeth” e “Rei Lear”.

§ 12. Compreender essa teia de influências e associações é uma das tarefas mais difíceis do professor e crítico literário, cuja função mais ampla é a de oferecer ao público uma chave de leitura que seja simultaneamente plausível e criativa, sem que para isso tenha a necessidade de extrapolar os limites de uma obra — ora atribuindo ao texto características inexistentes, ora interpretações anacrônicas —, como se a própria obra e o seu contexto histórico não fossem capazes de despertar a fome literária do leitor.

§ 13. Desde o começo do meu doutorado, reflito sobre a melhor forma de ler e ensinar os clássicos da literatura alemã. Assim, durante o período em que me dedico aos alunos, como nas horas em que desenvolvo a minha tese, busco aplicar uma síntese das duas estratégias abordadas neste pequeno ensaio, quais sejam: a reconstrução de um contexto histórico específico na tentativa de emprestar uma ordem ao emaranhado de influências artísticas e filosóficas necessárias para o entendimento de autores como Goethe.

§ 14. Nesse afã, dedico a maior parte das minhas horas de estudo à versão de Goethe de “Ifigênia em Táuris”. Exercício em que procuro entender o contexto histórico de cada uma das versões dessa tragédia, ao mesmo tempo em que traço uma narrativa mais ampla sobre a recepção do texto original de Eurípides na Alemanha do século 18.

§ 15. Contudo, atento aos detalhes da versão de Goethe, que se distancia tanto do texto euripidiano como de outras versões da época, buscando ressaltar as qualidades morais atribuídas à protagonista, cujas atitudes revelam um importante questionamento sobre a relação entre gênero e autonomia na obra do escritor alemão.

§ 16. Goethe é um dos muitos autores clássicos arbitrariamente criticados pelas suas representações do feminino. No entanto, quanto mais tempo dedico ao estudo da sua obra, mais noto que determinadas críticas não fazem o menor sentido.

§ 17. Isso prova que, muitas vezes, a reputação de um escritor canônico entre os nossos contemporâneos apenas revela a inabilidade de nossa época em reconhecer os raros, porém eficientes, esforços do passado na promoção das liberdades que hoje consagramos.

§ 18. Não se trata de uma simples coincidência que Goethe tenha sido uma importante referência literária para a escritora George Eliot, autora de “Middlemarch”, ou que Elena Ferrante, na atualidade, tome uma citação de “Fausto” como a epígrafe de “A Amiga Genial”, o primeiro dos quatro volumes da ilustre série napolitana — uma espécie de “bildungsroman” (romance de formação ou amadurecimento) para os nossos tempos, sobre a busca de duas amigas por autoconhecimento e liberdade!

                             ALBURQUEQUE, Juliana de. Folha de S. Paulo, 26 mar. 2019. 

Assinale a alternativa que apresenta correta flexão das formas verbais e adequada articulação de tempos e modos:
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67Q182534 | , Engenheiro Civil, IF TO, IF TO, 2019

Acerca do cimento Portland, é correto afirmar:
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68Q235115 | , Psicólogo, IF TO, IF TO, 2019

Qual das afirmações seguintes não é um elemento correto da Teoria de Campo formulada por Kurt Lewin:
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69Q39043 | Direito Administrativo, Assistente em Administração, IF TO

De acordo com a Lei n.º 8.666/93, as modalidades de licitação serão determinadas em função de limites, tendo em vista o valor estimado da contratação. Nesse sentido, marque a alternativa que não corresponde com os limites definidos em lei:
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70Q183577 | , Engenheiro Civil, IF TO, IF TO, 2019

A curva de compactação dos Solos é formada por um ramo seco e um ramo úmido. No que diz respeito ao Ramo Seco da curva de compactação, julgue os itens abaixo.


I. A água de seus vazios está sob o efeito capilar. As tensões de capilaridade tendem a aglutinar o solo mediante a coesão aparente entre suas partículas constituintes. Isto impede a sua desintegração e o movimento relativo das partículas para um novo rearranjo.

II. No ramo seco da curva de Proctor, a saída de ar é facilitada porque o ar se encontra na forma de canalículos intercomunicados.

III. A partir de um certo teor de umidade, a compactação não consegue mais expulsar o ar dos vazios, pois o grau de saturação já é elevado e o ar está ocluso por água.


Assinale a alternativa correta.

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71Q237936 | , Psicólogo, IF TO, IF TO, 2019

A Gestalt-terapia reuniu, explicita ou implicitamente, uma combinação numerosa de correntes filosóficas e terapêuticas de fontes diversas: europeias, americanas ou orientais (Ginger, 1995). A esse respeito, e considerando os pressupostos desta abordagem psicológica, analise as afirmações abaixo e marque a alternativa correta:


I. Da fenomenologia ela reteve que o essencial é vivência imediata, tal como é percebida ou sentida corporalmente.

II. Proveniente do método fenomenológico, a abordagem sustenta o modo explicativo em detrimento da descrição. Esclarece que o porquê precede o como.

III. Do existencialismo acolhe a noção de responsabilidade de cada pessoa que participa ativamente da construção de seu projeto existencial e confere um sentido original ao que acontece e ao mundo que a rodeia, criando, a cada dia, sua relativa liberdade.

IV. Ainda que conserve no seu nome, em nada a Gestalt-terapia absorve da Psicologia da Gestalt, esta última também conhecida como a escola da percepção.

V. A Psicologia humanista, movimento chamado de “terceira força em psicologia”, é também reconhecida como raiz dessa abordagem. Em ambas estão presentes críticas aos aspectos materialistas e mecanicistas da cultura ocidental.

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72Q39053 | Direito Administrativo, Assistente em Administração, IF TO

Julgue os itens abaixo, tendo em vista o disposto na Lei nº 8.112/90.

I. A União manterá Plano de Seguridade Social para o servidor e sua família.
II. A ação disciplinar prescreverá em dois anos, quanto à suspensão.
III. Configura abandono de cargo a ausência intencional do servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos.
IV. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com a demissão.
V. A demissão será aplicada, dentre outros casos, na insubordinação grave em serviço.

Marque a alternativa correta.
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73Q157783 | Português, Sintaxe, Assistente em Administração, IF TO, IF TO, 2019

Texto associado.

A jaula tem 1 metro de largura por 1,8 de comprimento. É do tamanho de uma geladeira. A porca reprodutora, um enorme animal de 14 kg, mal consegue se mexer ali dentro. Passa a vida inteira deitada, sem andar, com as patas atrofiadas. Ela só sai para parir — em outra jaula. Com menos de um mês, os filhotes são desmamados à força, e a porca é inseminada de novo. Esse processo se repete cinco, seis, sete vezes. Só para quando ela não consegue mais engravidar, e então é descartada como uma máquina velha. Em laboratórios de pesquisa, coelhos são totalmente imobilizados, sem poder sequer piscar, enquanto cientistas pingam substâncias em seus olhos. A tortura pode durar horas ou dias a fio até que, no fim do teste, o animal é sacrificado — a morte boa que vem em  seu socorro. As granjas não têm interesse em criar os pintinhos machos, pois eles demoram mais para engordar do que as fêmeas. E por isso são jogados, logo ao nascer, em sacos plásticos ou moedores de carne, para que morram sufocados ou sejam estraçalhados vivos.

Esses são só três exemplos dos maus-tratos que os bichos sofrem no mundo moderno. Há muitos outros. Ao longo do século 20, as indústrias alimentícia e farmacêutica elevaram a exploração animal a um patamar assustador. Mas não precisa ser assim. Nem sempre é necessário utilizar cobaias em estudos científicos — e, nos casos em que ainda é, isso não precisa ser feito com crueldade e indiferença. 95% da população mundial come, e provavelmente vai continuar comendo, carne. Mas isso não significa que bois, porcos e galinhas precisem ser criados, e abatidos, de forma desumana. A novidade é que, pressionada pelos consumidores e por novas leis, a indústria parece ter entendido isso. E finalmente, após décadas encarando os animais como objetos, começou a repensar o tratamento deles. Um conjunto de novas tecnologias e procedimentos, que deverão entrar em vigor já nos próximos anos, promete reduzir bastante o sofrimento animal.

Szklarz, Eduardo; Garattoni, Bruno. Maus-tratos aos animais. Superinteressante, São Paulo, ano 32, n. 395, p. 26–35, nov. 2018. (fragmento)

“As granjas não têm interesse em criar os pintinhos machos, pois eles demoram mais para engordar do que as fêmeas.” (l. 17–19) O trecho destacado expressa
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74Q39051 | Direito Administrativo, Assistente em Administração, IF TO

O Artigo 11 da Lei nº 8.429/92 diz que constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração Pública, exceto.
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75Q159518 | Português, Interpretação de Textos, Assistente em Administração, IF TO, IF TO, 2019

Os excertos a seguir constituem texto adaptado do artigo “Um samurai nas alturas”, de João Pereira Coutinho, publicado no jornal Folha de S. Paulo, em 5 de abril de 2019. Tais excertos, no entanto, encontram-se desordenados. Numere-os de modo que seja estabelecida a coesão e a coerência.

Em seguida, assinale a opção correspondente à ordem correta dos excertos.

( ) Esse projeto consiste em escalar o paredão do El Capitán, um rochedo com 975 metros que fica no Parque Natural de Yosemite, na Califórnia. Alex já escalou o bicho várias vezes com o equipamento de segurança. E várias vezes falhou a empreitada. Como garantir que, sem cordas, sem paraquedas, sem nada, a história será diferente? E como explicar o demencial otimismo do rapaz? E se isso não é doença, é o quê?

( ) É a pergunta que vale 1 milhão de dólares: se tudo aquilo que interessa à espécie humana é sobreviver e passar os genes, como explicar que alguém queira escalar uma rocha gigante, sem equipamento de segurança, sabendo que um gesto em falso significa a morte?

( ) A essa eu respondo: é obsessão; desafio; coragem. E arte, muita arte: quando acompanhamos Alex nos seus ensaios, percebemos que a escalada em “free solo” tem tanto de esforço como de rigor técnico.

( ) Deixo a pergunta para os darwinistas de carteirinha. Ou, então, aconselho à mesma turma o documentário “Free Solo”, que venceu o Oscar esse ano.

( ) A obra é, artisticamente falando, banalíssima. Mas não são as qualidades estéticas do documentário que interessam. O que interessa é o personagem principal — Alex Honnold, um alpinista que partilha com a câmera o seu projeto de vida.

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76Q158270 | Ética na Administração Pública, Decreto 1171 94, Assistente em Administração, IF TO, IF TO, 2019

De acordo com o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, aprovado pelo Decreto n.º 1.171, de 22 de junho de 1994, são deveres fundamentais do servidor público, exceto:
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77Q235301 | , Psicólogo, IF TO, IF TO, 2019

Acerca das Teorias Psicossomáticas podem ser feitas as seguintes afirmativas:

I. A Escola Psicossomática de Paris parte da Divisão Cartesiana entre psique e soma. A pulsão inicialmente verte da psique para o corpo, causando alterações neste último.

II. A teoria psicossomática utiliza o paradigma de Freud da Neurose Atual e Neurose de Angústia para pensar as chamadas afecções psicossomáticas. Mais tarde, Christophe Dejours traz a concepção da pulsão como mobilização que percorre o corpo e o anima.

III. Inicialmente, Pierre Marty propunha uma psicoterapia interpretativa e diretiva, devido à pobreza metafórica e fantasmática dos pacientes com pensamento operativo e depressão essencial.

IV. Segundo Juan-David Nasio, a psicossomática está no campo das formações do objeto “a”, a qual se dá a partir de uma chamada significante que não teve resposta significante, mas sim teve uma resposta-objeto.

Julgue as afirmativas anteriores e assinale a alternativa correta.

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78Q190087 | , Administrador, IF TO, IF TO, 2019

Para Chiavenato (2010) a Administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso dos recursos e competências organizacionais para alcançar determinados objetivos com eficiência e eficácia. Sobre processo administrativo é correto afirmar, exceto:
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79Q183326 | , Enfermeiro, IF TO, IF TO, 2019

Leia a situação hipotética a seguir: R.S.G, 19 anos, sexo masculino, chega à unidade de pronto atendimento referindo mal-estar, perda de apetite, vômitos e dor abdominal em região periumbilical, iniciada há 24 horas. Na consulta com o enfermeiro, este, ao examinar seu cliente, realiza a palpação do quadrante inferior esquerdo do abdômen do cliente que resultou em dor no quadrante inferior direito. Analise as afirmativas a seguir:


I. Na palpação abdominal, o enfermeiro pesquisou o sinal de Rosving, que sugere a hipótese de inflamação peritoneal por apendicite aguda.

II. Após terminar o exame físico, a próxima fase do processo de enfermagem é o planejamento de enfermagem.

III. Na semiologia abdominal, o enfermeiro deverá, sequencialmente, realizar: inspeção, ausculta, palpação e percussão.

IV. Algumas intervenções de enfermagem para este caso são aliviar a dor, monitorar sinais vitais, controlar náuseas e vômitos e monitorar balanço hídrico.

V. Considerando a possibilidade de ser um caso de apendicite, o enfermeiro deverá providenciar o material para realizar enema, iniciando a preparação pré-operatória, antes de o cliente ser encaminhado para unidade hospitalar.


Das afirmativas anteriores:

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80Q182460 | , Engenheiro Civil, IF TO, IF TO, 2019

A corrosão de armaduras do concreto armado é um sintoma visível do processo de degradação da estrutura. A corrosão é uma reação eletroquímica do aço, resultando em óxidos de ferro que possuem natureza expansiva. O aumento do volume do aço oxidado é suficiente para produzir tensões de tração importantes, capazes de romper o cobrimento, colocando as armaduras em exposição. Com relação às medidas que evitam a degradação precoce do concreto, assinale a alternativa incorreta.
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