Questões de Concursos IFF

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61Q950872 | Matemática, Aritmética e Problemas, Segundo Semestre, IFF, IFF, 2018

A trajetória de um objeto A é representada pela curva da função ƒ(t) = t3 – 4t e a trajetória de um objeto B é representada pela curva da função g(t) = t2 , sendo que t representa o tempo em minutos. Após o início do deslocamento, a trajetória dos dois objetos coincidirá aproximadamente no instante

(Considere √17 = 4,1)

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62Q950879 | Biologia, Protistas e algas, Segundo Semestre, IFF, IFF, 2018

Na corrosão de metais, ocorre a deterioração do material devido a uma reação de oxirredução do metal com o meio. O ferro, por exemplo, é facilmente oxidado quando exposto ao ar e à umidade, formando o óxido de ferro mono-hidratado (Fe2O3 . H2O), conhecido como ferrugem, conforme a reação balanceada a seguir:

2 Fe + 1,5 O2 + H2O → Fe2O3 . H2O

Sabendo que um pedaço de 10,0g de ferro foi exposto ao ar e à umidade, oxidando-se totalmente, qual a massa, aproximada, de ferrugem formada?

Dados de massas atômicas: H= 1,0u; O= 16,0u; Fe= 55,8u.

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63Q950876 | Química, Transformações Químicas, Segundo Semestre, IFF, IFF, 2018

O soro caseiro, que serve para combater a desidratação causada por diarreia ou vômito, é uma solução aquosa contendo sal de cozinha (NaCl) e açúcar (C12H22O11). Ele pode ser feito misturando-se 3,5g de sal de cozinha e 20g de açúcar em 1L de água. Em relação ao soro caseiro, assinale a alternativa CORRETA:

Dados:

Coeficiente de Solubilidade do NaCl: 36g NaCl/100mL de água a 20°C; Coeficiente de Solubilidade do C12H22O11: 33g C12H22O11/100mL de água a 20°C.

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64Q950863 | Português, Interpretação de Textos, Segundo Semestre, IFF, IFF, 2018

Determinadas categorias gramaticais podem produzir diferentes efeitos de sentido nos contextos em que estão inseridas, como é o caso dos verbos. Alguns deles, em tempos simples ou integrando uma locução verbal, podem denotar ideias ou “matizes” denominados aspectos. Examine as alternativas e indique em qual delas o aspecto verbal está INCORRETAMENTE analisado:
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65Q950869 | Matemática, Função de 1 Grau ou Função Afim, Segundo Semestre, IFF, IFF, 2018

Ao multiplicarmos um número complexo não nulo pela unidade imaginária i, tal que i2 = -1,
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66Q950878 | Química, Eletroquímica Oxirredução, Segundo Semestre, IFF, IFF, 2018

Os átomos que constituem os elementos químicos são constituídos por três partículas fundamentais: prótons, nêutrons e elétrons, sendo que a quantidade de prótons caracteriza o elemento químico correspondente para aquele átomo. Tomando por base a constituição dos átomos e a distribuição eletrônica dos elementos, marque a alternativa que indica a massa atômica e o grupo (família) na tabela periódica, respectivamente, de um átomo contendo 16 prótons, 16 nêutrons e 18 elétrons:
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67Q950883 | História, República Autoritária 1964 1984, Segundo Semestre, IFF, IFF, 2018

“Epopeia empolgante, da arremetida dos leões goytacazes em busca do insultador da Pátria amada! Lições de coragem, de desprendimento, de fé cívica que nos deixaram aqueles destemidos voluntários campistas abandonando as plagas camposinas, nos dias apreensivos de 1865, em busca do Sul, para baterem rijos ao atrevido Paysandu! Somente a 25 de janeiro de 1865 foi que os campistas puderam ter a demorada notícia [...] da invasão do território brasileiro, na província do Mato Grosso, pelas hordas fanáticas do [Solano] López [...]. A alma campista fremiu de patriotismo, e [...] três dias após a tremenda notícia [partiam] [...] os primeiros patriotas. Efetivamente cheio de estoicismo [...] 12 campistas [...] subiam a bordo do vapor [...].”

SOUSA, Horacio. Cyclo Aureo: História do 1º centenário da cidade de Campos 1835-1935. Campos dos Goytacazes, RJ: Essentia, 2014. 1ª edição de 1935. (Memórias Fluminenses: v. 1). p. 129 (adaptado).

O texto foi publicado pela primeira vez no ano de 1935, e trata da participação de voluntários da cidade de Campos dos Goytacazes na Guerra do Paraguai (1864-1870). Analisando historicamente o texto e relacionando-o com o referido conflito, julgue as afirmações a seguir:

I. O Império brasileiro não participou das tensões na região do rio da Prata antes da guerra, só dando atenção política à área quando se iniciaram as ações bélicas, como fica caracterizado no texto pela demora da chegada de notícias sobre o conflito.

II. A participação de voluntários na Guerra do Paraguai foi intensa, tendo partido milhares de soldados de todo o país, tidos, tanto em parte da imprensa da época quanto em parte da historiografia sobre o tema, como nobres voluntários, conforme são caracterizados no texto.

III. O processo político que culmina com o conflito foi fruto exclusivo das ações autoritárias do presidente paraguaio Solano López, que, segundo o texto, liderava “hordas fanáticas” e era um “insultador”.

A(s) afirmação(ões) CORRETA(S) é(são)

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68Q950862 | Arquivologia, Interpretação de Textos, Segundo Semestre, IFF, IFF, 2018

Texto associado.

Texto I


Feliz por nada


Geralmente, quando uma pessoa exclama “Estou tão feliz!”, é porque engatou um novo amor, conseguiu uma promoção, ganhou uma bolsa de estudos, perdeu os quilos que precisava ou algo do tipo. Há sempre um porquê. Eu costumo torcer para que essa felicidade dure um bom tempo, mas sei que as novidades envelhecem e que não é seguro se sentir feliz apenas por atingimento de metas. Muito melhor é ser feliz por nada.

Feliz por estar com as dívidas pagas. Feliz porque alguém o elogiou. Feliz porque existe uma perspectiva de viagem daqui a alguns meses. Feliz porque você não magoou ninguém hoje. Feliz porque daqui a pouco será hora de dormir e não há lugar no mundo mais acolhedor do que sua cama. Mesmo sendo motivos prosaicos, isso ainda é ser feliz por muito.

Feliz por nada, nada mesmo? Talvez passe pela total despreocupação com essa busca. Essa tal de felicidade inferniza. “Faça isso, faça aquilo”. A troco? Quem garante que todos chegam lá pelo mesmo caminho?

Particularmente, gosto de quem tem compromisso com a alegria, que procura relativizar as chatices diárias e se concentrar no que importa pra valer, e assim alivia o seu cotidiano e não atormenta o dos outros. Mas não estando alegre, é possível ser feliz também. Não estando “realizado”, também. Estando triste, felicíssimo igual. Porque felicidade é calma. Consciência. É ter talento para aturar o inevitável, é tirar algum proveito do imprevisto, é ficar debochadamente assombrado consigo próprio: como é que eu me meti nessa, como é que foi acontecer comigo? Pois é, são os efeitos colaterais de se estar vivo.

Benditos os que conseguem se deixar em paz. Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, que não se culpam por terem falhado, não se torturam por terem sido contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos. Apenas fazem o melhor que podem.

Se é para ser mestre em alguma coisa, então que sejamos mestres em nos libertar da patrulha do pensamento. De querer se adequar à sociedade e ao mesmo tempo ser livre. Adequação e liberdade simultaneamente? É uma senhora ambição. Demanda a energia de uma usina. Para que se consumir tanto?

A vida não é um questionário de Proust. Você não precisa ter que responder ao mundo quais são suas qualidades, sua cor preferida, seu prato favorito, que bicho seria. Que mania de se autoconhecer. Chega de se autoconhecer. Você é o que é, um imperfeito bemintencionado e que muda de opinião sem a menor culpa.

Ser feliz por nada talvez seja isso.

MEDEIROS, Martha. Felicidade crônica. 15.ed. Porto Alegre: L&PM, 2016. p. 86-87.

Os recursos expressivos, como as figuras de linguagem, fazem-se relevantes para a compreensão e interpretação de textos literários, levando o emissor a um uso mais eficaz da linguagem, que é um fenômeno social. A partir dos comentários sobre esses recursos, analise as proposições a seguir e marque a que NÃO representa seu uso:
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69Q950866 | Português, Coesão e coerência, Segundo Semestre, IFF, IFF, 2018

Assinale a alternativa que avalia CORRETAMENTE as assertivas seguintes:

I. No texto IV, caso seja retirado o acento gráfico de “histórias”, não haverá alteração semântica tampouco morfológica, o que comprova a acentuação gráfica ser fundamental para a coerência textual.

II. Corroborando ser a ortografia recurso importante para se manter a coerência de um enunciado, no texto IV, em “...espiava em silêncio...”, se a palavra em negrito for substituída por seu homônimo homófono “expiava”, manter-se-á o sentido original da expressão.

III. “Rhodes chama a atenção para os diferentes tipos de sentimento que permeiam a vida...” (texto V) – No período transcrito, o acréscimo de uma vírgula antes do pronome relativo “que” mudará o caráter restritivo da oração. Isso demonstra que a pontuação contribui para a coerência do texto.

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70Q950886 | Geografia, Impactos e soluções nos meios natural e rural, Segundo Semestre, IFF, IFF, 2018

Número de filhos por mulher na Alemanha é o maior desde 1973

Alemanha 28/03/2018

“O número de nascimentos na Alemanha aumentou pelo quinto ano consecutivo, e a taxa de fecundidade do país chegou ao nível mais alto desde os anos 70, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (28/03) pelo Departamento Federal de Estatísticas da Alemanha (Destatis).

Em 2016, 792.131 crianças nasceram no país, o que significa um crescimento de 7% (54.556 crianças) em relação ao ano anterior e equivale ao total de nascimentos registrado em 1996”.

Disponível em: http://www.dw.com/pt-br/n%C3%BAmero-de-filhos-por-mulher-na-alemanha-%C3%A9-o-maior-desde-1973/a-43171008. Acesso em: 11 abr. 2018.

Considerando os dados divulgados e o cenário apresentado pelo Destatis, um dos fatores responsáveis pelo aumento da taxa de fecundidade na Alemanha é

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71Q950867 | Português, Funções da Linguagem Emotiva, Segundo Semestre, IFF, IFF, 2018

Texto associado.

Texto I

Feliz por nada

Geralmente, quando uma pessoa exclama “Estou tão feliz!”, é porque engatou um novo amor, conseguiu uma promoção, ganhou uma bolsa de estudos, perdeu os quilos que precisava ou algo do tipo. Há sempre um porquê. Eu costumo torcer para que essa felicidade dure um bom tempo, mas sei que as novidades envelhecem e que não é seguro se sentir feliz apenas por atingimento de metas. Muito melhor é ser feliz por nada.

Feliz por estar com as dívidas pagas. Feliz porque alguém o elogiou. Feliz porque existe uma perspectiva de viagem daqui a alguns meses. Feliz porque você não magoou ninguém hoje. Feliz porque daqui a pouco será hora de dormir e não há lugar no mundo mais acolhedor do que sua cama. Mesmo sendo motivos prosaicos, isso ainda é ser feliz por muito.

Feliz por nada, nada mesmo? Talvez passe pela total despreocupação com essa busca. Essa tal de felicidade inferniza. “Faça isso, faça aquilo”. A troco? Quem garante que todos chegam lá pelo mesmo caminho?

Particularmente, gosto de quem tem compromisso com a alegria, que procura relativizar as chatices diárias e se concentrar no que importa pra valer, e assim alivia o seu cotidiano e não atormenta o dos outros. Mas não estando alegre, é possível ser feliz também. Não estando “realizado”, também. Estando triste, felicíssimo igual. Porque felicidade é calma. Consciência. É ter talento para aturar o inevitável, é tirar algum proveito do imprevisto, é ficar debochadamente assombrado consigo próprio: como é que eu me meti nessa, como é que foi acontecer comigo? Pois é, são os efeitos colaterais de se estar vivo.

Benditos os que conseguem se deixar em paz. Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, que não se culpam por terem falhado, não se torturam por terem sido contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos. Apenas fazem o melhor que podem.

Se é para ser mestre em alguma coisa, então que sejamos mestres em nos libertar da patrulha do pensamento. De querer se adequar à sociedade e ao mesmo tempo ser livre. Adequação e liberdade simultaneamente? É uma senhora ambição. Demanda a energia de uma usina. Para que se consumir tanto?

A vida não é um questionário de Proust. Você não precisa ter que responder ao mundo quais são suas qualidades, sua cor preferida, seu prato favorito, que bicho seria. Que mania de se autoconhecer. Chega de se autoconhecer. Você é o que é, um imperfeito bem intencionado e que muda de opinião sem a menor culpa.

Ser feliz por nada talvez seja isso.

MEDEIROS, Martha. Felicidade crônica. 15.ed. Porto Alegre: L&PM, 2016. p. 86-87.


Texto III

O conceito felicidade para os filósofos

A felicidade é particular para cada ser humano, é uma questão muito individual. Mesmo que a ideia compartilhada entre a maior parte das pessoas seja que esse conceito é construído com saúde, amor, dinheiro, entre outros itens.

A filosofia que investiga e se dedica para definir e esclarecer as ideias do ser humano é excelente para refletir sobre a felicidade. E as primeiras reflexões de filosofia sobre ética continham o assunto felicidade, na Grécia antiga.

A mais antiga referência de filosofia sobre esse tema é o fragmento do texto de Tales de Mileto, este que viveu entre 7 a.C. e 6 a.C. Para Tales, ser feliz é ter corpo forte e são, boa sorte e alma formada.

Para Sócrates, essa ideia teve rumo novo, ele postulou que não havia relação da felicidade com somente satisfação dos desejos e necessidades do corpo, mas que o homem não é apenas corpo, e sim em principal, alma. Felicidade seria o bem da alma, através da conduta justa e virtuosa.

E já para Kant, a felicidade está no âmbito do prazer e desejo, e não há relação com Ética, logo não seria tema para investigar de maneira filosófica.

Mas ao que cerca a língua inglesa, na época de Kant, a felicidade teve destaque no pensamento político e sua busca passou a ser “direito do homem”, e isso é consignado na Constituição dos Estados Unidos da América, de 1787, redigida de acordo com o Iluminismo.

No século 20, surge uma nova reflexão sobre o tema do inglês Bertrand Russel com a obra A Conquista da Felicidade, com método da investigação lógica; para Bertrand, por síntese, ser feliz é eliminar o egocentrismo.

[...]

  • Disponível em: www.afilosofia.com.br/post/o-conceito-felicidade-para-os-filosofos/542.
  • Acesso em: 06 abr. 2018 (adaptado).

  • Texto IV

  • Felicidade clandestina

      • Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria. Pouco aproveitava. E nós, menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como "data natalícia" e "saudade".

      • Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.

    Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.

    Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.

    Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.

    No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez. Mas não ficou simplesmentenisso. O plano secreto da filha do dono de livraria era tranquilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do "dia seguinte" com ela ia se repetir com meu coração batendo.

    E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra. Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados.

    Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!

    E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: "E você fica com o livro por quanto tempo quiser." Entendem? Valia mais do que me dar o livro: "pelo tempo que eu quisesse" é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer.

    Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo.

    Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.

    Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.

    Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.

    LISPECTOR, Clarice. Felicidade Clandestina. In: Felicidade Clandestina: contos.

    Rio de Janeiro: Ed. Rocco, 1998 (adaptado).


    Texto V

    A busca pela felicidade está nos tornando infelizes e as redes sociais não estão ajudando


    A opinião é do pianista James Rhodes, "Não somos destinados a ser felizes o tempo inteiro", diz ele no quadro opinativo Viewsnight, do programa da BBC Newsnight, afirmando que a busca pela felicidade a todo custo está nos tornando infelizes.

    Na visão do pianista, "a busca pela felicidade parece nobre, mas é fundamentalmente falha".

    Ele considera que "a felicidade não é algo a se perseguir mais do que a tristeza, a raiva, a esperança ou o amor".

    A felicidade "é, simplesmente, um estado de ser, que é fluido, passageiro e às vezes inatingível".

    Negar a existência de outros sentimentos, nem sempre considerados positivos, afirma, não é o melhor caminho. [...]

    Rhodes observa que estamos em uma era de ritmo sem precedentes no dia a dia e que "nossa mentalidade 'sempre ligada' criou um ambiente impraticável e insustentável".

    "Estamos em apuros", diz ele. "E as selfies cuidadosamente escolhidas e postadas no Instagram; a perfeição física espalhada por todas as mídias – inalcançável e extremamente 'photoshopada' – e o anonimato das redes sociais, onde descarregamos nossa ira, não estão ajudando".

    "Sentimentos desafiadores"

    Rhodes chama a atenção para os diferentes tipos de sentimento que permeiam a vida e nem todos têm a ver com satisfação ou alegrias. Há também o outro lado.

    "Todos nos sentimos alternadamente ansiosos, para baixo, tranquilos, aflitos, contentes. Ocasionalmente, alguns de nós podemos nos perder no continuum em direção a depressão, ao transtorno de estresse pós-traumático e a pensamentos suicidas", diz.

    Mas pondera: "Só porque não estamos felizes não significa que estamos infelizes". Para o pianista, assim é a complexidade da vida: "repleta de sentimentos e situações tumultuados, desafiadores e difíceis".

    "Negá-los, resistir a eles, se desculpar por eles ou fingir que não existem é contraintuitivo e contraproducente".

    Foi justamente o caminho contrário, o do reconhecimento de que "coisas ruins também acontecem" e de que é preciso falar sobre elas que ele decidiu trilhar há alguns anos – quando resolveu contar em livro problemas que enfrentou ao longo da vida.

    Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/salasocial-42680542. Acesso em: 06 abr. 2018 (adaptado).


    Texto VI

    Ode ao dia feliz

    Desta vez deixa-me

    ser feliz,

    nada passou a ninguém,

    não estou em parte alguma,

    acontece somente

    que sou feliz

    pelos quatro lados

    do coração, andando

    dormindo ou escrevendo.

    O que vou fazer-te, sou

    feliz

    [...]


    Pablo Neruda

    Disponível em: http://www.portaldaliteratura.com/poemas.php?id=1400. Acesso em: 16 abr. 2018.

    A apropriação textual pode ser realizada de diversas formas: paráfrases, discurso direto, discurso indireto, citações, entre outros. Marque a alternativa que NÃO justifica corretamente a forma de apropriação citada e exemplificada:
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    72Q950868 | Português, Interpretação de Textos, Segundo Semestre, IFF, IFF, 2018

    No processo de comunicação, é preciso expressar uma finalidade, um objetivo, que se materializa por meio de uma função da linguagem específica. Leia as assertivas a seguir e marque a INCORRETA em relação aos textos I, III, IV, V e VI:

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    73Q950871 | Matemática, Parábola, Segundo Semestre, IFF, IFF, 2018

    Uma característica bastante conhecida das funções trigonométricas seno, cosseno e tangente é sua periodicidade. O período da função real ƒ(x) = cos(4x - π) é
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    74Q950882 | Biologia, Uma visão geral da célula, Segundo Semestre, IFF, IFF, 2018

    “Um novo adesivo serve para medir o nível de glicose através da pele, o que pode fazer com que milhões de diabéticos não precisem usar agulhas para fazer as medições periódicas, segundo um estudo publicado na revista ‘Nature Nanotechnology’. O adesivo extrai a glicose do fluido entre as células através dos folículos pilosos, aos quais tem acesso individualmente graças a sensores em miniatura que usam uma pequena corrente elétrica, e a recolhe em pequenos reservatórios para medi-la”.

    Disponível em: https://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/efe/2018/04/09/novo-adesivo-mede-glicose-sem-necessidade-do-uso-de-agulhas.htm?cmpid=copiaecola. Acesso em: 10 abr. 2018.

    Sobre o diabetes melito, é INCORRETO afirmar que

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    75Q950880 | Biologia, Evolução biológica, Segundo Semestre, IFF, IFF, 2018

    Análise preliminar confirma contaminação por açaí em

    pacientes com doença de chagas no AM

    Os sete casos confirmados de doença de chagas no Amazonas ocorreram por contaminação do açaí. A informação é da Secretaria de Saúde do estado (Susam). Segundo a pasta, todas as pessoas infectadas são da mesma família e ingeriram o alimento.

    Os casos foram registrados em Lábrea, a 702 km de Manaus. A Susam afirma que outro ponto que leva as autoridades a afirmarem que a contaminação se deu pelo açaí é que as pessoas da família que não ingeriram o alimento não apresentaram nenhum sintoma da doença.

    A Secretaria de Estado de Saúde (Susam), por meio da FVS, reforçou o pedido para que a população tome os cuidados necessários na hora de preparar e consumir os produtos. Bernardino ressalta que o açaí não pode ser visto como vilão. Não é o produto que está suscetível à contaminação, e sim, o modo como ele é preparado.

    Disponível em: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/analise-preliminar-confirma-contaminacao-por-acaiem-pacientes-com-doenca-de-chagas-no-am.ghtml. Acesso em: 10 abr. 2018 (adaptado).

    O texto se refere ao Mal de Chagas, doença que continua fazendo vítimas no Brasil e em outros países pobres do mundo, e que está sendo dissipada por meio do açaí. Dentre as alternativas apresentadas a seguir, a única inteiramente CORRETA quanto às formas de contágio e prevenção dessa doença é

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    76Q689204 | Química, Equilíbrio Químico, Segundo Semestre, IFF, IFF, 2018

    Uma das características da revolução industrial foi o aumento da produção. Isso foi possível graças às máquinas térmicas, que usam o fluxo natural de calor entre uma região quente e uma região mais fria para realizar trabalho. O físico e engenheiro Nicolas Léonard Sadi Carnot estabeleceu um limite para o rendimento de máquinas térmicas que operem entre dois reservatórios de calor. Esse limite é alcançado, no ciclo de Carnot, que é composto por
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    77Q1081622 | Estatuto da Pessoa com Deficiência, Legislação das Pessoas com Deficiência, Cargos 21 22 25 26 27 28 e 30, IFF, CESPE CEBRASPE, 2018

    Segundo as normas de acessibilidade de pessoas com deficiências ou com mobilidade reduzida, consideram-se ajudas técnicas os produtos, instrumentos, equipamentos ou tecnologias adaptadas ou especialmente projetadas para melhorar a funcionalidade desse grupo social, favorecendo a sua autonomia pessoal, total ou assistida.

    Caberá ao poder público promover a inclusão de conteúdos temáticos referentes a ajudas técnicas

    I na educação profissional.

    II no ensino fundamental.

    III no ensino médio.

    IV na graduação e pós-graduação.

    Assinale a opção correta.

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    78Q1081621 | Estatuto da Pessoa com Deficiência, Legislação das Pessoas com Deficiência, Cargo 24, IFF, CESPE CEBRASPE, 2018

    Suponha que Paula seja lactante, Marcos, idoso e Tatiana, obesa. Nesse caso, de acordo com a Lei n.º 10.098/2000, pode(m) ser incluído(s) no conceito de pessoa com mobilidade reduzida
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    79Q1081623 | Estatuto da Pessoa com Deficiência, Direitos Fundamentais no Estatuto da Pessoa com Deficiência, Cargos 23 e 31, IFF, CESPE CEBRASPE, 2018

    Um instrumento que visa criar condições de utilização de ambientes por pessoa com mobilidade reduzida por meio de concepção de espaços, artefatos e produtos para atender simultaneamente a todas as pessoas, com diferentes características antropométricas e sensoriais, de forma autônoma, segura e confortável, é o(a)
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