Início

Questões de Concursos IFSP

Resolva questões de IFSP comentadas com gabarito, online ou em PDF, revisando rapidamente e fixando o conteúdo de forma prática.


61Q38932 | Informática, Auxiliar em Administração, IFSP, FUNDEP

Um usuário escreveu na célula C5 de uma planilha do MS Excel 2010 o seguinte conteúdo: = A1 + B1*2.

O usuário, conforme a nomenclatura do MS Excel, escreveu
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️

62Q38918 | Português, Auxiliar em Administração, IFSP, FUNDEP

Texto associado.
Eu Sei, Mas Não Devia
                                                                        Clarice Lispector

Eu sei, mas não devia. Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão. 
A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora. A tomar café correndo, porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo de viagem. A comer sanduíches porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. 
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz [...]. 
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: “Hoje não posso ir". A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisa tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita. A lutar para ganhar o dinheiro com que se paga. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar muito mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra. 
A gente se acostuma a andar nas ruas e ver cartazes. A abrir revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos. 
A gente se acostuma à poluição. A luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias de água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinhos, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta. 
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente se senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só o pé e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre o sono atrasado. 
A gente se acostuma para não ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que de tanto se acostumar, se perde de si mesma.
“A gente se acostuma a temer a hidrofobia dos cães.”

A palavra destacada acima apresenta o radical de origem grega hidro (água) associado ao substantivo fobia.

A palavra hidrofobia, de acordo com o contexto, apresenta o sentido de
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️

63Q38942 | Administração Geral, Auxiliar em Administração, IFSP, FUNDEP

Considerando as quatro funções da administração: planejamento, organização, liderança e controle, é INCORRETO afirmar que
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️

64Q38606 | Pedagogia, Professor, IFSP

Pimenta (2010), ao escrever sobre a epistemologia didática, propõe pautas de debates que exigem aprofundamento pela área da didática. Assinale a alternativa que contemple todas as pautas propostas pela autora:
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️
  5. ✂️

65Q38914 | Português, Auxiliar em Administração, IFSP, FUNDEP

Texto associado.
Eu Sei, Mas Não Devia
                                                                        Clarice Lispector

Eu sei, mas não devia. Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão. 
A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora. A tomar café correndo, porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo de viagem. A comer sanduíches porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. 
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz [...]. 
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: “Hoje não posso ir". A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisa tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita. A lutar para ganhar o dinheiro com que se paga. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar muito mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra. 
A gente se acostuma a andar nas ruas e ver cartazes. A abrir revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos. 
A gente se acostuma à poluição. A luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias de água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinhos, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta. 
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente se senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só o pé e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre o sono atrasado. 
A gente se acostuma para não ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que de tanto se acostumar, se perde de si mesma.
Assinale a palavra que é derivada da palavra noite.
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️

66Q38634 | Pedagogia, Professor, IFSP

Levando-se em conta as correntes modernas sobre currículo, elencadas no livro “Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo”, de Tomaz Tadeu da Silva, pode-se inferir que:

I. O currículo é neutro e o que se ensina na escola é o conhecimento historicamente necessário para a formação de cidadãos para o mercado de trabalho.
II. A escola não produz novo conhecimento, mas transforma o conhecimento científico em conhecimento escolar.
III. O currículo cria relações de poder.
IV. Na concepção crítica, o currículo é construído no desenvolver das relações, ele produz e contesta cultura.

São corretas somente as afirmativas:
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️
  5. ✂️

67Q38941 | Administração Geral, Auxiliar em Administração, IFSP, FUNDEP

Sobre a administração geral, assinale a alternativa INCORRETA.
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️

68Q38943 | Administração Geral, Auxiliar em Administração, IFSP, FUNDEP

Em relação às organizações, assinale a alternativa INCORRETA.
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️

69Q38950 | Administração Geral, Auxiliar em Administração, IFSP, FUNDEP

Com referência às formas de comunicação via internet, assinale a alternativa INCORRETA.
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️

70Q38937 | Direito Administrativo, Auxiliar em Administração, IFSP, FUNDEP

Sobre a gratificação natalina do servidor público civil da União, é CORRETO afirmar que
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️

71Q38948 | Administração Geral, Auxiliar em Administração, IFSP, FUNDEP

Analise as seguintes afirmativas sobre os tipos de processos e assinale com V as verdadeiras e com F as falsas. 

( ) Os processos centrais estão relacionados com a transformação de insumos em produtos destinados a clientes internos ou externos.
( ) Recursos humanos e tecnologia da informação são processos centrais.
( ) Processos de apoio são aqueles que sustentam os processos centrais e medem seu desempenho.
( ) Produção e atendimento ao cliente são processos de apoio.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA.
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️

72Q38614 | Pedagogia, Professor, IFSP

Saviani, em seu trabalho “Educação: do senso comum à consciência filosófica" apresenta o conceito de filosofia da educação. Assinale a alternativa que corresponde corretamente ao conceito mencionado.
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️
  5. ✂️

73Q38917 | Português, Auxiliar em Administração, IFSP, FUNDEP

Texto associado.
Eu Sei, Mas Não Devia
                                                                        Clarice Lispector

Eu sei, mas não devia. Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão. 
A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora. A tomar café correndo, porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo de viagem. A comer sanduíches porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. 
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz [...]. 
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: “Hoje não posso ir". A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisa tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita. A lutar para ganhar o dinheiro com que se paga. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar muito mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra. 
A gente se acostuma a andar nas ruas e ver cartazes. A abrir revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos. 
A gente se acostuma à poluição. A luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias de água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinhos, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta. 
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente se senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só o pé e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre o sono atrasado. 
A gente se acostuma para não ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que de tanto se acostumar, se perde de si mesma.
Encontros consonantais são grupos formados por mais de uma consoante sem vogal intermediária.

Assinale a alternativa em que TODAS AS PALAVRAS apresentam encontros consonantais.
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️

74Q38648 | Português, Professor, IFSP

ESCOLA ATENDE MORADORES DE RUA E ALIMENTA SONHOS DE MUDANÇA PELA EDUCAÇÃO
(Texto adaptado. Disponível em http://educacao.uol.com.br/noticias/2015/04/08/esc... -rua-e-alimenta-sonhos-de-mudancas-pela-educacao.htm Acesso em 23 mai. 2015)

   O sonho dos estudantes da Escola Meninos e Meninas do Parque, localizada no Parque da Cidade, no Distrito Federal, é o mesmo: sair das ruas. O colégio, que existe há mais de 20 anos, atende cem alunos que não têm onde morar. Além do aprendizado, jovens e adultos encontram no local carinho, paciência e motivação. A grade curricular é a mesma de outras instituições de ensino. A diferença, segundo a diretora Amelinha Araripe, é que o ritmo de aprendizado de cada um é respeitado.
Entre os alunos que já passaram pela escola está Meire Romão, 56. “Meu grande desejo é ser veterinária", conta. Ela já concluiu o ensino fundamental na Meninos e Meninas, mas vai diariamente até o local para ajudar na limpeza. Segundo Meire, apenas a educação pode mudar a vida de uma pessoa.
“O dia mais feliz da minha vida foi quando vesti uma beca e segurei o diploma. Eu não tinha planos para o futuro, mas, hoje já estou entregando currículos. Quero juntar meu dinheiro, sair da rua e fazer um curso". Atualmente, Meire dorme todos os dias em frente ao Hospital Regional de Brasília.
O colégio, que é público, tem aulas de informática e oficinas de artes, ciência e corpo humano. Na escola, os alunos também tomam banho, lancham e almoçam. Uniformes e kits higiene são disponibilizados. 
“Eles [os alunos] se encontram em uma situação de vulnerabilidade muito grande. Entretanto, todos respeitam muito o colégio e os professores. Sabem que encontraram aqui uma família", diz a diretora.

A vírgula está INCORRETA em:
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️
  5. ✂️

75Q38597 | Pedagogia, Professor, IFSP

A avaliação inclusiva tem caráter essencialmente formativo, funciona como instrumento facilitador para o ensino adaptativo. Teixeira e Nunes (2010) afirmam que a avaliação inclusiva revela boas práticas de avaliação para todos os alunos e citam em seu trabalho as principais técnicas de uma avaliação inclusiva. Uma destas técnicas se caracteriza, de acordo com as autoras, por um instrumento valioso para definição de critérios de uma avaliação, dando suporte e orientação ao professor, fornecendo dados relevantes sobre os aspectos psicológicos, sociais e emocionais do aluno. A maneira ideal de se executar esse tipo de avaliação é por meio de uma ficha que tenha os aspectos mencionados para que o professor faça um x de acordo com sua validade ou existência. 

As autoras denominam a técnica descrita acima de:
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️
  5. ✂️

76Q38928 | Informática, Auxiliar em Administração, IFSP, FUNDEP

Assinale a alternativa que apresenta CORRETAMENTE a função dos programas de computador conhecidos como navegador.
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️

77Q38585 | Pedagogia, Professor, IFSP

Saviani, em seu livro “Educação: do senso comum à consciência filosófica”, traz um reflexão sobre a função do curso de Pedagogia e sua função na formação do educador. Assim, de acordo com o referido autor, podemos observar que o curso de Pedagogia tem as seguintes finalidades:

I. Desenvolver nos alunos uma aguda consciência da realidade em que vão atuar.
II. Proporcionar-lhes uma adequada fundamentação teórica que lhes permita uma ação coerente.
III. Desenvolver nos alunos uma profunda capacidade interpessoal, que lhes permita ter uma ação fundamentada na empatia para com seus alunos.
IV. Proporcionar-lhes uma satisfatória instrumentalização técnica que lhes possibilite uma ação eficaz.
V. Desenvolver nos alunos o gosto pela literatura e pela construção de textos significativos, pois leitores eficazes formarão leitores eficazes.

Estão corretas somente as afirmativas:
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️
  5. ✂️

78Q38903 | Português, Auxiliar em Administração, IFSP, FUNDEP

Texto associado.
Eu Sei, Mas Não Devia
                                                                        Clarice Lispector

Eu sei, mas não devia. Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão. 
A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora. A tomar café correndo, porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo de viagem. A comer sanduíches porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. 
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz [...]. 
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: “Hoje não posso ir". A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisa tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita. A lutar para ganhar o dinheiro com que se paga. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar muito mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra. 
A gente se acostuma a andar nas ruas e ver cartazes. A abrir revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos. 
A gente se acostuma à poluição. A luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias de água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinhos, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta. 
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente se senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só o pé e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre o sono atrasado. 
A gente se acostuma para não ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que de tanto se acostumar, se perde de si mesma.
“A gente se acostuma a abrir revistas e ver anúncios.”

Sobre a expressão acima, NÃO se pode afirmar que
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️

79Q38647 | Português, Professor, IFSP

ESCOLA ATENDE MORADORES DE RUA E ALIMENTA SONHOS DE MUDANÇA PELA EDUCAÇÃO
(Texto adaptado. Disponível em http://educacao.uol.com.br/noticias/2015/04/08/esc... -rua-e-alimenta-sonhos-de-mudancas-pela-educacao.htm Acesso em 23 mai. 2015)

   O sonho dos estudantes da Escola Meninos e Meninas do Parque, localizada no Parque da Cidade, no Distrito Federal, é o mesmo: sair das ruas. O colégio, que existe há mais de 20 anos, atende cem alunos que não têm onde morar. Além do aprendizado, jovens e adultos encontram no local carinho, paciência e motivação. A grade curricular é a mesma de outras instituições de ensino. A diferença, segundo a diretora Amelinha Araripe, é que o ritmo de aprendizado de cada um é respeitado.
Entre os alunos que já passaram pela escola está Meire Romão, 56. “Meu grande desejo é ser veterinária", conta. Ela já concluiu o ensino fundamental na Meninos e Meninas, mas vai diariamente até o local para ajudar na limpeza. Segundo Meire, apenas a educação pode mudar a vida de uma pessoa.
“O dia mais feliz da minha vida foi quando vesti uma beca e segurei o diploma. Eu não tinha planos para o futuro, mas, hoje já estou entregando currículos. Quero juntar meu dinheiro, sair da rua e fazer um curso". Atualmente, Meire dorme todos os dias em frente ao Hospital Regional de Brasília.
O colégio, que é público, tem aulas de informática e oficinas de artes, ciência e corpo humano. Na escola, os alunos também tomam banho, lancham e almoçam. Uniformes e kits higiene são disponibilizados. 
“Eles [os alunos] se encontram em uma situação de vulnerabilidade muito grande. Entretanto, todos respeitam muito o colégio e os professores. Sabem que encontraram aqui uma família", diz a diretora.

No texto, está INCORRETA a correspondência entre o elemento coesivo e seu referente em:
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️
  5. ✂️

80Q38933 | Direito Administrativo, Auxiliar em Administração, IFSP, FUNDEP

Segundo o que dispõe a Lei nº 8.112/90, a investidura em cargo público ocorre com o ato de
  1. ✂️
  2. ✂️
  3. ✂️
  4. ✂️
Utilizamos cookies e tecnologias semelhantes para aprimorar sua experiência de navegação. Política de Privacidade.