Início

Questões de Concursos Instituto Rio Branco

Resolva questões de Instituto Rio Branco comentadas com gabarito, online ou em PDF, revisando rapidamente e fixando o conteúdo de forma prática.


1761Q1011096 | Geografia, Noções Gerais de Urbanização, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

Texto associado.
No Brasil, o processo de metropolização evidenciou-se, sobretudo, a partir de meados do século XX, destacadamente em São Paulo e Rio de Janeiro e, nos anos seguintes, em várias outras localidades. Em 1973, foram instituídas, pela Lei federal n.º 14, oito regiões metropolitanas: Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, São Paulo e Porto Alegre. Posteriormente, em 1974, foi instituída a Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

R. Freitas. Regiões metropolitanas: uma abordagem conceitual.
In: Humanae, v.1, n.º 3, p. 44-53, dez./2009 (com adaptações)

O fragmento de texto precedente aborda o processo de metropolização e seus desdobramentos nas grandes cidades brasileiras. Acerca desse tema, julgue o item a seguir.

Urbanização, metropolização e conurbação são fenômenos socioespaciais que contribuíram para a formação das regiões metropolitanas, o que demandou a definição de políticas públicas e legislações para a gestão dos problemas comuns nessas aglomerações urbanas.

  1. ✂️
  2. ✂️

1762Q1011103 | Geografia, Urbanização brasileira, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

Julgue o item subsequente, acerca das dinâmicas intraurbanas das metrópoles brasileiras.

Os condomínios fechados, tanto de configuração territorial horizontal quanto vertical, se apresentam como uma nova forma de segregação socioespacial, a partir da criação de novos valores urbanos relacionados a interesses imobiliários, violência urbana e segurança.

  1. ✂️
  2. ✂️

1763Q1011136 | Relações Internacionais, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

As relações internacionais devem ser consideradas em um mundo de estruturas globais e de mudanças econômicas, políticas e sociais, e, nesse contexto, a política externa brasileira está constantemente frente a desafios globais e regionais. A esse respeito, julgue o item subsequente.

Autores associados ao realismo defensivo argumentam que, em um sistema anárquico dominado por uma ameaça potencial constante, os Estados revelam interesse racional em maximizar sua acumulação de poder para defender seus interesses e sua sobrevivência em um ambiente potencialmente hostil e incerto perante outros Estados.

  1. ✂️
  2. ✂️

1764Q1011178 | Economia, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

Texto associado.
A dívida externa de um país é um indicador importante que expressa as relações econômicas dele com credores estrangeiros. O Fundo Monetário Internacional (FMI), em seu papel de monitorar a liquidez e a solvência externa do sistema financeiro global e zelar por sua estabilidade, utiliza alguns indicadores para avaliar uma possível necessidade de fornecer assistência financeira ou mesmo de recomendar políticas.

Em relação aos indicadores de liquidez e de solvência externa, julgue o item que se segue.

A relação entre dívida externa de curto prazo e reservas internacionais mede a capacidade de um país de liquidar sua dívida externa rapidamente.

  1. ✂️
  2. ✂️

1765Q1011183 | Economia, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

Texto associado.
As taxas de câmbio desempenham papel central nas transações internacionais ao permitirem que sejam comparados preços de mercadorias, capitais e serviços produzidos em diferentes países. Por isso, a política cambial, que define os regimes de taxas de câmbio, acaba condicionando as relações financeiras entre um país e o resto do mundo.

A partir do texto apresentado, julgue o item subsecutivo.

No regime de câmbio flutuante, o valor da moeda é determinado pela oferta e demanda no mercado, por isso o Banco Central do Brasil não pode intervir no mercado para evitar movimentos desordenados da taxa de câmbio que ocorrem em momentos de instabilidade.

  1. ✂️
  2. ✂️

1766Q1022040 | Inglês, Interpretação de Texto Reading Comprehension, tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2024

Texto associado.
Text V


Urbanization is one of the defining trends of this century and a key driver of development. By 2050, around 70% of the world’s population will be living in cities and towns. Asia and Africa will collectively account for a significant majority of the urban growth rate, a development that reflects the growth of both ‘megacities’ and smaller urban settlements in both regions over the past three decades. Today, cities produce around 80% of the global GDP and this importance is likely to continue. Cities also use 75% of global energy and are responsible for 70% of global carbon emissions. Accompanying the pace and extent of urbanization are a number of positive and negative trends — from increased economic opportunities and improvements in lives and livelihoods, through to the potential for greater urban-rural disparity, lower quality of life, and conflict. One thing is clear, cities across the world play a critical role in driving sustainable development.

However, cities today face numerous vulnerabilities and threats. Without proper planning, policies, and support, urbanization often leads to unnecessary risks and costs, preventing cities from reaching their full potential. Cases such as urban sprawls and the proliferation of informal settlements are increasing, and the communities who reside in such areas often suffer from the poor provision of public services (or lack of) such as healthcare or waste management systems. As their population grows, cities also become more complex, making long-term planning and city management a challenge. Amongst the numerous challenges that policymakers must tackle include those that are environmental, those pertaining to resource allocation, and even social challenges such as reducing intra-city inequalities.

Cities are providing a wide range of opportunities and possibilities for its citizens and, in order for them to be fully harnessed, cities should be built for and together with its citizens to fully unlock their potential. This includes taking into account the various needs and aspirations of people, making sure that everyone can have equal and inclusive access to services and create urban spaces and environments to enhance livability.


Internet: <www.undp.org (adapted)

Based on text V, judge whether the following statements are right (C) or wrong (E).

To ensure equal and inclusive access to services and create urban spaces that improve livability, cities should be developed by citizens aiming to fully realize their potential.

  1. ✂️
  2. ✂️

1767Q1011057 | História, República Oligárquica, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

Texto associado.
Estruturas sociais e políticas criadas no período colonial e mantidas em grande parte pelo regime monárquico não foram combatidas pela elite oligárquica republicana que ajudou a derrubar a Monarquia, pois, em grande parte, ela mesma se beneficiava dessas estruturas arcaicas.

Marcos Napolitano. História do Brasil República: da queda da Monarquia
ao fim do Estado Novo. São Paulo: Contexto, 2017, p.8 (com adaptações).

Tendo o fragmento de texto acima como referência inicial, julgue o item subsequente, acerca do processo histórico brasileiro relativo à colonização, ao Império e à República.

No início do século XX, sob a liderança do Barão de Rio Branco, foram concluídas negociações com a Bolívia que resultaram na anexação do território acreano ao Brasil, tendo o processo incluído o pagamento de uma indenização e a construção da ferrovia Madeira-Mamoré.

  1. ✂️
  2. ✂️

1768Q1011063 | História, Era Vargas 19301954, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

Em relação ao governo Vargas (1930-1945), julgue o item subsequente.

A Ação Integralista Brasileira (AIB), movimento liderado por Plínio Salgado na década de 1930, incorporou elementos de discriminação contra judeus em sua ideologia, inspirada em parte no fascismo europeu da época.

  1. ✂️
  2. ✂️

1769Q1011112 | Inglês, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

Texto associado.
A lack of women at decision-making tables around the world is hindering progress when it comes to tackling conflicts or improving health and standard of living, the highest-ranking woman in the UN (United Nations) has said.

“We’re half the population. And what we bring to the table is incredibly important and it’s missing”, said Amina Mohammed, the UN deputy secretary general. “I think it’s why mostly our human development indices are so bad, why we have so many conflicts and we’re unable to come out of the conflicts.”

Since her appointment in 2017, Mohammed has been a constant voice in pushing back against the under-representation of women in politics, diplomacy and even the UN general assembly. Her efforts have helped cast a spotlight on the fact that women remain relegated to the margins of power around the world; last year the global proportion of female lawmakers stood at 26.9%, according to Switzerland’s Inter-Parliamentary Union.

Speaking to The Guardian, Mohammed said “flexing muscle and testosterone” often dominated at tables of power around the world. “This win, win, win at all costs — I think that would change if women were at the table”, she said.

She acknowledged that the world had seen a handful of female leaders who had not used their position to advocate for greater peace or conflict resolution. “Fair point, we see women in power and they’re sometimes the image of men”, she said. But she described it as unfair to judge women on an individual basis while they were still within the confines of a system dominated by men. “We don’t judge men that way.”

Mohammed highlighted how many parts of society still view women in power as “about taking away, rather than adding” value. “And we have to change that mentality”, she said.

“We kept looking at the Band-aid: put the women in office, let’s have affirmative action. And we never connected the dots for women themselves to build the constituencies and to go out and vote”, she said. “So we have to have a conversation with women first. Because if we’re doing this for women, should it not be by women?”

Ashifa Kassam. Lack of women at global tables of power hinders progress, says top UN official.
In: The Guardian, 19/6/2024. Internet:: <www.theguardian.com.> (adapted).

Based on the previous text, judge the following item.

In the fragment ‘And what we bring to the table is incredibly important and it’s missing’ (second sentence of the second paragraph), the pronoun ‘we’ refers specifically to the women that are part of decision-making tables.

  1. ✂️
  2. ✂️

1770Q1011118 | Inglês, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

Texto associado.
Diplomacy is often described as an art, involving decisions shaped by sensitive political nuances that require human judgment, cultural understanding, and emotional intelligence — qualities that AI cannot fully replicate. While AI can support decision-making, it may also manipulate human behavior subtly, especially through systems developed in countries with different geopolitical priorities. This deepens the AI divide between technologically advanced and resource-limited nations, embedding linguistic and cultural biases and reinforcing global power asymmetries. As algorithms take their place alongside diplomats, the art of negotiation now meets the science of AI. The future of diplomacy must lie in fostering a symbiotic relationship where AI enhances human expertise, streamlines processes, and offers new strategic tools while leaving the nuanced art of diplomacy in human hands.

Diplomatic institutions adopting such technologies should also adopt guardrails to clarify how these systems inform decision-making. To ensure that AI systems function appropriately across diverse cultural contexts, adaptive and responsible AI frameworks should be integrated into policy discussions at the national and international levels. Crucially, any AI deployment must prioritise human agency. The goal must not be to automate diplomacy, but to augment it. AI’s incorporation into diplomacy offers both promise and peril. While the technology supports efficiency and expands access to information, it must be governed by strong ethical frameworks, particularly when it can shape global power relations through sensitive negotiations. Rather than embracing AI as a magic wand, it must be approached as a double-edged sword that is capable of assisting, but never replacing the unique human skills that diplomacy demands.

Anusha Guru. The Future of Diplomacy: AI’s Expanding Role in International Affairs.
In: Observer Research Foundation, 18/6/2025. Internet:<www.orfonline.org> (adapted).

Judge the following item based on the ideas presented in the preceding text, as well as on its linguistic aspects.

According to the text, the use of AI in diplomacy reduces the risk of reinforcing global inequalities.

  1. ✂️
  2. ✂️

1771Q1011124 | Inglês, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

Texto associado.
They couldn’t even tell the time — this uncountable army of believers.

The warriors of God pushed on to the gates of the imperial city of Constantinople, their arrival heralded by a plague of locusts that destroyed the vines but left the wheat untouched. Their leader, an implacable cleric who had appeared from nowhere to great popular acclaim, exhorted his charges to holy war against the infidel with promises of a home in paradise. Disease and malnutrition were rife. Medical care often involved exorcism of the amputation of injured limbs. Torture and other ordeals settled criminal cases.

Few had any learning at all. What education there was back home consisted of memorizing outdated texts under the watchful eyes of hidebound doctors of religion. They had no understanding of basic technology, science, or mathematics. They could not date their most important holy days, nor chart the regular movements of the sun, the moon, and the planets. They knew nothing of papermaking or the use of lenses and mirrors, and they had no inkling of the prince of contemporary scientific instruments — the astrolabe. Natural phenomena, such as an eclipse of the moon or a sudden change in weather, terrified them. They though it was black magic.

The arrival of this fanatical army horrified the locals. Who were these pale-skinned, blue-eyed barbarians, marching under the sign of the cross, and what did they want on Arab shores at the dawn of the twelfth Christian century?

Jonathan Lyons. The House of Wisdom. How the Arabs Transformed
Western Civilization. London: Bloomsbury, 2009. p. 9 (adapted).

Based on the preceding text, judge the following item.

In all its occurrences in the third paragraph, the pronoun “They” refers to “The warriors of God” (second paragraph), also referred in the text as “barbarians” (last paragraph).

  1. ✂️
  2. ✂️

1772Q1012407 | História, Construção de Estados e o Absolutismo, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

No que se refere à formação da Alemanha e da Itália, julgue o item a seguir.


O descompasso de sentimento de pertencimento nacional dos italianos frente ao que ocorria em outras potências europeias revela-se na seguinte frase de Massimo d’Azeglio: “Fizemos a Itália; agora precisamos fazer os italianos.”.

  1. ✂️
  2. ✂️

1773Q1012409 | História, Construção de Estados e o Absolutismo, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

No que se refere à formação da Alemanha e da Itália, julgue o item a seguir.

Há uma diferença fundamental entre o nacionalismo e o movimento para a criação de um Estado-nação, que se expressou, por exemplo, na Alemanha, onde muitos daqueles que se viam como alemães não consideravam esse sentimento ligado à construção de um Estado.

  1. ✂️
  2. ✂️

1774Q1011180 | Economia, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

Texto associado.
A política monetária não convencional tem sido utilizada por países em contextos econômicos desafiadores. O Federal Reserve (FED), o Banco Central Europeu, o Banco da Inglaterra e o Banco Central do Brasil já a utilizaram no enfrentamento de crises financeiras.

A partir do texto apresentado, julgue o item a seguir.

Voltada a influenciar as expectativas de mercado em momentos de instabilidade, a Orientação Futura (FG — Forward Guidance) é uma estratégia de comunicação e uma ferramenta de política monetária não convencional pela qual o banco central fornece informações acerca de suas intenções em relação à política monetária.

  1. ✂️
  2. ✂️

1775Q1020148 | Espanhol, Interpretação de Texto Comprensión de Lectura, Espanhol e Francês, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE

Texto associado.

Texto I

Alcobaça

Llegué desde Lisboa a la estación de Valado, ya de noche, y de Valado a Alcobaça me llevó un desvencijado cochecillo. Distraje el frío y la soledad imaginándome lo que sería aquel camino envuelto entonces en tinieblas: ¿por dónde vamos?

Y fue en un hermoso amanecer de fines de noviembre, en verdadero veranillo de San Martín, cuando salí a ver el histórico monasterio de Alcobaça, cenobio de bernardos en un tiempo.

Doraba el arrebol del alba las colinas, yendo yo derecho al monasterio, la fachada de cuya iglesia atraía mi anhelo. Esta fachada, severa, pero poco significativa, se abre a una gran plaza tendida a toda luz y todo aire. Al entrar en el templo, me envolvió una impresión de solemne soledad y desnudez. La nave, muy noble, flanqueada por sus dos filas de columnas desnudas y blancas; todo ello algo escueto y algo robusto. Allá, en el fondo, un retablo deplorable, con una gran bola azul estrellada y de la que irradian rayos dorados. Las naves laterales semejan desfiladeros. Y me encontraba solo, y rodeado de majestad, como bajo el manto de la Historia.

Vagando fui a dar a la sala de los Reyes. Los de Portugal figuran en estatuas, a lo largo de sus paredes. En el centro, un papa y un obispo coronan a Alfonso Henriques, el fundador de la Monarquía, arrodillado entre ellos. Hay en la sala un gran calderón, que el inevitable guardián-cicerone, que acudió al oír resonar en la soledad pasos, me dijo haber sido tomado a los castellanos en Aljubarrota. Me asomé a su brocal; estaba vacío.

De esta sala pasé al claustro de Don Dionís, hoy en restauración. Hermoso recinto, nobilísimo y melancólico. El agua de la fuente canta la soledad de la Historia entre las piedras mudas de recuerdos, y un pájaro cruza el pedazo de cielo limpio, de caída de otoño, cantando ¿quién sabe a qué? Las piedras se miran en la triste verdura del recinto.

Y luego pasé a ver el otro claustro, más vivido, más casero, el llamado del Cardenal, donde hoy hay un cuartel de artillería. Todo el antiguo convento de monjes bernardos me lo enseñó un sencillo campesino con uniforme de soldado de artillería. El pobre mozo sólo veía allí el cuartel, sin saber nada de monjes. «Aquí hacemos el ejercicio, aquí es el picadero, aquí…», etc. En la puerta de lo que fue antaño biblioteca, decía aquello de los proverbios:viam sapientiae mostrabo, «te enseñaré el camino de la sabiduría». Y me la enseñó un recluta portugués, pero estaba vacía, y no era camino, sino sala. Quería luego enseñarme, ¡claro es!, las piezas, los cañones.

Me volví a la iglesia, ahora con el guardián. Mostrome el altar en que se representa la muerte de San Bernardo, escena algo teatral, que parece de un gran nacimiento de cartón, de esos de Navidad, pero no sin su efecto. Un fraile pétreo llora eternamente, llevándose el blanco manto a los ojos, no sé si la muerte de su santo padre San Bernardo o la trágica historia de Inés de Castro. Porque enfrente de este altar cierra una pobrísima verja de madera la capilla en que descansan por fin los restos de la infortunada amante de Don Pedro I.

Me llevó el guardián ante los túmulos de Don Pedro, de Inés y de sus hijos, y le pedí que se fuera dejándome solo. En mi vida olvidaré esta visita. En aquella severísima sala, entre la grave nobleza de la blanca piedra desnuda, a la luz apagada y difusa de una mañana de otoño, las brumas de la leyenda embozáronme el corazón. Una paz henchida de soledades parece acostarse en aquel eterno descansadero. Allí reposan para siempre los dos amantes, juguetes que fueron del hado trágico. Como aves agoreras veníanme a la memoria los alados versos de Camões al contemplar el túmulo de la

mísera e mesquinha

que depois de ser morta foi rainha.

Porque el puro Amor

que os corações humanos tanto abriga.

Os Lusíadas, canto III, 118-119.


quiere, áspero y tirano, bañar sus aras en sangre humana.

Descansan en dos pétreos túmulos Pedro el duro, el cruel, el justiciero, el loco tal vez, y la linda Inés, y descansan de tal modo que si se incorporaran daríanse las caras y podrían otra vez más beberse uno al otro el amor en los ojos.

Seis alados angelillos guardan y sostienen la yacente estatua de Inés, y otros seis, la de Don Pedro; a los pies de ella duerme uno de los tres perrillos que hubo allí en otro tiempo, y a los pies de él, un gran lebrel, símbolo de la fidelidad. La tumba de él sostiénenla leones; la de ella, leones también, pero con cabezas de monjes. En las tablas del sepulcro de Inés, la pasionaria, esclava del amor, escenas de la Pasión de Cristo, del que perdonaba a la que mucho pecó por haber amado mucho; en la tabla cabecera, la Crucifixión, y en la de los pies el Juicio Final, en cuyo cielo hay una mujer. Las tablas del sepulcro de Don Pedro nos enseñan el martirio de San Bartolomé. Él, Don Pedro, con cara plácida con cabello y barbas a la asiria, sostiene su dura espada sobre su pecho.

Y pesa allí el aire de tragedia.

Allí está lo que queda de aquel Don Pedro I de Portugal, un loco con intervalos lúcidos de justicia y economía, como de él dijo Herculano; aquel hombre, para quien fue una manía apasionada la justicia, y que hacía de verdugo por su mano. Él, el adúltero, odiaba con odio singular a los adúlteros. ¿Sería el remordimiento? Allí descansa de sus justicias, de sus nemródicas cacerías; allí descansa, sobre todo, de sus amores. Allí descansa el tirano plebeyo, a quien adoró su pueblo.

Cuando volvía en barcos de Almada a Lisboa, la plebe lisbonense salía a recibirle con danzas y trebejos. Desembarcaba e iba al frente de la turba, danzando al son de trompetas, como un rey David. Tales locuras apasionábanle tanto como su cargo de juez. Ciertas noches, en el palacio, perseguíale el insomnio; levantábase, llamaba a los trompeteros, mandaba encender antorchas, y helo por las calles, danzando y atronando todo con los berridos de las trompetas. Las gentes, que dormían, salían con espanto a las ventanas a ver lo que era. Era el rey. ¡Muy bien, muy bien! ¡Qué placer verle tan alegre!

Oliveira Martins. História de Portugal. libro II, capítulo III.


¿No recordáis la historia trágica de sus amores con Inés, que Camões, más que otro poeta, ha eternizado? Allá hacia 1340 fue la linda Inés de Castro, la gallega, a Portugal como dama de la infanta Constanza, la mujer de Pedro, el hijo de Alfonso VI. Y fue la «mujer fatal», que diría Camilo. El hado trágico les hizo enamorarse; aquel amorch’a null amato amar perdona, como dijo el poeta de La Divina Comedia. Tuvieron frutos de los trágicos amores; intrigas de Corte y de plebe hicieron que el rey Alfonso mandara matar a su nuera, pues viudo de Constanza, Pedro casó luego en secreto con Inés, que fue apuñalada en Coimbra.

As filhas do Mondego a morte escura

longo tempo chorando memoraram,

e, por memória eterna, em fonte pura

as lágrimas choradas transformaram,

o nome lhe puseram, que inda dura

dos amores de Inês, que ali passaram.

Vede que fresca fonte rega as flores,

que lágrimas são a água e o nome Amores.

Os Lusíadas, canto III, 135


Y cuando luego fue rey Pedro, cuenta la leyenda que mandó desenterrar a Inés y coronarla reina, y habiéndose apoderado de sus matadores, los torturó bárbaramente, viendo desde su palacio, mientras comía, en Santarém, cómo los quemaban. Y esto podéis leerlo en el viejo y encantador cronista Fernán Lopes, que nos lo cuenta todo homéricamente, con una tan animada sencillez, que es un encanto.

Nos lo cuenta todo menos lo de la exhumación y coronamiento, que parece ser leyenda tardía, pero muy bella. Y en el fondo, de una altísima verdad trascendente.

Esa pobre Inés, que reinó después de morir… Y ¡de morir por haber amado con amor de fruto, con amor de vida! ¡Qué reino y qué reina!... Reina, sí, reina en el mundo de las trágicas leyendas, consuelo de la tragedia de la vida; reina con Iseo, la de Tristán; reina con Francesca, la de Paolo; reina con Isabel, la de Diego.

Miguel de Unamuno. Por tierras de Portugal y de España.

A partir de la narración,

el túmulo de Don Pedro I lo introduce un enrejado lujoso.

  1. ✂️
  2. ✂️

1776Q1020186 | Espanhol, Interpretação de Texto Comprensión de Lectura, Espanhol e Francês, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE

Texto associado.

Texto para la cuestione.

Koolhaas: la lucha del mejor arquitecto del mundo

Lo ves y sabes que se trata de un tipo duro. Alto. Flaco de huesos por fuera. Los hombros a ratos muy juntos, como generando un check point para proteger la cabeza. Y ésta pelada, bruñida por muchos insomnios y una existencia en aviones, con algunas puntas de pelo cano que le asoman por la rampa de los parietales. A ratos parece un molde de Gargamel, con nariz de pico de quetzal y los ojos azules y listísimos que todo lo cuestionan con ansiedad analítica, apoyados en un sillar de ojeras. Camina impulsado por un cierto vaivén de gigantón que carga la espalda hacia delante. Podría parecer que está totalmente loco. O que es inmensamente cuerdo. O nada de todo esto y sencillamente alguien que piensa de otro modo armando ideas con materiales que nadie sospecha que sirven también para lo que él hace. Representa al arquitecto global de las dos últimas décadas, el teórico más influyente de la arquitectura contemporánea. Camadas de estudiantes lo adoran como a un buda sin grasa y atienden sus desafíos como quien aguarda el Juicio Final. Tiene modales de filósofo que se escapa por las costuras de las teorías y a veces habla de hormigones prensados y otras del espliego, del campo.

No empezó pensando en cómo levantar edificios emblemáticos, sino que casi aún de arrapiezo las mejores descargas le llegaron ejerciendo el periodismo cultural. Entrevistó a Fellini para el Haagse Post de Ámsterdam, semanario en el que trabajaba. Tenía veintiún años. Poco después publicó otra conversación con Le Corbusier. Considera estas páginas dos de sus ochomiles. Entendía el periódico como una arquitectura. Y lo amaba casi tanto como al cine, que era entonces la otra mitad de su pasión. Formó parte del colectivo 1,2,3 Group, donde Rem Koolhaas especulaba con revoluciones y saltos al vacío junto a cinco amigos. Llegaron a rodar una película, The White Slave, y como guionista casi abre mercado con un trabajo que le contrató el director Russ Meyer, aunque no se llegó a rodar. Algo parecido a un guion de porno blando. Y cuando todo apuntaba con claridad hacia el cine, pegó un volantazo, marchó a Londres y se matriculó en la Architectural Association, donde estudió cinco años. La culpa de abandonar los rodajes por la arquitectura fue de un viaje a Moscú en 1967. Allí descubrió el diseño futurista y la utopía constructiva soviética de la década de los 20. Se le disparó la sangre a la cabeza

«Sigo siendo un periodista. Es una condición que no he querido ni he podido perder». Lo del periodismo lo repite en la conversación varias veces. Le debe mucho al oficio. Sabe manejar sus propios titulares. Sabe editorializar su talento. Sabe resumir. Sabe encantar. Sabe partirse y negociar la otra mitad. Es un tipo al que la arquitectura le permite enredarse en discusiones complejísimas que trascienden la arquitectura. Ahora la política centra buena parte de sus preocupaciones, las consecuencias del Brexit para Europa y Gran Bretaña, la alarma de que su país, Holanda, asuma el mismo atajo... Y en décimas de segundo habla de la belleza de los tractores computarizados, de las bondades del paisaje, del sistema de ventilación de un rascacielos en el Golfo Pérsico y de la hermosa armonía que da sentido al caos de las megaurbes de Asia.

«La política es una de mis máximas preocupaciones. Nunca me ha interesado tanto dar forma a algo como saber que ese algo es una manera de intervención en la sociedad. Estamos tan convencidos de que nuestro sistema de valores es el correcto que ya no sabemos acercarnos a otros ámbitos que exigen códigos distintos a los nuestros para entablar una negociación. Hasta ahora no hemos sabido más que pactar con nosotros mismos». En la entrevista no hay cortesías. Todo va rápido y sin rodeos. No es un hombre que entre en la categoría de los inofensivos.

«A Rem le gusta la incertidumbre. Rem ha cambiado tres veces el horario de su vuelo en esta misma mañana. Rem es impredecible». Son algunas de las frases más repetidas en los quince días previos al encuentro que mantuvo con PAPEL durante su fugaz estancia en España como estrella mundial del IV Congreso Internacional de Arquitectura que organiza la Fundación Arquitectura y Sociedad en Pamplona. «Rem es difícil. Rem no sonríe nunca. Rem, si accede, sólo podrá atenderte diez minutos. Rem. Rem. Rem». Para llegar a Koolhaas hay que aceptar que la línea recta no es la distancia más corta entre dos puntos. Para algo es un exvoto de la ultramodernidad y sabe desplegar la penumbra de los talentos contradictorios. Tiene desde el año 2000 el Premio Pritzker.

El Mundo(con adaptaciones).

La apariencia del arquitecto

manifiesta un apasionado gusto por la costura.

  1. ✂️
  2. ✂️

1777Q1011009 | Português, Análise sintática, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

Texto associado.
Bem antes que tentassem me convencer que a data de nascimento da modernidade era um espirro cartesiano, ou então um novo interesse empírico pela natureza que transpira das páginas do Novum Organum de Bacon, ou ainda (mais tarde e mais “marxista”) a abertura dos primeiros bancos — bem antes de tudo isso, quando era rapaz, se ensinava que a modernidade começou em outubro de 1492. Nos livros da escola, o primeiro capítulo dos tempos modernos eram e são as grandes explorações. Entre estas, a viagem de Colombo ocupa um lugar muito especial. Descidas Saara adentro ou intermináveis caravanas por montes e desertos até a China de nada valiam comparadas com a aventura do genovês. Precisa ler Mediterrâneo de Fernand Braudel para conceber o alcance simbólico do pulo além de Gibraltar, não costeando, mas reto para frente. Precisa, entre outras palavras, evocar o mar Mediterrâneo — este pátio comum navegável e navegado por milênios, espécie de útero vital compartilhado — para entender por que a viagem de Colombo acabou e continua sendo uma metáfora do fim do mundo fechado, do abandono da casa materna e paterna.

Contardo Calligaris. A psicanálise e o sujeito colonial.
In: Edson L. A. Sousa (org.). Psicanálise e colonização: leituras do sintoma
social no Brasil. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 1999, p. 11-12 (com adaptações).

Julgue o item que se segue, relativo ao texto precedente.

Nos dois últimos períodos do texto, a substituição de “Precisa” por É preciso manteria inalterada a função sintática das orações “ler Mediterrâneo de Fernand Braudel” e “evocar o mar Mediterrâneo”.

  1. ✂️
  2. ✂️

1778Q1011010 | Português, Interpretação de Textos, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

Texto associado.
Bem antes que tentassem me convencer que a data de nascimento da modernidade era um espirro cartesiano, ou então um novo interesse empírico pela natureza que transpira das páginas do Novum Organum de Bacon, ou ainda (mais tarde e mais “marxista”) a abertura dos primeiros bancos — bem antes de tudo isso, quando era rapaz, se ensinava que a modernidade começou em outubro de 1492. Nos livros da escola, o primeiro capítulo dos tempos modernos eram e são as grandes explorações. Entre estas, a viagem de Colombo ocupa um lugar muito especial. Descidas Saara adentro ou intermináveis caravanas por montes e desertos até a China de nada valiam comparadas com a aventura do genovês. Precisa ler Mediterrâneo de Fernand Braudel para conceber o alcance simbólico do pulo além de Gibraltar, não costeando, mas reto para frente. Precisa, entre outras palavras, evocar o mar Mediterrâneo — este pátio comum navegável e navegado por milênios, espécie de útero vital compartilhado — para entender por que a viagem de Colombo acabou e continua sendo uma metáfora do fim do mundo fechado, do abandono da casa materna e paterna.

Contardo Calligaris. A psicanálise e o sujeito colonial.
In: Edson L. A. Sousa (org.). Psicanálise e colonização: leituras do sintoma
social no Brasil. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 1999, p. 11-12 (com adaptações).

Julgue o item que se segue, relativo ao texto precedente.

Segundo o autor do texto, o ensino da história da modernidade dirigido aos jovens fixou-se em um passado que se mantém como referência dos tempos modernos apesar das concepções relacionadas ao que foi chamado no texto de “espirro cartesiano”.

  1. ✂️
  2. ✂️

1779Q1011014 | Português, Análise sintática, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

Texto associado.
Após as experiências históricas do século passado, na psicanálise, no estruturalismo lévi-straussiano, na semiologia e no pós-estruturalismo, não há mais plausibilidade para se pensar em um humano típico do século XIX. Um ser volitivo e racional, plenamente consciente de suas necessidades materiais e que age movido por suas decisões voluntariosas com a finalidade de atender a essas necessidades. Tudo muito coerente, porém ficcional. A pessoa que pensamos desde o final do século XX é bem diversa. Muito mais ambígua e inconsistente em seu agir no mundo, um agir reativo ao seu meio em confronto com suas vivências culturais. Atende a necessidades materiais e a “necessidades” simbólicas, isto é, a desejos. Pensamos a pessoa como um animal simbólico e desejante, uma estrutura movida por algo bem mais complexo do que aquela simples e plena consciência racional. Movimenta-se por algo que vai além de suas necessidades biológicas. O desejo abarca a necessidade.

Cada pessoa é uma entidade eminentemente simbólica, deseja por meio do simbólico. Movimenta-se por seus desejos, fala seus desejos, deseja mediante a expressão simbólica. Fala por significações desejantes. Trata-se de um ente constituído na e pela linguagem, enlaçado socialmente pela linguagem. Não uma linguagem como mera transmissão de ideias que já estariam na consciência individual. Não uma linguagem como um simples produto da mente racional e intencional que estaria meramente expressando e comunicando pensamentos que a antecedem, mas linguagem como produção, como processo de produção de ideias desejantes. Uma linguagem considerada como laço societário. Como aquilo que une um humano a outro, que os faz humanos e, assim, os torna pessoas simbólico-desejantes. São sujeitos sujeitados à linguagem. Cada pessoa fala seus desejos e se torna sujeito desses desejos que a sujeitam.

Carlos Alvarez Maia. História, ciência e linguagem: o dilema do relativismo-realismo.
Rio de Janeiro: Mauad Editora, 2015, p. 11.

Em relação às ideias e a aspectos linguísticos e textuais do texto precedente, julgue o seguinte item.

No antepenúltimo período do segundo parágrafo, “humanos” e “pessoas simbólico-desejantes” exercem, nas orações em que se inserem, a mesma função sintática.

  1. ✂️
  2. ✂️

1780Q1011017 | Português, Funções morfossintáticas da palavra QUE, Manhã e Tarde, Instituto Rio Branco, CESPE CEBRASPE, 2025

Texto associado.
Após as experiências históricas do século passado, na psicanálise, no estruturalismo lévi-straussiano, na semiologia e no pós-estruturalismo, não há mais plausibilidade para se pensar em um humano típico do século XIX. Um ser volitivo e racional, plenamente consciente de suas necessidades materiais e que age movido por suas decisões voluntariosas com a finalidade de atender a essas necessidades. Tudo muito coerente, porém ficcional. A pessoa que pensamos desde o final do século XX é bem diversa. Muito mais ambígua e inconsistente em seu agir no mundo, um agir reativo ao seu meio em confronto com suas vivências culturais. Atende a necessidades materiais e a “necessidades” simbólicas, isto é, a desejos. Pensamos a pessoa como um animal simbólico e desejante, uma estrutura movida por algo bem mais complexo do que aquela simples e plena consciência racional. Movimenta-se por algo que vai além de suas necessidades biológicas. O desejo abarca a necessidade.

Cada pessoa é uma entidade eminentemente simbólica, deseja por meio do simbólico. Movimenta-se por seus desejos, fala seus desejos, deseja mediante a expressão simbólica. Fala por significações desejantes. Trata-se de um ente constituído na e pela linguagem, enlaçado socialmente pela linguagem. Não uma linguagem como mera transmissão de ideias que já estariam na consciência individual. Não uma linguagem como um simples produto da mente racional e intencional que estaria meramente expressando e comunicando pensamentos que a antecedem, mas linguagem como produção, como processo de produção de ideias desejantes. Uma linguagem considerada como laço societário. Como aquilo que une um humano a outro, que os faz humanos e, assim, os torna pessoas simbólico-desejantes. São sujeitos sujeitados à linguagem. Cada pessoa fala seus desejos e se torna sujeito desses desejos que a sujeitam.

Carlos Alvarez Maia. História, ciência e linguagem: o dilema do relativismo-realismo.
Rio de Janeiro: Mauad Editora, 2015, p. 11.

Em relação às ideias e a aspectos linguísticos e textuais do texto precedente, julgue o seguinte item.

Em suas ocorrências no sexto período do segundo parágrafo, o vocábulo “que” classifica-se como pronome relativo e funciona, assim como o vocábulo “a”, em “a antecedem”, como elemento de coesão referencial.

  1. ✂️
  2. ✂️
Utilizamos cookies e tecnologias semelhantes para aprimorar sua experiência de navegação. Política de Privacidade.