Em 2025, o Estado de Lurânia, que ratificou o
Estatuto de Roma em 2005, é acusado de
promover, em seu território, a deportação em
massa e o extermínio de uma minoria étnica,
condutas que, segundo organizações
internacionais, configuram crimes contra a
humanidade e genocídio.
A Procuradoria do Tribunal Penal Internacional
(TPI), a partir de representação feita por uma
Organização Não Governamental (ONG), decide
iniciar investigações preliminares.
O Estado de Lurânia protesta, afirmando que já
instaurou investigações internas sobre os fatos e
que o TPI não tem competência para atuar, sob os
seguintes fundamentos: • O Estatuto de Roma não pode ser aplicado a
fatos anteriores à sua entrada em vigor para
Lurânia, ocorrida em 2005.
• O genocídio, dada a sua natureza permanente,
admite a competência retroativa do TPI.
• A atuação do TPI viola o princípio da
soberania nacional, visto que Lurânia está
investigando os fatos por meio de seus próprios
órgãos judiciais.
Considerando apenas as normas do Estatuto de
Roma, assinale a alternativa correta:
a) A competência do TPI incide apenas sobre
crimes cometidos após a entrada em vigor do
Estatuto para o Estado Parte, sendo vedada qualquer
retroatividade, inclusive em relação ao crime de
genocídio.
b) O TPI poderá exercer sua competência sobre
crimes cometidos em Lurânia mesmo que tenham
ocorrido antes da ratificação do Estatuto, em razão do
princípio da imprescritibilidade aplicável aos crimes
internacionais.
c) A atuação do TPI é obrigatória sempre que um
Estado Parte for acusado de crimes graves, ainda que
existam investigações nacionais em curso, sendo a
jurisdição internacional prioritária em qualquer
hipótese.
d) A jurisdição do TPI depende de prévia aceitação
ad hoc pelo Estado envolvido, não bastando a
simples ratificação do Estatuto para que a
competência se estabeleça.