Distinguir territórios espanhóis de portugueses, em suma, era um
assunto intrincado sem resolução fácil, porque, entre outras
razões, não refletia um estado permanente, mas uma dinâmica,
um processo aberto com muitos atores, múltiplas possibilidades
e, frequentemente, numerosas e contraditórias justificações.
Na documentação do período é evidente a noção de urgência,
mesmo de competição. São também claras as constantes
tentativas para ordenar o que parecia (e que, de facto, muitas
vezes era) intensamente caótico. A necessidade de conhecer e
controlar o que estava a acontecer no interior empurrava os
protagonistas e os observadores num esforço desesperado de
compilação, sistematização e compreensão. No entanto, a tarefa
era algo inglória. Faltava conhecimento, e a capacidade de
processamento e digestão da informação era escassa. As divisões
territoriais eram o efeito colateral de muitas tensões diferentes e
produzidas por muitos atores com objetivos diversos.
Adaptado de: HERZOG, Tamar. Fronteiras da Posse. Portugal e Espanha na Europa e
na América. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2018, p. 134.
Com base no trecho, as delimitações fronteiriças na América
colonial incorporaram
✂️ a) A compreensão unívoca sobre a delimitação de territórios
que facilitou o gerenciamento de conflitos locais. ✂️ b) Os imutabilidade geográfica determinada por referenciais
materiais perpétuos. ✂️ c) Os debates específicos das cortes dos governos peninsulares,
para o ordenamento das regiões americanas. ✂️ d) O desinteresse peninsular sobre as possessões americanas
que eram consideradas territorialmente desorganizadas. ✂️ e) As interações conflitivas entre diferentes sujeitos baseados
nas dinâmicas de interesses.