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11Q1014718 | Libras, Educação dos Surdos, Professor de Libras, Prefeitura de Castanhal PA, CETAP, 2024

Assinale a alternativa com as expressões que completam adequadamente as lacunas:

"Em uma escola inclusiva, o ensino de Libras pode ocorrer, simultaneamente, em duas situações. Quando são os educandos surdos que aprendem Libras, como e quando são os educandos ouvintes que aprendem a Libras, como____ "

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12Q1014732 | Libras, Educação dos Surdos, Professor Bilingue, Prefeitura de Castanhal PA, CETAP, 2024

Assinale a alternativa que corresponde ao que é correto afirmar sobre a abordagem cultural da surdez na educação inclusiva:
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13Q1019857 | Espanhol, Adjetivos em Espanhol Adjetivos, Professor de Espanhol, Prefeitura de Castanhal PA, CETAP, 2024

"Yo quiero este libro amarrilo y blanco que está en tu estanteria, por favor.".

Tendo como base os conceitos de adjetivos, marque a resposta correta sobre as palavras destacadas em negrito.

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14Q1014727 | Libras, Educação dos Surdos, Professor de Educação Especial, Prefeitura de Castanhal PA, CETAP, 2024

Marque a alternativa correta sobre o ensino de língua materna (L1) para surdos.
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15Q1019858 | Espanhol, Flexão do Nome Flexíon de Las Palabras, Professor de Espanhol, Prefeitura de Castanhal PA, CETAP, 2024

"Un sustantivo es una categoria gramatical o clase de palabra que se utiliza para nombrar un objeto, sujeto, lugar, concepto.”

Fuente: https://concepto.de/sustantivo/#ixzz8XI7xCXeM

Considerando o conceito gramatical mencionado, analise as afirmativas seguintes e marque a alternativa correta.

I- O substantivo pode ser classificado somente pelo número e género e por alguns pronomes que concordam com os determinantes.

Il- Os adjetivos nao concordam em género e número com o substantivo, tanto se são modificadores (ojos melancélicos, casa limpia), como se são atributos ou predicativos (Los padres estaban callados; Lo creiamos timidos).

Ill- Os substantivos classificam-se como masculino e feminino e, como muitos que designam seres animados, o género serve para diferenciar o sexo do referente (gato/gata — nifio/nifia).

IV- O masculino é, no espanhol, o género não marcado e o feminino, o marcado. Na designação de pessoas e animais, os substantivos de género masculino se referem para marcar aos indivíduos do sexo, com também para designar toda a espécie, seja no singular ou plural.

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16Q1033047 | Raciocínio Lógico, Análise Combinatória em Raciocínio Lógico, Agente Administrativo Fiscal de Obras Mecânico II Motorista Operador de Máquinas Pesadas Pá Carregadeira Operador de Máquinas Pesadas, Prefeitura de Castanhal PA, CETAP, 2024

Sete corredores estão competindo em uma corrida e 3 deles receberão medalhas por chegar em primeiro, segundo, e terceiro lugares. O número de maneiras únicas de se arranjar 3 dos 7 corredores em primeiro, segundo, e terceiro lugares é:
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17Q1046191 | Português, Morfologia, Professor de Educação Especial, Prefeitura de Castanhal PA, CETAP, 2024

Texto associado.
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


As receitas


Quando eu era menino, na escola, as professoras me ensinaram que o Brasil estava destinado a um futuro grandioso porque as suas terras estavam cheias de riquezas: ferro, ouro, diamantes, florestas e coisas semelhantes. Ensinaram errado. O que me disseram equivale a predizer que um homem será um grande pintor por ser dono de uma loja de tintas. Mas o que faz um quadro não é a tinta: são as ideias que moram na cabeça do pintor. São as ideias dançantes na cabeça que fazem as tintas dançar sobre a tela.

Por isso, sendo um país tão rico, somos um povo tão pobre. Somos pobres em ideias. Não sabemos pensar. Nisto nos parecemos com os dinossauros, que tinham excesso de massa muscular e cérebros de galinha. Hoje, nas relações de troca entre os países, o bem mais caro, o bem mais cuidadosamente guardado, o bem que não se vende, são as ideias. É com as ideias que o mundo é feito. Prova disso são os tigres asiáticos, Japão, Coreia, Formosa que, pobres de recursos naturais, se enriqueceram por ter se especializado na arte de pensar.

Minha filha me fez uma pergunta: "O que é pensar?" Disse-me que 'esta era uma pergunta que o professor de filosofia havia proposto à classe. Pelo que lhe dou os parabéns. Primeiro por ter ido diretamente à questão essencial. Segundo, por ter tido a sabedoria de fazer a pergunta, sem dar a resposta. Porque, se tivesse dado a resposta, teria com ela cortado as asas do pensamento. O pensamento é como a águia que só alça voo nos espaços vazios do desconhecido. Pensar é voar sobre o que não se sabe. Não existe nada mais fatal para o pensamento que o ensino das respostas certas. Para isso existem as escolas: não para ensinar as respostas, mas para ensinar as perguntas. As respostas nos permitem andar sobre a terra firme. Mas somente as perguntas nos permitem entrar pelo mar desconhecido.

E, no entanto, não podemos viver sem as respostas. As asas, para o impulso inicial do voo, dependem de pés apoiados na terra firme. Os pássaros, antes de saber voar, aprendem a se apoiar sobre os seus pés. Também as crianças, antes de aprender a voar, tem que aprender a caminhar sobre a terra firme. Terra firme: as milhares de perguntas para as quais as gerações passadas já descobriram as respostas. O primeiro momento da educação é a transmissão deste saber. Nas palavras de Roland Barthes: "Há um momento em que se ensina o que se sabe..." E o curioso é que este aprendizado é justamente para nos poupar da necessidade de pensar.

As gerações mais velhas ensinam as mais novas as receitas que funcionam. Sei amarrar os meus sapatos automaticamente, sei dar o nó na minha gravata automaticamente: as mãos fazem o seu trabalho com destreza enquanto as ideias andam por outros lugares. Aquilo que um dia eu não sabia me foi ensinado; eu aprendi com o corpo e esqueci com a cabeça. E a condição para que minhas mãos saibam bem é que a cabeça não pense sobre o que elas estão fazendo. Um pianista que, na hora da execução, pensa sobre os caminhos que seus dedos deverão seguir, tropeçara fatalmente. Há a estória de uma centopeia que andava feliz pelo jardim, quando foi interpelada por um grilo: "Dona Centopeia, sempre tive curiosidade sobre uma coisa: quando a senhora anda, qual, dentre as suas cem pernas, é aquela que a senhora movimenta primeiro?" "Curioso", ela respondeu. "Sempre andei, mas nunca me propus esta questão. Da próxima vez, prestarei atenção." Termina a estória dizendo que a centopeia nunca mais conseguiu andar.

Todo mundo fala, e fala bem. Ninguém sabe como a linguagem foi ensinada e nem como ela foi aprendida. A despeito disto, o ensino foi tão eficiente que não preciso pensar para falar. Ao falar não sei se estou usando um substantivo, um verbo ou um adjetivo, e nem me lembro das regras da gramatica. Quem, para falar, tem de se lembrar destas coisas, não sabe falar. Há um nível de aprendizado em que o pensamento é um estorvo. Só se sabe bem com o corpo aquilo que a cabeça esqueceu. E assim escrevemos, lemos, andamos de bicicleta, nadamos, pregamos pregos, guiamos carros: sem saber com a cabeça, porque o corpo sabe melhor. É um conhecimento que se tornou parte inconsciente de mim mesmo. E isso me poupa do trabalho de pensar o já sabido. Ensinar aqui, é inconscientizar.

O sabido é o não-pensado, que fica guardado, pronto para ser usado como receita, na memória desse computador que se chama cérebro. Basta apertar a tecla adequada para que a receita apareça no vídeo da consciência. Aperto a tecla moqueca. A receita aparece no meu vídeo cerebral: panela de barro, azeite, peixe, tomate, cebola, coentro, cheiro verde, urucum, sal, pimenta, seguidos de uma se série de instruções sobre o que fazer. Não é coisa que eu tenha inventado. Me foi ensinado. Não precisei pensar. Gostei. Foi para a memória. Esta é a regra fundamental desse computador que vive no corpo humano: só vai para a memoria aquilo que e objeto do desejo.

A tarefa primordial do professor: seduzir o aluno para que ele deseje e, desejando, aprenda. E o saber fica memorizado de cor - etimologicamente, no coração -, à espera de que a tecla do desejo de novo o chame do seu lugar de esquecimento. Memória: um saber que o passado sedimentou. Indispensável para se repetir as receitas que os mortos nos legaram. E elas são boas. Téo boas que elas nos fazem esquecer que é preciso voar. Permitem que andemos pelas trilhas batidas. Mas nada tem a dizer sobre mares desconhecidos. Muitas pessoas, de tanto repetir as receitas, metamorfosearam-se de águias em tartarugas. E não são poucas as tartarugas que possuem diplomas universitários. Aqui se encontra o perigo das escolas: de tanto ensinar o que o passado legou - e ensinar bem — fazem os alunos se esquecer de que o seu destino não é o passado cristalizado em saber, mas um futuro que se abre como vazio, um não saber que somente pode ser explorado com as asas do pensamento. Compreende-se então que Barthes tenha dito que, seguindo-se ao tempo em que se ensina o que se sabe, deve chegar o tempo quando se ensina o que não se sabe. —



(Rubem Alves, no livro "A alegria de ensinar”. São Paulo: Ars Poetica Editora Ltda, 1994.)
"Nisto nos parecemos com os dinossauros (...)". Em relação à tipologia pronominal, é correto afirmar:
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18Q1019856 | Espanhol, Interpretação de Texto Comprensión de Lectura, Professor de Espanhol, Prefeitura de Castanhal PA, CETAP, 2024

"El espafiol, también conocido como castellano por su origen en la provincia de Castilla, es una de las lenguas más habladas actualmente. Según estudios realizados en los últimos afios por importantes instituciones encargadas de la ensefianza del espaiiol, el idioma es hablado o estudiado por más de 500 millones de personas en todo el mundo, entre las cuales más de 450 millones lo dominan plenamente, más de 50 millones lo hablan con alguna limitación y cerca de 20 millones están en proceso de aprendizaje. De acuerdo con esos datos, la lengua de Cervantes reina detrás del mandarin y, por primera vez, por delante del inglés, alcanzando el rango de segunda lengua franca en el mundo. Es decir, el 67% de la población mundial es ya hispanohablante. El espafiol —que empieza su difusión fuera de la península Ibérica durante los siglos XV y XVI— es la lengua oficial de veintiún países: Espaõa (Europa); Argentina, Bolivia, Colombia, Costa Rica, Cuba, Chile, Ecuador, Guatemala, Honduras, México, Nicaragua, Panamá, Paraguay, Perú, Puerto Rico, República Dominicana, El Salvador, Uruguay y Venezuela (América); y Guinea Ecuatorial (África). Además de estos países, se habla espafiol en partes de Estados Unidos y también en Israel y Filipinas, aunque como lengua minoritaria. El espafiol es también uno de los idiomas oficiales de la ONU, de la UNESCO, de la UE y del MERCOSUR. Así que su importancia se debe no solo al número de hablantes, sino también a su extensión y a su difusión internacional. Frente a la enorme extensión del espafol, un problema a más se plantea en el proceso de ensefianza y aprendizaje del idioma de Cervantes, que es la diversidad lingúística, que se refiere a las variantes de la lengua, las cuales poseen rasgos fonéticos, léxicos y morfosintácticos particulares.Los usuarios del espafiol saben muy bien que no todos los hablantes de la lengua hablan de la misma manera, es decir, no utilizan la misma variedad del idioma. El espafiol contemporáneo, por ejemplo, no es el mismo espaiol que se hablaba en Espafia en los siglos XV y XVI, cuando los primeros espafioles llegaron a América. Asimismo, se percibe que el espafiol que se habla hoy dia en Buenos Aires no es igual al espafiol que se habla en la Ciudad de México, en San Juan, en Tenerife o en Salamanca, en Espafia."

(https://cvc.cervantes.es/ensenanza/biblioteca ele/sicele/ sicele03/006 matiasmonheler.htm).

De acordo com texto , analise as alternativas seguintes e marque a resposta correta.

I - O espanhol é uma das línguas mais dominadas no mundo, perdendo somente para o inglês e o mandarim

Il- O espanhol é uma das línguas mais faladas da atualidade, reinando atrás do mandarim e, pela primeira vez, passando o inglês, com 67% da população mundial falante da língua espanhola.

Ill- O espanhol é um dos idiomas oficiais da ONU, da UNESCO, da EU e do MERCOSUL, e apresenta relevância não somente pelo número de falantes, mas por sua extensão e difusão internacional.

IV- Mediante sua extensão e diversidade, surge um problema no processo de ensino e aprendizagem do espanhol que está relacionado às variantes da língua, pois nem todos os falantes se comunicam igualmente, ou seja, não utilizam a mesma variedade do idioma.

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19Q1033045 | Raciocínio Lógico, Análise Combinatória em Raciocínio Lógico, Agente Administrativo Fiscal de Obras Mecânico II Motorista Operador de Máquinas Pesadas Pá Carregadeira Operador de Máquinas Pesadas, Prefeitura de Castanhal PA, CETAP, 2024

Carla está jogando um jogo de palavras no qual ela tenta formar palavras de 3 letras usando as letras da palavra TIGRE. Ela não pode usar a mesma letra duas vezes. Há quantas maneiras únicas de se arranjar 3 letras da palavra TIGRE?
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20Q1046188 | Português, Interpretação de Textos, Professor de Educação Especial, Prefeitura de Castanhal PA, CETAP, 2024

Texto associado.
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


As receitas


Quando eu era menino, na escola, as professoras me ensinaram que o Brasil estava destinado a um futuro grandioso porque as suas terras estavam cheias de riquezas: ferro, ouro, diamantes, florestas e coisas semelhantes. Ensinaram errado. O que me disseram equivale a predizer que um homem será um grande pintor por ser dono de uma loja de tintas. Mas o que faz um quadro não é a tinta: são as ideias que moram na cabeça do pintor. São as ideias dançantes na cabeça que fazem as tintas dançar sobre a tela.

Por isso, sendo um país tão rico, somos um povo tão pobre. Somos pobres em ideias. Não sabemos pensar. Nisto nos parecemos com os dinossauros, que tinham excesso de massa muscular e cérebros de galinha. Hoje, nas relações de troca entre os países, o bem mais caro, o bem mais cuidadosamente guardado, o bem que não se vende, são as ideias. É com as ideias que o mundo é feito. Prova disso são os tigres asiáticos, Japão, Coreia, Formosa que, pobres de recursos naturais, se enriqueceram por ter se especializado na arte de pensar.

Minha filha me fez uma pergunta: "O que é pensar?" Disse-me que 'esta era uma pergunta que o professor de filosofia havia proposto à classe. Pelo que lhe dou os parabéns. Primeiro por ter ido diretamente à questão essencial. Segundo, por ter tido a sabedoria de fazer a pergunta, sem dar a resposta. Porque, se tivesse dado a resposta, teria com ela cortado as asas do pensamento. O pensamento é como a águia que só alça voo nos espaços vazios do desconhecido. Pensar é voar sobre o que não se sabe. Não existe nada mais fatal para o pensamento que o ensino das respostas certas. Para isso existem as escolas: não para ensinar as respostas, mas para ensinar as perguntas. As respostas nos permitem andar sobre a terra firme. Mas somente as perguntas nos permitem entrar pelo mar desconhecido.

E, no entanto, não podemos viver sem as respostas. As asas, para o impulso inicial do voo, dependem de pés apoiados na terra firme. Os pássaros, antes de saber voar, aprendem a se apoiar sobre os seus pés. Também as crianças, antes de aprender a voar, tem que aprender a caminhar sobre a terra firme. Terra firme: as milhares de perguntas para as quais as gerações passadas já descobriram as respostas. O primeiro momento da educação é a transmissão deste saber. Nas palavras de Roland Barthes: "Há um momento em que se ensina o que se sabe..." E o curioso é que este aprendizado é justamente para nos poupar da necessidade de pensar.

As gerações mais velhas ensinam as mais novas as receitas que funcionam. Sei amarrar os meus sapatos automaticamente, sei dar o nó na minha gravata automaticamente: as mãos fazem o seu trabalho com destreza enquanto as ideias andam por outros lugares. Aquilo que um dia eu não sabia me foi ensinado; eu aprendi com o corpo e esqueci com a cabeça. E a condição para que minhas mãos saibam bem é que a cabeça não pense sobre o que elas estão fazendo. Um pianista que, na hora da execução, pensa sobre os caminhos que seus dedos deverão seguir, tropeçara fatalmente. Há a estória de uma centopeia que andava feliz pelo jardim, quando foi interpelada por um grilo: "Dona Centopeia, sempre tive curiosidade sobre uma coisa: quando a senhora anda, qual, dentre as suas cem pernas, é aquela que a senhora movimenta primeiro?" "Curioso", ela respondeu. "Sempre andei, mas nunca me propus esta questão. Da próxima vez, prestarei atenção." Termina a estória dizendo que a centopeia nunca mais conseguiu andar.

Todo mundo fala, e fala bem. Ninguém sabe como a linguagem foi ensinada e nem como ela foi aprendida. A despeito disto, o ensino foi tão eficiente que não preciso pensar para falar. Ao falar não sei se estou usando um substantivo, um verbo ou um adjetivo, e nem me lembro das regras da gramatica. Quem, para falar, tem de se lembrar destas coisas, não sabe falar. Há um nível de aprendizado em que o pensamento é um estorvo. Só se sabe bem com o corpo aquilo que a cabeça esqueceu. E assim escrevemos, lemos, andamos de bicicleta, nadamos, pregamos pregos, guiamos carros: sem saber com a cabeça, porque o corpo sabe melhor. É um conhecimento que se tornou parte inconsciente de mim mesmo. E isso me poupa do trabalho de pensar o já sabido. Ensinar aqui, é inconscientizar.

O sabido é o não-pensado, que fica guardado, pronto para ser usado como receita, na memória desse computador que se chama cérebro. Basta apertar a tecla adequada para que a receita apareça no vídeo da consciência. Aperto a tecla moqueca. A receita aparece no meu vídeo cerebral: panela de barro, azeite, peixe, tomate, cebola, coentro, cheiro verde, urucum, sal, pimenta, seguidos de uma se série de instruções sobre o que fazer. Não é coisa que eu tenha inventado. Me foi ensinado. Não precisei pensar. Gostei. Foi para a memória. Esta é a regra fundamental desse computador que vive no corpo humano: só vai para a memoria aquilo que e objeto do desejo.

A tarefa primordial do professor: seduzir o aluno para que ele deseje e, desejando, aprenda. E o saber fica memorizado de cor - etimologicamente, no coração -, à espera de que a tecla do desejo de novo o chame do seu lugar de esquecimento. Memória: um saber que o passado sedimentou. Indispensável para se repetir as receitas que os mortos nos legaram. E elas são boas. Téo boas que elas nos fazem esquecer que é preciso voar. Permitem que andemos pelas trilhas batidas. Mas nada tem a dizer sobre mares desconhecidos. Muitas pessoas, de tanto repetir as receitas, metamorfosearam-se de águias em tartarugas. E não são poucas as tartarugas que possuem diplomas universitários. Aqui se encontra o perigo das escolas: de tanto ensinar o que o passado legou - e ensinar bem — fazem os alunos se esquecer de que o seu destino não é o passado cristalizado em saber, mas um futuro que se abre como vazio, um não saber que somente pode ser explorado com as asas do pensamento. Compreende-se então que Barthes tenha dito que, seguindo-se ao tempo em que se ensina o que se sabe, deve chegar o tempo quando se ensina o que não se sabe. —



(Rubem Alves, no livro "A alegria de ensinar”. São Paulo: Ars Poetica Editora Ltda, 1994.)
No 1º parágrafo, o vocábulo que é hiperônimo de: "(...) ferro, ouro, diamante, florestas e coisas semelhantes." é:
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