Questões de Concursos: Prefeitura de Guarani MG

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21 Q708999 | Português, Interpretação Textual 8 Compreensão e Interpretação de Textos, Técnico Administrativo, Prefeitura de Guarani MG, FCM

Texto associado.

Natal na barca


      Não quero nem devo lembrar aqui por que me encontrava naquela barca. Só sei que em redor tudo era silêncio e treva. E que me sentia bem naquela solidão. Na embarcação desconfortável, tosca, apenas quatro passageiros. Uma lanterna nos iluminava com sua luz vacilante: um velho, uma mulher com uma criança e eu.

      O velho, um bêbado esfarrapado, deitara-se de comprido no banco, dirigira palavras amenas a um vizinho invisível e agora dormia. A mulher estava sentada entre nós, apertando nos braços a criança enrolada em panos. Era uma mulher jovem e pálida. O longo manto escuro que lhe cobria a cabeça dava-lhe o aspecto de uma figura antiga.

      Pensei em falar-lhe assim que entrei na barca. Mas já devíamos estar quase no fim da viagem e até aquele instante não me ocorrera dizer-lhe qualquer palavra. Nem combinava mesmo com uma barca tão despojada, tão sem artifícios, a ociosidade de um diálogo. Estávamos sós. E o melhor ainda era não fazer nada, não dizer nada, apenas olhar o sulco negro que a embarcação ia fazendo no rio.

      Debrucei-me na grade de madeira carcomida. Acendi um cigarro. Ali estávamos os quatro, silenciosos como mortos num antigo barco de mortos deslizando na escuridão. Contudo, estávamos vivos. E era Natal.

      A caixa de fósforos escapou-me das mãos e quase resvalou para o rio. Agachei-me para apanhá-la. Sentindo então alguns respingos no rosto, inclinei-me mais até mergulhar as pontas dos dedos na água.

      — Tão gelada — estranhei, enxugando a mão.

      — Mas de manhã é quente.

      Voltei-me para a mulher que embalava a criança e me observava com um meio sorriso. Sentei-me no banco ao seu lado. Tinha belos olhos claros, extraordinariamente brilhantes. Reparei em que suas roupas (pobres roupas puídas) tinham muito caráter, revestidas de uma certa dignidade.

      — De manhã esse rio é quente — insistiu ela, me encarando.

      — Quente?

      — Quente e verde, tão verde que a primeira vez que lavei nele uma peça de roupa pensei que a roupa fosse sair esverdeada. É a primeira vez que vem por estas bandas?

      Desviei o olhar para o chão de largas tábuas gastas. E respondi com uma outra pergunta:

      — Mas a senhora mora aqui por perto?

      — Em Lucena. Já tomei esta barca não sei quantas vezes, mas não esperava que justamente hoje…

      A criança agitou-se, choramingando. A mulher apertou-a mais contra o peito. Cobriu-lhe a cabeça com o xale e pôs-se a niná-la com um brando movimento de cadeira de balanço. Suas mãos destacavam-se exaltadas sobre o xale preto, mas o rosto era tranquilo.

      — Seu filho?

      — É. Está doente, vou ao especialista, o farmacêutico de Lucena achou que eu devia ver um médico hoje mesmo. Ainda ontem ele estava bem, mas piorou de repente. Uma febre, só febre…

      — Levantou a cabeça com energia. O queixo agudo era altivo, mas o olhar tinha a expressão doce. — Só sei que Deus não vai me abandonar.

      — É o caçula?

      — É o único. O meu primeiro morreu o ano passado. Subiu no muro, estava brincando de mágico quando de repente avisou, vou voar! E atirou-se. A queda não foi grande, o muro não era alto, mas caiu de tal jeito… Tinha pouco mais de quatro anos.

      Atirei o cigarro na direção do rio, mas o toco bateu na grade e voltou, rolando aceso pelo chão. Alcancei-o com a ponta do sapato e fiquei a esfregá-lo devagar. Era preciso desviar o assunto para aquele filho que estava ali, doente, embora. Mas vivo.

      — E esse? Que idade tem?

      — Vai completar um ano. — E, noutro tom, inclinando a cabeça para o ombro: — Era um menino tão alegre. Tinha verdadeira mania com mágicas. Claro que não saía nada, mas era muito engraçado… Só a última mágica que fez foi perfeita, vou voar! disse abrindo os braços. E voou.

      Levantei-me. Eu queria ficar só naquela noite, sem lembranças, sem piedade. Mas os laços (os tais laços humanos) já ameaçavam me envolver. Conseguira evitá-los até aquele instante. Mas agora não tinha forças para rompê-los.

      — Seu marido está à sua espera?

      — Meu marido me abandonou.

      Sentei-me e tive vontade de rir. Era incrível. Fora uma loucura fazer a primeira pergunta, mas agora não podia mais parar.

      — Há muito tempo? Que seu marido…

      — Faz uns seis meses. Imagine que nós vivíamos tão bem, mas tão bem. Quando ele encontrou por acaso essa antiga namorada, falou comigo sobre ela, fez até uma brincadeira, a Ducha enfeiou, de nós dois fui eu que acabei ficando mais bonito... E não falou mais no assunto. Uma manhã ele se levantou como todas as manhãs, tomou café, leu o jornal, brincou com o menino e foi trabalhar. Antes de sair ainda me acenou, eu estava na cozinha lavando a louça e ele me acenou através da tela de arame da porta, me lembro até que eu quis abrir a porta, não gosto de ver ninguém falar comigo com aquela tela no meio… Mas eu estava com a mão molhada. Recebi a carta de tardinha, ele mandou uma carta. Fui morar com minha mãe numa casa que alugamos perto da minha escolinha. Sou professora.

      Fixei-me nas nuvens tumultuadas que corriam na mesma direção do rio. Incrível. Ia contando as sucessivas desgraças com tamanha calma, num tom de quem relata fatos sem ter realmente participado deles. Como se não bastasse a pobreza que espiava pelos remendos da sua roupa, perdera o filhinho, o marido e ainda via pairar uma sombra sobre o segundo filho que ninava nos braços. E ali estava sem a menor revolta, confiante. Intocável. Apatia? Não, não podiam ser de uma apática aqueles olhos vivíssimos, aquelas mãos enérgicas. Inconsciência? Uma obscura irritação me fez andar.

      [...]

TELLES, Lygia Fagundes. Antes do baile verde. 7 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1982, p. 74-76. Fragmento. 

Todas as interpretações a seguir têm sustentação com base no conto, EXCETO

22 Q712083 | Administração de Materiais, Técnico Administrativo, Prefeitura de Guarani MG, FCM

A logística, de forma direta, atua em toda empresa ou órgão público que necessite de estocagem, suprimentos, almoxarifado, transporte, compras de quaisquer materiais ou recursos.

Associe corretamente o processo de logística à sua respectiva descrição.


Processos de logística

1. Estoque

2. Compras

3. Embalagem

4. Transporte


Descrições

( ) Recebimento e distribuição dos materiais e dos recursos.

( ) Departamento ou tarefa que compreende a reposição do estoque de materiais e de recursos.

( ) Local para armazenamento e para controle dos materiais e de recursos disponíveis.

( ) Manutenção dos materiais e recursos, desde seu recebimento até o seu uso.


A sequência correta dessa associação é a

23 Q710196 | Informática, Técnico Administrativo, Prefeitura de Guarani MG, FCM

Uma pessoa, trabalhando em um documento texto do Microsoft Word 2013, selecionou a guia Revisão e clicou no botão Contar Palavras. A janela que será aberta, ao executar estas ações, exibe algumas informações sobre o documento texto.

Dentre estas informações está a quantidade de

25 Q707474 | Gestão de Pessoas, Técnico Administrativo, Prefeitura de Guarani MG, FCM

O absenteísmo pode ser definido como a ausência do trabalhador quando se esperava que ele estivesse presente.
A respeito de suas divisões, informe se é verdadeira (V) ou falsa (F) a definição apresentada.
( ) Voluntário: por razões particulares.
( ) Compulsório: por sanções disciplinares ou por prisão.
( ) Doença: devido a doenças ou procedimentos médicos, incluindo acidentes de trabalho.
( ) Férias: período de descanso, concedido ao empregado após o exercício de atividades por um ano.
De acordo com as definições, a sequência correta é

26 Q710815 | Redação Oficial, Técnico Administrativo, Prefeitura de Guarani MG, FCM

Cuidar da forma e do conteúdo dos textos oficiais é fundamental para que eles cumpram seus objetivos. Para isso, ao final da redação, é indispensável a releitura e a revisão do texto redigido.

São cuidados que devem ser observados no momento da revisão, EXCETO

27 Q710872 | Redação Oficial, Técnico Administrativo, Prefeitura de Guarani MG, FCM

Avalie o que se afirma ser critério que as comunicações oficiais devem obedecer.
I. Impessoalidade.
II. Formalidade.
III. Redundância.
IV. Uso do padrão culto da linguagem.
Está correto apenas o que se afirma em

28 Q710845 | Legislação Municipal, Técnico Administrativo, Prefeitura de Guarani MG, FCM

Sobre a Lei Orgânica do Município de Guarani, é correto afirmar que

29 Q708677 | Informática, Técnico Administrativo, Prefeitura de Guarani MG, FCM

Associe corretamente o sistema ao seu respectivo componente.

Sistemas

1. Comunicação

2. Informática

3. Segurança

Componentes

( ) Alarme, monitoramento, portas automáticas, fechaduras automáticas.

( ) Centrais telefônicas, secretária eletrônica, identificador de chamadas.

( ) Micros, impressoras, scanners.


A sequência correta dessa associação é

30 Q707507 | Administração Geral, Técnico Administrativo, Prefeitura de Guarani MG, FCM

Os grupos não funcionam no vácuo. Todo grupo humano possui componentes de um sistema maior do qual faz parte. Esse contexto varia em cada segmento da comunidade, da organização, da sociedade e do país.
Esse Sistema é chamado de
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