“Maquiavel provoca uma ruptura com o saber repetido pelos
séculos. Trata-se de uma indagação radical e de uma nova
articulação sobre o pensar e fazer política [...]. A ordem, produto
necessário da política, [...] tem um imperativo: deve ser
construída pelos homens para se evitar o caos e a barbárie, e,
uma vez alcançada, ela não será definitiva, pois há sempre, em
germe, o seu trabalho em negativo, isto é, a ameaça de que seja
desfeita”.
SADEK, Maria Tereza. “Nicolau Maquiavel: o cidadão sem fortuna , o
intelectual de virtù ”. In: WEFFORT, Francisco Correia (org.). Os clássicos
da política . São Paulo: Ática, 2006. v. 1.
A ruptura promovida por Maquiavel, mencionada no excerto, põe
fim à ideia de que
a) a história segue um curso racional rumo ao bem comum.
b) a política deve espelhar uma ordem moral transcendente e
imutável.
c) a legitimidade do poder decorre da adesão espontânea dos
governados.
d) o exercício da política deve se subordinar inteiramente à ideia
de justiça.
e) o bem coletivo se realiza pela harmonia natural entre os
interesses individuais.