Leia o trecho a seguir.
A necessidade das autoridades eclesiásticas por provas físicas dos
fenômenos sagrados faz parte de um fenômeno mais amplo já
observado pelos historiadores da espiritualidade feminina da Idade
Média tardia: a predominância das mulheres entre as santas
visionárias e a persistente tendência dos hagiógrafos masculinos
de traduzir as experiências místicas internas de suas sujeitas
femininas em sinais corporais perceptíveis, como estigmas, feridas
sangrentas, lactação e outros fenômenos místicos. Isto conferiu
uma importância especial aos corpos das mulheres santas, que
eram vistas como recipientes de seus poderes sobrenaturais, e
pode ser a razão pela qual os contemporâneos parecem ter
embalsamado os corpos das futuras santas mais frequentemente
do que os dos santos homens — um fato que ajuda a explicar a
restrição das anatomias sagradas, nesse período, a corpos
femininos. Por outro lado, esse foco nos corpos mortos das
mulheres santas parece também ter refletido uma necessidade
especial de prova por parte dos clérigos homens quando a
santidade feminina estava em questão.
Adaptado de PARK, Katharine. The secrets of Women: Gender,
Generation, and the Origins of Human Dissection. New York: Zone Books,
2006, pp. 58- 59.
Com base na leitura do trecho, é correto afirmar que um dos
elementos que explica a relação entre os corpos femininos e o
contexto da Idade Média tardia foi
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