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Questões de Concursos TRT 18 Região GO

Resolva questões de TRT 18 Região GO comentadas com gabarito, online ou em PDF, revisando rapidamente e fixando o conteúdo de forma prática.


81Q1039192 | Legislação de Trânsito, Normas Gerais de Circulação e Conduta, Especialidade Agente da Polícia Judicial, TRT 18 Região GO, FCC, 2023

De acordo com a Lei nº 9.503/1997, considere:

1. Vias urbanas

2. Vias rurais

a. Via de trânsito rápido.

b. Estradas.

c. Via local.

d. Rodovias.

e. Via coletora.

A correta correlação quanto à utilização e à classificação das vias é:

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82Q1040546 | Legislação dos TRFs, Conselho Nacional de Justiça Cnj, Especialidade Agente da Polícia Judicial, TRT 18 Região GO, FCC, 2023

O Comitê Gestor do Sistema Nacional de Segurança do Poder Judiciário (SINASPJ) é constituído no âmbito do Conselho Nacional de Justiça e define protocolos, medidas e rotinas de segurança alinhados à política nacional de segurança do Poder Judiciário e possui objetivos previstos na Resolução nº 435/2021 do Conselho Nacional de Justiça. Tal Resolução dispõe sobre a política e o sistema nacional de segurança do Poder Judiciário e dá outras providências, com a ressalva
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83Q1039125 | Português, Interpretação de Textos, Técnico Judiciário Área Administrativa, TRT 18 Região GO, FCC, 2023

Texto associado.

Sempre me lembro da história exemplar de um mineiro que veio até a capital, zanzou por aqui, e voltou para contar em casa os assombros da cidade. Seu velho pai balançou a cabeça; fazendo da própria dúvida a sua sabedoria: “É, meu filho, tudo isso pode ser muito bonito, mas pai de família que não tem plantação, não sei não...”

Às vezes morro de nostalgia. São momentos de sinceridade, nos quais todo o meu ser denuncia minha falsa condição de morador do Rio de Janeiro. A trepidação desta cidade não é minha. Sou mais, muito mais, querendo ou não querendo, de uma indolência de sol parado e gerânios. Minha terra é outra, minha gente não é esta, meu tempo é mais pausado, meus assuntos são mais humildes, minha fala, mais arrastada. O milho pendoou? Vamos ao pasto dos Macacos matar codorna? A vaca do coronel já deu cria? Desta literatura rural é que preciso.

Eis em torno de mim, a cingir-me como um anel, o Rio de Janeiro. Velozes automóveis me perseguem na rua, novos edifícios crescem fazendo barulho em meus ouvidos, a guerra comercial não me dá tréguas, o clamor do telefone me põe a funcionar sem querer, a vaga se espraia e repercute no meu peito, minha inocência não percebe o negócio de milhões articulado com um sorriso e um aperto de mão. Pois eu não sou daqui.

Vivo em apartamento só por ter cedido a uma perversão coletiva; nasci em casa de dois planos, o de cima, da família, sobre tábuas lavadas, claro e sem segredos, e o de baixo, das crianças, o porão escuro, onde a vida se tece de nada, de pressentimentos, de imaginação, do estofo dos sonhos. A maciez das mãos que me cumprimentam na cidade tem qualquer coisa de peixe e mentira; não sou desta viração mesclada de maresia; não sei comer este prato vermelho e argênteo de crustáceos; não entendo os sinais que os navios trocam na cerração além da minha janela. Confio mais em mãos calosas, meus sentidos querem uma brisa à boca da noite cheirando a capim-gordura; um prato de tutu e torresmos para minha fome; e quando o trem distante apitasse na calada, pelo menos eu saberia em que sentimentos desfalecer.

Ando bem sem automóvel, mas sinto falta de uma charrete. Com um matungo que me criasse amizade, eu visitaria o vigário, o médico, o turco, o promotor que lê Victor Hugo, o italiano que tem uma horta, o ateu local, o criminoso da cadeia, todos eles muitos meus amigos. Se aqui não vou à igreja, lá pelo menos frequentaria a doçura do adro, olhando o cemitério em aclive sobre a encosta, emoldurado em muros brancos. Aqui jaz Paulo Mendes Campos. Por favor, engavetem-me com simplicidade do lado da sombra. É tudo o que peço. E não é preciso rezar por minha alma desgovernada.


(Adaptado de: CAMPOS, Paulo Mendes. Balé do pato. São Paulo: Ática, 2012)

“nasci em casa de dois planos, o de cima, da família, sobre tábuas lavadas, claro e sem segredos, e o de baixo, das crianças, o porão escuro, onde a vida se tece de nada, de pressentimentos, de imaginação, do estofo dos sonhos.” (4o parágrafo)

O termo sublinhado acima pode ser substituído, sem prejuízo para a correção gramatical, por:

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84Q1039153 | Odontologia, Patologia Oral e Maxilofacial, Saúde Bucal, TRT 18 Região GO, FCC, 2023

Texto associado.
Atenção: Para responder à questão, considere as informações a seguir:

Paciente com 68 anos de idade, sexo masculino, utiliza prótese total removível superior e inferior. O cirurgião-dentista diagnosticou estomatite protética no palato e solicitou ao Técnico em Saúde Bucal que promovesse ações educativas junto ao paciente.
As orientações para o cuidado com as próteses incluem
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85Q1039155 | Odontologia, Sus, Saúde Bucal, TRT 18 Região GO, FCC, 2023

Uma Técnica em Saúde Bucal (TSB) encontrou-se, casualmente, num centro comercial, com os pais de uma criança que havia sido atendida, 10 dias antes, na Unidade Básica de Saúde em que ela trabalha. O atendimento havia sido um procedimento cirúrgico que requereu sutura e orientação sobre o que fazer no domicílio, nos dias seguintes ao procedimento. Após se reconhecerem mutuamente e se cumprimentarem, pararam para conversar brevemente. Percebendo o interesse da mãe, a TSB perguntou sobre a evolução da criança. Ouviu-a e reiterou algumas orientações sobre higiene e cuidados de limpeza bucal. Do ponto de vista ético, o tema sobre a evolução da criança
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86Q1039156 | Odontologia, Odontologia Pré Clínica, Saúde Bucal, TRT 18 Região GO, FCC, 2023

O adequado posicionamento do paciente na cadeira odontológica é importante para obtenção do máximo conforto que a equipe possa lhe proporcionar, mas também para prevenir a ocorrência de acidentes. Na posição supina, que corresponde ao descanso natural máximo, com total relaxamento e dificultando movimentos repentinos, o paciente permanece
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87Q1039170 | Enfermagem, Biossegurança em Enfermagem, Enfermagem do Trabalho, TRT 18 Região GO, FCC, 2023

No processo de limpeza dos instrumentais utilizados nos curativos, o Técnico de Enfermagem deve
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88Q1039186 | Direito Processual Civil, Juizado Especial, Especialidade Agente da Polícia Judicial, TRT 18 Região GO, FCC, 2023

O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade. A competência do Juizado Especial Cível, entre outras hipóteses, na forma da Lei nº 9.099/1995, é das causas cujo valor não EXCEDA a
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89Q1039190 | Direito Penal, Legislação Penal Especial, Especialidade Agente da Polícia Judicial, TRT 18 Região GO, FCC, 2023

A Lei nº 7.716/1989 define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. Constituem efeitos da condenação a perda do cargo ou função pública, para o servidor público, e a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular, por prazo não superior a
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90Q1039118 | Português, Interpretação de Textos, Técnico Judiciário Área Administrativa, TRT 18 Região GO, FCC, 2023

Texto associado.

Sempre me lembro da história exemplar de um mineiro que veio até a capital, zanzou por aqui, e voltou para contar em casa os assombros da cidade. Seu velho pai balançou a cabeça; fazendo da própria dúvida a sua sabedoria: “É, meu filho, tudo isso pode ser muito bonito, mas pai de família que não tem plantação, não sei não...”

Às vezes morro de nostalgia. São momentos de sinceridade, nos quais todo o meu ser denuncia minha falsa condição de morador do Rio de Janeiro. A trepidação desta cidade não é minha. Sou mais, muito mais, querendo ou não querendo, de uma indolência de sol parado e gerânios. Minha terra é outra, minha gente não é esta, meu tempo é mais pausado, meus assuntos são mais humildes, minha fala, mais arrastada. O milho pendoou? Vamos ao pasto dos Macacos matar codorna? A vaca do coronel já deu cria? Desta literatura rural é que preciso.

Eis em torno de mim, a cingir-me como um anel, o Rio de Janeiro. Velozes automóveis me perseguem na rua, novos edifícios crescem fazendo barulho em meus ouvidos, a guerra comercial não me dá tréguas, o clamor do telefone me põe a funcionar sem querer, a vaga se espraia e repercute no meu peito, minha inocência não percebe o negócio de milhões articulado com um sorriso e um aperto de mão. Pois eu não sou daqui.

Vivo em apartamento só por ter cedido a uma perversão coletiva; nasci em casa de dois planos, o de cima, da família, sobre tábuas lavadas, claro e sem segredos, e o de baixo, das crianças, o porão escuro, onde a vida se tece de nada, de pressentimentos, de imaginação, do estofo dos sonhos. A maciez das mãos que me cumprimentam na cidade tem qualquer coisa de peixe e mentira; não sou desta viração mesclada de maresia; não sei comer este prato vermelho e argênteo de crustáceos; não entendo os sinais que os navios trocam na cerração além da minha janela. Confio mais em mãos calosas, meus sentidos querem uma brisa à boca da noite cheirando a capim-gordura; um prato de tutu e torresmos para minha fome; e quando o trem distante apitasse na calada, pelo menos eu saberia em que sentimentos desfalecer.

Ando bem sem automóvel, mas sinto falta de uma charrete. Com um matungo que me criasse amizade, eu visitaria o vigário, o médico, o turco, o promotor que lê Victor Hugo, o italiano que tem uma horta, o ateu local, o criminoso da cadeia, todos eles muitos meus amigos. Se aqui não vou à igreja, lá pelo menos frequentaria a doçura do adro, olhando o cemitério em aclive sobre a encosta, emoldurado em muros brancos. Aqui jaz Paulo Mendes Campos. Por favor, engavetem-me com simplicidade do lado da sombra. É tudo o que peço. E não é preciso rezar por minha alma desgovernada.


(Adaptado de: CAMPOS, Paulo Mendes. Balé do pato. São Paulo: Ática, 2012)

O termo que qualifica o substantivo na expressão “velho pai” (1ºparágrafo) tem sentido oposto àquele que qualifica o substantivo em:
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91Q1039143 | Matemática, Aritmética e Problemas, Tecnologia da Informação, TRT 18 Região GO, FCC, 2023

Em uma eleição para a direção do Centro Acadêmico, os 5 candidatos obtiveram números distintos de votos. De um total de 36 votos, o candidato vencedor teve 12 votos e o candidato que recebeu menos votos teve 4. O número de votos do candidato que ficou em segundo lugar foi
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92Q1039164 | Enfermagem, Imunização, Enfermagem do Trabalho, TRT 18 Região GO, FCC, 2023

Ao atualizar a caderneta de vacinação dos trabalhadores do Tribunal Regional do Trabalho, o Técnico de Enfermagem deve saber que, de acordo com o Programa Nacional de Vacinação, adultos que já receberam a vacina DTP na infância devem tomar uma dose de reforço da vacina dT a cada
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93Q1039168 | Enfermagem, Saúde da Mulher, Enfermagem do Trabalho, TRT 18 Região GO, FCC, 2023

Uma trabalhadora do Tribunal Regional do Trabalho procura o ambulatório buscando orientação sobre métodos contraceptivos de barreira usados como estratégia de planejamento familiar. Nessa situação é importante ressaltar que, dentre os métodos contraceptivos de barreira, está
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94Q1039136 | Português, Sintaxe, Tecnologia da Informação, TRT 18 Região GO, FCC, 2023

Texto associado.
Atenção: Leia o texto “Ardil da desrazão”, de Eduardo Giannetti, para responder à questão.

Imagine uma pessoa afivelada a uma cama com eletrodos colados em suas têmporas. Ao se girar um botão situado em local distante, a corrente elétrica nos eletrodos aumenta em grau infinitesimal, de modo que o paciente não chegue a sentir. Um hambúrguer gratuito é então ofertado a quem girar o botão. Ocorre, porém, que, quando milhares de pessoas fazem isso − sem que cada uma saiba das ações das demais −, a descarga elétrica gerada é suficiente para eletrocutar a vítima. Quem é responsável pelo quê? Algo tenebroso foi feito, mas de quem é a culpa? O efeito isolado de cada giro do botão é, por definição, imperceptível − são todos “torturadores inofensivos”. Mas o efeito conjunto é ofensivo ao extremo. Até que ponto a somatória de ínfimas partículas de culpa se acumula numa gigantesca dívida moral coletiva? − O experimento mental concebido pelo filósofo britânico Derek Parfit dá o que pensar. A mudança climática em curso equivale a uma espécie de eletrocussão da biosfera. Quem a deseja? A quem interessa? O ardil da desrazão vira do avesso a “mão invisível” da economia clássica. O aquecimento global é fruto da alquimia perversa de incontáveis ações humanas, mas não resulta de nenhuma intenção humana. E quem assume − ou deveria assumir − a culpa por ele? Os 7 bilhões de habitantes da Terra pertencem a três grupos: o primeiro bilhão, no cobiçado topo da escala de consumo, responde por 50% das emissões de gases-estufa; os 3 bilhões seguintes por 45%; e os 3 bilhões na base da pirâmide (metade sem acesso a eletricidade) por 5%. Por seu modo de vida, situação geográfica e vulnerabilidade material, este último grupo − o único inocente − é o mais tragicamente afetado pelo “giro de botão” dos demais.

(GIANNETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016)
Ocorre, porém, que, quando milhares de pessoas fazem isso − sem que cada uma saiba das ações das demais −, a descarga elétrica gerada é suficiente para eletrocutar a vítima.
Considerando o contexto, o termo sublinhado acima pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido, por:
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95Q1039160 | Odontologia, Cariologia, Saúde Bucal, TRT 18 Região GO, FCC, 2023

Dentre os materiais de uso na clínica odontológica associados com a prevenção da cárie dentária incluem-se
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96Q1039165 | Enfermagem, Imunização, Enfermagem do Trabalho, TRT 18 Região GO, FCC, 2023

O Tribunal Regional do Trabalho de uma determinada região possui um serviço de nutrição que prepara e fornece refeição para os seus trabalhadores. Nessa situação hipotética, de acordo com o Calendário de Vacinação Ocupacional, dentre as vacinas recomendadas para os profissionais que manipulam alimentos e bebidas está a vacina contra
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97Q1039173 | Enfermagem, Administração de Medicamentos, Enfermagem do Trabalho, TRT 18 Região GO, FCC, 2023

Foram prescritos 15 mg do medicamento X, a ser administrado por via intramuscular. A unidade dispõe de ampolas de 1 mL contendo 20 mg/mL. Nessa situação, o Técnico de Enfermagem deve aspirar
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98Q1039116 | Português, Interpretação de Textos, Técnico Judiciário Área Administrativa, TRT 18 Região GO, FCC, 2023

Texto associado.

Sempre me lembro da história exemplar de um mineiro que veio até a capital, zanzou por aqui, e voltou para contar em casa os assombros da cidade. Seu velho pai balançou a cabeça; fazendo da própria dúvida a sua sabedoria: “É, meu filho, tudo isso pode ser muito bonito, mas pai de família que não tem plantação, não sei não...”

Às vezes morro de nostalgia. São momentos de sinceridade, nos quais todo o meu ser denuncia minha falsa condição de morador do Rio de Janeiro. A trepidação desta cidade não é minha. Sou mais, muito mais, querendo ou não querendo, de uma indolência de sol parado e gerânios. Minha terra é outra, minha gente não é esta, meu tempo é mais pausado, meus assuntos são mais humildes, minha fala, mais arrastada. O milho pendoou? Vamos ao pasto dos Macacos matar codorna? A vaca do coronel já deu cria? Desta literatura rural é que preciso.

Eis em torno de mim, a cingir-me como um anel, o Rio de Janeiro. Velozes automóveis me perseguem na rua, novos edifícios crescem fazendo barulho em meus ouvidos, a guerra comercial não me dá tréguas, o clamor do telefone me põe a funcionar sem querer, a vaga se espraia e repercute no meu peito, minha inocência não percebe o negócio de milhões articulado com um sorriso e um aperto de mão. Pois eu não sou daqui.

Vivo em apartamento só por ter cedido a uma perversão coletiva; nasci em casa de dois planos, o de cima, da família, sobre tábuas lavadas, claro e sem segredos, e o de baixo, das crianças, o porão escuro, onde a vida se tece de nada, de pressentimentos, de imaginação, do estofo dos sonhos. A maciez das mãos que me cumprimentam na cidade tem qualquer coisa de peixe e mentira; não sou desta viração mesclada de maresia; não sei comer este prato vermelho e argênteo de crustáceos; não entendo os sinais que os navios trocam na cerração além da minha janela. Confio mais em mãos calosas, meus sentidos querem uma brisa à boca da noite cheirando a capim-gordura; um prato de tutu e torresmos para minha fome; e quando o trem distante apitasse na calada, pelo menos eu saberia em que sentimentos desfalecer.

Ando bem sem automóvel, mas sinto falta de uma charrete. Com um matungo que me criasse amizade, eu visitaria o vigário, o médico, o turco, o promotor que lê Victor Hugo, o italiano que tem uma horta, o ateu local, o criminoso da cadeia, todos eles muitos meus amigos. Se aqui não vou à igreja, lá pelo menos frequentaria a doçura do adro, olhando o cemitério em aclive sobre a encosta, emoldurado em muros brancos. Aqui jaz Paulo Mendes Campos. Por favor, engavetem-me com simplicidade do lado da sombra. É tudo o que peço. E não é preciso rezar por minha alma desgovernada.


(Adaptado de: CAMPOS, Paulo Mendes. Balé do pato. São Paulo: Ática, 2012)

O cronista recorre à figura de linguagem denominada hipérbole em:
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99Q1039117 | Português, Interpretação de Textos, Técnico Judiciário Área Administrativa, TRT 18 Região GO, FCC, 2023

Texto associado.

Sempre me lembro da história exemplar de um mineiro que veio até a capital, zanzou por aqui, e voltou para contar em casa os assombros da cidade. Seu velho pai balançou a cabeça; fazendo da própria dúvida a sua sabedoria: “É, meu filho, tudo isso pode ser muito bonito, mas pai de família que não tem plantação, não sei não...”

Às vezes morro de nostalgia. São momentos de sinceridade, nos quais todo o meu ser denuncia minha falsa condição de morador do Rio de Janeiro. A trepidação desta cidade não é minha. Sou mais, muito mais, querendo ou não querendo, de uma indolência de sol parado e gerânios. Minha terra é outra, minha gente não é esta, meu tempo é mais pausado, meus assuntos são mais humildes, minha fala, mais arrastada. O milho pendoou? Vamos ao pasto dos Macacos matar codorna? A vaca do coronel já deu cria? Desta literatura rural é que preciso.

Eis em torno de mim, a cingir-me como um anel, o Rio de Janeiro. Velozes automóveis me perseguem na rua, novos edifícios crescem fazendo barulho em meus ouvidos, a guerra comercial não me dá tréguas, o clamor do telefone me põe a funcionar sem querer, a vaga se espraia e repercute no meu peito, minha inocência não percebe o negócio de milhões articulado com um sorriso e um aperto de mão. Pois eu não sou daqui.

Vivo em apartamento só por ter cedido a uma perversão coletiva; nasci em casa de dois planos, o de cima, da família, sobre tábuas lavadas, claro e sem segredos, e o de baixo, das crianças, o porão escuro, onde a vida se tece de nada, de pressentimentos, de imaginação, do estofo dos sonhos. A maciez das mãos que me cumprimentam na cidade tem qualquer coisa de peixe e mentira; não sou desta viração mesclada de maresia; não sei comer este prato vermelho e argênteo de crustáceos; não entendo os sinais que os navios trocam na cerração além da minha janela. Confio mais em mãos calosas, meus sentidos querem uma brisa à boca da noite cheirando a capim-gordura; um prato de tutu e torresmos para minha fome; e quando o trem distante apitasse na calada, pelo menos eu saberia em que sentimentos desfalecer.

Ando bem sem automóvel, mas sinto falta de uma charrete. Com um matungo que me criasse amizade, eu visitaria o vigário, o médico, o turco, o promotor que lê Victor Hugo, o italiano que tem uma horta, o ateu local, o criminoso da cadeia, todos eles muitos meus amigos. Se aqui não vou à igreja, lá pelo menos frequentaria a doçura do adro, olhando o cemitério em aclive sobre a encosta, emoldurado em muros brancos. Aqui jaz Paulo Mendes Campos. Por favor, engavetem-me com simplicidade do lado da sombra. É tudo o que peço. E não é preciso rezar por minha alma desgovernada.


(Adaptado de: CAMPOS, Paulo Mendes. Balé do pato. São Paulo: Ática, 2012)

No 1o parágrafo, em relação ao relato do filho sobre a capital, o velho pai mostra-se, sobretudo,
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100Q1039187 | Direito Penal, Legislação Penal Especial, Especialidade Agente da Polícia Judicial, TRT 18 Região GO, FCC, 2023

Nos termos da Lei nº 13.869/2019 (Lei de Abuso de Autoridade), a sentença penal faz coisa julgada em âmbito cível e no âmbito administrativo disciplinar, se reconhecer ter sido o ato praticado em:
I. estado de necessidade. II. legítima defesa. III. estrito cumprimento de dever legal. IV. exercício regular de direito.
Está correto o que se afirma em
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