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Questões de Concursos URCA

Resolva questões de URCA comentadas com gabarito, online ou em PDF, revisando rapidamente e fixando o conteúdo de forma prática.


301Q944602 | Biologia, PROVA I, URCA, CEV URCA, 2022

(URCA/2022.2) Com relação ao processo conhecido como crossing-over, podemos afirmar que:
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302Q944634 | Arquivologia, Interpretação de Textos, PROVA II, URCA, CEV URCA, 2022

Texto associado.
De volta pra casa: decolonização na paleontologia

A primeira ilustração de um fóssil brasileiro foi publicada no livro Viagem pelo Brasil, dos naturalistas alemães Johann B. von Spix (1781-1826) e Carl F. P. von Martius (1794-1868). Ambos fizeram parte da comitiva da arquiduquesa austríaca Maria Leopoldina (1797-1826), quando ela veio para o país devido ao seu casamento com D. Pedro I. O material ilustrado em 1823 pode ser identificado como uma arcada de um mastodonte (parente distante extinto dos elefantes) do Pleistoceno (há aproximadamente 12 mil anos) e um peixe dos depósitos cretáceos (110 milhões de anos) da bacia do Araripe, no nordeste brasileiro.

Mas o mundo mudou e, graças à ação de muitos pesquisadores, o Brasil passou a ter várias instituições para abrigar essas riquezas, que evidenciam a diversificação da vida no tempo profundo. Hoje, a comunidade de paleontólogos, apoiada por pesquisadores e pessoas de diversas partes do mundo, tem procurado despertar a atenção para que fósseis relevantes não deixem mais o país e as principais peças que já não estão mais aqui sejam trazidas de volta. Trata-se de uma espécie de decolonização da paleontologia, um movimento de repatriação de exemplares importantes que tenham sido retirados do Brasil à revelia, impedindo o enriquecimento da cultura e da pesquisa brasileiras.

Não são poucos os exemplares brasileiros importantes que se encontram depositados no exterior. Dinossauros, pterossauros, insetos, peixes e plantas - a maior parte retirada de forma duvidosa do território nacional e, às vezes, com uma aparente conivência do órgão fiscalizador - foram descritos ao longo de décadas e enriquecem museus estrangeiros, principalmente na Europa e na América do Norte. Os depósitos brasileiros mais afetados são os encontrados na bacia do Araripe, curiosamente, de onde provém um daqueles dois primeiros fósseis brasileiros ilustrados. O motivo principal é a riqueza do material dessa região: numeroso, diversificado e, sobretudo, muito bem preservado, o que encanta pesquisadores e públicos em todo o mundo.

No entanto, se, em determinado momento histórico, a saída de material paleontológico poderia encontrar alguma justificativa (mesmo que passível de questionamento), o mesmo não ocorre nos dias de hoje. A legislação vigente no Brasil regula o trabalho com fósseis no país e dispõe sobre sua proteção, com destaque para o Decreto-Lei n.º 4.146, publicado em 1942, durante o governo de Getúlio Vargas. De forma simplificada, como, pela Constituição Federal, os bens encontrados no subsolo pertencem à União, todos que queiram fazer extração de fósseis necessitam de uma autorização da Agência Nacional de Mineração, com exceção dos pesquisadores que estejam vinculados a uma instituição de pesquisa e ensino.

(Texto de Alexander W. A. Kellner, disponível em https://cienciahoje.org.br/artigo/de-volta-pra-casa-decolonizacao-na-paleontologia/. Adaptado.)
(URCA/2022.2) Considerando o trecho "No entanto, se, em determinado momento histórico, a saída de material paleontológico poderia encontrar alguma justificativa (mesmo que passível de questionamento), O MESMO NÃO ocorre nos dias de hoje.", assinale a alternativa em que a recuperação de um termo elíptico altera o sentido original:
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303Q944655 | Inglês, PROVA II, URCA, CEV URCA, 2022

Texto associado.
Food insecurity hits nearly 60% of Brazilians, study shows.

A study from the Brazilian Research Network on Food Sovereignty and Security released Wednesday showed that 58.7% of Brazilians lived with food insecurity, which replicated data not seen since 1993. In other words, 125.2 million people are affected by this issue, while 15% of the population, or about 33 million people, go hungry on a daily basis.
The document also highlighted that this phenomenon was a consequence of the country’s economic crisis and the ensuing labor market situation. The survey consisted of interviews conducted between November 2021 and April this year in 12,745 households across 577 municipalities in all states. Compared to 2018, the increase in the Brazilian population with food insecurity is 60% and since 2020 this figure grew by 7.2%.
It was the second National Survey on Food Insecurity in the context of the Covid-19 pandemic in Brazil and showed that the daily victims of hunger increased from 19 to 33 million from 2021 to 2022. The most affected areas of the country are the North and Northeast, with 25.7% and 21% of the families involved, respectively. The report also revealed that 60% of households in rural areas are food insecure, with 18.6% of them in the most severe state. Hunger also affected 21.8% of the families of small agricultural producers.

The study also focused on investigating the relationship between food and race and confirmed that access to food is not a problem for 53.2% of the households of self-declared white people, but this percentage drops to 35% in the homes of self-declared black people. In these families, the percentage of people who suffer from a lack of food on a daily basis increased from 10.4% to 18.1%. The situation worsened in households managed by black women, of which 63% showed some degree of insecurity.

According to the survey, in 2022, one out of three Brazilians did something that caused shame, sadness or regret in order to obtain food. "We have gone back 30 years in the fight against hunger, it’s scary. But the current indignant movement is far from the indignation of 1993 with 32 million hungry people. We are inert as a society," explained Kiko Afonso, one of the members of the team to conduct the study.

From:https://en.mercopress.com/2022/06/09/food-insecurity-hits-nearly-60-of-brazilians-study-shows. Accessed on 07/10/2022
(URCA/2022.2) Os pesquisadores descobriram em suas entrevistas que a insegurança alimentar:
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304Q680515 | História, Antiguidade Ocidental Gregos, PROVA I, URCA, CEV URCA, 2017

Há um consenso entre os historiadores de que entre as civilizações europeias da Antiguidade, a grega legou elementos essenciais para constituição do mundo ocidental tal qual o vivenciamos hoje. Assim, podemos corretamente assinalar sobre esta sociedade que:

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305Q680536 | Conhecimentos Gerais, Política, PROVA II, URCA, CEV URCA, 2017

O conflito neste País nasceu do embate entre as forças leais ao Presidente Bashar Al-Assad e os rebeldes que são contra a permanência dele no poder. Em 2011, seguindo o exemplo de outros países árabes, os habitantes protestaram contra o líder autoritário. A reação do governo foi imediata e violenta e muitos moradores pegaram em armas. Foi o início da guerra civil n(o)a:

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306Q680547 | Português, Sintaxe, PROVA II, URCA, CEV URCA, 2017

Cada pessoa/ que chegava/ se impressionava com o nacionalismo exagerado, /embora não o compreendesse.

Há no fragmento acima, três orações, assim distribuídas: 1. Cada pessoa se impressionava com o nacionalismo exagerado; 2. Que chegava; 3. Embora não o compreendesse. A primeira oração é:

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308Q680617 | Conhecimentos Gerais, Política, Prova 1, URCA, CEV URCA

"Não foi apenas o eficiente aparato de pesquisa e marketing político que ajudou. A indefinição das candidaturas dos grandes partidos, como o PMDB e o PFL, abriu espaço seus candidatos, Ulisses Guimarães (PMDB) e Aureliano Chaves (PFL), o que permitiu sua eleição." O texto acima refere-se ao processo eleitoral que levou à Presidência da República do Brasil:
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309Q947370 | Biologia, Prova ||, URCA, CEV URCA, 2019

O conhecido “teste do pezinho”, realizado com uma gota de sangue retirada do pé dos recém – nascidos, destina-se a detectar os portadores da fenilcetonúria. Essa doença pode ser controlada quando diagnosticada no recém – nascido. A pessoa portadora da condição genética responsável pela fenilcetonúria:
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310Q947383 | História, Período Colonial produção de riqueza e escravismo, História Geografia Português espanhol, URCA, CEV URCA, 2019

Art. 1. Que dada a publicação desta Carta de Lei o Estado do Brasil seja elevado à dignidade, preeminência, e denominação de REINO DO BRASIL;

Art. 2. Que os Meus Reinos de Portugal, Algarves, e Brasil formem dora em diante um só e único Reino debaixo do título de Reino Unido de Portugal, e do BRASIL, e ALGARVES;

Art. 3. Que os Títulos inerentes à Coroa de Portugal, e de que até agora Hei feito uso, se substitua em todos os Diplomas, Cartas de Lei, Alvarás, Provisões, e Atos Públicos o novo Título de PRÍNCIPE REGENTE DO REINO UNIDO DE PROTUGAL, E DO BRASIL, E ALGRAVES DAQUÉM E DALÉM-MAR, EM ÁFRICA, DE GUINÉ, E DA CONQUISTA, NAVEGAÇÃO E COMÉRICO DA ETIÓPIA, ARÁBIA, PÉRSIA E ÍNDIA. (Decreto de elevação do Brasil a Reino Unido, extraído de BONAVIDES, Paulo e VIEIRA, Amaral. Textos políticos da história do Brasil. Fortaleza, s/e, 1973).

Sobre a decisão tomada que se expressa no trecho do documento acima assinale a alternativa correta.

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311Q947417 | Espanhol, História Geografia Português espanhol, URCA, CEV URCA, 2019

Texto associado.

EL CUERPO ES UNA AVENTURA


Hoy es el Día Mundial contra el Cáncer de Mama, y apoyar la investigación científica se hace más imprescindible que nunca: solo así las enfermedades dejarán de ser lo que son. Y la verdad es que los estudios más recientes dejan margen al optimismo. Con Noelia Morales, creadora de la firma de lencería Anna Bonny, hemos hablado de los avances y de la vida tras una mastectomía, de feminidad y de felicidad.

“Creo que estamos en un momento muy interesante para la investigación. Hay mucha prevención y uno va perdiendo el miedo al diagnóstico”, explica Noelia. El oncólogo Josep Baselga, uno de Los Imprescindibles de la campaña de la Obra Social ”la Caixa” y director del Vall d’Hebron Instituto de Oncología, lidera uno de los avances más prometedores: la detección precoz mediante un análisis de sangre. Además, la investigación también puede cambiar por completo la idea que tenemos de laenfermedad. Por ejemplo: en lugar de matar el cáncer con fármacos, se ha demostrado que podemos enseñar a nuestro sistema inmunológico a reconocerlo y a defenderse ante él.

A Noelia Morales le practicaron una mastectomía radical en el 2015. Ella tampoco vio el cáncer como un enemigo instalado en su cuerpo, sino como un fallo consecuencia de que no somos perfectos. Frente a una metáfora de guerra, escogió la de una aventura: un camino del que no sabes el final y que conlleva riesgos. Texto adaptado de:

https://miradasconalma.org/personas/cuerpo-una-aventura-pirata/

É correto afirmar, segundo as informações do texto, que:
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312Q947420 | Espanhol, História Geografia Português espanhol, URCA, CEV URCA, 2019

Texto associado.

EL CUERPO ES UNA AVENTURA


Hoy es el Día Mundial contra el Cáncer de Mama, y apoyar la investigación científica se hace más imprescindible que nunca: solo así las enfermedades dejarán de ser lo que son. Y la verdad es que los estudios más recientes dejan margen al optimismo. Con Noelia Morales, creadora de la firma de lencería Anna Bonny, hemos hablado de los avances y de la vida tras una mastectomía, de feminidad y de felicidad.

“Creo que estamos en un momento muy interesante para la investigación. Hay mucha prevención y uno va perdiendo el miedo al diagnóstico”, explica Noelia. El oncólogo Josep Baselga, uno de Los Imprescindibles de la campaña de la Obra Social ”la Caixa” y director del Vall d’Hebron Instituto de Oncología, lidera uno de los avances más prometedores: la detección precoz mediante un análisis de sangre. Además, la investigación también puede cambiar por completo la idea que tenemos de laenfermedad. Por ejemplo: en lugar de matar el cáncer con fármacos, se ha demostrado que podemos enseñar a nuestro sistema inmunológico a reconocerlo y a defenderse ante él.

A Noelia Morales le practicaron una mastectomía radical en el 2015. Ella tampoco vio el cáncer como un enemigo instalado en su cuerpo, sino como un fallo consecuencia de que no somos perfectos. Frente a una metáfora de guerra, escogió la de una aventura: un camino del que no sabes el final y que conlleva riesgos. Texto adaptado de:

https://miradasconalma.org/personas/cuerpo-una-aventura-pirata/

No trecho: “Frente a una metáfora de guerra...”, o substantivo “frente” é utilizado no texto no mesmo sentido de:
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313Q947424 | Espanhol, História Geografia Português espanhol, URCA, CEV URCA, 2019

Texto associado.

LA REALIDAD ES TAN CONFUSA QUE SERÁ MEJOR QUE LA FILTREN LOS POETAS


Repitan conmigo: Krasz-na-hor-kai. Quédense con el nombre si no lo conocían ya. Este autor húngaro (Gyula, 1954) vive y escribe en movimiento en sus múltiples refugios. Es una palabra que le sienta bien a su literatura dinámica, huidiza y esquiva con las etiquetas. Sus personajes tienen difícil acomodo. Huyen de la opresión y del hartazgo. Buscan un lugar que no existe, ni siquiera dentro de sí mismos. “En el budismo, el movimiento implica cambio, pero en occidente escapamos para regresar al mismo lugar en un sinsentido perpetuo”, asegura.

En la obra de Lázsló Krasznahorkai, casi todos se marean en torno a un círculo tragicómico: desde Guerra y guerra a Tango satánico, de Melancolía de la resistencia a Ha llegado Isaías, publicados por Acantilado, pocos hallan su centro o cierto equilibrio. Quizás para él, la huida que hizo esta semana de Berlín a Madrid tuvo alguna recompensa. En la Residencia de Estudiantes, donde mantuvo este martes un encuentro con lectores, tocó el piano que dicen había hecho sonar alguna vez Federico García Lorca.

No es poco para quien eligió la prosa como modo de expresión. Pero una prosa devota de la poesía: “Escogí la novela y el ensayo porque me parecen géneros que se acercan más a lo objetivo, sin embargo, en lo que escribo, dejo penetrar la música y la poesía, que son partes fundamentales de mi vida”, afirma. De hecho aconseja recurrir a ambas artes para comprender mejor la realidad: “Fluye tanta información, todo resulta tan confuso que será mejor que la realidad la filtren los poetas.

Adaptado de https://elpais.com/cultura/2018/10/30/actualidad/1540908387_ 683794.html

O texto discute, também, sobre a tipologia que o autor trabalha em suas obras literárias. Nesse sentido, a obra que o autor escolheu como modo de expressão é especificamente:
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314Q944648 | Inglês, PROVA II, URCA, CEV URCA, 2022

Texto associado.
Marching towards starvation: UN warns of hell on earth if Ukraine war
goes on (Continuation)

Beasley added that the number of people experiencing "shock hunger" had increased from 80 million to 325 million over the same period. They are classified as living in crisis levels of food insecurity, a term he described as "marching towards starvation and you don’t know where your next meal is coming from". Beasley said that after the economic crash of 2007-09, riots and other unrest erupted in 48 countries around the world as commodity prices and inflation rose.
"The economic factors we have today are much worse than those we saw 15 years ago," he said, adding that if the crisis was not addressed, it would result in "famine, destabilisation of nations and mass migration". "We are already seeing riots in Sri Lanka and protests in Tunisia, Pakistan and Peru, and we’ve had destabilisation take place in places like Burkina Faso, Mali, Chad," said Beasley. "This is only a sign of things to come."
Ukraine’s agriculture ministry says more than 20m tonnes of grain that would normally be exported is trapped in the country because of Russia’s blockade of its Black Sea ports. European leaders, including the French president, Emmanuel Macron, have urged Russia to ease its blockade of Odesa, Ukraine’s main port, to allow exports of grain.
In the long term, Beasley called on the world’s richest people to commit more of their wealth to tackling global hunger, while also urging Vladimir Putin to open up Odesa. "It is a very, very frightening time," said Beasley. "We are facing hell on earth if we do not respond immediately. The best thing we can do right now is end that damn war in Russia and Ukraine and get the port open."

Adapted from: https://www.theguardian.com/global-development/2022/jun/17/united-nations-wfp-hell-on-earth-ukraine-war-russia.
Accessed on 07/10/2022
(URCA/2022.2) De acordo com o texto, em vários países do mundo motins começaram a acontecer após
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315Q947473 | Português, Interpretação de Textos, História Geografia Português espanhol, URCA, CEV URCA, 2019

Texto associado.
Venenos de Deus, remédios do diabo: as
incuráveis vidas de Vila Cacimba

– Noutro dia, você zangou-se comigo porque eu não o chamava pelo seu nome inteiro. Mas eu conheço o seu segredo.
– Não tenho segredos. Quem tem segredos são as mulheres.
– O seu nome é Tsotsi. Bartolomeu Tsotsi.
– Quem lhe contou isso? De certeza que foi o cabrão do Administrador.
Acabrunhado, Bartolomeu aceitou. Primeiro, foram os outros que lhe mudaram o nome, no baptismo. Depois, quando pôde voltar a ser ele mesmo, já tinha aprendido a ter vergonha de seu nome original. Ele se colonizara a si mesmo. E Tsotsi dera origem a Sozinho [Bartolomeu Sozinho].
– Eu sonhava ser mecânico, para consertar o mundo. Mas aqui para nós que ninguém nos ouve: um mecânico pode chamar-se Tsotsi?
– Ini nkabe dziua.
– Ah, o Doutor já anda a aprender a língua deles?
– Deles? Afinal, já não é a sua língua?
– Não sei, eu já nem sei...
O português confessa sentir inveja de não ter duas línguas. E poder usar uma delas para perder o passado. E outra para ludibriar o presente.
– A propósito de língua, sabe uma coisa, Doutor Sidonho? Eu já me estou a desmulatar.
E exibe a língua, olhos cerrados, boca escancarada. O médico franze o sobrolho, confrangido: a mucosa está coberta de fungos, formando uma placa esbranquiçada.
– Quais fungos? – reage Bartolomeu. – Eu estou é a ficar branco de língua, deve ser porque só falo português...
O riso degenera em tosse e o português se afasta, cauteloso, daquele foco contaminoso. [...]
O médico olha para o parapeito e estremece de ver tão frágil, tão transitório aquele que é seu único amigo em Vila Cacimba. O aro da janela surge como uma moldura da derradeira fotografia desse teimoso mecânico reformado.
– Posso fazer-lhe uma pergunta íntima?
– Depende – responde o português.
– O senhor já alguma vez desmaiou, Doutor?
– Sim.
– Eu gostava muito de desmaiar. Não queria morrer sem desmaiar.
O desmaio é uma morte preguiçosa, um falecimento de duração temporária. O português, que era um guarda-fronteira da Vida, que facilitasse uma escapadela dessas, uma breve perda de sentidos.
– Me receite um remédio para eu desmaiar.
O português ri-se. Também a ele lhe apetecia uma intermitente ilucidez, uma pausa na obrigação de existir.
– Uma marretada na cabeça é a única coisa que me ocorre. Riem-se. Rir junto é melhor que falar a mesma língua. Ou talvez o riso seja uma línguaanterior que fomos perdendo à medida que o mundo foi deixando de ser nosso. [...]

(COUTO, Mia. Venenos de Deus, remédios do diabo: as incuráveis vidas de Vila Cacimba. São Paulo: Companhia das Letras, 2008, pp. 110-113)
“Identidade nacional representa um conjunto de sentimentos que fazem com que um indivíduo se sinta parte de uma sociedade ou nação. A língua é um importante elemento na constituição da identidade de um povo. Ela permite reconhecer membros da comunidade, diferenciar estrangeiros e transmitir tradições”. Das proposições a seguir, marque a que não aparece o sentimento de não pertencimento:
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317Q680535 | História e Geografia de Estados e Municípios, PROVA II, URCA, CEV URCA, 2017

No seu “Livro, ÁGUAS PARA QUE(M): Grandes obras hídricas e conflitos territoriais no Ceará”, o Professor Anderson Camargo Rodrigues Brito, nos presenteia com uma obra que aborda de uma forma crítica a forma de uso e a reprodução das Águas. Discute também, a construção de grandes obras de engenharia hidráulica e os conflitos territoriais. O mesmo fez uma abordagem muito boa sobre os caminhos das águas entre as nascentes e o vale do Cariri. Analisando a Chapada do Araripe e a existência de nascentes, identifique a assertiva que traz informações corretas.

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318Q680545 | Português, Concordância Verbal e Nominal, PROVA II, URCA, CEV URCA, 2017

Texto associado.

ESPINHOSEFLORES


Os subúrbios do Rio de Janeiro são a mais curiosa cousa em matéria de edificação de cidade. A topografia do local, caprichosamente montuosa, influiu decerto para tal aspecto, mais influíram, porém, os azares das construções. Nada mais irregular, mais caprichoso, mais sem plano qualquer, pode ser imaginado. As casas surgiam como se fossem semeadas ao vento e, conforme as casas, as ruas se fizeram. Há algumas delas que começam largas como boulevards e acabam estreitas que nem vielas; dão voltas, circuitos inúteis e parecem fugir ao alinhamento reto com um ódio tenaz e sagrado. Às vezes se sucedem na mesma direção com uma frequência irritante, outras se afastam, e deixam de permeio um longo intervalo coeso e fechado de casas. Num trecho, há casas amontoadas umas sobre outras numa angústia de espaço desoladora, logo adiante um vasto campo abre ao nosso olhar uma ampla perspectiva.

Marcham assim ao acaso as edificações e conseguintemente o arruamento. Há casas de todos os gostos e construídas de todas as formas. Vai-se por uma rua a ver um correr de chalets, de porta e janela, parede de frontal, humildes e acanhados, de repente se nos depara uma casa burguesa, dessas de compoteiras na cimalha rendilhada, a se erguer sobre um porão alto com mezaninos gradeados. Passada essa surpresa, olha-se acolá e dá-se com uma choupana de pau-a-pique, coberta de zinco ou mesmo palha, em torno da qual formiga uma população; adiante, é uma velha casa de roça, com varanda e colunas de estilo pouco classificável, que parece vexada a querer ocultar-se, diante daquela onda de edifícios disparatados e novos. Não há nos nossos subúrbios cousa alguma que nos lembre os famosos das grandes cidades européias, com as suas vilas de ar repousado e satisfeito, as suas estradas e ruas macadamizadas e cuidadas, nem mesmo se encontram aqueles jardins, cuidadinhos, aparadinhos, penteados, porque os nossos, se os há, são em geral pobres, feios e desleixados.

Os cuidados municipais também são variáveis e caprichosos. Às vezes, nas ruas, há passeios em certas partes e outras não; algumas vias de comunicação são calçadas e outras da mesma importância estão ainda em estado de natureza. Encontra-se aqui um pontilhão bem cuidado sobre um rio seco e passos além temos que atravessar um ribeirão sobre uma pinguela de trilhos mal juntos. Há pelas ruas damas elegantes, com sedas e brocados, evitando a custo que a lama ou o pó lhes empane o brilho do vestido; há operário de tamancos; há peralvilhos à última moda; há mulheres de chita; e assim pela tarde, quando essa gente volta do trabalho ou do passeio, a mescla se faz numa mesma rua, num quarteirão, e quase sempre o mais bem posto não é que entra na melhor casa. Além disto, os subúrbios têm mais aspectos interessantes, sem falar no namoro epidêmico e no espiritismo endêmico; as casas de cômodos (quem as suporia lá!) constituem um deles bem inédito. Casas que mal dariam para uma pequena família, são divididas, subdivididas, e os minúsculos aposentos assim obtidos, alugados à população miserável da cidade. Aí, nesses caixotins humanos, é que se encontra a fauna menos observada da nossa vida, sobre a qual a miséria paira com um rigor londrino. Não se podem imaginar profissões mais tristes e mais inopinadas da gente que habita tais caixinhas. Além dos serventes de repartições, contínuos de escritórios, podemos deparar velhas fabricantes de rendas de bilros, compradores de garrafas vazias, castradores de gatos, cães e galos, mandingueiros, catadores de ervas medicinais, enfim, uma variedade de profissões miseráveis que as nossas pequena e grande burguesias não podem adivinhar. Às vezes, num cubículo desses se amontoa uma família, e há ocasiões em que os seus chefes vão a pé para a cidade por falta do níquel do trem. Ricardo Coração dos Outros morava em uma pobre casa de cômodos de um dos subúrbios. Não era das sórdidas, mas era uma casa de cômodos dos subúrbios. Desde anos que ele a habitava e gostava da casa que ficava trepada sobre uma colina, olhando da janela do seu quarto para uma ampla extensão edificada que ia da Piedade a Todos os Santos.

Vistos assim do alto, os subúrbios têm a sua graça. As casas pequeninas, pintadas de azul, de branco, de oca, engastadas nas comas verde-negras das mangueiras, tendo de permeio, aqui e ali, um coqueiro ou uma palmeira, alta e soberba, fazem a vista boa e a falta de percepção do desenho das ruas põe no programa um sabor de confusão democrática, de solidariedade perfeita entre as gentes que as habitavam; e o trem minúsculo, rápido, atravessa tudo aquilo, dobrando à esquerda, inclinando-se para a direita, muito flexível nas suas grandes vértebras de carros, como uma cobra entre pedrouços. Era daquela janela que Ricardo espraiava as suas alegrias, as suas satisfações, os seus triunfos e também os seus sofrimentos e mágoas. Ainda agora estava ele lá, debruçado no peitoril, com a mão em concha no queixo, colhendo com a vista uma grande parte daquela bela, grande e original cidade, capital de um grande país, de que ele a modos que era e se sentia ser, a alma, consubstanciado os seus tênues sonhos e desejos em versos discutíveis, mas que a plangência do violão, se não lhes dava sentido, dava um quê de balbucio, de queixume dorido da pátria criança ainda, ainda na sua formação... Em que pensava ele? Não pensava só, sofria também. Aquele tal preto continuava na sua mania de querer fazer a modinha dizer alguma cousa, e tinha adeptos. Alguns já o citavam como rival dele, Ricardo; outros já afirmavam que o tal rapaz deixava longe o Coração dos Outros, e alguns mais – ingratos! – já esqueciam os trabalhos, o tenaz trabalhar de Ricardo Coração dos Outros em prol do levantamento da modinha e do violão, e nem nomeavam o abnegado obreiro.


(TristeFimdePolicarpoQuaresma,pp.160­-165)

...uma variedade de profissões miseráveis que as nossas pequena e grande burguesia não podem adivinhar. O termo em destaque apresenta uma regra de concordância nominal, observando a regra da Gramática Normativa, assinale a alternativa em que, pluralizando-se a frase, as palavras destacadas permanecem invariáveis:

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319Q680550 | Literatura, Escolas Literárias, PROVA II, URCA, CEV URCA, 2017

Sobre a obra Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles, é correto afirmar:
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320Q680554 | Inglês, PROVA II, URCA, CEV URCA, 2017

Texto associado.

VEGAN VS VEGETARIAN – WHAT’S THE DIFFERENCE?

By Alina Petre

Vegetarian diets have reportedly been around since as early as 700 B.C. Several typesexist and individuals may practicethemfor a variety of reasons, including health, ethics, environmentalism and religion. Vegan diets are a little more recent, but are getting a good amount of press.

What is a vegetarian diet?

According to the Vegetarian Society, a vegetarian is someone who does not eat any meat, poultry, game, fish, shellfish or by-products of animal slaughter. Vegetarian diets contain various levels of fruits, vegetables, grains, pulses, nuts and seeds. The inclusion of dairy and eggs depends on the type of diet you follow.

The most common types of vegetarians include:

Lacto-ovo vegetarians:Vegetarians who avoid all animal flesh, but do consume dairy and egg products.

Lacto vegetarians:Vegetarians who avoid animal flesh and eggs, but do consume dairy products.

Ovo vegetarians:Vegetarians who avoid all animal products except eggs.

Vegans:Vegetarians who avoid all animal and animal-derived products.

Those who do not eat meat or poultry but do consume fish are consideredpescatarians, whereas part-time vegetarians are often referred to asflexitarians.

Although sometimes considered vegetarians, pescatarians and flexitarians do eat animal flesh. Therefore, they do not technically fall under the definition of vegetarianism.

From: https://goo.gl/n9yEy1. Accessed on 03/22/2017

According to the text, it is right to say that:
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