Nos estudos sobre a Antiguidade Clássica produzidos até o final
do século XX, era costumeira a afirmação de que as mulheres
em Atenas não participavam da política. A definição de “política” na Grécia, todavia, era feita a partir dos olhos do mundo
moderno, e, nesse caso, era um sinônimo de “cidadania”. O
cidadão ateniense era homem, filho de pai e mãe atenienses.
As mulheres, estrangeiros e escravos não gozavam do mesmo
status. Após os anos de 2000, a partir de críticas de estudiosos,
a definição de “política” e de “cidadania” na Grécia Clássica
passou a ser repensada e a capacidade de ação das mulheres
atenienses no espaço público foi redimensionada. Nesses estudos, as mulheres cidadãs de Atenas ganham visibilidade. Filhas
de pai e mãe atenienses, nascidas em Atenas, tinham limitações
de voto, mas desempenhavam funções no mundo cívico. Elas
não podiam, por causa de seu sexo, ser juradas ou magistradas,
por exemplo, mas estavam vivendo no mesmo universo público,
sendo também cidadãs.
(Adaptado de CUCHET, V. S. Quais direitos políticos para as cidadãs da Atenas clássica?.
Hélade, 4(1), p. 143-158, 2018.) Tendo em vista seus conhecimentos sobre Grécia Antiga e considerando o excerto anterior, assinale a alternativa correta.
✂️ a) Desde o século XIX, os estudiosos defendem que o conceito
de “cidadania” e o de “política” na democracia ateniense
eram frágeis, sendo pertinentes aos homens da elite. ✂️ b) Estudiosos afirmam que, na democracia ateniense, a cidadania e a política eram conceitos desvinculados; portanto,
as mulheres atenienses estavam afastadas da vida pública. ✂️ c) Desde os anos de 2000, os estudiosos passaram a reconhecer as mulheres da Antiguidade Clássica nascidas de pai e
mãe atenienses como cidadãs plenas com direito ao voto. ✂️ d) Novas pesquisas debatem os conceitos de “cidadania” e de
“política”, bem como a relação desses conceitos com as mulheres atenienses que poderiam ser definidas como cidadãs.