Questões de Concursos Desigualdades de raça

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1Q943578 | Sociologia, Desigualdades de raça, Filosofia e Sociologia, UECE, UECE CEV, 2021

Os conceitos de “raça” e de “etnia” são marcadores de diferenças dos diversos grupos e coletividades humanas. A “raça”, em dado momento histórico, possuía uma base biológica e serviu para discriminar a humanidade em “raças superiores” e “inferiores”. Todavia, essa concepção biológica e preconceituosa de “raça” foi contestada e provada defasada e, atualmente, tal conceito é usado em um sentido social e político. Já o conceito de “etnia” conjuga critérios socioculturais como hábitos e crenças e semelhanças fenotípicas e orgânicas que servem, em conjunto, para identificar e diferenciar certos grupos humanos como as tribos indígenas americanas e africanas.

Partindo desta compreensão sobre os conceitos de raça e etnia, assinale com V ou F conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma a seguir:

( ) Os movimentos pelos direitos dos negros nas sociedades democráticas usam o conceito de raça esvaziado do conteúdo biológico discriminatório.

( ) A etnia delimita um conjunto de indivíduos que têm uma língua em comum, uma mesma cultura e possuem similares caraterísticas físicas.

( ) Os países africanos como Congo, Angola e Nigéria são nações étnicas enquanto países americanos como o Brasil e os EUA são nações sem etnias.

( ) A concepção de raça em seu conteúdo biológico e discriminatório da humanidade não tem relação com o surgimento do racismo no mundo.

A sequência correta, de cima para baixo, é:

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2Q679095 | Sociologia, Desigualdades de raça, Filosofia e Sociologia 2° Fase, UECE, UECE CEV, 2019

Não restam dúvidas de que a violência é marca central da formação do povo brasileiro e da constituição do Brasil nação, se revelando, primeiramente, mediante o genocídio e o etnocídio indígena e, posteriormente, com a escravidão. [...] Entretanto, cabe destacarmos que a lógica de extermínio e saque não ficou no passado colonial.
BARROSO, M. F. “O começo do fim do mundo”: violência estrutural contra mulheres no contexto da hidrelétrica de Belo Monte. Tese de doutorado, UERJ, 2018, p. 36 e 37.

Considerando o texto acima, assinale a afirmação verdadeira.

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3Q944514 | Sociologia, Desigualdades de raça, Primeiro Dia, UEMA, UEMA, 2021

Brancos continuam recebendo 50% a mais do que negros no Brasil
Em 2012, início da série histórica do IBGE para a medição, o rendimento médio mensal dos brancos foi 57,3% maior que o dos negros. Em 2019, quase nada havia mudado: a população branca recebeu, em média, 56,6% a mais que a população negra. [...] Os números também mostram que as pessoas negras ainda ocupam postos de trabalho mais precários. Os dados mais recentes, de 2015, revelam que os negros eram maioria em atividades braçais como cultivo de mandioca (85,9%), serviços domésticos (64,7%) e construção civil (63,9). Por outro lado, eles são minoria em áreas que exigem maior qualificação como informática (31%), arquitetura e engenharia (26,9%) e em cargos de gestão empresarial (23,6%). [...] Pequenos avanços Um dos artigos do Estatuto (da Igualdade Racial), ressaltado pelos especialistas, é o que trata da adoção de ações afirmativas para acesso ao ensino superior e ao trabalho. "A cota é a única política em vigor no Brasil para reverter esse círculo vicioso que mantém a população negra em uma posição inferior", afirmam os especialistas. Os resultados da política de cotas já podem ser observados. Dados do IBGE mostram que a presença de negros nas universidades dobrou entre 2011 e 2019, passando de 9% para 18%. Os números são referentes a estudantes que frequentam o ensino superior na idade adequada, entre 18 e 24 anos. "Ainda vemos uma grande desigualdade, mas já há um avanço tímido". As cotas raciais enfrentaram - e ainda enfrentam - uma grande resistência entre os brasileiros. [...] Mais uma vez, é o racismo se manifestando.
Brancos continuam recebendo 50% a mais do que negros no Brasil. 20/07/2020. Disponível em:< https://economia.uol.com.br/noticias/estadao-conteudo/2020/07/20/abismo-economico-entre-brancos-e-negros-persiste.htm (Adaptado).
A afirmação do sociólogo Florestan Fernandes sobre a sociedade brasileira que tem poder explicativo para os dados apresentados no texto acima é a de que
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4Q944414 | Sociologia, Desigualdades de raça, Vestibular, UEMA, UEMA, 2022

Segundo Silvio Almeida, em O que é Racismo estrutural?, existem três aspectos do racismo: o individual, o institucional e o estrutural. O racismo individual são atos efetivados pelos indivíduos que discriminam outras pessoas de raça diferente; o racismo institucional é a discriminação racial de instituições privadas e públicas dominadas por um tipo de raça, em ambiente institucional, no qual o poder de um grupo persevera; o racismo estrutural já é mais abrangente, caracterizando-se por uma sociedade que tem toda sua estrutura social, pessoas e instituições, de modo a privilegiar, apenas, uma classe.

A relação adequada entre tipo de racismo e a situação de discriminação é a seguinte:

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5Q937437 | Sociologia, Desigualdades de raça, primeiro e segundo dia, ENEM, INEP, 2024

A dona de casa está investida de todos os tipos de função. Primeiramente, dar à luz e criar filhos e, a partir do momento em que sabem andar, acompanharem-na por toda a parte. A mulher e seus filhos são figuras familiares profusamente reproduzidas pela iconografia da época. Segunda função: a manutenção da família, as “tarefas domésticas”, expressão que tem um sentido muito amplo, incluindo a alimentação, a educação, a limpeza da casa etc. A sociedade do século XIX não poderia crescer e se reproduzir sem a contribuição dessas mulheres.

PERROT, M. Os excluídos da história: operários, mulheres e prisioneiros. São Paulo: Paz e Terra, 1992 (adaptado).

A condição social, discutida no texto, demonstra que a ordem burguesa tinha como pressuposto a
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6Q950271 | Sociologia, Desigualdades de raça, manhã, UFC, INEP, 2018

Leia o fragmento de texto a seguir:
O sociólogo francês Émile Durkheim (1858 - 1917) se preocupou em analisar fenômenos que explicitavam a força da sociedade sobre os indivíduos. Neste sentido, a organização da sociedade é crucial, segundo o autor, para a delimitação do problema a ser analisado. O suicídio geralmente é tido como algo de foro íntimo, da esfera subjetiva. Durkheim em sua obra "O Suicídio" se esforça em conceituar e caracterizar o suicídio como um fato social, portanto como algo que ganha reflexos e tem ligação com a vida social.
De acordo com a perspectiva apresentada, analise as alternativas a seguir e assinale a CORRETA.
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7Q944413 | Sociologia, Desigualdades de raça, Vestibular, UEMA, UEMA, 2022

A filósofa americana Angela Davis, discípula de Theodor Adorno e de Herbert Marcuse, desenvolveu uma filosofia prática para a transformação da realidade pela militância no combate às injustiças, principalmente, ao racismo aplicado às mulheres negras, constituído pelo capitalismo que produz um sistema discriminatório negativo a esse grupo.

O pensamento feminista de Angela Davis está contemplado na seguinte assertiva:

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8Q679028 | Sociologia, Desigualdades de raça, Ciências Humanas e Ciências da Natureza, UFT, COPESE UFT, 2019

Para Eleonora Menicucci, o feminicídio é “[...] um crime de ódio. O conceito surgiu na década de 1970 com o fim de reconhecer e dar visibilidade à discriminação, opressão, desigualdade e violência sistemática contra as mulheres, que, em sua forma mais aguda, culmina na morte. Essa forma de assassinato não constitui um evento isolado e nem repentino ou inesperado; ao contrário, faz parte de um processo contínuo de violências, cujas raízes misóginas caracterizam o uso de violência extrema. Inclui uma vasta gama de abusos, desde verbais, físicos e sexuais, como o estupro, e diversas formas de mutilação e de barbárie”.
Fonte: https:\dossies.agenciapatriciagalvao.org.brfeminicidiocapituloso-que-efeminicidio

Em relação ao tema apresentado, assinale a alternativa CORRETA:
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9Q944262 | Sociologia, Desigualdades de raça, Filosofia e Sociologia, UECE, UECE CEV, 2022

Nos últimos anos, no Brasil, surgiu a falácia de uma “ideologia de gênero”, que tem constrangido e, mesmo, reprimido uma educação para a diversidade nas escolas. Grosso modo, os que pregam contra o debate de gênero nas escolas têm o receio de que trazer esse tema para perto das crianças possa significar “destruir os valores morais da família” e “ensinar as novas gerações a serem gays”. Todavia, a discussão sobre gênero passa por outros caminhos e objetivos educacionais: trata de ensinar limites pessoais, tolerância, respeito à diversidade humana, que é, além de sexual, também, racial e social. Entretanto, quando a escola não planeja uma educação para a diversidade e procura evitar, a todo custo, o debate sobre gênero e orientação sexual, por exemplo, prioriza outros temas e possibilita a continuidade, na sociedade como um todo, de intolerâncias, violências ligadas à questão de gênero, preconceitos e discriminações.
A partir do exposto, é correto afirmar que
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10Q943169 | Sociologia, Desigualdades de raça, Segunda Fase, UECE, UECE CEV, 2021

Os estudos sobre gênero nas Ciências Sociais aprofundaram, entre outras questões, uma reflexão crítica sobre a forma como se encaram, nas sociedades contemporâneas, as diferenças entre homens, mulheres e pessoas e grupos que se designam de outros gêneros.
Assinale a opção que corresponde ao conceito de gênero usado, de forma geral, nas Ciências Sociais.
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11Q938332 | Sociologia, Desigualdades de raça, PPL, ENEM, INEP, 2017

No Brasil, assim como em vários outros países, os modernos movimentos LGBT representam um desafio às formas de condenação e perseguição social contra desejos e comportamentos sexuais anticonvencionais associados à vergonha, imoralidade, pecado, degeneração, doença. Falar do movimento LGBT implica, portanto, chamar a atenção para a sexualidade como fonte de estigmas, intolerância, opressão.

SIMÕES, J. Homossexualidade e movimento LGBT: estigma, diversidade e cidadania. In: BOTELHO, A.; SCHWARCZ, L. M. Cidadania, um projeto em construção. São Paulo: Claro Enigma, 2012 (adaptado).

O movimento social abordado justifica-se pela defesa do direito de

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12Q951166 | Sociologia, Desigualdades de raça, Primeiro Semestre, UECE, UECE CEV, 2018

Atente para o seguinte trecho de um artigo de jornal: “Segundo o coordenador do Setor de Ciências Naturais e Sociais da Unesco no Brasil, Fabio Eon, os direitos humanos estão sendo alvo de uma onda conservadora que trata a expressão como algo politizado. — ‘Existe hoje uma tendência a enxergar direitos humanos como algo ideológico, o que é um equívoco. Os direitos humanos não são algo da esquerda ou da direita. São de todos, independentemente de onde você nasceu ou da sua classe social. É importante enfatizar isso para frear essa onda conservadora’ — ressalta Eon, que sugere um remédio para o problema: — ‘Precisamos promover uma cultura de direitos humanos’”.

Disponível em: O Globo. https://oglobo.globo.com/sociedade/os-direitos-humanosnao-sao-da-esquerda-ou-da-direita-sao-de-todos-23088573.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi aprovada pela Assembleia Geral da ONU em 1948. Já a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi aprovada durante a primeira fase da Revolução Francesa, pela Assembleia Nacional Constituinte.

No que diz respeito à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, é correto afirmar que

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13Q943585 | Sociologia, Desigualdades de raça, Filosofia e Sociologia, UECE, UECE CEV, 2021

É costumeiro dizer ou é próprio do senso comum afirmar que gosto não se discute. Porém, Souza (2018), ao estudar e pesquisar sobre a categoria “ralé brasileira”, procurou classificar e identificar as razões e as lógicas sociais que fazem com que, na estrutura social de classes do Brasil, as pessoas das classes mais baixas não compartilhem do “privilégio estético” ou do “bom gosto” daqueles que alegam tê-lo ao possuir a “capacidade cognitiva” para fruir, entender e apreciar, por exemplo, música clássica, um quadro de Picasso ou um “bom vinho”. E é importante frisar que esta compreensãosociológica não aponta simplesmente para questões de cunho subjetivo ou de opiniões individuais e gostos pessoais, mas para formas ou modelos de explicar a desigualdade social no Brasil.

SOUZA, Jessé. A ralé brasileira: quem é e como vive. 3ª ed.

ampliada. São Paulo: Editora Contracorrente, 2018.


A partir do exposto, é correto afirmar que

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14Q943367 | Sociologia, Desigualdades de raça, Primeira Fase OAB, UECE, UECE CEV, 2021

O tema gênero e sexualidade, atualmente, é mote de muitos debates acalorados e polêmicos na sociedade brasileira. Porém, é forçoso reconhecer a pertinência desses debates a favor de mais inclusão social para o convívio em uma sociedade que deve prezar por valores democráticos como os das liberdades individuais. Em tempo, partindo de uma compreensão geral das ciências sociais, gênero e sexualidade são produtos da relação entre a subjetividade individual (algo que é de cada pessoa) e a cultura (questão coletiva). Assim, o “ser homem”, o “ser mulher” e as orientações sexuais passam pelo crivo intrincado de decisões pessoais e socioculturais. E essa perspectiva das ciências sociais em torno do tema aponta para o melhor convívio nas democracias contemporâneas.

Assim, considerando o tema gênero e sexualidade nas ciências sociais, avalie as proposições a seguir:

I. A sigla LGBTQIA+ procura representar, da forma mais inclusiva possível, os diferentes modos de ser e de se orientar pelo gênero e sexualidade.

II. As livres expressões da sexualidade causam prejuízos para a liberdade sexual de todos aqueles que não se enquadram nessas formas indefinidas de gênero.

III. Nem a cultura nem questões psicológicas conseguem mudar o fato biológico natural que distingue o que significa ser do sexo masculino ou do sexo feminino.

IV. A sociodiversidade de gêneros e de orientações sexuais ainda hoje enfrenta os males dos preconceitos que julgam como anormais as pessoas não heterossexuais.

Está correto o que se afirma somente em

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15Q945222 | Sociologia, Desigualdades de raça, Primeira Fase OAB, UNICAMP, COMVEST UNICAMP, 2023

"A negação da plena humanidade do Outro, o seu enclausuramento em categorias que lhe são estranhas, a afirmação de sua incapacidade inata para o desenvolvimento e aperfeiçoamento humano, a destituição da sua capacidade de produzir cultura e civilização prestam-se a afirmar uma razão racializada, que hegemoniza e naturaliza a superioridade europeia."
(CARNEIRO, Sueli. Dispositivo de racialidade. A construção do outro como não ser como fundamento do ser. São Paulo: Zahar, p. 91, 2023.)

Escolha a alternativa que apresenta crítica semelhante à de Sueli Carneiro.
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16Q679096 | Sociologia, Desigualdades de raça, Filosofia e Sociologia 2° Fase, UECE, UECE CEV, 2019

Atente para os seguintes dados: “No Brasil, doze mulheres são assassinadas todos os dias, em média, segundo os dados oficiais dos estados relativos a 2017. São 4.473 homicídios dolosos, sendo 946 feminicídios, ou seja, casos de mulheres mortas em crimes deódio motivados pela condição de gênero”.


Disponível em: https://g1.globo.com/monitor-da-violencia/noticia/cresce-n-de-mulheres-vitimas-de-homicidio-no-brasil-dados-de-feminicidio-sao-subnotificados.ghtmi

Em relação aos crimes de homicídios contra mulheres, é correto dizer que

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17Q903169 | Sociologia, Desigualdades de raça, Sociologia, IFES, IF ES, 2024

“Minha definição de gênero tem duas partes e diversos subconjuntos, que estão interrelacionados (...)”

(SCOTT, 1995. p. 86).

Qual alternativa apresenta essas duas partes?

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18Q937240 | Sociologia, Desigualdades de raça, PPL, ENEM, INEP, 2023

Nas Antilhas, o jovem negro que, na escola, não para de repetir “nossos pais, os gauleses”, identifica-se com o explorador, com o civilizador, com o branco que traz a verdade aos selvagens, uma verdade toda branca. Há identificação, isto é, o jovem negro adota subjetivamente uma atitude de branco. Ele carrega o herói, que é branco, com toda a sua agressividade — a qual, nessa idade, assemelha-se estreitamente a uma dádiva: uma dádiva carregada de sadismo.


FANON, F. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: Edufba, 2008.


A reflexão do autor sobre o processo de socialização apresentado no texto expõe qual elemento constituidor das relações sociais?

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19Q938525 | Sociologia, Desigualdades de raça, PPL, ENEM, INEP

A população negra teve que enfrentar sozinha o desafio da ascensão social, e frequentemente procurou fazê-lo por rotas originais, como o esporte, a música e a dança. Esporte, sobretudo o futebol, música, sobretudo o samba, e dança, sobretudo o carnaval, foram os principais canais de ascensão social dos negros até recentemente. A libertação dos escravos não trouxe consigo a igualdade efetiva. Essa igualdade era afirmada nas leis, mas negada na prática. Ainda hoje, apesar das leis, aos privilégios e arrogâncias de poucos correspondem o desfavorecimento e a humilhação de muitos.

CARVALHO, J. M. Cidadania no Brasil: o longo caminho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006 (adaptado).

Em relação ao argumento de que no Brasil existe uma democracia racial, o autor demonstra que

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20Q944259 | Sociologia, Desigualdades de raça, Filosofia e Sociologia, UECE, UECE CEV, 2022

Para Gilberto Freyre, a miscigenação que ocorreu desde o início do processo de colonização do Brasil corrigiu, ao longo do tempo, a distância social entre os brancos conquistadores e senhores de engenho e os indígenas e os negros escravizados. São dois polos, duas classes ou dois grupos sociais antagônicos de dominantes-dominados, mas que teriam sido aproximados na formação da sociedade brasileira pela mestiçagem. É aqui que se fundamenta o mito da democracia racial. Segundo Freyre, os mestiços desde a colonização brasileira ocasionaram efeitos sociais que equilibraram diferenças e desigualdades. E foram, principalmente, a mulher índia, a negra-mina e depois a mulata, aponta Freyre, as categorias de mulheres que agiram poderosamente no sentido dessa “democratização social no Brasil”. Faltou a Freyre, todavia, ressaltar que essas mulheres estavam, em grande maioria, na condição de escravizadas ou subalternizadas na relação com seus senhores e donos e foi assim que conceberam a mestiçagem na história brasileira. Essa concepção mitológica foi fortalecida pelos séculos de dominação patriarcalista e branca sobre indígenas, negros emestiços. Trata-se de um mito ou uma ideologia que persiste sem maior reflexão, conhecimento histórico, consciência crítica e tanto disfarça a existência do racismo na sociedade brasileira contemporânea como não contribui para o debate público das lutas políticas e sociais dos movimentos negros e dos povos tradicionais indígenas.
A partir do exposto, é correto afirmar que
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