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Questões de Concursos Formação das Palavras Composição

Resolva questões de Formação das Palavras Composição comentadas com gabarito, online ou em PDF, revisando rapidamente e fixando o conteúdo de forma prática.


1Q101281 | Português, Formação das Palavras Composição, Analista Serviço Social, INSS, FUNRIO

Texto associado.

O VÕO DA ÁGUIA
     A Águia pode viver por 70 anos. Sabe por quê?
     A Águia é a ave que possui a maior longevidade da espécie. Chega a viver 70 anos, mas, para chegar a essa idade, aos 40 ela tem de tomar um séria decisão.
     É nessa fase da vida que ela está com as unhas compridas e flexíveis, não consegue mais agarrar suas presas das quais se alimenta. O bico alongado e pontiagudo se curva. Apontadas contra o peito estão suas asas, envelhecidas e pesadas em função da grossura das penas e voar já é tão difícil...
     A águia então tem duas alternativas: morrer ou enfrentar um dolorido processo de renovação que vai durar 150 dias. Esse
processo de renovação consiste em voar para o alto de uma montanha e recolher-se em ninho próximo a um paredão onde não
necessite voar.
     Após encontrar esse lugar, a Águia começa a arrancar suas unhas. Quando começam a nascer as novas unhas, ela passa a arrancar as velhas penas. E, só cinco meses depois, sai para o famoso vôo de renovação e para viver então mais 30 anos.
     Em nossa vida, muitas vezes, temos de nos resguardar por algum tempo e começar um processo de renovação.
     Para que continuemos a voar um vôo de vitória, devemos nos desprender de lembranças, costumes e velhos hábitos que nos causam dor.
     Somente livres do peso do passado, podemos aproveitar o resultado valioso que a renovação sempre nos traz.

FONTE: Jornal carta, 09.05.2003 www.Tonoticias.jor.br


Em “devemos nos desprender de lembranças”, o termo “desprender” é formado pelo acréscimo do prefixo “des-” (que expressa negação ou privação) + verbo prender. Dentre as alternativas abaixo aquela em que há um termo que segue o mesmo processo de formação (prefixo + verbo) é:

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2Q192063 | Português, Formação das Palavras Composição, Advogado, IDECI, IBFC

Texto associado.

Para responder às questões de 1 a 4, leia a crônica abaixo.

Somos todos vítimas

Ivan Angelo

Num domingo frio de início do inverno, a população de São

Paulo ficou chocada com uma cena jamais vista na cidade. A

capa do jornal Estadinho trazia uma fotografia que ocupava toda

a largura da página e mostrava uma família de seis pessoas,

homem, mulher e quatro crianças, louros, de olhos azuis,

morando sob o Viaduto do Chá, sem ter o que comer, com

apenas a roupa do corpo e uma cuia de chimarrão que o homem

tomava. O assunto dominou as conversas naquele 2 de junho

de 1918 e invadiu a semana. Como era possível tal cena na

metrópole que mais crescia no país? Que gente era aquela? O

homem, argentino, trabalhara na grande fazenda de café do

milionário Martinho Prado, havia contraído maleita, fora despedido

e depositado com a família na capital, entregue à própria má

sorte.

Noventa e cinco anos depois, as cenas mais vistas na cidade

são de famílias dormindo na rua, sem ter o que comer, sem

roupas e sem chimarrão, e de bandos de miseráveis drogados.

No passado, vimos chocados um caso inédito; hoje, olhamos

com anestesia da indiferença para a malta de zumbis e grupos

de desvalidos, quando não os vemos com silenciosa revolta ou

cauteloso receio. Como deixaram nossa cidade chegar a esse

ponto? Como não fomos capazes de impedir esse horror quando

era possível?

Foram vindo. Das injustiças sociais vieram, dos fracassos

pessoais, das famílias desestruturadas, das fugas, das

frustrações, das secas nordestinas e amorosas vieram, do

abandono, das fragilidades e inseguranças, das revoltas sem

rumo vieram, do alcoolismo, dos pais ausentes, da escola

ausente, das bravatas imaturas, dos reformatórios vieram, dos

abusos, dos maus-tratos, dos baratos, das baladas, da má

educação, das carências, da falta de lugar, da doença mental

vieram, da baixa estima, das prisões, do risco mal calculado,

dos refúgios da alma vieram... e formaram essas multidões

que nos assustam.

Há alguns anos (dez?) dizia-se: é a Cracolândia, estão restritos

à Cracolândia. Aquela água envenenada começou a vazar: Luz,

Sé, Brás, Bom Retiro, Centro, Parque Dom Pedro, Cambuci,

Mooca, Tatuapé, Campos Elíseos, Santa Cecília, Higienópolis,

Avenida Paulista, baixos dos viadutos Rebouças e Doutor

Arnaldo. Os moradores de Perdizes veem, consternados, que

os caídos já amanhecem dormindo na porta dos seus prédios

e casas. As ações espasmódicas das autoridades o que fizeram

foi espalhá-los pela cidade.

Que fazer?

Pobres de nós, perplexos. Brotam sentimentos xenófobos até

nos melhores. São um risco para a saúde pública, dizem,

disseminam doenças, aids, hepatites, tuberculose, sarna,

micoses. Perguntam o que é pior para o conceito de cidade

limpa: uma placa irregular, que vai gerar propina, ou um

maltrapilho defecando e urinando na rua? Se alguém bem vestido

fizer isso,será levado para a delegacia, enquadrado em algum

ato de atentado ao pudor.

Esses bandos de crianças e adolescentes que perambulam

pelas ruas praticando furtos e fumando crack são as peças de

reposição da malta de zumbis, advertem. Perguntam, punitivos:

são infratores, malfeitores, criminosos ou o quê? Em que lei se

enquadram? É enquadrá-los e agir. Afirmam: estão sendo

exportados para São Paulo, as autoridades devem mandá-los

de volta, cuidar dos nossos e mandar o resto de volta.

Estamos precisados de tanta coisa para nos tornar melhores e

vem essa coisa a nos empurrar para o lado mais escuro de nós.

Precisamos nos lembrar de que há uma mãe procurando seu

menino desaparecido no meio daqueles bandos, para oferecerlhe

um banho quente entre uma queda e outra; há uma irmã

que guardou a boneca da caçula para quando a encontrar; há

uma filha tentando salvar o pai já idoso e perdido; há uma esposa

com filho à procura do marido, ainda com esperança... Há

histórias... Há lágrimas... Há vítimas dos dois lados.

A palavra " imaturas" é formada por

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3Q108441 | Português, Formação das Palavras Composição, Analista de Correios Letras, CORREIOS, CESPE CEBRASPE

Texto associado.

Texto para os itens de 36 a 48
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Considerando palavras do texto, julgue os itens seguintes, com relação à estrutura e formação de palavras da língua portuguesa.

No processo de formação dos vocábulos “integração” (L.15), “impulsiona” (L.18), “indefectivelmente” (L.23) e “imprudências” (L.27), identifica-se o prefixo in-, que neles expressa a noção de mudança de estado.

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4Q108119 | Português, Formação das Palavras Composição, Analista de Correios Letras, CORREIOS, CESPE CEBRASPE

Texto associado.

Texto para os itens de 36 a 48
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Considerando palavras do texto, julgue os itens seguintes, com relação à estrutura e formação de palavras da língua portuguesa.

Os vocábulos “responsabilidade” (L.7), “alternância” (L.8), “sucessão” (L.11) e “efetividade” (L.21) são exemplos de substantivos derivados de verbos abstratos e indicam resultado de ação.

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6Q949465 | Português, Formação das Palavras Composição, Língua Portuguesa, UNICENTRO, UNICENTRO, 2017

Texto associado.
O animal satisfeito dorme,
Mário Sérgio Cortella

O sempre surpreendente Guimarães Rosa dizia: “o animal satisfeito dorme”. Por trás dessa aparente obviedade está um dos mais fundos alertas contra o risco de cairmos na monotonia existencial, na redundância afetiva e na indigência intelectual. O que o escritor tão bem percebeu é que a condição humana perde substância e energia vital toda vez que se sente plenamente confortável com a maneira como as coisas já estão, rendendo-se à sedução do repouso e imobilizando-se na acomodação.
A advertência é preciosa: não esquecer que a satisfação conclui, encerra, termina; a satisfação não deixa margem para a continuidade, para o prosseguimento, para a persistência, para o desdobramento. A satisfação acalma, limita, amortece. Por isso, quando alguém diz “fiquei muito satisfeito com você” ou “estou muito satisfeita com teu trabalho”, é assustador. O que se quer dizer com isso? Que nada mais de mim se deseja? Que o ponto atual é meu limite e, portanto, minha possibilidade? Que de mim nada mais além se pode esperar? Que está bom como está? Assim seria apavorante; passaria a ideia de que desse jeito já basta. Ora, o agradável é quando alguém diz: “teu trabalho (ou carinho, ou comida, ou aula, ou texto, ou música etc.) é bom, fiquei muito insatisfeito e, portanto, quero mais, quero continuar, quero conhecer outras coisas.
Um bom filme não é exatamente aquele que, quando termina, ficamos insatisfeitos, parados, olhando, quietos, para a tela, enquanto passam os letreiros, desejando que não cesse? Um bom livro não é aquele que, quando encerramos a leitura, o deixamos um pouco apoiado no colo, absortos e distantes, pensando que não poderia terminar? Uma boa festa, um bom jogo, um bom passeio, uma boa cerimônia não é aquela que queremos que se prolongue?
Com a vida de cada um e de cada uma também tem de ser assim; afinal de contas, não nascemos prontos e acabados. Ainda bem, pois estar satisfeito consigo mesmo é considerar-se terminado e constrangido ao possível da condição do momento.
Quando crianças (só as crianças?), muitas vezes, diante da tensão provocada por algum desafio que exigia esforço (estudar, treinar, EMAGRECER etc.) ficávamos preocupados e irritados, sonhando e pensando: por que a gente já não nasce pronto, sabendo todas as coisas? Bela e ingênua perspectiva. É fundamental não nascermos sabendo e nem prontos; o ser que nasce sabendo não terá novidades, só reiterações. Somos seres de insatisfação e precisamos ter nisso alguma dose de ambição; todavia, ambição é diferente de ganância, dado que o ambicioso quer mais e melhor, enquanto que o ganancioso quer só para si próprio.
Nascer sabendo é uma limitação porque obriga a apenas repetir e, nunca, a criar, inovar, refazer, modificar. Quanto mais se nasce pronto, mais refém do que já se sabe e, portanto, do passado; aprender sempre é o que mais impede que nos tornemos prisioneiros de situações que, por serem inéditas, não saberíamos enfrentar.
Diante dessa realidade, é absurdo acreditar na ideia de que uma pessoa, quanto mais vive, mais velha fica; para que alguém quanto mais vivesse mais velho ficasse, teria de ter nascido pronto e ir se gastando…
Isso não ocorre com gente, e sim com fogão, sapato, geladeira. Gente não nasce pronta e vai se gastando; gente nasce não-pronta, e vai se fazendo. Eu, no ano que estamos, sou a minha mais nova edição (revista e, às vezes, um pouco ampliada); o mais velho de mim (se é o tempo a medida) está no meu passado e não no presente.
Demora um pouco para entender tudo isso; aliás, como falou o mesmo Guimarães, “não convém fazer escândalo de começo; só aos poucos é que o escuro é claro”…

Excerto do livro “Não nascemos prontos! – provocações filosóficas”. De Mário Sérgio Cortella.
Disponível em:<http://www.contioutra.com/o-animal-satisfeito-dorme-texto-de-mario-sergio-cortella/>
Assinale a única alternativa incorreta sobre os aspectos formais do texto e sua interpretação:
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8Q948106 | Português, Formação das Palavras Composição, Vestibular, IFTM, INEP, 2018

Texto associado.

Leia a seguir a Canção de Geraldo Roca e Paulo Simões para responder àquestão.


Trem do Pantanal


Enquanto este velho trem atravessa o pantanal

As estrelas do cruzeiro fazem um sinal

De que este é o melhor caminho

Pra quem é como eu, mais um fugitivo da guerra

Enquanto este velho trem atravessa o pantanal

O povo lá em casa espera que eu mande um postal

Dizendo que eu estou muito bem vivo

Rumo a Santa Cruz de La Sierra


Enquanto este velho trem atravessa o pantanal

Só meu coração está batendo desigual

Ele agora sabe que o medo viaja também

Sobre todos os trilhos da terra

(Disponível em: https://www.cifrasdeviola.com.br/musica/tremdo-pantanal. Acesso em: 28 de set. 2018.)

A partir da leitura da música Trem do Pantanal (1975), é possível inferir que
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9Q948237 | Português, Formação das Palavras Composição, Letras Libras, UCPEL, INEP, 2018

Texto associado.

Leia o texto, a seguir, atentando para responder à questão

TWEET DE OBAMA SOBRE CHARLOTTESVILLE É O MAIS CURTIDO DA HISTÓRIA DO TWITTER
Ex-presidente norte-americano tuitou uma frase de
Nelson Mandela
16/08/2017 - 07h19 - ATUALIZADA ÀS 08h28 - POR AGÊNCIA EFE



Um tweet do ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sobre a violência racista do último sábado em Charlottesville, na Virgínia, se converteu, na noite de terça-feira, na mensagem com mais curtidas da história do Twitter.
A postagem de Obama, que utilizou trechos de uma entrevista de Nelson Mandela, acompanhada de uma foto do ex-presidente americano com um grupo de crianças de várias etnias, alcançou 2,71 milhões de ‘curtidas’ (likes) e superou assim uma mensagem que a cantora Ariana Grande publicou após o atentado em sua apresentação em Manchester, no Reino Unido, em maio deste ano, que tem 2,7 milhões de ‘curtidas’.
Os trechos da entrevista de Mandela, divididos em três tweets, dizem: “Ninguém nasce odiando outra pessoa por causa da cor da sua pele, sua cultura ou sua religião. As pessoas precisam aprender a odiar, e se elas podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar”.
O tweet do ex-presidente americano também é um dos mais populares da história quanto aos compartilhamentos (retweets), mas, neste quesito, ainda está na quinta posição com 1,12 milhões.
O tweet com mais retweets da história, com 3,65 milhões, é o de um adolescente que pedia ‘nuggets’ de frango de graça, seguido de uma ‘selfie’ da apresentadora e comediante Ellen DeGeneres durante a premiação do Oscar em 2014, com 3,44 milhões.
Disponível em:<https://epocanegocios.globo.com/Mundo/noticia/2017/08/tweet-de-obama-sobre-charlottesville-e-o-mais-curtido-da-historiado-twitter.html>. Acesso em: 11 out. 2017. (Texto adaptado)
Metáforas são recursos de linguagem que designam uma relação de semelhança sem a necessidade de termos comparativos. Neste poema, há várias expressões metafóricas relacionadas à imagem das ‘mãos’. Identifique a expressão que NÃO apresenta esta qualidade simbólica:
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10Q942875 | Português, Formação das Palavras Composição, Português, UNICENTRO, UNICENTRO

Texto associado.
Leia o texto a seguir e responda à questão.

Internet é coisa do passado

Para especialista, humanos estarão cada vez mais integrados com tecnologia. Não, um futurista não é alguém que veio do futuro para nos prevenir a respeito do domínio das máquinas e o início de uma guerra sem fim. Muito pelo contrário, Tiago Mattos é multiempreendedor, educador, palestrante e formado pela Singularity University como futurista e seu trabalho é entender que tendências a tecnologia está seguindo. Para entrar no curso, o empreendedor gaúcho de 35 anos de idade foi avaliado com a capacidade de impactar um bilhão de pessoas em dez anos. De acordo com ele, a revolução da Internet já passou e, agora, o futuro aponta para uma integração cada vez maior entre homens e tecnologias. A Singularity University é uma iniciativa da NASA em parceria com o Google e tem como meta principal discutir e encontrar novos caminhos da cultura digital e pós-digital. “O pensamento humano é linear. Já o pensamento dos computadores funciona de acordo com uma lógica exponencial. A cada dezoito meses, mais ou menos, nossa capacidade duplica. Por isso, a velocidade da evolução é cada vez maior”, explica Mattos. Depois da Internet, segundo as discussões da Singularity, três novas revoluções em curso ditam as tendências do futuro próximo: genética/biotecnologia, nanotecnologia e robótica/inteligência artificial. Mattos explica que os anos de 1980 foram transformados pela computação, os 1990 pela Internet e os 2000/2010 viveram o advento dos sensores e da Internet das coisas, agora, o momento já é outro. As interações entre os objetos e os humanos devem se intensificar e se complexificar. “Este é um processo irreversível. Se já temos smartphone, SmarTVs... as coisas ficarão cada vez mais “espertas” e nós, humanos, somos apenas mais uma dessas coisas”, afirma Tiago.

As novas revoluções já começaram

Talvez, para um terráqueo das antigas, muito pode parecer roteiro de ficção científica, mas as três revoluções citadas por Mattos já estão a pleno vapor. Pesquisas para desenvolvimento de órgãos humanos com impressoras 3D, realidade aumentada para uso pedagógico em simulações de situações de risco e funções de dispositivos móveis capazes de monitorar condições médicas dos usuários ou acessar dados bancários remotamente são exemplos de como essas novas tecnologias já estão em nosso dia a dia. E, pelo visto, vem muito mais por aí.

(Adaptado de: RODRIGUES, Ennio. Internet é coisa do passado. Disponível em:<https://super.abril.com.br/tecnologia/internet-e-coisa-do-passado/>. Acesso em: 21 jul. 2015.)
Quanto ao processo de formação de palavras, assinale a alternativa correta.
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11Q907267 | Português, Formação das Palavras Composição, Professor da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, Prefeitura de Mossoró RN, IDECAN, 2024

Texto associado.

Texto para as questões de 1 a 15.

1 Poseidon estava sentado à sua mesa de trabalho e fazia contas. A administração de todas contas. A administração de

todas as águas dava-lhe um trabalho infinito. Poderia dispor de quantas forças auxiliares quisera, e com efeito, tinhas muitas,

mas como tomava seu emprego muito a sério, verificava novamente todas as contas, e assim as forças auxiliares lhe serviam

5 de pouco. Não se pode dizer que o trabalho lhe era agradável e na verdade o realizava unicamente porque lhe tinha sido

imposto; tinha-se ocupado, sim, com frequência, em trabalhos mais alegres, como ele dizia, mas cada vez que se lhe faziam

diferentes propostas, revelava-se sempre que, contudo, nada lhes agradava tanto como seu atual emprego. Além do mais era

muito difícil encontrar uma outra tarefa para ele. Era impossível designar-lhe um determinado mar; prescindindo de que aqui

10 o trabalho de cálculo não era menor em quantidade, porém em qualidade, o Grande Poseidon não podia ser designado para

outro cargo que não comportasse poder. E se lhe oferecia um emprego fora da água, esta única ideia lhe provocava mal-estar,

alterava-se seu divino alento e seu férreo torso oscilava. Além do mais, suas queixas não eram tomadas a sério; quando um

15 poderoso tortura, é preciso ajustar-se a ele aparentemente, mesmo na situação mais desprovida de perspectivas. Ninguém

pensava verdadeiramente em separar a Poseidon de seu cargo, já que desde as origens tinha sido destinado a ser deus dos

mares e aquilo não podia ser modificado.

O que mais o irritava — e isto era o que mais o indispunha com o cargo - era inteirar-se de que como representavam

20 com o tridente, guiando como um cocheiro, através dos mares. Entretanto, estava sentado aqui, nas profundidades do mar

do mundo e fazia contas ininterruptamente; de vez em quando uma viagem da qual além do mais, quase sempre regressava

furioso. Dai que mal havia visto os mares, isso acontecia apenas em suas fugitivas ascensões ao Olimpo, e não os teria

percorrido jamais verdadeiramente. Gostava de dizer que com isso esperava o fim do mundo, que então teria certamente

25 ainda um momento de calma, durante o qual, justo antes do fim, depois de rever a última conta, poderia fazer ainda um rápido

giro.

Franz Kafka

Aderivação é um processo de formação de novas palavras pelo acréscimo de afixos. Considerando-se o exposto, é correto afirmar que a derivação

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13Q951434 | Português, Formação das Palavras Composição, Vestibular, UNIFESP, VUNESP, 2018

Texto associado.

Leia o trecho inicial do conto “A doida”, de Carlos Drummond de Andrade, para responder à questão.


A doida habitava um chalé no centro do jardim maltratado. E a rua descia para o córrego, onde os meninos costumavam banhar-se. Era só aquele chalezinho, à esquerda, entre o barranco e um chão abandonado; à direita, o muro de um grande quintal. E na rua, tornada maior pelo silêncio, o burro que pastava. Rua cheia de capim, pedras soltas, num declive áspero. Onde estava o fiscal, que não mandava capiná-la?

Os três garotos desceram manhã cedo, para o banho e a pega de passarinho. Só com essa intenção. Mas era bom passar pela casa da doida e provocá-la. As mães diziam o contrário: que era horroroso, poucos pecados seriam maiores. Dos doidos devemos ter piedade, porque eles não gozam dos benefícios com que nós, os sãos, fomos aquinhoa dos. Não explicavam bem quais fossem esses benefícios, ou explicavam demais, e restava a impressão de que eram todos privilégios de gente adulta, como fazer visitas, receber cartas, entrar para irmandades. E isso não comovia ninguém. A loucura parecia antes erro do que miséria. E os três sentiam-se inclinados a lapidar1 a doida, isolada e agreste no seu jardim.

Como era mesmo a cara da doida, poucos poderiam dizê-lo. Não aparecia de frente e de corpo inteiro, como as outras pessoas, conversando na calma. Só o busto, recortado numa das janelas da frente, as mãos magras, ameaçando. Os cabelos, brancos e desgrenhados. E a boca inflamada, soltando xingamentos, pragas, numa voz rouca. Eram palavras da Bíblia misturadas a termos populares, dos quais alguns pareciam escabrosos, e todos fortíssimos na sua cólera.

Sabia-se confusamente que a doida tinha sido moça igual às outras no seu tempo remoto (contava mais de sessenta anos, e loucura e idade, juntas, lhe lavraram o corpo). Corria, com variantes, a história de que fora noiva de um fazendeiro, e o casamento uma festa estrondosa; mas na própria noite de núpcias o homem a repudiara, Deus sabe por que razão. O marido ergueu-se terrível e empurrou-a, no calor do bate-boca; ela rolou escada abaixo, foi quebrando ossos, arrebentando-se. Os dois nunca mais se veriam. Já outros contavam que o pai, não o marido, a expulsara, e esclareciam que certa manhã o velho sentira um amargo diferente no café, ele que tinha dinheiro grosso e estava custando a morrer – mas nos racontos2 antigos abusava-se de veneno. De qualquer modo, as pessoas grandes não contavam a história direito, e os meninos deformavam o conto. Repudiada por todos, ela se fechou naquele chalé do caminho do córrego, e acabou perdendo o juízo. Perdera antes todas as relações. Ninguém tinha ânimo de visitá-la. O padeiro mal jogava o pão na caixa de madeira, à entrada, e eclipsava-se. Diziam que nessa caixa uns primos generosos mandavam pôr, à noite, provisões e roupas, embora oficialmente a ruptura com a família
se mantivesse inalterável. Às vezes uma preta velha arriscava-se a entrar, com seu cachimbo e sua paciência educada no cativeiro, e lá ficava dois ou três meses, cozinhando. Por fim a doida enxotava-a. E, afinal, empregada nenhuma queria servi-la. Ir viver com a doida, pedir a bênção à doida, jantar em casa da doida, passaram a ser, na cidade, expressões de castigo e símbolos de irrisão3.

Vinte anos de uma tal existência, e a legenda está feita. Quarenta, e não há mudá-la. O sentimento de que a doida carregava uma culpa, que sua própria doidice era uma falta grave, uma coisa aberrante, instalou-se no espírito das crianças. E assim, gerações sucessivas de moleques passavam pela porta, fixavam cuidadosamente a vidraça e lascavam uma pedra. A princípio, como justa penalidade. Depois, por prazer. Finalmente, e já havia muito tempo, por hábito. Como a doida respondesse sempre furiosa, criara-se na mente infantil a ideia de um equilíbrio por compensação, que afogava o remorso.

Em vão os pais censuravam tal procedimento. Quando meninos, os pais daqueles três tinham feito o mesmo, com relação à mesma doida, ou a outras. Pessoas sensíveis l amentavam o fato, sugeriam que se desse um jeito para internar a doida. Mas como? O hospício era longe, os parentes não se interessavam. E daí – explicava-se ao forasteiro que porventura estranhasse a situação – toda cidade tem seus doidos; quase que toda família os tem. Quando se tornam ferozes, são trancados no sótão; fora disto, circulam pacificamente pelas ruas, se querem fazê-lo, ou não, se preferem ficar em casa. E doido é quem Deus quis que ficasse doido... Respeitemos sua vontade. Não há remédio para loucura; nunca nenhum doido se curou, que a cidade soubesse; e a cidade sabe bastante, ao passo que livros mentem.

(Contos de aprendiz, 2012.)

1 lapidar: apedrejar.

2 raconto: relato, narrativa.

3 irrisão: zombaria.

Em “Não aparecia de frente e de corpo inteiro, como as outras pessoas, conversando na calma” (3º parágrafo), o termo sublinhado é um verbo
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14Q887297 | Português, Formação das Palavras Composição, Reabertura, Prefeitura de São José dos Campos SP, FGV, 2024

Em cada frase abaixo há uma palavra primitiva e outra palavra na forma abreviada correspondente.
Assinale a opção em que a indicação da forma abreviada é inadequada.
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15Q919945 | Português, Formação das Palavras Composição, Técnico em Informática, Câmara de Araraquara SP, Consulplan, 2025

Texto associado.
Sempre que eu contrariava Luzia desobedecendo a suas ordens, contestando quase tudo com respostas agressivas, ela me dizia que eu era tão ruim que minha vinda ao mundo pôs um fim à vida da mãe. “Deu fim à nossa mãe”, era a sentença cruel, lançada para me atingir e evocar as complicações que se seguiram ao meu nascimento. Minha mãe se acamou, deprimida. “Nossa mãe se foi de melancolia”, era o que se contava em casa. Nunca soube ao certo o que Luzia sentia por mim, graças ao que nos aconteceu. Por ter sido a responsável por minha criação ainda muito jovem, dizia que ninguém quis se casar com ela por causa dessa obrigação. Nenhum homem iria aguentar minhas malcriações. Sua mágoa era duradoura. Caí feito um fardo sobre suas costas depois da morte da mãe e da partida dos nossos irmãos. Eu era mais uma atribulação para Luzia, além de todas as outras: cuidar da casa, do pai, da roupa da igreja, e ter que se esquivar dos humores do povo da Tapera.
Diferente da mãe e das mulheres da aldeia, Luzia, a irmã mais velha, parecia não ter se interessado pela arte do barro, nem mesmo pelo roçado. Dizia que lavoura era trabalho para homem. Repetia, ao ver a ruma de mulheres caminhando para o mangue à beira do Paraguaçu, que não foi feita para ficar sob o sol catando mariscos, e que se pudesse moraria na cidade grande. Desde cedo passei a seguir seus passos. Às terças e sextas-feiras Luzia andava até o mosteiro, recolhia cortinas, toalhas e estolas, e formava uma imensa trouxa. Equilibrava tudo sobre a cabeça com uma rodilha feita de peça menor, podia ser uma fronha de travesseiro ou uma toalha pequena. Cada entrada no mosteiro era precedida de reprimendas a mim: “Você não pode tocar em nada”, “Não fale alto, nem corra pelo pátio”, “Peça a bênção aos padres quando se dirigirem a você. Seja agradecido se lhe ofertarem algo”. E, claro, só poderia receber qualquer coisa se tivesse seu consentimento. Eu não fazia mais gestos de assentimento às suas recomendações. Planejava como contrariar as regras, em especial aquela que dizia que deveria olhar sempre para o chão e andar como se fosse invisível para não incomodar as orações. Tanta advertência não era por acaso, Luzia confessou num rompante de desabafo: queria manter seu ganha-pão como lavadeira do mosteiro e conseguir uma vaga para que eu estudasse na escola da igreja.
Nessa altura, meu irmão Joaquim tinha retornado de um tempo longo morando na capital. Ele levava uma vida errante, mas quando jovem aparecia vez ou outra para ajudar seu Valter nos carregamentos do saveiro Dadivoso, com sacas de grãos e caixas de verduras. Saíam às quintas-feiras em direção à Feira de São Joaquim e não tinham dia certo para regressar. Foi um tempo em que manejei os saveiros na imaginação, nas brincadeiras de menino, enquanto admirava o Dadivoso e outras embarcações navegando o Paraguaçu em direção à baía. Quando meu irmão começou a trabalhar com seu Valter, eu o seguia até o rio para observar o carregamento das sacas de farinha, dos barris de azeite de dendê e das caixas de inhame e aipim. Guardava a esperança de que me considerassem pronto para trabalhar. Sonhava ir embora de casa, não precisar mais olhar a carranca de Luzia me dizendo que eu era um fardo. Meus irmãos deixaram a Tapera antes mesmo de me conhecerem. Da maioria deles não havia fotografia nem recordação. Eu fiquei só com Luzia e meu pai. Como não havia quem cuidasse de mim na sua ausência, precisei seguir seus passos muito cedo, a todo canto, até que ela me considerasse pronto para ficar sozinho.

(VIEIRA JUNIOR, Itamar. Salvar o fogo. 2. ed. São Paulo: Todavia, 2023. p. 17-18. Fragmento.)
As palavras “malcriações” (1º§) e “ganha-pão” (2º§) são formadas por, respectivamente:
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16Q865032 | Português, Formação das Palavras Composição, Serviços Gerais, Câmara de Vinhedo SP, Avança SP, 2024

As palavras ‘memorável’ e ‘clemente’ são formadas por processos derivacionais e apresentam sufixos formadores de adjetivos na língua portuguesa. O mesmo ocorre em:

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17Q883465 | Português, Formação das Palavras Composição, UPA, CRIS SP, MS CONCURSOS, 2024

Referindo-se à estrutura e formação das palavras, assinale (V) verdadeiro ou (F) falso e marque a alternativa devida.

( ) Derivação parassintética ou parassíntese: ocorre quando a palavra derivada resulta do acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo à palavra primitiva.
( ) Composição por aglutinação: ao juntarmos duas ou mais palavras ou radicais, não ocorre alteração fonética.
( ) Composição por justaposição: ao unirmos dois ou mais vocábulos ou radicais, ocorre supressão de um ou mais de seus elementos fonéticos.
( ) Derivação imprópria: ocorre quando determinada palavra, sem sofrer qualquer acréscimo ou supressão em sua forma, muda de classe gramatical.
( ) Derivação regressiva: ocorre quando uma palavra é formada não por acréscimo, mas por redução.
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18Q951459 | Português, Formação das Palavras Composição, Segundo Semestre, CEDERJ, CECIERJ, 2019

Texto associado.

TEXTO 2


MINHA INFÂNCIA (trecho)

(Freudiana)

Cora Coralina


A rua... a rua!...

(Atração lúdica, anseio vivo da criança,

mundo sugestivo de maravilhosas descobertas)

- proibida às meninas do meu tempo.

Rígidos preconceitos familiares,

normas abusivas de educação


- emparedavam.


Na quietude sepulcral da casa,

era proibida, incomodava, a fala alta,

a risada franca, o grito espontâneo,

a turbulência ativa das crianças.


Contenção. motivação.Comportamento estreito,

limitando, estreitando exuberâncias,

pisando sensibilidades.

A gesta* dentro de mim...

Um mundo heroico, sublimado,

superposto, insuspeitado,

misturado à realidade.

*Gesta: composição poética que narra feitos memoráveis ou heroicos.

CORALINA, Cora.[coordenação, apresentação crítica e biografia Darcy França Denófrio].(Coleção melhores poemas). São Paulo: Global, 2004. (p. 95 a 100).


Cora Coralina (1889-1985), doutora honoris causa pela Universidade de Goiás, membro da Academia Goiana de Letras, recebeu, como poeta e ficcionista, o troféu Jabuti e o prêmio Juca Pato como intelectual do ano em 1984. Cora cursara somente o primário, mas poetara desde os 14 anos.

TELLES, Norma. Escritoras, escritas, escrituras. In: PRIORE, Mary Del. (org.); PINSKY, Carla Bassanezi (coord. de textos). 10.ed. 6a. reimpr. São Paulo: Contexto, 2018. p.408-409.

Na segunda estrofe, as expressões “Na quietude sepulcral”, por um lado, e “a fala alta”, “a risada franca”, “o grito espontâneo” e “a turbulência ativa das crianças”, por outro, sublinhadas no poema, transmitem uma dualidade vivenciada pela enunciadora em sua infância. Estilisticamente, essa situação é expressa, nessa estrofe, pela figura de linguagem:
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19Q918347 | Português, Formação das Palavras Composição, Fiscal de Vigilância Ambiental, Prefeitura de Paraisópolis MG, EVO Concursos, 2025

Assinale a alternativa incorreta quanto ao processo de formação das palavras:
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