Questões de Concursos Funções Morfossintáticas da Palavra QUE

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1Q701110 | Português, Funções Morfossintáticas da Palavra QUE, Aspirante da Aeronáutica, AFA, Aeronáutica, 2019

Texto associado.
TEXTO I
TreTrecho da peça teatral A raposa e as uvas, escrita por
Guilherme de Figueiredo. A cena ocorre na cidade de
Samos (Grécia antiga), na casa de Xantós, um filósofo
grego, que recebe o convidado Agnostos, um capitão
ateniense. O jantar é servido por Esopo e Melita, escravos
de Xantós.
(Entra Esopo, com um prato que coloca sobre a mesa.
Está coberto com um pano. Xantós e Agnostos se dirigem
para a mesa, o primeiro faz ao segundo um sinal para
sentarem-se.)
5 XANTÓS (Descobrindo o prato) – Ah, língua! (Começa a
comer com as mãos, e faz um sinal para que Melita sirva
Agnostos. Este também começa a comer vorazmente,
dando grunhidos de satisfação.) Fizeste bem em trazer
língua, Esopo. É realmente uma das melhores coisas do
10 mundo. (Sinal para que sirvam o vinho. Esopo serve,
Xantós bebe.) Vês, estrangeiro, de qualquer modo é bom
possuir riquezas. Não gostas de saborear esta língua e
este vinho?
AGNOSTOS (A boca entupida, comendo) – Hum.
15 XANTÓS – Outro prato, Esopo. (Esopo sai à esquerda e
volta imediatamente com outro prato coberto. Serve,
Xantós de boca cheia.) Que é isto? Ah, língua de fumeiro!
É bom língua de fumeiro, hein, amigo?
AGNOSTOS – Hum. (Xantós serve-se de vinho) /.../
20 XANTÓS (A Esopo) Serve outro prato. (Serve) Que trazes
aí?
ESOPO – Língua.
XANTÓS – Mais língua? Não te disse que trouxesse o
que há de melhor para meu hóspede? Por que só trazes
25 língua? Queres expor-me ao ridículo?
ESOPO – Que há de melhor do que a língua? A língua é o
que nos une todos, quando falamos. Sem a língua nada
poderíamos dizer. A língua é a chave das ciências, o
órgão da verdade e da razão. Graças à língua dizemos o
30 nosso amor. Com a língua se ensina, se persuade, se
instrui, se reza, se explica, se canta, se descreve, se
elogia, se mostra, se afirma. É com a língua que dizemos
sim. É a língua que ordena os exércitos à vitória, é a
língua que desdobra os versos de Homero. A língua cria o
35 mundo de Ésquilo, a palavra de Demóstenes. Toda a
Grécia, Xantós, das colunas do Partenon às estátuas de
Pidias, dos deuses do Olimpo à glória sobre Tróia, da ode
do poeta ao ensinamento do filósofo, toda a Grécia foi
feita com a língua, a língua de belos gregos claros falando
40 para a eternidade.
XANTÓS (Levantando-se, entusiasmado, já meio ébrio) –
Bravo, Esopo. Realmente, tu nos trouxeste o que há de
melhor. (Toma outro saco da cintura e atira-o ao escravo)
Vai agora ao mercado, e traze-nos o que houver de pior,
45 pois quero ver a sua sabedoria! (Esopo retira-se à frente
com o saco, Xantós fala a Agnostos.) Então, não é útil e
bom possuir um escravo assim?
AGNOSTOS (A boca cheia) – Hum. /.../
(Entra Esopo com prato coberto)
50 XANTÓS – Agora que já sabemos o que há de melhor na
terra, vejamos o que há de pior na opinião deste horrendo
escravo! Língua, ainda? Mais língua? Não disseste que
língua era o que havia de melhor? Queres ser
espancado?
55 ESOPO – A língua, senhor, é o que há de pior no mundo.
É a fonte de todas as intrigas, o início de todos os
processos, a mãe de todas as discussões. É a língua que
usam os maus poetas que nos fatigam na praça, é a
língua que usam os filósofos que não sabem pensar. É a
60 língua que mente, que esconde, que tergiversa, que
blasfema, que insulta, que se acovarda, que se mendiga,
que impreca, que bajula, que destrói, que calunia, que
vende, que seduz, é com a língua que dizemos morre e
canalha e corja. É com a língua que dizemos não. Com a
65 língua Aquiles mostrou sua cólera, com a língua a Grécia
vai tumultuar os pobres cérebros humanos para toda a
eternidade! Aí está, Xantós, porque a língua é a pior de
todas as coisas!
(FIGUEIREDO, Guilherme. A raposa e as uvas – peça em 3 atos.
Cópia digitalizada pelo GETEB – Grupo de Estudos e Pesquisa em
Teatro Brasileiro/UFSJ. Disponível para fins didáticos em
www.teatroparatodosufsj.com.br/ download/guilherme-figueiredo-araposa-e-as-uvas-2/ Acesso em 13/03/2019.)
Ao longo do texto I, a palavra “QUE” é empregada diversas vezes. Assinale a alternativa que apresenta classificação correta do termo destacado.
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2Q694408 | Português, Funções Morfossintáticas da Palavra QUE, Procurador, Prefeitura de Parnamirim RN, COMPERVE, 2019

Texto associado.
A procura de informações sobre sintomas e doenças na internet é comum e, muitas vezes, serve a propósitos úteis. De acordo com[1] Aiken e Kirwan (2012), a internet é um valioso recurso na busca de informações médicas e continuará sendo por muitos anos. Porém, a web possui, em paralelo, um poder potencial de aumentar a ansiedade dos sujeitos sem treinamento médico, no momento em que[2] estejam buscando diagnósticos em websites. Dessa forma, contemporaneamente, pessoas que são[3] excessivamente angustiadas ou muito preocupadas com a sua saúde realizam pesquisas constantes na internet. Porém, apenas se tornam mais ansiosas ou amedrontadas. Pense por um momento e, em sua reflexão, responda a si se nunca fez uma busca na internet após receber seu exame de sangue ou surgir uma mancha em alguma região do seu corpo. Esse tipo de comportamento é bem frequente, mas apenas uma minoria apresenta uma manifestação patológica (cibercondríaca) desse funcionamento. 
O elemento linguístico [2] funciona como
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3Q686890 | Português, Funções Morfossintáticas da Palavra QUE, Assistente Judiciário, TJ AM, CESPE CEBRASPE, 2019

Texto associado.
Texto
    O maior desafio do Poder Judiciário no Brasil é
tornar-se cada vez mais acessível às pessoas, até mesmo
a quem não pode arcar com o custo financeiro de um processo.
De um modo amplo, o acesso à justiça significa a garantia de
amparo aos direitos do cidadão por meio de uma ordem
jurídica justa e, caso tais direitos sejam violados, a
possibilidade de ele buscar a devida reparação. Para tornar
efetivo esse direito fundamental e popularizá-lo, foram feitas
várias mudanças na lei ao longo dos anos. Esse movimento de
inclusão é conhecido como ondas renovatórias. Atualmente, já
se fala no surgimento da quarta onda, que está relacionada aos
avanços da tecnologia.
    Na primeira onda renovatória, buscou-se superar as
barreiras econômicas do acesso à justiça. No Brasil, as medidas
para garantir a assistência judiciária a quem não pode arcar
com as custas de um processo ou ser assistido por um
advogado particular foram efetivadas principalmente pela
Lei n.º 1.060, de 1950, e pela criação da Defensoria Pública da
União, em 1994, que atende muitos segurados do INSS que
têm de recorrer ao Poder Judiciário para conseguir um benefício.
    A segunda onda renovatória enfrentou os desafios de
tornar o processo judicial acessível a interesses coletivos, de
grupos indeterminados, e não apenas limitado a ser um
instrumento de demandas individuais. Para assegurar a tutela
dos direitos difusos, que dizem respeito à sociedade em geral,
foram criados instrumentos para estimular a democracia
participativa. Os principais avanços ocorreram com a entrada
em vigor da Lei da Ação Civil Pública, em 1985, e do Código
de Defesa do Consumidor, em 1990, que, conjuntamente,
formaram o microssistema processual para assegurar os
interesses da população.
    A terceira onda encorajou uma ampla variedade de
reformas na estrutura e na organização dos tribunais, o que
possibilitou a simplificação de procedimentos e,
consequentemente, do processo. Entendeu-se que cada tipo de
conflito tem uma forma adequada de solução: a decisão final
para uma controvérsia pode ser tomada por um juiz, árbitro ou
pelas próprias partes, com ou sem o auxílio de terceiros
neutros, como mediadores e conciliadores.
    Hoje, na quarta onda renovatória, a chamada
revolução digital e suas mudanças rápidas aceleraram a
engrenagem judicial. Esse processo de transição do analógico
para o digital não se resume apenas à virtualização dos
tribunais com a chegada do processo eletrônico. As tecnologias
da informação e comunicação oferecem infinitas possibilidades
para redesenhar o que se entende por justiça.
    As plataformas digitais de solução de conflitos
popularizaram serviços antes tidos como caros e pouco
acessíveis. Hoje existe até a oferta de experiências de cortes
online, nas quais as pessoas têm acesso aos tribunais com um
clique, sem sair de casa.
Mariana Faria. O que tecnologia tem a ver com acesso à justiça?
13/6/2018. Internet: (com adaptações).
Com relação aos aspectos linguísticos e aos sentidos do texto, julgue o item a seguir.
O vocábulo “que” (?.29) poderia ser substituído por o qual, sem alteração dos sentidos e da correção gramatical do texto
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4Q686094 | Português, Funções Morfossintáticas da Palavra QUE, Biomédico, UFTM, UFTM, 2019

Texto associado.
A saúde mental dos jovens brasileiros: Como prevenir?


            A ocorrência de vários suicídios de adolescentes em curto espaço de tempo não é um fenômeno restrito à atualidade. No século 18, um famoso livro, Os Sofrimentos do Jovem Werther, tornou-se um marco do Romantismo e uma febre entre os jovens. Nele conta-se a história de um adolescente que vive uma paixão impossível por uma mulher na casa dos trinta anos. 
                A estratégia adotada pelo autor do livro, Johann Wolfgang von Goethe – ele deixou para o exame do leitor as cartas trocadas pelo casal de amantes –, fez a narrativa parecer muito crível. Adolescentes passaram a se matar vestidos como nas ilustrações do livro, tendo-o em mãos e usando o mesmo método letal – um tiro de pistola. Ensinado nos cursos de Jornalismo, o Efeito Werther acabou por reforçar o tabu social de evitar o assunto, e nada se publicava sobre suicídio. 
            Os tempos mudaram. Nos dias atuais, a internet tornou-se a nova ameaça a angariar jovens para a morte. O suicídio é assunto nas redes sociais virtuais e seriados, caso do 13 ReasonsWhy, que gira em torno do suicídio de uma adolescente. Mas, com certeza, a natureza do suicídio juvenil da atualidade muito se distancia dos suicídios românticos [no quesito literatura] de três séculos atrás. O que estaria acontecendo? Como compreender melhor esse fenômeno? Como evitar que jovens vulneráveis o cometam? 
                Precisamos conversar sobre isso, pois a mortalidade por suicídio vem crescendo no Brasil. Diariamente, 32 pessoas tiram a própria vida, segundo estatísticas do Ministério da Saúde. De 2005 a 2016, de acordo com os últimos dados oficiais disponíveis, o suicídio de adolescentes entre 10 e 14 anos aumentou 31%; e entre aqueles que estão na faixa dos 15 aos 19 anos o aumento é de 26%. Na população indígena, há uma tragédia silenciosa: metade do elevado número de suicídios é cometido por adolescentes. 
                No espectro do comportamento autoagressivo, o suicídio é a ponta de um iceberg. Estima-se que o número de tentativas de suicídio supere o de suicídios em pelo menos dez vezes. O grau variável da intenção letal é apenas um dos componentes da tentativa de tirar a própria vida. O ato também representa uma comunicação, que pode funcionar como denúncia, grito de socorro, vingança ou a fantasia de renascimento. Por isso, ideias, ameaças e tentativas – mesmo aquelas que parecem calculadas para não resultarem em morte – devem ser encaradas com seriedade, como um sinal de alerta a indicar sofrimento e atuação de fenômenos psíquicos e sociais complexos. Não devemos banalizá-las. 
                O mundo psíquico de um adolescente está em ebulição, ainda não atingiu a maturidade emocional. Há maior dificuldade para lidar com conflitos interpessoais, término de relacionamentos, vergonha ou humilhação e rejeição pelo grupo social. A tendência ao imediatismo e à impulsividade implica maior dificuldade para lidar com a frustração e digerir a raiva. Perfeccionismo e autocrítica exacerbada, problemas na identidade sexual, bem como bullying, são outros fatores que se combinam para aumentar o risco. 
                Um adolescente pode ter centenas de likes na rede social virtual, mas pouquíssimos, ou nenhum, seres humanos reais com quem compartilhar angústias. O mundo adulto, como um ideal cultural alcançável por pequena parcela de vencedores, fragiliza a autoestima e a autoconfiança de quem precisa encontrar o seu lugar em uma sociedade marcada pelo individualismo, pelo exibicionismo estético, pela satisfação imediata e pela fragilidade dos vínculos afetivos. 
                Quando dominados por sentimentos de frustração e desamparo, alguns adolescentes veem na autoagressão um recurso para interromper a dor que o psiquismo não consegue processar. Quando o pensar não dá conta de ordenar o mundo interno, o vazio e a falta de sentido fomentam ainda mais o sofrimento, fechando-se assim um círculo vicioso que pode conduzir à morte. Nos suicídios impulsivos, a ação letal se dá antes de haver ideias mais elaboradas capazes de dar outro caminho para a dor psíquica. O ato suicida ocorre no escuro representacional, como um curto-circuito, um ato-dor. 
                Há, também, os suicídios que se vinculam a transtornos mentais que incidem na adolescência, como a depressão, o transtorno afetivo bipolar e o abuso de drogas. Diagnóstico tardio, carência de serviços de atenção à saúde mental e inadequação do tratamento agravam a evolução da doença e, em consequência, o risco de suicídio. 
               Pensamentos suicidas são frequentes na adolescência, principalmente em épocas de dificuldades diante de um estressor importante. Na maioria das vezes, são passageiros; por si só não indicam psicopatologia ou necessidade de intervenção. No entanto, quando os pensamentos suicidas são intensos e prolongados, o risco de levar a um comportamento suicida aumenta. 
              Prevenção do suicídio entre os adolescentes não quer dizer evitar todos os suicídios, e sim uma só morte que possa ser evitada, a do adolescente que está ao seu lado. O que fazer? De modo simplificado, sugerimos três passos. Memorize o acrônimo ROC: Reparar no Risco, Ouvir com atenção, Conduzir para um atendimento. A prevenção do suicídio, ainda que não seja tarefa fácil, é possível. Não podemos silenciar sobre a magnitude e o impacto do suicídio de adolescentes em nossa sociedade. Não todas, mas considerável porção de mortes pode ser evitada. 

(BOTEGA, Neury José. A saúde mental dos jovens brasileiros: Como prevenir? - Adaptado. Disponível em https://www.sescsp.org.br/online/ artigo/12517_A+SAUDE+MENTAL+DOS+JOVENS+BRASILEIROS . Acessado em 03/01/2019)
Observe o emprego do elemento que, nos trechos a seguir:
I. “Nele conta-se a história de um adolescente que vive uma paixão impossível por uma mulher na casa dos trinta anos.” 
II. “Como evitar que jovens vulneráveis o cometam?” 
III. “Estima-se que o número de tentativas de suicídio supere o de suicídios em pelo menos dez vezes.” 
IV. “Perfeccionismo e autocrítica exacerbada, problemas na identidade sexual, bem como bullying, são outros fatores que se combinam para aumentar o risco.” 
V. “A prevenção do suicídio, ainda que não seja tarefa fácil, é possível.”
Assinale a alternativa que aponta os trechos em que o elemento que exerce função diferente da que desempenha em “... o vazio e a falta de sentido fomentam ainda mais o sofrimento, fechando-se assim um círculo vicioso que pode conduzir à morte”: 
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5Q685369 | Português, Funções Morfossintáticas da Palavra QUE, Tecnólogo Formação Gestão Pública, UFPB, AOCP, 2019

Texto associado.
Mundo de mentira 
Paulo Pestana 
        Tem muita gente que implica com mentira, esquecendo-se de que as melhores histórias do mundo nascem delas: algumas cabeludas, outras mais inocentes, sempre invenções da mente, fruto da criatividade — ou do aperto, dependendo da situação. 
            Ademais, se fosse tão ruim estaria na lista das pedras que Moisés recebeu aos pés do monte Sinai, entre as 10 coisas mais feias da humanidade, todas proibidas e que levam ao inferno; ficou de fora. 
              A mentira não está nem entre os pecados capitais, que aliás eram ofensas bem antes de Cristo nascer, formando um rol de virtudes avessas, para controlar os instintos básicos da patuleia. Eram leis. E é preciso lembrar também que ninguém colocou a mentira entre os pecados veniais; talvez, seja por isso que o mundo minta tanto, hoje em dia. 
           E tudo nasceu na forma mais poética possível, com os mitos — e não vamos falar de presidentes aqui — às lendas, narrativas fantásticas que serviam para educar ou entreter. Entre tantas notícias falsas, há muitas lendas que, inclusive, explicam por que fazemos tanta festa para o ano que começa. 
               Os japoneses, por exemplo, contam que um velhinho, na véspera do ano-novo, não conseguiu vender os chapéus que fabricava e colocou-os na cabeça de seis estátuas de pedra; chegou em casa coberto de neve e sem um tostão. No dia seguinte, recebeu comida farta e dinheiro das próprias estátuas, para mostrar que a bondade é sempre reconhecida e recompensada. 
                Os brasileiros vestem roupas brancas na passagem do ano, mas poucos sabem que esta é uma tradição recente, de pouco mais de 50 anos, e que veio do candomblé, mais precisamente da cultura yorubá, com os irúnmolés’s funfun — as divindades do branco. E atenção: para eles, o regente de 2019 é Ogum, o guerreiro, orixá associado às forças armadas, ao mesmo tempo impiedoso, impaciente e amável. Ogunhê!
            Mas na minha profunda ignorância eu não conhecia a lenda da Noite de São Silvestre, que marca a passagem do ano. E assim foime contada pelo Doutor João, culto advogado, entre suaves goles de vinho — um Quinta do Crasto Douro (sorry, periferia, diria o Ibrahim Sued). 
               Disse-me ele: ao ver a Virgem Maria desolada contemplando o Oceano Atlântico, São Silvestre se aproximou para consolá-la, quando ela disse que estava com saudades da Atlântida, o reino submerso por Deus, em resposta aos desafios e à soberba de seu soberano e dos pecados de seu povo. 
            As lágrimas da Virgem Maria — transformadas em pérolas — caíram no oceano; e uma delas deu origem à Ilha da Madeira — chamada Pérola do Atlântico, na modesta visão dos locais — ao mesmo tempo em que surgiram misteriosas luzes no céu, que se repetiriam por anos a fio; e é por isso que festejamos a chegada do ano-novo com fogos de artifício. 
        Aliás, agora inventaram fogo de artifício sem barulho para não incomodar os cachorros. A próxima jogada politicamente correta será lançar fogos sem luz para não perturbar as corujas buraqueiras. E isso está longe de ser lenda: é só um mundo mais chato. 

Disponível em: . Acesso em: 18 fev. 2019. 
Assinale a alternativa correta em relação à palavra “que” destacada.
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6Q699159 | Português, Funções Morfossintáticas da Palavra QUE, Administrador, IMESF, FUNDATEC, 2019

Texto associado.
As razões _______ a indústria do cigarro está investindo em ONG antitabagista.

A indústria do cigarro, capitaneada pela Philip Morris, está investindo um bilhão de dólares
numa ONG que promete um mundo sem cigarro. ______? Cientistas de reputação imaculada
deveriam aceitar contribuições financeiras de uma companhia de tabaco? Este não é um teste
teórico de comportamento ético, mas o dilema que se apresentou dramaticamente para
acadêmicos da Universidade de Utrecht (UU), na Holanda. Quem lançou a isca foi a Philip Morris,
gigante mundial do tabaco, e a oferta não era de se jogar fora: 360 mil euros (1,64 milhão de
reais) para o trabalho de investigar as consequências do contrabando e falsificação de cigarros.
De mais a mais, a companhia acenava com total liberdade para os acadêmicos em suas
apurações.
Não são historicamente as mais decentes as relações entre profissionais da saúde e as
controvertidas usinas de câncer de pulmão. Décadas atrás, a indústria de tabaco tinha o hábito
de recrutar médicos de forma que eles, ao contrário do que já indicavam os alertas patológicos,
alardeassem publicamente as virtudes do fumo para os pulmões e as vias respiratórias. Médicos
de prestígio aceitavam alegremente ser cúmplices desse crime. É natural que, hoje em dia,
quando a indústria procura a academia, uma fumaça de desconfiança impregne o ar.
O professor de Direito John Vervaele, encarregado de administrar a doação em Utrecht, reagiu
às críticas argumentando: “Fazemos isso ______ indústria de tabaco não é ilegal. O comércio
ilícito de cigarro, sim”. O argumento não convenceu os pneumologistas e oncologistas da
Sociedade Holandesa do Câncer, os mais desconfiados em relação à pretensa boa vontade da
Philip Morris. “Cerca de 7 milhões de pessoas continuam morrendo todos os anos, no mundo
inteiro, vítimas dos efeitos malignos do fumo” – rebateram os clínicos.
A discussão azedou a tal ponto que a UU acabou declinando da doação. Anunciou que ela
............ vai bancar a pesquisa do professor Vervaele e sua equipe. A Philip Morris, por sua vez,
está disposta a verter uma montanha de dinheiro em programas como aquele que tentou, em
vão, na Holanda. O combate ao comércio ilegal de cigarro vai lhe custar 100 milhões de dólares
– não só em pesquisas, mas também nos custos de repressão ao tráfico. Outro bilhão de dólares
a Philip Morris pretende investir, ao longo de 12 anos, na Foundation for a Smoke-Free World,
uma ONG com sede em Nova York. Como entender que a fabricante do Marlboro, a marca número
1, esteja financiando uma fundação ______ nome apregoa “um mundo sem cigarro”?
A tal fundação ............ controvérsias, de fato. A Philip Morris assegura que ela exprime hoje
uma preocupação que é de ............ indústria do tabaco: como ajudar os fumantes a encontrar
alternativas seguras aos cigarros combustíveis, unanimemente fadados à extinção? Já a
Organização Mundial da Saúde não tem tanta certeza assim dos objetivos meritórios das
campanhas da indústria.
De acordo com a brasileira Vera Luzia da Costa e Silva, chefe da Convenção do Controle do
Tabaco, com sede em Genebra, o que uma entidade endinheirada como a Foundation for a
Smoke-Free World almeja é atropelar as iniciativas coletivas para impor sua própria pauta, seus
próprios métodos e, no final, seus próprios interesses – que continuam comprometendo a vida
saudável.
Texto especialmente adaptado para esta prova.
Fonte: https://www.cartacapital.com.br/revista/1011/cortina-de-fumaca
Quanto às seguintes ocorrências da palavra que no texto, assinale a alternativa INCORRETA.
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7Q681766 | Português, Funções Morfossintáticas da Palavra QUE, Técnico em Eletroeletrônica, UFMG, UFMG, 2019

O termo que em destaque classifica-se como pronome relativo em
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8Q700611 | Português, Funções Morfossintáticas da Palavra QUE, Aspirante 2a Dia, Escola Naval, Marinha, 2019

Texto associado.
TEXTO
Leia o texto abaixo e responda à questão.
Não, os livros não vão acabar
    Não sei se é a próxima chegada da Amazon ao Brasil ou a profecia maia do fim do mundo, mas o fato é que nunca vi tanta gente preocupada com o fim do livro. São estudantes que me escrevem motivados por pesquisas escolares, organizadores de eventos literários  que me pedem palestras, leitores que manifestam sua apreensão. Em alguns casos, percebo uma espécie perversa de prazer apocalíptico,  mas logo desaponto quem quer ver o mar pegando fogo para comer camarão cozido: é que absolutamente não acredito que o livro vai acabar.
    Tenho escrito reiteradas vezes sobre o assunto; estou, aliás, numa posição bastante confortável para fazê-lo. Gosto igualmente de livros e de tecnologia, e seria a primeira a abraçar meus dois amores reunidos num só objeto; mas embora o Kindle e os vários pads tenham o seu valor como readers, os livros em papel não estão tão próximos da extinção quanto, digamos, o tigre de Sumatra.
    Para começo de conversa, é preciso lembrar que o negócio das editoras não é vender papel, mas sim vender histórias. O papel é apenas o suporte para os seus produtos. Aos poucos, em alguns casos, ele tende a ser mesmo substituído pelos tablets. Não dou vida longa aos livros de referência em papel. Estes funcionam melhor, e podem ser mais facilmente atualizados, em forma eletrônica. O caso clássico é o da Enciclopédia Britannica, cujos editores anunciaram, no começo do ano, que a edição corrente, de 2010, seria a última impressa, marcando o fim de 244 anos de uma bela - e volumosa - história em papel.
    Embora quase todos os conjuntos de folhas impressas reunidos entre duas capas recebam o mesmo nome de livro, nem todos exercem a mesma função. Há livros e livros. Um manual técnico é um animal completamente diferente de um romance; um livro escolar não guarda nenhuma semelhança com um livro de arte; uma antologia poética e um guia de viagem são produtos que só têm em comum o fato de serem vendidos no mesmo lugar.
    Há livros que só funcionam em papel. É o caso dos livros que os povos angloparlantes denominam coffee table books, “livros de mesinha de centro” - aqueles livrões bonitos, em formato grande, cheios de ilustrações e muito incômodos de ler no colo, impossíveis de levar para a cama. Estes são objetos que se destacam pelo tamanho, pela qualidade de impressão, pela vista que fazem. Quem quer ver um livro desses num tablet? Quem quer presentear um desses em e-formato?
    Há também os grandes clássicos, os romances que todos amamos e queremos ter ao alcance da mão. Esses são aqueles livros que, em geral, lemos pela primeira vez em formato de bolso, mas aos quais nos apegamos tanto que, não raro, acabamos comprando uma segunda edição, mais bonita, para nos fazer companhia pelo resto da vida.
Isso explica as lindas edições que a Zahar, por exemplo, tem feito de obras que já encantaram várias gerações, como “Peter Pan”, “Os três mosqueteiros" ou “Vinte mil léguas submarinas”: livros lindos de se ver e de se pegar, cujo esmero físico complementa a edição caprichada. Ganhar de presente um livro desses é uma alegria que não se tem com um vale para uma compra eletrônica. Fica a dica, aliás, já que o Natal vem aí.
    Há prazeres e sensações que só tem com o papel. Gosto de perceber o tamanho de um livro à primeira vista. Um tablet pode me informar quantas páginas um volume tem, mas essa informação é abstrata. Saber que um livro tem 500 páginas ou ver que um livro tem 500 páginas são coisas diferentes. Gosto também de folhear um livro e de fazer uma espécie de leitura em diagonal antes de me decidir pela compra. Isso é impossível de fazer com ebooks.
    Sem falar, é claro, do cheiro inigualável dos livros em papel.
RÓNAI, Cora. Jornal O Globo, Economia, 12.11.2012
Leia o excerto a seguir.
“[...] mas o fato é que nunca vi tanta gente preocupada com o fim do livro.” (1°§)
Assinale a opção que apresenta a classificação morfológica correta do termo destacado.
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9Q699710 | Português, Funções Morfossintáticas da Palavra QUE, Contador, Câmara de Jaru RO, IBADE, 2019

Texto associado.
Texto
Einstein tinha razão
    Os buracos negros são há muito tempo as superestrelas da ficção científica. Mas a sua fama hollywoodesca é um pouco estranha porque ninguém tinha visto um — pelo menos até agora. Para quem precisa de ver para crer, pode agradecer ao Event Horizon Telescope (EHT), que acabou de nos oferecer a primeira imagem direta de um buraco negro. Este feito notável exigiu uma colaboração global para transformar a Terra num gigante telescópio e captar um objeto a milhares de
trilhões de quilômetros.
    Sendo assombroso e inovador, o projeto do EHT não é apenas um desafio. É na verdade um teste sem precedentes para ver se as ideias de Einstein sobre a própria natureza do espaço e do tempo se confirmam em circunstâncias extremas, e lança o olhar mais próximo que obtivemos até hoje sobre o papel dos buracos negros no universo.
    Para resumir: Einstein tinha razão.
    Um buraco negro é uma zona do espaço cuja massa é tão grande e densa que nem sequer a luz consegue escapar à sua atração gravitacional. Capturá-lo contra o fundo negro do além é uma tarefa quase impossível. Mas graças ao trabalho inovador de Stephen Hawking, sabemos que estas massas colossais não são apenas um abismo de onde nada sai. Os buracos negros são capazes não só de emitir grandes jatos de plasma, como a sua gravidade imensa também puxa fluxos de matéria para o seu núcleo.
    Quando a matéria se aproxima do horizonte de eventos de um buraco negro — o ponto a partir do qual nem a luz escapa — esta forma um disco orbital. A matéria neste disco converte alguma da sua energia em fricção entre as partículas. Isto aquece o disco, tal como nós aquecemos as mãos esfregando-as num dia frio. Quanto mais próxima estiver a matéria, maior a fricção. A matéria mais próxima do horizonte de eventos irradia um grande brilho ao atingir o calor de centenas de sóis. Foi esta luz que o EHT detectou, junto com a "silhueta" do buraco negro.
    Analisar estes dados e produzir uma imagem é uma tarefa hercúlea. Como astrônomo que estuda os buracos negros em galáxias distantes, é raro eu conseguir obter uma imagem clara sequer de uma estrela nessas galáxias, muito menos do buraco negro no centro delas.
    A equipe do EHT decidiu concentrar-se em dois dos buracos negros supermassivos mais próximos de nós — na grande galáxia em forma de elipse M87, e em Sagitário A, no centro da nossa Via Láctea.
    Para dar uma ideia da dificuldade da tarefa: embora o buraco negro da Via Láctea tenha uma massa de 4,1 milhões de sóis e um diâmetro de 60 milhões de quilômetros, ele encontra-se a 250 614 750 218 665 392 quilômetros de distância da Terra — o equivalente a ir de Londres a Nova Iorque 45 trilhões, ou milhões de milhões de vezes. Como a equipe do EHT comentou, isto é como estar em Nova Iorque a tentar contar os sulcos de uma bola de golfe em Los Angeles, ou fotografar uma laranja na lua a partir da Terra.
    Para fotografar um objeto tão impossivelmente distante, a equipe do EHT precisaria de um telescópio tão grande como a própria Terra. Não existindo uma máquina desse tamanho, a equipe ligou entre si telescópios por todo o mundo e combinou os dados recolhidos por eles. Para captar uma imagem precisa a uma tal distância, os telescópios tinham de ter grande estabilidade e as suas leituras sincronizadas na perfeição.
    Para atingir este feito, a equipe usou relógios atômicos tão precisos que a cada 100 milhões de anos perdem apenas um segundo. Os 5 mil Terabytes de dados recolhidos ocuparam centenas de discos duros que tiveram de ser transportados e ligados fisicamente a um supercomputador, que corrigiu as diferenças de tempo nos dados e produziu a imagem do buraco negro.
(Por Kevin Pimbblet, professor de Física da Universidade de Hull – Texto adaptado)
“Os 5 mil Terabytes de dados recolhidos ocuparam centenas de discos duros QUE tiveram de ser transportados e ligados fisicamente a um supercomputador...” (último §).
O QUE destacado tem valor morfossintático correto em:
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10Q693782 | Português, Funções Morfossintáticas da Palavra QUE, Guarda Municipal, Prefeitura de Niterói RJ, SELECON, 2019

    Texto II

                              ... e cheio de perigos virtuais

      E tal como no mundo real, no qual há aquelas pessoas mal-intencionadas, a internet também possui perigos e exige precauções. No mundo real, usamos diversos tipos delas. Instalamos fechaduras nas portas das nossas casas e carros e as trancamos para ter maior segurança pessoal e dos nossos bens. Usamos cortinas nas nossas janelas para, além da claridade, ter mais privacidade em relação a vizinhos e pedestres. Não saímos por aí contando para qualquer desconhecido como foi aquela aventura amorosa ou quais são os hábitos dos nossos familiares. E ainda evitamos que nossos filhos tenham contatos com pessoas que não conhecemos sem a nossa presença ou de alguém da nossa confiança. 

Do mesmo modo, também devemos nos proteger e ser precavidos no mundo virtual. E isso vale para empresas e governos. Com o progressivo crescimento da digitalização dos negócios, tornou-se mais frequente a ocorrência de crimes e golpes virtuais. E os seus tipos são tão variados quanto a criatividade humana permite, indo desde roubo de informações sensíveis (políticas, estratégicas, segredos industriais etc.), sequestro de dados, controle remoto de dispositivos pessoais para finalidades ilegais...

BRASIL, país digital (Extraído de: brasilpaisdigital.com.br/seguranca-e-cidadania-no-mundo-digital). Adaptado

Com base no seguinte período do primeiro parágrafo do Texto II, responda à questão.


“E ainda evitamos que nossos filhos tenham contatos com pessoas que não conhecemos sem a nossa presença ou de alguém da nossa confiança.”


A palavra “que” é em pregada, no trecho, respectivamente, como:

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11Q681752 | Português, Funções Morfossintáticas da Palavra QUE, Aluno 2 Dia, Colégio Naval, Marinha, 2019

Texto associado.

Redes sociais: o reino encantado da intimidade de faz de conta


      Recebi, por e-mail, um convite para um evento literário. Aceitei, e logo a moça que me convidou pediu meu número de Whatsapp para agilizar algumas informações. No dia seguinte, nossa formalidade havia evoluído para emojis de coraçãozinho. No terceiro dia, eia iniciou a mensagem com um "bom dia, amiga". Quando eu fizer aniversário, acho que vou convidá-la pra festa.

      Postei no Instagram a foto de um cartaz de cinema, e uma leitora deixou um comentário no Direct. Disse que vem passando por um drama parecido como do filme; algo tão pessoal, que ela só quis contar para mim, em quem confia 100%. Como não chamá-la para a próxima ceia de Natal aqui em casa? Fotos de recém-nascidos me são enviadas por mulheres que eu nem sabia que estavam grávidas. Mando condolências pela morte do avô de alguém que mal cumprimento quando encontro num bar. Acompanho a dieta alimentar de estranhos. Fico sabendo que o amigo de uma conhecida troca, todos os dias, as fraldas de sua mãe velhinha, mas que não faria isso pelo pai, que sempre foi seco e frio com ele - e me comovo; sinto como se estivesse sentada a seu lado no sofá, enxugando suas lágrimas.

      Mas não estou sentada a seu lado no sofá e nem mesmo sei quem ele é; apenas li um comentário deixado numa postagem do Facebook, entre outras milhares de postagens diárias que não são pra mim, mas que estão ao alcance dos meus olhos. É o reino encantado das confidências instantâneas e das distâncias suprimidas: nunca fomos tão íntimos de todos.

      Pena que esse mundo fofo é de faz de conta, intimidade, pra valer, exige paciência e convivência, tudo o que, infelizmente, tornou-se sinônimo de perda de tempo. Mais vale a aproximação ilusória: as pessoas amam você, mesmo sem conhecê-la de verdade. É como disse, certa vez, o ator Daniel Dantas em entrevista à Marilia Gabriela: "Eu gostaria de ser a pessoa que meu cachorro pensa que eu sou".

      Genial. Um cachorro começa a seguir você na rua e, se você der atenção e o levar pra casa, ganha um amigo na hora. O cachorro vai achá-lo o máximo, pois a única coisa que ele quer é pertencer. Ele não está nem aí para suas fraquezas, para suas esquisitices, para a pessoa que você realmente é: basta que você o adote.

      A comparação é meio forçada, mas tem alguma relação com o que acontece nas redes. Farejamos uns aos outros, ofertamos um like e, de imediato, ganhamos um amigo que não sabe nada de profundo sobre nós, e provavelmente nunca saberá. A diferença - a favor do cachorro - é que este está realmente por perto, todos os dias, e é sensível aos nossos estados de ânimo, tornando-se íntimo a seu modo. Já alguns seres humanos seguem outros seres humanos sem que jamais venham a pertencer à vida um do outro, inaugurando uma nova intimidade: a que não existe de modo nenhum.

Martha Medeiros  - (com adaptações)

Em que opção a palavra destacada tem classificação morfológica diferente das demais?
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12Q681832 | Português, Funções Morfossintáticas da Palavra QUE, Assistente em Administração, UFF, COSEAC, 2019

Texto associado.
TEXTO 1

APRENDA A CHAMAR A POLÍCIA

                    Eu tenho o sono muito leve, e numa noite
                dessas notei que havia alguém andando
                sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em
                silêncio e fiquei acompanhando os leves ruídos que
5              vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela
                janela do banheiro. Como minha casa era muito
                segura, com grades nas janelas e trancas internas nas
                portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro
                que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando
10            tranquilamente.
                    Liguei baixinho para a polícia, informei a
                situação e o meu endereço.
                    Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou
                se já estava no interior da casa.
15                Esclareci que não e disseram-me que não
                havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que
                iriam mandar alguém assim que fosse possível.
                    Um minuto depois, liguei de novo e disse com a
                voz calma:
20                 — Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém
                no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já
                matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12,
                que tenho guardada em casa para estas situações. O
                tiro fez um estrago danado no cara!
25                  Passados menos de três minutos, estavam na
                minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma
                unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos
                direitos humanos, que não perderiam isso por nada
                neste mundo.
30                  Eles prenderam o ladrão em flagrante, que
                ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez
                ele estivesse pensando que aquela era a casa do
                    Comandante da Polícia.
                    No meio do tumulto, um tenente se aproximou
35             de mim e disse:
                    — Pensei que tivesse dito que tinha matado o
                ladrão.
                        Eu respondi:
                        — Pensei que tivesse dito que não havia
40             ninguém disponível.

                                VERÍSSIMO, Luís Fernando. Aprenda a chamar a polícia.
                                                                                                        Disponível em:
                      https://portuguesemdestaque.blogspot.com/p/cronicas.html.
                                                                                               Acesso em jan. 2019.
Na passagem “Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada em casa (...).” (linhas 21-23), o termo em destaque exerce a função sintática de
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13Q849271 | Português, Funções morfossintáticas da palavra QUE, Assistente Social, EDUCA, 2020

Texto I

Adaptado

Governo de SP divulga dados sobre segurança da

vacina contra a Covid da Sinovac


O governo de São Paulo divulgou nesta segunda-feira (19) dados sobre a segurança da vacina contra a Covid desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac e o Instituto Butantan. Ainda não são dados oficiais usados para futuro registro, mas a vacina da chinesa Sinovac, que está em teste coordenado pelo Instituto Butantan, tem demonstrado níveis de segurança classificados como excelentes na entrevista desta segunda. 

Seis mil dos nove mil voluntários ainda não receberam a segunda dose da vacina testada pelo Butantan, mas acompanhamento de saúde feito de rotina mostrou que menos de 20% deles tiveram dor de cabeça e quase não foram observados efeitos colaterais leves, como edema ou inchaço no local da aplicação. Só que segurança é apenas um dos obstáculos a serem vencidos.

O governo paulista, que antes falava em 15 de dezembro como o início da vacinação em profissionais de saúde, agora não estabelece mais prazo.

“As perspectivas, como eu disse, são relativamente otimistas, mas nós não podemos dar para você uma data precisa de quando isso vai acontecer. Esperamos que até o final desse ano essa vacina tenha o seu dossiê entregue na nossa Anvisa, e que a Anvisa possa proceder muito rapidamente a análise e o registro da vacina”, afirma Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan.

E, para chegar lá, todas as vacinas precisam passar pela fase três de testes, uma fase que pode demorar mais que o esperado por dois motivos apresentados nesta segunda em São Paulo: dificuldade em encontrar voluntários, e em atingir, entre eles, um número suficiente de contaminados pelo coronavírus para avaliar a eficácia da vacina.

No caso da vacina da Sinovac do Butantan, são necessários mais quatro mil voluntários de 18 a 60 anos que trabalhem na área da saúde em contato com pacientes de Covid. Além disso, avaliações só são feitas quando 61 e depois 151 voluntários forem contaminados pelo coronavírus.

“Como o estudo é controlado por um organismo internacional, quer dizer, não tem nenhum brasileiro participando desse comitê, é esse comitê que avalia os dados que são remetidos diariamente para lá, e é esse comitê que abrirá o estudo quando atingirmos 61 casos”, afirma Dimas Covas.

https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2020/10/19

Em: “Esperamos que até o final desse ano essa vacina tenha o seu dossiê entregue na nossa Anvisa”, pode-se afirmar que a palavra destacada:
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14Q710778 | Português, Funções Morfossintáticas da Palavra QUE, Assistente em Administração, IF GO, CS UFG, 2019

Texto associado.

Os Três Porquinhos e o Lobo, “Nossos Velhos Conhecidos”

Era uma vez Três Porquinhos e um Lobo Bruto. Os Três Porquinhos eram pessoas de muito boa família, e ambos tinham herdado dos pais, donos de uma churrascaria, um talento deste tamanho. Pedro, o mais velho, pintava que era uma maravilha – um verdadeiro Beethoven. Joaquim, o do meio, era um espanto das contas de somar e multiplicar, até indo à feira fazer compras sozinho. E Ananás, o menor, esse botava os outros dois no bolso – e isso não é maneira de dizer. Ananás era um mágico admirável. Mas o negócio é que – não é assim mesmo, sempre? – Pedro não queria pintar, gostava era de cozinhar, e todo dia estragava pelo menos um quilo de macarrão e duas dúzias de ovos tentando fazer uma bacalhoada. Joaquim vivia perseguindo meretrizes e travestis, porque achava matemática chato, era doido por imoralidade aplicada. E Ananás detestava as mágicas que fazia tão bem – queria era descobrir a epistemologia da realidade cotidiana. Daí que um Lobo Bruto, que ia passando um dia, comeu os três e nem percebeu o talento que degustava, nem as incoerências que transitam pela alma cultivada. MORAL: É INÚTIL ATIRAR PÉROLAS AOS LOBOS.

Fernandes, Millôr. 100 Fábulas fabulosas. Rio de Janeiro: Record, 2003.


No período “Mas o negócio é que – não é assim mesmo, sempre?” O pronome relativo que tem a função referencial de 
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15Q375327 | Português, Funções morfossintáticas da palavra QUE, IBGP, 2020

                   Atualize-se sobre o Coronavírus: Quais são os sintomas?

                       Existe tratamento? O que as autoridades têm feito?

                             Fonte: Dr. David Uip - Infectologista | CRM: 25876 | 30 de janeiro de 2020


      Os coronavírus são a causa de 5 a 10 por centro das infecções do trato respiratório alto adquiridas na comunidade e também tem papel importante quanto à gravidade das manifestações clínicas em crianças e adultos.

      Um novo tipo de coronavírus (nCoV-2019), detectado inicialmente na cidade de Wuhan, província de Hubei, na China, é responsável pela morte de mais de 50 pessoas e já atinge diversos países: Arábia Saudita, Austrália, EUA, Coreia do Sul, França, Japão, Macau, Malásia, Nepal, Singapura, Tailândia, Taiwan e Vietnã. Ainda não há casos confirmados no Brasil.

      No passado, outros coronavírus causaram síndromes de repercussão na saúde pública. Em 2002 - Síndrome Respiratória Aguda (SARS) e em 2012 - Síndrome Respiratória do Oriente Medio (MERS).

      O quadro clínico caracteriza-se por febre, tosse e dificuldade de respirar, sintomas esses comuns a várias outras viroses, daí a dificuldade de se estabelecer o diagnóstico diferencial.

      O período de incubação do vírus é de até 14 dias.

      A transmissão inicial provável foi o contato de seres humanos com frutos do mar e animais vivos vendidos em um mercado público na província de Hubei. Embora já se conheça, o potencial de transmissão inter-humanos ainda se encontra em investigação.

      São considerados casos suspeitos os pacientes com sintomas da doença e que tenham viajado para área de transmissão ativa do vírus (províncias de Hubei e a província de Guangdong) nos últimos 14 dias do início da manifestação clínica.

      A confirmação do diagnóstico é feita por exames sofisticados de biologia molecular realizados em laboratórios especializados.

      Não existe tratamento específico e tampouco vacina preventiva. São utilizados medicamentos sintomáticos e os casos mais graves devem ser encaminhados aos serviços de saúde.

      A taxa de mortalidade ainda não é conhecida.

      A prevenção é feita através de medidas de higiene habitual: evitar aglomerações e contato próximo com pessoas com infecções respiratórias agudas; lavar frequentemente as mãos antes e depois das refeições e, especialmente, após contato direto com doentes; evitar a transmissão através da tosse e do espirro praticando a “etiqueta da tosse”, ou seja, usar lenços de papel descartáveis para cobrir o nariz e a boca lavando as mãos logo em seguida.

      Até o momento, não há restrições para viagens internacionais.

Disponível em:<https://www.hospitalsiriolibanes.org.br/sua-saude/Paginas/coronavirus.asp>. Acesso em: 11 de fev. de 2020.

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16Q137816 | Português, Funções morfossintáticas da palavra QUE, Analista Judiciário Arquivologia, TRT 13a Região, FCC

Texto associado.

   O caldo cultural do Nordeste, particularmente do sertão, foi primordial na formação do paraibano Ariano Suassuna. A infância passada no sertão familiarizou o futuro escritor e dramaturgo com temas e formas de expressão artística que mais tarde viriam a influenciar o seu universo ficcional, como a literatura de cordel e o maracatu rural. Não só histórias e casos narrados foram aproveitados para o processo de criação de suas peças e romances, mas também todas as formas da narrativa oral e da poesia sertaneja foram assimiladas e reelaboradas por Suassuna. Suas obras se caracterizam justamente por isso, pelo domínio dos ritmos da poética popular nordestina.

   Com apenas 19 anos, Suassuna ligou-se a um grupo de jovens escritores e artistas. As atividades que o grupo desenvolveu apontavam para três direções: levar o teatro ao povo por meio de apresentações em praças públicas, instaurar entre os componentes do conjunto uma problemática teatral e estimular a criação de uma literatura dramática de raízes fincadas na realidade brasileira, particularmente na nordestina.

   No final do século XIX, surgiu no Nordeste a chamada literatura de cordel. A primeira publicação de folheto no Nordeste, historicamente comprovada, aconteceu em 1870.

   O nome cordel originou-se do fato de os folhetos serem expostos em cordões, quando vendidos nas feiras livres. O principal nome do cordel foi Leandro Gomes de Barros, considerado por Ariano Suassuna “o mais genial de todos os poetas do romanceiro popular do Nordeste”.

   A peça Auto da Compadecida, de Suassuna, é uma releitura do folclore nordestino em linguagem teatral moderna. O enredo da peça é um trabalho de montagem e moldagem baseado em uma tradição muito antiga, que remonta aos autos medievais e mais diretamente a inúmeros autores populares que se dedicaram ao gênero do cordel.

   As apropriações de Suassuna tanto do folheto nordestino quanto de outras fontes literárias são possíveis porque a palavra imitação, usada por Suassuna, remete-nos ao conceito aristotélico de mimesis, cujo significado não representa apenas uma repetição à semelhança de algo, uma cópia, mas a representação de uma realidade. Suassuna já fez diversos elogios da imitação como ato de criação e costuma dizer que boa parte da obra de Shakespeare vem da recriação de histórias mais antigas.

   Recontar uma história alheia, para o cordelista e para o dramaturgo popular, é torná-la sua, porque existe na cultura popular a noção de que a história, uma vez contada, torna-se patrimônio universal e transfere-se para o domínio público. Autoral é apenas a forma textual dada à história por cada um que a reescreve.

(Adaptado de FOLCH, Luiza. Disponível em: www.omarrare.uerj.br/numero15. Acesso em 17/05/2014)

Considerando-se o contexto, a palavra que no segmento

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17Q708663 | Português, Funções Morfossintáticas da Palavra QUE, Consultor Técnico Legislativo, Câmara Municipal de Fortaleza CE, FCC, 2019

 Toda a estrutura de nossa sociedade colonial teve sua base fora dos meios urbanos. É preciso considerar esse fato para se compreenderem exatamente as condições que, por via direta ou indireta, nos governaram até mesmo depois de proclamada nossa independência política e cujos reflexos não se apagaram ainda hoje.

      Se [...] não foi a rigor uma civilização agrícola o que os portugueses instauraram no Brasil, foi, sem dúvida, uma civilização de raízes rurais. É efetivamente nas propriedades rústicas que toda a vida da colônia se concentra durante os séculos iniciais da ocupação europeia: as cidades são virtualmente, se não de fato, simples dependências delas. Com pouco exagero pode dizer-se que tal situação não se modificou essencialmente até à Abolição. 1888 representa o marco divisório entre duas épocas; em nossa evolução nacional, essa data assume significado singular e incomparável.

      Na Monarquia eram ainda os fazendeiros escravocratas e eram filhos de fazendeiros, educados nas profissões liberais, quem monopolizava a política, elegendo-se ou fazendo eleger seus candidatos, dominando os parlamentos, os ministérios, em geral todas as posições de mando, e fundando a estabilidade das instituições nesse incontestado domínio.

      Tão incontestado, em realidade, que muitos representantes da classe dos antigos senhores puderam, com frequência, dar-se ao luxo de inclinações antitradicionalistas e mesmo empreender alguns dos mais importantes movimentos liberais que já operaram em nossa história. A eles, de certo modo, também se deve o bom êxito de progressos materiais que tenderiam a arruinar a situação tradicional, minando aos poucos o prestígio de sua classe e o principal esteio em que descansava esse prestígio, ou seja, o trabalho escravo.

(HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2014, p.85-86) 

Em alguns dos mais importantes movimentos liberais que já operaram em nossa história (4º parágrafo), o termo sublinhado exerce a mesma função sintática do termo sublinhado em:
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18Q682564 | Português, Funções Morfossintáticas da Palavra QUE, Guarda Municipal, Prefeitura de Teresina PI, NUCEPE, 2019

Texto associado.
Há incontáveis benefícios para a sociedade. Mas também consequências, que podem variar de um simples roubo de dados até os usos inadvertidos de diversas redes privadas para promover ataques cibernéticos. O homem-bomba será substituído por um novo tipo de terrorismo, com excelente assertividade e potencial de ataques em grande escala.

Sobre a estrutura morfossintática e textual de termos/palavras/expressões dispostos nas opções abaixo, só está INCORRETO o que se afirma:

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19Q704988 | Português, Funções Morfossintáticas da Palavra QUE, Técnico em Tecnologia da Informação, IF PB, IDECAN, 2019

O elemento de coesão “que” possui, no texto, a função sintática idêntica ao do elemento sublinhado na sentença:
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20Q685793 | Português, Funções Morfossintáticas da Palavra QUE, Administrador, UFF, COSEAC, 2019

Texto associado.
TEXTO 2 (Editado)

                A pesquisa científica sobre os efeitos terapêuticos da relação entre seres humanos e animais de
estimação começou nos Estados Unidos em meados de 1960. Depois de muitos estudos e observação,
ficaram claros os benefícios que são gerados nessa interação. Pensando nisso, a Associação Brasileira da
Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) possui um Grupo de Estudos sobre a Interação
Humano e Animal (GE-INTERHA) para fomentar pesquisas que demonstrem a importância dos animais de
estimação para a qualidade de vida das pessoas.
                Essa convivência, segundo pesquisadores, é capaz de melhorar a autoestima, diminuir problemas do
coração e auxiliar a família na diminuição do estresse, na queda da pressão em hipertensos e,
principalmente, de melhorar a interação social.
                Em um estudo realizado recentemente, ficou comprovado que, em geral, as famílias que têm animais
de estimação gastam menos com remédios. Além disso, foi criada a Terapia Assistida por Animais, que pode
ser aplicada em diferentes casos médicos, com grandes melhorias para os pacientes. Alguns casos mais
conhecidos são os tratamentos de idosos e de crianças com paralisia cerebral, autismo ou hiperatividade.
                Os cães e gatos são muito usados, pois são os animais mais próximos do ser humano. As suas visitas
causam melhoras sociais, emocionais, físicas e cognitivas de pacientes em tratamento. Acariciar um animal,
por si só, já ajuda o paciente a relaxar. Cães e gatos também servem como companhia para idosos solitários,
evitando casos de depressão.
A relação entre seres humanos e animais de estimação. Jornal Cruzeiro do Sul, 24/05/13. Disponível em< https://www2.jornalcruzeiro.com.br/materia/474869/a-relacaoentre-seres-humanos-e-animais-deestimacao>. Acesso em jan. 2019. (Adaptado)
Dentre as ocorrências da palavra “que”, em destaque nos trechos a seguir, todas são classificadas como pronome relativo, EXCETO
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