Questões de Concursos Regência

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1Q55273 | Português, Regência

Olhador de anúncio

Eis que se aproxima o inverno, pelo menos nas revistas, cheias de anúncios de cobertores, lãs e malhas. O que é o desenvolvimento! Em outros tempos, se o indivíduo sentia frio, passava na loja e adquiria os seus agasalhos. Hoje são os agasalhos que lhe batem à porta, em belas mensagens coloridas. 
E nunca vêm sós. O cobertor traz consigo uma linda mulher, que se apresenta para se recolher debaixo de sua “nova textura antialérgica”, e a legenda: “Nosso cobertor aquece os corpos de quem já tem o coração quente”. A mulher parece convidar-nos: “Venha também”. Ficamos perturbados. (...)
Não, a mulher absolutamente não faz parte do cobertor, que é que o senhor estava pensando? Nem adianta telefonar para a loja ou agência de publicidade, pedindo o endereço da moça do cobertor antialérgico. Modelo fotográfico é categoria profissional respeitável, como qualquer outra. Tome juízo, amigo. E leve só o cobertor. 
São decepções do olhador de anúncios. Em cada anúncio uma sugestão erótica. Identificam-se o produto e o ser humano. A tônica do interesse recai sobre este último? É logo desviada para aquele. Operada a transferência, fecha-se o negócio. O erotismo fica sendo agente de vendas. Pobre Eros! Fizeram-te auxiliar de Mercúrio (*).
(*) Eros e Mercúrio são, respectivamente, o deus do amor e o deus dos negócios na mitologia clássica.

(Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond. O poder ultrajovem. São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 167) 

Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto: 
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2Q55276 | Português, Regência

Analise as afirmativas abaixo sobre regência verbal.

1 – Está correta quanto à regência verbal a seguinte frase: “Os alunos obedeceram às instruções da prova e responderam ao questionário”.
2 – As duas frases a seguir, mantendo o mesmo sentido, estão corretas quanto à regência: “A enfermeira assistiu o médico na operação” / “A enfermeira assistiu ao médico na operação”.
3 – “Banhou-se, barbeou-se e foi-se embora.” Nesta frase, temos exemplo de verbo pronominal.
4 – Na frase “Feijoada, o prato que todos os brasileiros gostam”, o verbo “gostar” é transitivo direto e, por isso, não é precedido de preposição.

Assinale a opção que indica as afirmativas corretas. 
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3Q55275 | Português, Regência

Uma cantiga de roda diz o seguinte:

Eu fui no Tororó
beber água não achei
Achei bela morena
que no Tororó deixei
Aproveita minha gente
que uma noite não é nada
Se não dormir agora
dormirá de madrugada

Em relação a essa cantiga, assinale a afirmativa incorreta.
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4Q165301 | Português, Regência, Auditor Fiscal da Receita Federal, Receita Federal, ESAF

Os trechos abaixo constituem um texto adaptado do Editorial do jornal Folha de S. Paulo, de 20/8/2009. Assinale a opção em que o segmento está gramaticalmente correto.
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5Q55270 | Português, Regência

Assinale alternativa em que o verbo assistir foi empregado em DESACORDO com as normas de regência:
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6Q101632 | Português, Regência, Analista Administrativo, TJ SC, TJ SC

Assinale a alternativa em que o uso da crase está errado:

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7Q55277 | Português, Regência

Leia o texto para responder a questão.

A arte mostra-se presente na história da humanidade desde os tempos mais remotos. Sem dúvida, ela pode ser considerada como sendo uma necessidade de expressão do ser humano, surgindo como fruto da relação homem/mundo. Por meio da arte a humanidade expressa suas necessidades, crenças, desejos, sonhos. Todos têm uma história, que pode ser individual ou coletiva. As representações artísticas nos oferecem elementos que facilitam a compreensão da história dos povos em cada período.

(Rosane K. Biesdorf e Marli F. Wandscheer. Arte, uma necessidade humana: função social e educativa. Itinerarius reflectionis.)

Considerando as regras de concordância nominal, regência verbal e de colocação pronominal da norma-padrão, assinale a alternativa em que o trecho destacado em “... elementos que facilitam a compreensão da história dos povos em cada período.” está corretamente substituído.
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8Q251720 | Português, Regência, Técnico Judiciário Área Administrativa, TRF 3a, FCC

Texto associado.

Atenção: Para responder às questões de números 1 a 11, considere o texto abaixo.

Texto I

O canto das sereias é uma imagem que remonta às mais luminosas fontes da mitologia e da literatura gregas. As versões da fábula variam, mas o sentido geral da trama é comum.
As sereias eram criaturas sobre-humanas. Ninfas de extraordinária beleza, viviam sozinhas numa ilha do Mediterrâneo, mas tinham o dom de chamar a si os navegantes, graças ao irresistível poder de sedução do seu canto. Atraídos por aquela melodia divina, os navios batiam nos recifes submersos da beira-mar e naufragavam. As sereias então devoravam impiedosamente os tripulantes.
Doce o caminho, amargo o fim. Como escapar com vida do canto das sereias? A literatura grega registra duas soluções vitoriosas. Uma delas foi a saída encontrada por Orfeu, o incomparável gênio da música e da poesia.
Quando a embarcação na qual ele navegava entrou inadvertidamente no raio de ação das sereias, ele conseguiu impedir a tripulação de perder a cabeça tocando uma música ainda mais sublime do que aquela que vinha da ilha. O navio atravessou incólume a zona de perigo.
A outra solução foi a de Ulisses. Sua principal arma para vencer as sereias foi o reconhecimento franco e corajoso da sua fraqueza e da sua falibilidade - a aceitação dos seus inescapáveis limites humanos.
Ulisses sabia que ele e seus homens não teriam firmeza para resistir ao apelo das sereias. Por isso, no momento em que a embarcação se aproximou da ilha, mandou que todos os tripulantes tapassem os ouvidos com cera e ordenou que o amarrassem ao mastro central do navio. O surpreendente é que Ulisses não tapou com cera os próprios ouvidos - ele quis ouvir. Quando chegou a hora, Ulisses foi seduzido pelas sereias e fez de tudo para convencer os tripulantes a deixarem-no livre para ir juntar-se a elas. Seus subordinados, contudo, cumpriram fielmente a ordem de não soltá-lo até que estivessem longe da zona de perigo.
Orfeu escapou das sereias como divindade; Ulisses, como mortal. Ao se aproximar das sereias, a escolha diante do herói era clara: a falsa promessa de gratificação imediata, de um lado, e o bem permanente do seu projeto de vida - prosseguir viagem, retornar a Ítaca, reconquistar Penélope -, do outro. A verdadeira vitória de Ulisses foi contra ele mesmo. Foi contra a fraqueza, o oportunismo suicida e a surdez delirante que ele soube reconhecer em sua própria alma.

(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Auto-engano. São Paulo, Cia. das Letras, 1997. Formato eBOOK)

Quando a embarcação na qual ele navegava entrou inadvertidamente no raio de ação das sereias... (4º parágrafo)

Sem prejuízo para a correção e o sentido original, o segmento grifado acima pode ser corretamente substituído por:

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9Q259296 | Português, Regência, Técnico Judiciário Contabilidade, TRF 4a, FCC

Texto associado.

 

Atenção: Para responder às questões de números 1 a 4, considere o texto abaixo.

Em razão do aumento progressivo da concentração de gases do efeito estufa e de alterações no uso do solo, o clima no Brasil do final do século XXI será provavelmente bem diferente do atual, a exemplo do que deverá ocorrer em outras partes do planeta. As projeções indicam que a temperatura média em todas as grandes regiões do país, sem exceção, será de 3o a 6o mais elevada em 2100 do que no final do século XX, a depender do padrão futuro das emissões desses gases. As chuvas devem apresentar um quadro mais complexo. Em biomas como a Amazônia e a caatinga, a quantidade estimada poderá ser 40% menor. Nos pampas, há uma tendência de que ocorra o inverso, com um aumento de cerca de um terço nos índices gerais de pluviosidade ao longo deste século. Nas demais áreas do Brasil, os modelos climáticos também indicam cenários com modificações preocupantes, mas o grau de confiabilidade dessas projeções é menor. Ainda assim, há indí- cios de que poderá chover significativamente mais nas porções de mata atlântica do Sul e do Sudeste e menos na do Nordeste, no cerrado, na caatinga e no pantanal. O cenário apresentado indica que os brasileiros vão conviver tanto com mais períodos de seca prolongada como de chuva forte, às vezes um após o outro. Isso sem considerar a possibilidade do aparecimento de fenômenos com grande potencial de destruição, antes raros no país, como o furacão que atingiu a costa de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul em março de 2004. Nas grandes áreas metropolitanas, e mesmo em cidades de médio porte, o avanço do concreto e do asfalto intensifica o efeito ilha urbana de calor, tornando-as mais quentes e alterando seu regime de chuvas. Esse quadro faz parte do mais completo diagnóstico já produzido sobre as principais tendências do clima futuro no país: o primeiro relatório de avaliação nacional (RAN1) do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), criado em 2009 pelos ministérios do Meio Ambiente (MMA) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

(Adaptado de Marcos Pivetta. Revista Fapesp, agosto de 2013, p. 16-17)

 

Nos pampas, há uma tendência de que ocorra o inverso ... (2º parágrafo) A expressão sublinhada acima deverá preencher corretamente a lacuna que se encontra em:

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10Q261551 | Português, Regência, Técnico Judiciário, TJ SP, VUNESP

Texto associado.

O texto a seguir é uma das muitas piadas que circulam pela Internet. Leia-o para responder às questões de números 09 a 14.

A filha entra no escritório do pai, com o marido a tiracolo, e indaga sem rodeios:
— Papai, ______ você não coloca meu marido no lugar do seu sócio que acaba de falecer?
E o pai responde de pronto:
— Olhe, filha, ______ com o pessoal da funerária! Por mim, tudo bem...

Assinale a frase correta quanto à regência, de acordo com a norma culta escrita.

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11Q29705 | Português, Regência, Guarda Portuário, CODESP SP, VUNESP

Assinale a alternativa em que o acento indicador da crase está corretamente empregado.
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12Q29706 | Português, Regência, Guarda Portuário, CODESP SP, VUNESP

Nas questões de números 19 e 20, assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas das frases dadas.

________ que as esmolas não _____  ________, no final do mês ________ chegar a valores consideráveis.
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13Q55271 | Português, Regência

Com Bernardo, Lenine e Grassi, num sábado de outono, no Inhotim

“Sabe de uma coisa? Nós vivemos muito pouco”, disse Bernardo. Lenine tocou de leve em seu antebraço, e concordou, emendando com uma história da Dona Terezinha, vizinha de seu sítio no Vale das Videiras, em Petrópolis, onde instalou o seu orquidário. Ela tem uma sapucaia, que produz um ouriço usado no cultivo de algumas espécies. Bateu na sua casa:
– Dona Terezinha, eu vi que a senhora tem uma sapucaia. A senhora pode me ceder uma muda? Preciso do ouriço para algumas orquídeas.
– Posso! Mas quem planta sou eu.
Dona Terezinha colheu a muda, levou, plantou, fez a reza e molhou. Ia embora, ouviu, pelas costas:
– Dona Terezinha, muito obrigado. Mas quando é que vou poder colher o ouriço?
Pensou, coçou a cabeça, e... “daqui a uns 60 ou 70 anos, meu filho”.
Uma longa gargalhada explodiu na mesa. O show do Lenine em Inhotim, neste sábado, trouxe um sopro de vida eterna ao ambiente. A conversa pausada, cheia de casos e histórias, era observada por Grassi com atenção. Inhotim está vivo, cada vez mais vivo, era a mensagem, era o astral no meio daquele paraíso que de perdido não tem nada.
Lembrando a polêmica sobre a filosofia, Lenine mandou:
– Aristóteles jogou a toalha. No final da vida, depois de tanta filosofia, escreveu que o mais importante era rir.
E se o riso precede a felicidade e, com ela, os hormônios da longevidade, viveremos um pouco mais depois deste sábado musical e iluminado de outono, em Inhotim.
Com a noite chegando, os corações se juntaram naquela mesa. A vegetação nos acolheu, luz e sombra bordando os contrastes, pensamentos voando. Um sombrio Bernardo se revelou. Retirado desde os últimos acontecimentos, vive serenando as reflexões, salvando lembranças. Mas não desiste do sonho:
– Com o rompimento da barragem, tivemos que reduzir custos. Outro dia descobri que acabaram com o Coral e a Orquestra formada por gente da região. Mandei voltar. Tem coisa que não pode cancelar.
Bernardo, neste ponto, se afasta da gestão e olha para a transcendência da arte como solução. Não adianta cortar custo de coisas que são para sempre. Música, canto, arte. O Inhotim tem, agora, responsabilidade dobrada: a revitalização de toda uma região devastada pela tragédia.

(Afonso Borges. https://blogs.oglobo.globo.com, 28.04.2019. Adaptado)

Assinale a alternativa em que as formas verbais estão empregadas em conformidade com a norma-padrão da língua portuguesa.
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14Q55268 | Português, Regência

O motorista do 8-100

Fui convidado por um colega da redação de jornal, outro dia, a ver um belo espetáculo. Que eu estivesse pela manhã bem cedo junto ao último edifício da Avenida Rio Branco para assistir à coleta de lixo. Fui. Vi chegar o caminhão 8-100 da Limpeza Urbana e saltarem os ajudantes que se puseram a carregar e despejar as latas de lixo. Enquanto isso, que fazia o motorista? O mesmo de toda manhã. Pegava um espanador e um pedaço de flanela, e fazia o seu carro ficar rebrilhando de beleza.
É costume dizer que a esperança é a última que morre. Nisso está uma das crueldades da vida: a esperança vive à custa de mutilações. Vai minguando e secando devagar, se despedindo dos pedaços de si mesma, se apequenando e empobrecendo, e no fim é tão mesquinha e despojada que se reduz ao mais elementar instinto de sobrevivência e ao conformismo.
Esse motorista, que limpa seu caminhão, não é um conformado, é o herói silencioso que lança um protesto superior. A vida o obriga a catar lixo e imundície; ele aceita a sua missão, mas a supera com esse protesto de beleza e dignidade. Muitos recebem com a mão suja os bens mais excitantes e tentadores da vida; e as flores que vão colhendo no jardim de uma existência fácil logo têm, presa em seus dedos frios, uma corrupção que as desmerece e avilta. O motorista do caminhão 8-100 parece dizer aos homens da cidade: “O lixo é vosso: meus são estes metais que brilham, meus são estes vidros que esplendem, minha é esta consciência limpa”.

(Adaptado de: BRAGA, Rubem. O homem rouco. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1963, p. 145-146) 

Está clara e correta a redação desta observação apoiada no texto:
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15Q165003 | Português, Regência, Auditor Fiscal da Receita Federal, Receita Federal, ESAF

Os trechos abaixo constituem um texto adaptado do Editorial do jornal Valor Econômico de 1/9/2009. Assinale a opção em que o segmento apresenta erro gramatical.
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16Q202500 | Português, Regência, Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, MF, ESAF

Os trechos a seguir constituem sequencialmente um texto adaptado de Renato Janine Ribeiro, Valor Econômico, 10/6/2013. Assinale a opção que foi transcrita com erro gramatical.

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17Q29707 | Português, Regência, Guarda Portuário, CODESP SP, VUNESP

Nas questões de números 19 e 20, assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas das frases dadas.

Nós não estamos ________  _____ desconfiar _____ pessoas que pedem ajuda.
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18Q118577 | Português, Regência, Analista de Sistemas, TCE RO, CESGRANRIO

Assinale a opção em que está correto o uso do acento indicativo da crase.

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19Q55269 | Português, Regência

TEXTO 7
Medo da Eternidade

Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade.
Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.
Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:
– Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira.
[...]
Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. [...]
Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.
– E agora que é que eu faço? – perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver.
– Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários. Perder a eternidade? Nunca. O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.
– Acabou-se o docinho. E agora?
– Agora mastigue para sempre.
Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de infinito.
Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.
Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.
– Olha só o que me aconteceu! – disse eu em fingidos espanto e tristeza. – Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!
– Já lhe disse – repetiu minha irmã – que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.
Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra na boca por acaso.
Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.
Adaptação de Clarice Lispector. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 289-291.  

As formas verbais destacadas a seguir classificam-se, quanto à transitividade, respectivamente como

Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou [...] Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. 
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20Q252148 | Português, Regência, Técnico Judiciário Enfermagem, TRT 23a REGIÃO, FCC

Texto associado.

Pergunta: Por que o senhor acha que Cem anos de solidão fez
tanto sucesso?
García Marquez: Não tenho a menor ideia, sou um péssimo
crítico de meus próprios trabalhos.

Pergunta: Por que acha que a fama é destrutiva para um
escritor?
García Marquez: Primeiro, porque ela invade sua vida particular.
Acaba com o tempo que você passa com amigos e com o
tempo em que você pode trabalhar. Tende a isolar você do
mundo real.

Pergunta: O senhor já pensou em fazer filme?
García Marquez: Houve uma ocasião em que desejava ser
diretor de cinema. Sentia que o cinema era um meio de co-
municação que não tinha limites, no qual tudo era possível. Mas
há uma grande limitação no cinema pelo fato de que ele é uma
arte industrial. É muito difícil expressar no cinema o que você
realmente quer dizer. Entre ter uma companhia cinematográfica
e um jornal, eu escolheria um jornal.

[...]

Pergunta: Ouvi falar de uma famosa entrevista com ummari-
nheiro que havia sofrido um naufrágio.
García Marquez: Não foi com perguntas e respostas. O mari-
nheiro apenas contou suas aventuras e eu as reescrevi, ten-
tando usar as palavras dele, na primeira pessoa, como se fosse
ele quem estivesse escrevendo. Quando o trabalho foi publi-
cado, na forma de uma série de reportagens em um jornal, uma
parte por dia, durante duas semanas, foi assinado pelo ma-
rinheiro e não por mim. Só vinte anos depois a reportagem foi
publicada em livro e as pessoas descobriram que havia sido
escrita por mim. Nenhum editor de texto percebeu que ela era
boa, até eu escrever Cem anos de solidão.


(Adaptado de Peter M. Stone. Os escritores, 2: as históricas
entrevistas da Paris Review
. Trad. Cecília C. Bartalotti. São
Paulo: Cia. das Letras, 1989, p. 326 e pp.340-341)

Gabriel García Marquez cresceu em meio ... plantações de banana de Arataca, situada ... poucos quilômetros do vilarejo de Macondo, que ele se dedicou ... retratar na obra Cem anos de solidão.

Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada:

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