Leia o trecho do livro Casa-grande e senzala, de Gilberto Freyre.
Mas a casa-grande patriarcal não foi apenas fortaleza, capela, escola, oficina, santa casa, harém,
convento de moças, hospedaria. Desempenhou outra função importante na economia brasileira: foi também
banco. Dentro das suas grossas paredes, debaixo dos tijolos ou mosaicos, no chão, enterrava-se dinheiro,
guardavam-se joias, ouro, valores. Às vezes guardavam-se joias nas capelas, enfeitando os santos. Daí
Nossas Senhoras sobrecarregadas à baiana de teteias, balangandãs, corações, cavalinhos, cachorrinhos e
correntes de ouro. Os ladrões, naqueles tempos piedosos, raramente ousavam entrar nas capelas e roubar
os santos. É verdade que um roubou o esplendor e outras joias de São Benedito; mas sob o pretexto,
ponderável para a época, de que “negro não devia ter luxo”. Com efeito, chegou a proibir-se, nos tempos
coloniais, o uso de “ornatos de algum luxo” pelos negros.
(In: Silviano Santiago (coord.). Intérpretes do Brasil, 2000. Disponível em: https://www.editoraopirus.com. Acesso
em: 15 fev. 2025.
No trecho “Às vezes guardavam-se joias nas capelas, enfeitando os santos.”, o verbo encontra-se na voz
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