Auto Riso
Conheci Vitor no trabalho e logo se tornou um conselheiro para mim. Ele tinha mais experiência e equilibrava suas ações com bom senso. Sempre aprendi muito com ele, tanto pela vivência quanto pela forma descontraída de encarar a vida.
Vitor era português e, ao invés de se incomodar com piadas sobre sua nacionalidade, as usava a seu favor. Durante discussões sobre textos no trabalho, propunha:
— Se eu, que sou português, entender, qualquer um entenderá!
Todos riam, e sua frase se tornou uma marca. Ele acabou se tornando referência para textos bem escritos.
Outro episódio memorável foi uma confraternização da sua turma de faculdade. Empolgado, ele reencontrou os amigos e, no dia seguinte, comentou:
Descobri que sou antiquado. Fui o único que não trocou de carro... nem de mulher!
Rimos muito. Mas o mais valioso era sua capacidade de rir de si mesmo, sem arrogância. Ele me ensinou que a verdadeira autoconfiança permite ver graça em si, sem medo do julgamento.
"Aquele que não consegue rir de si mesmo, deixa esse trabalho para os outros."
Antonio Carlos Sarmento - Texto Adaptado
https://cronicaseagudas.com/2022/03/20/auto-riso/