[...] Partindo-se do pressuposto de que, nos sistemas de separação de poderes, processos de negociação entre Executivo e Legislativo são o modus operandi do exercício de governar [...], a possibilidade do uso de ações estratégicas e de determinados
instrumentos para a formação da legislação não devem ser desconsiderados. Objetivos e estratégias conjugam-se.
Adaptado de: DINIZ, Simone. Interações entre os poderes Executivo e Legislativo no processo decisório: avaliando sucesso e
fracasso presidencial . DADOS - Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, v. 48, n. 1, pp. 333 a 369, 2005) Nos anos mais recentes no Brasil, a relação entre os poderes Executivo e Legislativo no processo de políticas públicas caracteriza-se pela
✂️ a) complexidade crescente do sistema político, que se traduz na criação de mecanismos que garantem uma constante
interação entre os poderes tanto em situações de conflito quanto de cooperação. ✂️ b) dificuldade do poder Executivo em aprovar seus projetos de lei devido à inexistência de qualquer instrumento legislativo no
rol de suas atribuições constitucionais. ✂️ c) rigidez da agenda governamental, que, uma vez definida e detalhada, impede uma negociação mais flexível junto ao Legislativo, pois não é franqueada a este a possibilidade de sua modificação. ✂️ d) influência pessoal de quem ocupa a presidência, que, com a condição de que detenha exímia capacidade de persuasão,
pode aprovar com maior facilidade os projetos de seu interesse. ✂️ e) relação de conflito exacerbado, caracterizado por um jogo de perde e ganha, em que as posições inflexíveis de ambas as
partes inviabilizam a solução dos problemas por meio da renovação da legislação.