O desafio da inovação
Steve Jobs apresentou ao mundo sua nova aposta, o iPad, um aparelho maior que um telefone celular e menor que um computador portátil. É cedo para diagnosticar se o iPad vai repetir o sucesso de venda dos últimos 5 lançamentos da Apple, criadora das mais fabulosas inovações tecnológicas recentes, o iPod (220 milhões) e o iPhone (50 milhões). Há pouca dúvida, porém, de que a máquina de inovar de Jobs terá produzido mais uma cápsula do que há de mais avançado em tecnologia digital no planeta 10 e, assim, assegurado mais um período de sólidos resultados financeiros para a sua empresa, com ou sem recessão econômica. Se não convenceu inteiramente os comentaristas tecnológicos, é unânime a previsão de que o iPad “fará dinheiro”.
A expressão “fazer dinheiro”, como sinônimo de criação de riqueza, nasceu com a transformação dos Estados Unidos em potência tecno-militar-industrial, como observou o economista ganhador do Prêmio Nobel, Paul Samuelson, morto aos 94 anos, em dezembro passado. Antes disso, 20 vigorava a noção mercantilista de que a riqueza apenas mudava de dono, sendo herdada ou tomada de alguém mais fraco ou menos hábil, pelo comércio, pela trapaça e pela guerra de conquista entre países. O que libertou as forças econômicas desse jogo de soma zero, em que o ganho de alguns não 25 aumentava o bolo geral de riqueza, foi a inovação, aliada à sua irmã gêmea, a produtividade, ambas dependentes da ciência aplicada e da tecnologia.
O DESAFIO da inovação. Veja, São Paulo: Abril, ed. 2150, ano 43, p. 12-13, 3 fev. 2010. Carta ao Leitor. Adaptado.