Questões de Concursos Prefeitura de Piraquara PR

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1Q889620 | Serviço Social, Proteção à Mulher, Educador Social, Prefeitura de Piraquara PR, UNIVIDA, 2024

O abuso sexual contra crianças e adolescentes é um grave problema social. São características para a identificação de abuso sexual infantil, EXCETO:

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2Q889621 | Serviço Social, Proteção Social à Criança, Educador Social, Prefeitura de Piraquara PR, UNIVIDA, 2024

O trabalho infantil é uma grave forma de violação de direitos humanos. São exemplos de trabalho infantil:

I - Adolescentes vendendo produtos nas ruas para contribuir com a renda familiar.

II - Trabalho como auxiliar na construção civil ou em lava-jato.

III - Comercialização de objetos, itens alimentícios, bebidas, entre outros produtos.

IV - Menores de idade realizando atividades artísticas sob supervisão em projetos escolares.

Está correto o que se afirma em:

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3Q889622 | Serviço Social, Noções Gerais de Políticas Sociais, Educador Social, Prefeitura de Piraquara PR, UNIVIDA, 2024

São indícios que podem sugerir que um(a) estudante está na condição de trabalho infantil:

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4Q889623 | Serviço Social, Proteção à Mulher, Educador Social, Prefeitura de Piraquara PR, UNIVIDA, 2024

Quando uma criança é vítima de maus-tratos, é fundamental:

I - Esperar que a questão se resolva por si só.

II - Escutar, acolher e documentar os detalhes.

III - Ouvir e não validar os sentimentos da criança.

IV - Garantir a segurança imediata da criança.

V - Denunciar às autoridades competentes.

Está correto o que se afirma em:

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5Q889624 | Informática, Fiscal, Prefeitura de Piraquara PR, UNIVIDA, 2024

Noções básicas de informática são essenciais para o uso eficiente de computadores e softwares no ambiente de trabalho. Assim, qual das seguintes afirmações descreve corretamente o conceito de sistema operacional?

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6Q889625 | Serviço Social, Políticas Sociais, Educador Social, Prefeitura de Piraquara PR, UNIVIDA, 2024

As habilidades e competências necessárias para o trabalho do educador social incluem:

I - Capacidade de planejamento e organização.

II - Rigidez e falta de flexibilidade nas suas ações.

III - Conhecimento sobre políticas sociais e direitos humanos.

IV - Ausência de falta de conexão emocional, empatia.

V - Facilidade no trabalho em equipe e gestão emocional.

Está correto o que se afirma em:

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7Q889626 | Serviço Social, Políticas Sociais, Educador Social, Prefeitura de Piraquara PR, UNIVIDA, 2024

O papel do educador social no contexto do atendimento socioeducativo envolve:

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8Q889627 | Serviço Social, Educador Social, Prefeitura de Piraquara PR, UNIVIDA, 2024

A abordagem com as famílias pelo educador social deve ser baseada na(o):

I - Construção de habilidades parentais positivas.

II - Confidencialidade das informações compartilhadas.

III - Apoio ao fortalecimento dos laços familiares.

IV - Imposição de soluções e decisões às famílias.

Está correto o que se afirma em:

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9Q889628 | Informática, Fiscal, Prefeitura de Piraquara PR, UNIVIDA, 2024

A segurança da informação é um aspecto crítico da informática. Nesse tema, qual das seguintes práticas é essencial para garantir a segurança dos dados em um computador?

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10Q889629 | Serviço Social, Políticas Sociais, Educador Social, Prefeitura de Piraquara PR, UNIVIDA, 2024

As Orientações Técnicas para o Serviço de Acolhimento Institucional são diretrizes que tem como objetivo:

I - Assegurar um ambiente seguro para o desenvolvimento integral das crianças e adolescentes.

II - Fomentar a separação e a reclusão das crianças e adolescentes acolhidos, tornando complexa sua inserção social.

III - Limitar a fruição dos direitos essenciais das crianças e adolescentes acolhidos visando a sua segurança.

IV - Orientar a organização promovendo a efetivação dos direitos das crianças e adolescentes.

Está correto o que se afirma em:

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11Q889630 | Serviço Social, Educador Social, Prefeitura de Piraquara PR, UNIVIDA, 2024

A gravidez na adolescência se apresenta como uma expressão da questão social no cotidiano da sociedade. O papel do educador social em relação à gravidez precoce é:

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12Q889631 | Serviço Social, Instrumentos e Técnicas de Intervenção, Educador Social, Prefeitura de Piraquara PR, UNIVIDA, 2024

Entre suas tarefas diárias, o Educador Social planeja atividades educativas, organiza oficinas, desenvolve projetos comunitários e atua como mediador em situações de conflito. No contexto de mediação de conflitos, o educador social deve:

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13Q889632 | Serviço Social, Proteção Social à Criança, Educador Social, Prefeitura de Piraquara PR, UNIVIDA, 2024

O papel do educador social é fundamental para o acesso das famílias e indivíduos aos serviços, programas, projetos, benefícios, transferência de renda, ofertados pelo Sistema Único de Assistência Social porque:

I - Facilita o acesso das orientações sobre direitos e serviços disponíveis, promovendo a inclusão social.

II - Controla as atividades cotidianas dos beneficiários, impondo regras estritas para o recebimento de benefícios.

III - Atua no fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários, contribuindo para a coesão social.

IV - Restringe a participação das famílias em programas de transferência de renda evitando a exclusão social.

Está correto o que se afirma em:

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14Q889633 | Serviço Social, Políticas Sociais, Educador Social, Prefeitura de Piraquara PR, UNIVIDA, 2024

As ações afirmativas buscam promover a igualdade e inclusão social para crianças e adolescentes. Assinale a alternativa que NÃO representa uma ação afirmativa destinada a esse grupo:

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15Q889634 | Serviço Social, Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo, Educador Social, Prefeitura de Piraquara PR, UNIVIDA, 2024

São características do atendimento socioeducativo:

I - Ofertar atividades e projetos que visam à construção de habilidades e competências necessárias para a vida.

II - Excluir os participantes que não se enquadram em determinados padrões de desempenho.

III - Impor medidas punitivas e disciplinares como forma de correção de comportamentos inadequados.

IV - Respeitar a individualidade e a diversidade dos participantes, valorizando experiências e conhecimentos.

V - Estimular a autonomia e a capacidade de reflexão crítica dos participantes, visando sua inserção social.

Está correto o que se afirma em:

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16Q889635 | Serviço Social, Proteção Social à Criança, Educador Social, Prefeitura de Piraquara PR, UNIVIDA, 2024

A família como uma instituição social, tem passado por mudanças aceleradas em sua estrutura, organização e função de seus membros. São configurações atuais de família reconhecidas pelo Sistema Único de Assistência Social:

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17Q889636 | Serviço Social, Noções Gerais de Políticas Sociais, Educador Social, Prefeitura de Piraquara PR, UNIVIDA, 2024

O papel do Educador Social na comunidade é multifacetado e impactante. A sua atuação com grupos sociais deve contemplar, a:

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18Q908335 | Português, Relação de Causa e Consequência, Assistente Social, Prefeitura de Piraquara PR, UNIVIDA, 2024

Texto associado.

Um peso, duas medidas

Mãe tem que dar conta sozinha, pai precisa de apoio. Ele nem precisou pedir ajuda, a ajuda apareceu

Bebel Soares | 02/06/2024

Janaína chegou com a filha de 8 anos naquela cidadezinha rural, que fica a 280 quilômetros de Belo Horizonte. O pai dela estava preso por tráfico, e Janaína não tinha família nem amigos. A moça conheceu Danilo, que já morava naquela cidade há uns cinco anos, e eles acabaram se casando.

Janaína engravidou, e Danilo as levou para morar longe da cidade. O local ficava a uns oito quilômetros de distância do Centro, uma casinha isolada, num local ermo, com acesso por estrada de terra, sem sinal de celular. Ele era abusivo, a humilhava e a privava de tudo.

Danilo foi trabalhar como segurança na cidade vizinha, passava a semana lá e, nos fins de semana, ia ver a esposa e as meninas, sempre indo embora e as deixando com poucos recursos. Janaína desenvolveu alcoolismo, bebia cachaça e deixava a filha mais nova sob os cuidados da mais velha. Depois passou a vender bebidas em casa, e a preocupação com a segurança das crianças passou a ser pauta no serviço social da cidade, especialmente em relação a abusos sexuais. As meninas ficaram abandonadas, até que o Conselho Tutelar interveio e ameaçou tirar a guarda das meninas.

Foi nesse momento que Janaína pediu ajuda: ela queria parar de beber, e não conseguiria fazer isso sozinha. Desde 1967, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o alcoolismo uma doença e é recomendado que autoridades o encarem como uma questão de saúde pública. No entanto, essa mãe, que pedia socorro para se livrar do vício, foi negligenciada. Mesmo pedindo ajuda, era ignorada.

Quando o marido aparecia, ele a humilhava, dizia que ela o envergonhava, não ajudava e continuava passando as semanas na cidade onde trabalhava, deixando-a sozinha com as crianças e com seu vício.

Anos depois, a mãe começou a ter crises de dor abdominal, indo ao posto de saúde. Ela precisava ser encaminhada para o hospital referência da cidade, mas se negava, não tinha com quem deixar as crianças. Nessas idas ao posto, ela confidenciava às profissionais que queria mudar. Que queria se arrumar, se cuidar, escovar o cabelo, fazer as unhas, mas não tinha forças para isso.

As dores abdominais voltavam, ela era encaminhada com urgência para o hospital, mas não ia, não tinha ninguém para ficar com as meninas, mesmo numa emergência tão séria. Não tinha nenhuma rede de apoio. Não podia contar com ninguém, nem com o próprio marido.

Na última crise, Janaína faleceu. Ela tinha 35 anos e foi levada por uma pancreatite numa manhã de domingo. Estava sozinha, nem o marido a acompanhava. Ela era uma mulher linda, saudável, jovem. Sucumbiu ao etilismo por abandono, pela solidão. Tantas vezes pediu ajuda, e a ajuda nunca veio. Nunca conseguiu uma rede de apoio, nem quando precisava cuidar da própria saúde. Não pôde se tratar ________ precisava ficar com as filhas. Perdeu a vida. Saiu da sua terra para morrer sozinha, numa terra que não era dela, onde ela era invisibilizada.

Depois de tudo isso, a população se sensibilizou com o pai – sim, ela teve que dar conta sozinha, mas o pobre Danilo, não. “Tadinho do Danilo, coitado... Viúvo, vai precisar de uma grande rede de apoio, já que agora está sozinho com as filhas e precisa trabalhar.”

Um peso, duas medidas. Mãe tem que dar conta sozinha, pai precisa de apoio. Ele nem precisou pedir ajuda, a ajuda apareceu. Mulheres, mães, se solidarizaram com a situação do pai solo, como se ele fosse a vítima e Janaína tivesse morrido como uma vilã. Como se ela tivesse escolhido o abandono.

(Texto baseado no relato de uma amiga que acompanhou a história. Os nomes foram alterados para preservar a identidade dos envolvidos.)

SOARES, Bebel. Um peso, duas medidas. Estado de Minas, 02 de junho de 2024.

Disponível em: https://www.em.com.br/colunistas/bebelsoares/2024/06/6869183-um-peso-duas-medidas.html. Acesso em: 02 jun. 2024. Adaptado.

O conectivo em destaque no quarto parágrafo do texto confere ao enunciado um sentido de:

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19Q908336 | Português, Formação das Palavras Composição, Assistente Social, Prefeitura de Piraquara PR, UNIVIDA, 2024

Texto associado.

Um peso, duas medidas

Mãe tem que dar conta sozinha, pai precisa de apoio. Ele nem precisou pedir ajuda, a ajuda apareceu

Bebel Soares | 02/06/2024

Janaína chegou com a filha de 8 anos naquela cidadezinha rural, que fica a 280 quilômetros de Belo Horizonte. O pai dela estava preso por tráfico, e Janaína não tinha família nem amigos. A moça conheceu Danilo, que já morava naquela cidade há uns cinco anos, e eles acabaram se casando.

Janaína engravidou, e Danilo as levou para morar longe da cidade. O local ficava a uns oito quilômetros de distância do Centro, uma casinha isolada, num local ermo, com acesso por estrada de terra, sem sinal de celular. Ele era abusivo, a humilhava e a privava de tudo.

Danilo foi trabalhar como segurança na cidade vizinha, passava a semana lá e, nos fins de semana, ia ver a esposa e as meninas, sempre indo embora e as deixando com poucos recursos. Janaína desenvolveu alcoolismo, bebia cachaça e deixava a filha mais nova sob os cuidados da mais velha. Depois passou a vender bebidas em casa, e a preocupação com a segurança das crianças passou a ser pauta no serviço social da cidade, especialmente em relação a abusos sexuais. As meninas ficaram abandonadas, até que o Conselho Tutelar interveio e ameaçou tirar a guarda das meninas.

Foi nesse momento que Janaína pediu ajuda: ela queria parar de beber, e não conseguiria fazer isso sozinha. Desde 1967, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o alcoolismo uma doença e é recomendado que autoridades o encarem como uma questão de saúde pública. No entanto, essa mãe, que pedia socorro para se livrar do vício, foi negligenciada. Mesmo pedindo ajuda, era ignorada.

Quando o marido aparecia, ele a humilhava, dizia que ela o envergonhava, não ajudava e continuava passando as semanas na cidade onde trabalhava, deixando-a sozinha com as crianças e com seu vício.

Anos depois, a mãe começou a ter crises de dor abdominal, indo ao posto de saúde. Ela precisava ser encaminhada para o hospital referência da cidade, mas se negava, não tinha com quem deixar as crianças. Nessas idas ao posto, ela confidenciava às profissionais que queria mudar. Que queria se arrumar, se cuidar, escovar o cabelo, fazer as unhas, mas não tinha forças para isso.

As dores abdominais voltavam, ela era encaminhada com urgência para o hospital, mas não ia, não tinha ninguém para ficar com as meninas, mesmo numa emergência tão séria. Não tinha nenhuma rede de apoio. Não podia contar com ninguém, nem com o próprio marido.

Na última crise, Janaína faleceu. Ela tinha 35 anos e foi levada por uma pancreatite numa manhã de domingo. Estava sozinha, nem o marido a acompanhava. Ela era uma mulher linda, saudável, jovem. Sucumbiu ao etilismo por abandono, pela solidão. Tantas vezes pediu ajuda, e a ajuda nunca veio. Nunca conseguiu uma rede de apoio, nem quando precisava cuidar da própria saúde. Não pôde se tratar ________ precisava ficar com as filhas. Perdeu a vida. Saiu da sua terra para morrer sozinha, numa terra que não era dela, onde ela era invisibilizada.

Depois de tudo isso, a população se sensibilizou com o pai – sim, ela teve que dar conta sozinha, mas o pobre Danilo, não. “Tadinho do Danilo, coitado... Viúvo, vai precisar de uma grande rede de apoio, já que agora está sozinho com as filhas e precisa trabalhar.”

Um peso, duas medidas. Mãe tem que dar conta sozinha, pai precisa de apoio. Ele nem precisou pedir ajuda, a ajuda apareceu. Mulheres, mães, se solidarizaram com a situação do pai solo, como se ele fosse a vítima e Janaína tivesse morrido como uma vilã. Como se ela tivesse escolhido o abandono.

(Texto baseado no relato de uma amiga que acompanhou a história. Os nomes foram alterados para preservar a identidade dos envolvidos.)

SOARES, Bebel. Um peso, duas medidas. Estado de Minas, 02 de junho de 2024.

Disponível em: https://www.em.com.br/colunistas/bebelsoares/2024/06/6869183-um-peso-duas-medidas.html. Acesso em: 02 jun. 2024. Adaptado.

As palavras “alcoolismo” e “etilismo” são formadas por:

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20Q908337 | Português, Assistente Social, Prefeitura de Piraquara PR, UNIVIDA, 2024

Texto associado.

Um peso, duas medidas

Mãe tem que dar conta sozinha, pai precisa de apoio. Ele nem precisou pedir ajuda, a ajuda apareceu

Bebel Soares | 02/06/2024

Janaína chegou com a filha de 8 anos naquela cidadezinha rural, que fica a 280 quilômetros de Belo Horizonte. O pai dela estava preso por tráfico, e Janaína não tinha família nem amigos. A moça conheceu Danilo, que já morava naquela cidade há uns cinco anos, e eles acabaram se casando.

Janaína engravidou, e Danilo as levou para morar longe da cidade. O local ficava a uns oito quilômetros de distância do Centro, uma casinha isolada, num local ermo, com acesso por estrada de terra, sem sinal de celular. Ele era abusivo, a humilhava e a privava de tudo.

Danilo foi trabalhar como segurança na cidade vizinha, passava a semana lá e, nos fins de semana, ia ver a esposa e as meninas, sempre indo embora e as deixando com poucos recursos. Janaína desenvolveu alcoolismo, bebia cachaça e deixava a filha mais nova sob os cuidados da mais velha. Depois passou a vender bebidas em casa, e a preocupação com a segurança das crianças passou a ser pauta no serviço social da cidade, especialmente em relação a abusos sexuais. As meninas ficaram abandonadas, até que o Conselho Tutelar interveio e ameaçou tirar a guarda das meninas.

Foi nesse momento que Janaína pediu ajuda: ela queria parar de beber, e não conseguiria fazer isso sozinha. Desde 1967, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o alcoolismo uma doença e é recomendado que autoridades o encarem como uma questão de saúde pública. No entanto, essa mãe, que pedia socorro para se livrar do vício, foi negligenciada. Mesmo pedindo ajuda, era ignorada.

Quando o marido aparecia, ele a humilhava, dizia que ela o envergonhava, não ajudava e continuava passando as semanas na cidade onde trabalhava, deixando-a sozinha com as crianças e com seu vício.

Anos depois, a mãe começou a ter crises de dor abdominal, indo ao posto de saúde. Ela precisava ser encaminhada para o hospital referência da cidade, mas se negava, não tinha com quem deixar as crianças. Nessas idas ao posto, ela confidenciava às profissionais que queria mudar. Que queria se arrumar, se cuidar, escovar o cabelo, fazer as unhas, mas não tinha forças para isso.

As dores abdominais voltavam, ela era encaminhada com urgência para o hospital, mas não ia, não tinha ninguém para ficar com as meninas, mesmo numa emergência tão séria. Não tinha nenhuma rede de apoio. Não podia contar com ninguém, nem com o próprio marido.

Na última crise, Janaína faleceu. Ela tinha 35 anos e foi levada por uma pancreatite numa manhã de domingo. Estava sozinha, nem o marido a acompanhava. Ela era uma mulher linda, saudável, jovem. Sucumbiu ao etilismo por abandono, pela solidão. Tantas vezes pediu ajuda, e a ajuda nunca veio. Nunca conseguiu uma rede de apoio, nem quando precisava cuidar da própria saúde. Não pôde se tratar ________ precisava ficar com as filhas. Perdeu a vida. Saiu da sua terra para morrer sozinha, numa terra que não era dela, onde ela era invisibilizada.

Depois de tudo isso, a população se sensibilizou com o pai – sim, ela teve que dar conta sozinha, mas o pobre Danilo, não. “Tadinho do Danilo, coitado... Viúvo, vai precisar de uma grande rede de apoio, já que agora está sozinho com as filhas e precisa trabalhar.”

Um peso, duas medidas. Mãe tem que dar conta sozinha, pai precisa de apoio. Ele nem precisou pedir ajuda, a ajuda apareceu. Mulheres, mães, se solidarizaram com a situação do pai solo, como se ele fosse a vítima e Janaína tivesse morrido como uma vilã. Como se ela tivesse escolhido o abandono.

(Texto baseado no relato de uma amiga que acompanhou a história. Os nomes foram alterados para preservar a identidade dos envolvidos.)

SOARES, Bebel. Um peso, duas medidas. Estado de Minas, 02 de junho de 2024.

Disponível em: https://www.em.com.br/colunistas/bebelsoares/2024/06/6869183-um-peso-duas-medidas.html. Acesso em: 02 jun. 2024. Adaptado.

As aspas duplas foram empregadas no penúltimo parágrafo do texto para indicar:

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