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“... mas tenho passado vexames abomináveis e tido irrelevantes prejuízos ...

Responda: “... mas tenho passado vexames abomináveis e tido irrelevantes prejuízos nos trocos”. Pertence à mesma regra de acentuação gráfica, de abomináveis e prejuízos, respecti...


Q1236 | Português, Guarda Municipal, Prefeitura de Cataguases MG, CONSULPLAN

Texto associado.
C’est la guerre!
(É a guerra!)

Minhas relações com as Matemáticas nunca foram boas – e exagero ao falar em Matemáticas, no plural e na maiúscula. Nem mesmo a elementar aritmética privou de muita intimidade com meu impenetrável cérebro. Por todos os chamados bancos escolares que lustrei em minhas andanças, sempre deixei a merecida fama de refratário aos números, às operações, às frações e às regras de três. Não cito os logaritmos porque seria um escárnio de minha parte mencionar tais entidades. Não morri de fome pelas sarjetas – como um certo professor um dia profetizou, mas tenho passado vexames abomináveis e tido irrelevantes prejuízos nos trocos. Nada mais que isso.

Paralela ao meu desamor pelas matemáticas, ou fruto dele, surgiu uma babosa admiração pelas máquinas capazes de fazer aquilo que não sei nem posso fazer. Não admiro um guindaste, nem um trator – sei que são máquinas movidas por cavalo-vapor, e sei o que seja um cavalo e imagino o que seja o cavalo em forma de vapor e energia. Mas diante de uma simples máquina de somar, tremo os joelhos de emoção e respeito. Já não falo dos cérebros eletrônicos, esses monstros capazes de calcular eclipses, marés, trajetórias planetárias e de jogar xadrez. Não jogo xadrez e pouco ligo para as trajetórias planetárias e para os eclipses. Sei que os cérebros eletrônicos são capazes até de fazer poemas, o que não conta no saco de seus infindáveis méritos: muito cara-de-pau por aí, muito cérebro ruim também é capaz de fazer poemas, e os poemas terminam em antologias e o cérebro na Academia.

Mas voltemos às matemáticas. No outro dia, tive babosa admiração não pela máquina de somar, mas por mim mesmo. Deu-se que fui pagar umas contas, dessas contas pequeninas e complicadas que não desprezam os desprezíveis centavos cujo epitáfio o bardo Drummond magistralmente cantou há dias. A fila do guichê era enorme e para ganhar tempo arrisquei fazer a soma dos meus incontáveis débitos. Chegaria ao guichê com o cheque já preenchido e evitaria a justa animosidade dos que esperavam a vez.

Apanhei um papel qualquer, escrevi as parcelas com o máximo escrúpulo, tomei coragem e iniciei a soma. Obtive um resultado e ia apelar para uma rígida revisão das contas quando a fila andou e eu tive de andar. Preenchi o cheque e de repente fiquei alarmado: e se a conta estivesse errada? O caixa faria péssimo juízo do meu caráter e os companheiros da fila teriam redobrada razão para me mandarem ao diabo no recôndito de seus ódios e pressas.

Eis que o homem do guichê apanhou meus papéis, foi registrando números naquela máquina insignificante, bateu numa tecla achatada e vermelha, puxou a manivela, a máquina fez um rangido, os mecanismos atritaram lá dentro, e surgiu no mostrador um número que, por espantosa coincidência, era o mesmo que eu havia obtido sem teclas, sem manivelas e sem mecanismos outros que não os do meu parco saber.

Sim, minhas pernas tremeram de emoção. Olhei a máquina do homem como um aliado, “aí está uma coisa que reconhece o que valho”, e saí para a rua, leve, a alma em festa. Einstein, ao ver confirmada pelo eclipse de 1927 a sua teoria restrita da relatividade, deve ter sentido o que senti naquele momento.

Euclides, Newton, Descartes – cheguei! Custei mas cheguei. Daqui em diante, surgiu um concorrente sério. Tremei em vossas covas que lá vou eu. Por ora, vou exercitar-me honestamente nas contas de subtração. Depois – é a guerra!

(Carlos Heitor Cony)
“... mas tenho passado vexames abomináveis e tido irrelevantes prejuízos nos trocos”. Pertence à mesma regra de acentuação gráfica, de abomináveis e prejuízos, respectivamente, as palavras:
Usuário
Por edson marcos gonçalves em 16/06/2012 09:34:54
abomináveis-paroxitona
prejuíso-hiato
logo será:infindáveis e saí (d)
Usuário
Por waldemir franca em 14/06/2014 23:03:01
"saí" é oxítona, portanto não pode obedecer a mesma regra da palavra "prejuízos", a qual é paroxítona.
Bruna vitorino
Por Bruna vitorino em 02/02/2015 15:06:01
não concordo com o gabarito....O certo seria a letra A
Bruna vitorino
Por Bruna vitorino em 02/02/2015 15:07:04
Esquece oque falei anteriormente, falta de atenção minha, o gabarito está certo!
Usuário
Por VERALICE OLIVEIRA SANTOS em 09/03/2015 12:46:36
Bruna, não concordo com o gabarito. Como vc chegou a conclusão que o gabarito está correto?
Como disse o Walfran acima: saí" é oxítona, portanto não pode obedecer a mesma regra da palavra "prejuízos", a qual é paroxítona.
Usuário
Por Denis em 14/04/2015 17:20:28
Não importa que sejam oxítonas ou paroxítonas.

ACENTUAÇÃO DE HIATOS

Acentua-se:

1 – Quando o “i, u” tônicos forem o segundo elemento de um hiato e estiverem sozinhos na sílaba ou acompanhados de s. Ex.: baú, egoísta, saúde, prejuízo;

Exceção: hiatos seguidos de nh na sílaba seguinte não são acentuados. Ex.: rainha, bainha.
fonte : http://stoa.usp.br/anacesar/weblog/40066.html
Usuário
Por Elaine santos silva em 29/08/2015 13:39:26
Eu coloque a letra A ,raciocinei o seguinte: Refratário ,e escárnio são "paroxítonas"me Equivoquei Vou estudar mais...rs
Usuário
Por Geraldo Silva Camargo Junior em 20/03/2019 20:29:20
Os léxicos em destaque são paroxítonas; logo, a única alternativa que realiza a mesma regra de acentuação é o item "A". A complicação na verificação dos léxicos "refratário" e "escárnio" estão relacionadas por serem paroxítonas com ditongos crescentes.
Usuário
Por Renata Soraya Dantas Santos Almeida em 28/06/2022 15:21:47
Eu coloquei a letra "A" porque -e paraxítona igual ao exemplo. sinceramente não entendi esse gabarito.
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