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Diferentemente da maneira pela qual Sócrates e Descartes qualificavam a dúvida, o texto...

Responda: Diferentemente da maneira pela qual Sócrates e Descartes qualificavam a dúvida, o texto nos lembra que há


Q34044 | Português, Interpretação de Textos, Pedagogo, DPE SP, FCC

Texto associado.
Em defesa da dúvida

      Numa época em que tantos parecem ter tanta certeza sobre tudo, vale a pena pensar no prestígio que a dúvida já teve. Nos diálogos de Platão, seu amigo Sócrates pulveriza a certeza absoluta de seus contendores abalando-a por meio de sucessivas perguntas, que os acabam convencendo da fragilidade de suas convicções. Séculos mais tarde, o filósofo Descartes ponderou que o maior estímulo para se instituir um método de conhecimento é considerar a presença desafiadora da dúvida, como um primeiro passo.
      Lendo os jornais e revistas de hoje, assistindo na TV a entrevistas de personalidades, o que não falta são especialistas infalíveis em todos os assuntos, na política, na ciência, na economia, nas artes. Todos têm receitas imediatas e seguras para a solução de todos os problemas. A hesitação, a dúvida, o tempo para reflexão são interpretados como incompetência, passividade, absenteísmo. É como se a velocidade tecnológica, que dá o ritmo aos nossos novos hábitos, também ditasse a urgência de constituirmos nossas certezas.
      A dúvida corresponde ao nosso direito de suspender a verdade ilusória das aparências e buscar a verdade funda daquilo que não aparece. Julgar um fato pelo que dele diz um jornal, avaliar um problema pelo ângulo estrito dos que nele estão envolvidos é submeter-se à força de valores já estabelecidos, que deixamos de investigar. A dúvida supõe a necessidade que tem a consciência de se afastar dos julgamentos já produzidos, permitindo-se, assim, o tempo necessário para o exame mais detido da matéria a ser analisada. A dúvida pode ser o primeiro passo para o caminho das afirmações que acabam sendo as mais seguras, porque mais refletidas e devidamente questionadas.

                                                 (Cássio da Silveira, inédito)
Diferentemente da maneira pela qual Sócrates e Descartes qualificavam a dúvida, o texto nos lembra que há
Rodrigo Ferreira
Por Rodrigo Ferreira em 04/02/2025 08:10:27🎓 Equipe Gabarite
Gabarito: b)

O texto destaca a importância da dúvida como um elemento essencial para o processo de reflexão e busca pela verdade. Enquanto Sócrates e Descartes utilizavam a dúvida como um instrumento para questionar certezas e buscar conhecimento mais profundo, o autor do texto critica a postura daqueles que se apresentam como especialistas infalíveis em diversos assuntos, como política, ciência e artes.

Portanto, a alternativa correta é a letra b), que menciona "aqueles que já de saída se apresentam como especialistas infalíveis em temas da política, da ciência, das artes". Isso vai de encontro ao que o texto defende, que é a importância de questionar, duvidar e refletir antes de aceitar certezas absolutas.
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