Leia o texto.
Um aluno de 16 anos frequenta a mesma escola desde a 1ª série (o que acontece por três anos consecutivos). Na 3ª série foi novamente reprovado. Atualmente, está cursando a 5ª série pela terceira vez, sem expectativa de aprovação. É considerado um aluno difícil, que demonstra total desinteresse pela sala de aula, só quer brincar. Implica o tempo todo com os outros colegas, não faz nada em aula, não entrega os trabalhos solicitados.
No primeiro conselho de classe deste ano, os professores, questionados sobre o aluno, disseram: “Ah, esse deixa pra lá, não quer saber de nada, vai ficar a vida toda na quinta série!”
Numa aproximação maior com a produção do aluno, foi percebido que o mesmo tem defasagem na alfabetização, isto é, escreve em nível silábico-alfabético e desconhece os processos de multiplicação e divisão.
Para Jussara Hoffmann:
a) situações como a apresentada carecem de uma análise mais teórica e profunda para direcionar com mais objetividade as possíveis soluções.
b) o aluno deveria ter sido encaminhado para o posto de saúde com um relatório feito pelos professores indicando um tratamento psicológico.
c) a equipe técnico-pedagógica da escola deveria ter feito testes com o aluno para que ele não avançasse nas séries sem domínio dos conteúdos.
d) casos como o relatado deveriam ser contemplados com a cultura, as artes e os esportes, de maneira que o aluno se sentisse acolhido e aceito no ambiente escolar.
e) questões atitudinais, fatores emocionais, de saúde e familiares não são razões únicas e não explicam todas as questões de dificuldades na aprendizagem.