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Uma paciente de 72 anos de idade...

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Q851481 | Psicologia, Psicologia da Saúde, Multiprofissional em Saúde do Adulto e do Idoso Psicologia, SES DF, IADES, 2020

Uma paciente de 72 anos de idade é casada, tem um filho e dois netos, estudou até a quarta série do ensino fundamental e é católica. Ela foi visitada pela agente de saúde, que a orientou a fazer um check-up no posto de saúde junto com o seu esposo. Atendida pelo médico, ela fez vários exames e descobriu que estava com câncer de mama, sendo encaminhada para tratamento, mastectomia radical e quimioterapia. Após vários ciclos, constatou que estava com metástase e que a doença não teria mais cura. A paciente encontrava-se fadigada e triste e sofria muito com os efeitos colaterais do tratamento. Foi acompanhada durante todo o tratamento oncológico por uma psicóloga e revelou a ela que estava cansada do tratamento e que desejava interrompê-lo e passar os dias que restavam junto do esposo, filhos e netos. A família discorda da genitora e deseja que ela continue o tratamento. Quanto ao histórico familiar da paciente, ela tem mãe e avó falecidas por câncer de mama e ovário, respectivamente.  

Considerando esse caso clínico e os conhecimentos correlatos, julgue o item a seguir.

É importante permitir que o próprio paciente escolha o que deve ser feito com relação ao respectivo tratamento, e que não haja nenhuma influência que reduza a autonomia e sua liberdade de decisão, mesmo que isso signifique, como no caso da paciente descrita, interromper o tratamento quimioterápico.

Rodrigo Ferreira
Por Rodrigo Ferreira em 17/05/2025 09:04:00🎓 Equipe Gabarite
Gabarito: a)

A autonomia do paciente é um princípio fundamental na ética médica e no direito à saúde. Segundo o Código de Ética Médica, em seu artigo 1, é dever do médico respeitar a autonomia do paciente, não sendo lícito praticar atos médicos sem o devido consentimento do paciente, salvo em casos de iminente risco de morte. Além disso, o artigo 15 do Código Civil brasileiro estabelece que ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.

No caso apresentado, a paciente expressou claramente o desejo de interromper o tratamento quimioterápico, optando por passar o tempo restante com sua família. Este desejo deve ser respeitado, desde que a paciente tenha sido devidamente informada sobre as consequências de sua escolha e esteja em plena capacidade mental para tomar tal decisão. A vontade da família, embora importante, não deve sobrepor-se à autonomia da paciente em decidir sobre seu próprio tratamento médico.
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