O texto que se segue caracteriza uma das identidades surdas moldadas a partir das representações da cultura surda, estando
em consonância com o grau de receptividade cultural assumida pelo sujeito.
São surdos que conservam a cultura ouvinte ainda dominante por não terem contato constante com a comunidade surda.
Possuem características particulares: (a) seguem a representação da identidade ouvinte; (b) estão em dependência no mundo
dos ouvintes, seguem os seus princípios e os respeitam como ouvintes, competindo com os mesmos, induzidos ao modelo da
identidade ouvinte; (c) não participam da comunidade surda, associações e lutas políticas; (d) desconhecem ou rejeitam a
presença do intérprete de língua de sinais; (e) orgulham-se de saber falar “corretamente”; (f) demonstram resistências à língua
de sinais e à cultura surda visto que isto, para eles, representa estereótipo; (g) não conseguiram identificar-se como surdos,
sentem-se sempre inferiores aos ouvintes, isto pode causar-lhes muitas vezes depressão, fuga, suicídios, acusação aos outros
surdos, competição com ouvintes, há alguns que vivem na angústia, no desejo contínuo de serem ouvintes; (h) são as vítimas
da ideologia oralista, da inclusão, da educação clínica, do preconceito e do preconceito da surdez; (i) são surdos, quer ouçam
algum som, quer não ouçam, persistem em usar aparelhos auriculares e não usam tecnologia dos surdos. Esta identidade surda
também apresenta divisões: por exemplo, aqueles que têm contato com a comunidade surda, mas rejeitam-na, os que jamais
tiveram contato etc.
Considerando as informações apresentadas, trata-se de identidade
a) flutuante.
b) de diáspora.
c) de transição.
d) intermediária.