Leia o poema de Augusto dos Anjos. A Ideia De onde ela vem?! De que matéria bruta Vem essa luz que, sobre as nebulosas, Cai de incógnitas criptas misteriosas Como as estalactites duma gruta?! Vem da psicogenética e alta luta Do feixe de moléculas nervosas, Que, em desintegrações maravilhosas, Delibera, e, depois, quer e executa! Vem do encéfalo absconso que a constringe, Chega em seguida às cordas da laringe, Tísica, tênue, mínima, raquítica... Quebra a força centrípeta que a amarra, Mas, de repente, e quase morta, esbarra No mulambo da língua paralítica! Paraíba, 1909.Publicado no livro Eu (1912). In: REIS, Zenir Campos. Augusto dos Anjos: poesia e prosa. São Paulo: Ática, 1977. p.64-65. (Ensaios, 32) O poema de Augusto dos Anjos é considerado prémodernista, mas apresenta referência a uma escola literária anterior que é o/a
a) Arcadismo, pois retoma as temáticas da antiguidade grecolatina e dá ênfase a descrições bucólicas quando se refere à luz, a criptas misteriosas e a estalactites de uma gruta.
b) Humanista, pois mostra ao leitor uma visão antropocêntrica, em que o homem vê as coisas de forma natural, na ciência para compreender suas emoções e processos.
c) Naturalista, pois apresenta o ser humano como um ser patológico e doente, lançando um olhar clínico sobre a humanidade considerada como desprezível e animalesca.
d) Romântica, pois apresenta termos científicos obscuros que remetem à segunda fase que retrata a morte, a insatisfação e o tédio, além da presença de um tom depressivo.
e) Simbolista, pois o termo ideia está com letra maiúscula expressando o seu caráter universal e o eu-lírico se desespera diante da importância da língua em dar sentido a conceitos não prosaicos.