Leia o texto abaixo:
Biodiversidade Brasileira
O Brasil é um país de proporções continentais: seus 8,5 milhões km² ocupam quase a metade
da América do Sul e abarcam várias zonas climáticas – como o trópico úmido no Norte, o semiárido no Nordeste e áreas temperadas no Sul. Evidentemente, estas diferenças climáticas
levam a grandes variações ecológicas, formando zonas biogeográficas distintas ou biomas: a
Floresta Amazônica; o Pantanal; o Cerrado; a Caatinga; os campos dos Pampas; e a Mata
Atlântica. Além disso, o Brasil possui uma costa marinha de 3,5 milhões km², que inclui
ecossistemas como recifes de corais, dunas, manguezais, lagoas, estuários e pântanos.
A variedade de biomas reflete a enorme riqueza da flora e da fauna brasileiras: o Brasil abriga
a maior biodiversidade do planeta. Esta abundante variedade de vida – que se traduz em mais
de 20% do número total de espécies da Terra – eleva o Brasil ao posto de principal nação entre
os 17 países megadiversos (ou de maior biodiversidade).
Além disso, muitas das espécies brasileiras são endêmicas, e diversas espécies de plantas de
importância econômica mundial – como o abacaxi, o amendoim, a castanha do Brasil (ou do
Pará), a mandioca, o caju e a carnaúba – são originárias do Brasil.
Mas não é só: o país abriga também uma rica sociobiodiversidade, representada por mais de
200 povos indígenas e por diversas comunidades – como quilombolas, caiçaras e seringueiros,
para citar alguns – que reúnem um inestimável acervo de conhecimentos tradicionais sobre a
conservação da biodiversidade.
Porém, apesar de toda esta riqueza em forma de conhecimentos e de espécies nativas, a maior
parte das atividades econômicas nacionais se baseia em espécies exóticas: na agricultura, com
cana-de-açúcar da Nova Guiné, café da Etiópia, arroz das Filipinas, soja e laranja da China, cacau
do México e trigo asiático; na silvicultura, com eucaliptos da Austrália e pinheiros da América
Central; na pecuária, com bovinos da Índia, equinos da Ásia e capins africanos; na piscicultura,
com carpas da China e tilápias da África Oriental; e na apicultura, com variedades de abelha
provenientes da Europa e da África.
Este paradoxo traz à tona uma ideia premente: é fundamental que o Brasil intensifique as
pesquisas em busca de um melhor aproveitamento da biodiversidade brasileira – ao mesmo
tempo mantendo garantido o acesso aos recursos genéticos exóticos, também essenciais ao
melhoramento da agricultura, da pecuária, da silvicultura e da piscicultura nacionais.
Como se sabe, a biodiversidade ocupa lugar importantíssimo na economia nacional: o setor de
agroindústria, sozinho, responde por cerca de 40% do PIB brasileiro (calculado em US$ 866
bilhões em 1997); o setor florestal, por sua vez, responde por 4%; e o setor pesqueiro, por 1%.
Na agricultura, o Brasil possui exemplos de repercussão internacional sobre o desenvolvimento
de biotecnologias que geram riquezas por meio do adequado emprego de componentes da
biodiversidade.
Produtos da biodiversidade respondem por 31% das exportações brasileiras, com destaque
para o café, a soja e a laranja. As atividades de extrativismo florestal e pesqueiro empregam
mais de três milhões de pessoas. A biomassa vegetal, incluindo o etanol da cana-de-açúcar, e
a lenha e o carvão derivados de florestas nativas e plantadas respondem por 30% da matriz
energética nacional – e em determinadas regiões, como o Nordeste, atendem a mais da metade
da demanda energética industrial e residencial. Além disso, grande parte da população
brasileira faz uso de plantas medicinais para tratar seus problemas de saúde.
Por tudo isso, o valor da biodiversidade é incalculável.
Sua redução compromete a sustentabilidade do meio ambiente, a disponibilidade de recursos
naturais e, assim, a própria vida na Terra. Sua conservação e uso sustentável, ao contrário,
resultam em incalculáveis benefícios à Humanidade.
Neste contexto, como abrigo da mais exuberante biodiversidade do planeta, o Brasil reúne
privilégios e enorme responsabilidade.
Adaptado de: https://antigo.mma.gov.br/biodiversidade/biodiversidade-brasileira.html.
Com relação ao texto acima, pode-se afirmar que:
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