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Questões de Concursos Figuras de Linguagem

Resolva questões de Figuras de Linguagem comentadas com gabarito, online ou em PDF, revisando rapidamente e fixando o conteúdo de forma prática.


31Q55661 | Português, Figuras de Linguagem

A ÁGUIA E A GALINHA

Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro para mantê-lo cativo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o no galinheiro junto com as galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas. Embora a águia fosse a rainha de todos os pássaros.
Depois de cinco anos, este homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:
- Esse pássaro não é uma galinha. É uma águia. 
- De fato – disse o camponês. É águia. Mas eu a criei como galinha. Ela não é mais uma águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de quase três metros de extensão.
- Não – retrucou o naturalista. Ela é e será sempre uma águia. Pois tem um coração de águia. Este coração a fará um dia voar às alturas.
- Não, não – insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia.
Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e desafiando-a disse: 
- Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, então abra suas asas e voe!
A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor e as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou pra junto delas.
O camponês comentou: 
- Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!
- Não – tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia. E uma águia será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.
No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa. Sussurrou-lhe: 
- Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe!
Mas quando a águia viu lá embaixo as galinhas ciscando o chão, pulou e foi para junto delas.
O camponês sorriu e voltou à carga: 
- Eu lhe havia dito, ela virou galinha! 
- Não – respondeu firmemente o naturalista. Ela é águia, possuirá sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar. 
- No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram-na para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de uma montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas.
O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe: 
- Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra suas asas e voe! 
A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse uma nova vida. Mas não voou. Então o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte.
Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou com o típico kau-kau das águias e ergueu-se soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto, a voar cada vez para mais alto. Voou... voou... até confundir-se com o azul do firmamento... 

(História narrada pelo educador popular James Aggrey) 

Em “...grasnou com o típico kau-kau das águias.”, a expressão destacada consiste na figura chamada:
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32Q55666 | Português, Figuras de Linguagem

TEXTO 1

O vento gemera durante o dia todo e a chuva fustigara as janelas com tal fúria que mesmo ali, no coração da grande Londres feita de homens, éramos obrigados a afastar a mente da rotina da vida por um instante e reconhecer a presença daquelas grandes forças elementares que gritam para a humanidade através das grades de sua civilização, como animais indomáveis numa jaula. À medida que a noite se fechava, a tempestade ficava mais intensa e mais ruidosa; na chaminé, o vento chorava e soluçava como uma criança.

Adaptado de: Doyle, A. C. Um caso de Sherlock Holmes: as cinco sementes de laranja. Tradução de Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 2011. p. 142.

No trecho “[...] o vento chorava e  soluçava como uma criança.”, observa-se a presença de duas figuras de linguagem. São elas, respectivamente:
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33Q55676 | Português, Figuras de Linguagem

A frase de César Augusto – Apressa-te devagar – traz um exemplo de linguagem figurada que se repete em: 
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34Q667434 | Português, Figuras de Linguagem, Analista em Desenvolvimento Regional Engenharia de Pesca, CODEVASF, CESPE CEBRASPE, 2021

Texto associado.

  Desde fim dos anos 80 do século passado, o efeito estufa como ameaça ecológica número um não é mais contestado. Embora não se possa provar, irrefutavelmente, que o aumento até agora medido das temperaturas anuais médias (em torno de um grau nos últimos cem anos) se refere ao desenvolvimento humano, essa suposição tem, no entanto, muita probabilidade de ser correta — de tal forma que seria irresponsabilidade deixar as coisas seguirem seu curso. Um primeiro sinal de que o clima mundial já começou a mudar é o aumento de anomalias meteorológicas — ciclones, períodos de seca e trombas-d’água diluvianas — desde os anos 90 do século passado.

     Os limites do crescimento marcam uma espécie de escassez, embora no mercado não se tornem imediatamente notados como tais. A atmosfera, por exemplo, não funciona como um reservatório, que um dia esvaziará e outro dia será novamente enchido por bombeamento (a isso, o mercado poderia ao menos reagir em curto prazo), mas como um mecanismo que, lenta mas inexoravelmente, terá efeito retroativo em nossas condições de vida, comparável a um parafuso de rosca que se aperta sempre mais.     

       O limite do demasiado é invisível e também não pode ser determinado diretamente por experimentos. Assim como, ao se escalarem montanhas, o ar cada vez mais rarefeito nas alturas desafia os alpinistas diferenciadamente — uns mais, outros menos —, a fauna e a flora, em regiões diferenciadas, reagem diferentemente ao aquecimento da atmosfera. Uma das preocupações mais sérias é provocada pela velocidade com que já está ocorrendo a mudança climática. Se ela não for eficazmente freada, poderá exigir demasiado da capacidade adaptativa de muitas espécies.


Thomas Kesselring. Depois de nós, o dilúvio. A dimensão do meio ambienteInÉtica, política e desenvolvimento humano: a justiça na era da globalização. Benno Dischinger (Trad.). Caxias do Sul, RS: Educs, 2007, p. 222 (com adaptações).

Em relação aos aspectos linguísticos e às ideias do texto apresentado, julgue o item a seguir.

No segundo período do segundo parágrafo, há elipse da forma verbal funciona logo após “mas”.
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35Q55665 | Português, Figuras de Linguagem

A frase “Os candidatos farão as inscrições até sexta-feira” foi modificada segundo critérios diferentes; a forma da frase que mostra incorreção de acordo com o critério indicado é:
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36Q28916 | Português, Figuras de Linguagem, Professor de Língua Portuguesa, Prefeitura de Belo Horizonte MG, Gestão de Concursos

Cidade Maravilhosa?

      Os camelôs são pais de famílias bem pobres, e, então, merecem nossa simpatia e nosso carinho; logo eles se multiplicam por 1000. Aqui em frente à minha casa, na Praça General Osório, existe há muito tempo a feira hippie. Artistas e artesãos expõem ali aos domingos e vendem suas coisas. Uma feira um tanto organizada demais: sempre os mesmos artistas mostrando coisas quase sempre sem interesse. Sempre achei que deveria haver um canto em que qualquer artista pudesse vender um quadro; qualquer artista ou mesmo qualquer pessoa, sem alvarás nem licenças. Enfim, o fato é que a feira funcionava, muita gente comprava coisas – tudo bem. Pois de repente, de um lado e outro, na Rua Visconde de Pirajá, apareceram barracas atravancando as calçadas, vendendo de tudo - roupas, louças, frutas, miudezas, brinquedos, objetos usados, ampolas de óleo de bronzear, passarinhos, pipocas, aspirinas, sorvetes, canivetes. E as praias foram invadidas por 1000 vendedores. Na rua e na areia, uma orgia de cães. Nunca vi tantos cães no Rio, e presumo que muita gente anda com eles para se defender de assaltantes. O resultado é uma sujeira múltipla, que exige cuidado do pedestre para não pisar naquelas coisas. E aquelas coisas secam, viram poeira, unem-se a cascas de frutas podres e dejetos de toda ordem, e restos de peixes da feira das terças, e folhas, e cusparadas, e jornais velhos; uma poeira dos três reinos da natureza e de todas as servidões humanas.
      Ah, se venta um pouco o noroeste, logo ela vai-se elevar, essa poeira, girando no ar, entrar em nosso pulmão numa lufada de ar quente. Antigamente a gente fugia para a praia, para o mar. Agora há gente demais, a praia está excessivamente cheia. Está bem, está bem, o mar, o mar é do povo, como a praça é do condor – mas podia haver menos cães e bolas e pranchas e barcos e camelôs e ratos de praia e assaltantes que trabalham até dentro d’água, com um canivete na barriga alheia, e sujeitos que carregam caixas de isopor e anunciam sorvetes e, quando o inocente cidadão pede picolé de manga, eis que ele abre a caixa e de lá puxa a arma. Cada dia inventam um golpe novo: a juventude é muito criativa, e os assaltantes são quase sempre muito jovens.

Rubem Braga 

O termo destacado é um recurso textual endofórico, EXCETO em:
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37Q55662 | Português, Figuras de Linguagem

O aplauso de pé, por Ruy Castro

Glenda Jackson, a atriz britânica, acaba de estrear com “Rei Lear” na Broadway. Ela é danada. Nos anos 90, trocou sua carreira no cinema e no teatro por uma cadeira no Parlamento, candidatou-se a prefeita de Londres pelos trabalhistas e foi cogitada para o cargo de ________. Voltou ao palco e, ________ tempos, foi homenageada numa cerimônia em que estavam presentes diversas categorias de cabeças coroadas. Quando seu nome foi anunciado e ela surgiu no palco, a ________ a aplaudiu de pé por longos minutos. Glenda esperou os aplausos silenciarem, sorriu e disse: “Em Londres, não aplaudimos de pé”.
Aplausos, tudo bem – ela diria –, mas ________ de pé? Representar direito o papel é a obrigação do ator. O aplauso sentado é mais que suficiente.
Sempre foi assim. Ao surgir no cinema, com filmes como “Delírios de Amor” (1969) e “Mulheres Apaixonadas” (1971), de Ken Russell, e “Domingo Maldito” (1971), de John Schlesinger, foi como se viesse de um planeta mais adulto que o nosso. De saída, ganhou dois Oscars – que aceitou, mas não foi receber. E, embora fosse filha de um pedreiro e de uma faxineira, nunca escolheu seus ________ pelo que lhe renderiam em dinheiro, mas pelo que exigiriam dela como atriz. Aliás, o cinema nunca foi sua primeira opção, daí ter feito poucos filmes. O teatro, sim.
Se fosse uma atriz brasileira de teatro, Glenda Jackson teria de repetir todas as noites sua advertência sobre aplaudir de pé. No Brasil, assim que qualquer espetáculo termina, todos se levantam e, tenham gostado ou não, começam a bater palmas. Se já se começa pelo aplauso de pé, o que será preciso fazer quando tivermos realmente gostado de um espetáculo?
Neste momento, haverá outra atriz no mundo disposta a encarar o papel de Rei Lear? É uma peça de três horas e meia e serão oito récitas por semana. Glenda está com 82 anos. Isto, sim, é caso para aplaudir de pé.

(Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/2019/04/o-aplauso-de-pe.shtml) 

O trabalho realizado na questão atende o seguinte descritor: 
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38Q55660 | Português, Figuras de Linguagem

“É provável que nunca na história tenham sido escritos tantos tratados, ensaios, teorias e análises sobre a cultura como em nosso tempo. O fato é ainda mais surpreendente porque a cultura, no sentido tradicionalmente dado a esse vocábulo, está prestes a desaparecer em nossos dias. E talvez já tenha desaparecido, discretamente esvaziada de conteúdo, tendo este sido substituído por outro, que desnatura o conteúdo que ela teve”. (Mário Vargas Llosa, A civilização do espetáculo, p. 11)

Esse primeiro parágrafo de um livro famoso se apoia numa modalidade de linguagem figurada denominada  
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39Q687652 | Português, Figuras de Linguagem, Curso de Formação de Oficiais, CFOAV CFOINT CFOINF, Aeronáutica, 2019

Texto associado.
TEXTO II
Gabriel, o Pensador
Que tiro foi esse?
Não, não vou cair no chão, pelo menos agora
Eu também sou brincalhão, mas brincadeira tem hora
Lá fora, no meu Rio, cada vez mais gente chora
5 E cada vez mais gente boa tem vontade de ir embora
O Rio que a gente adora comemora o carnaval
E a violência apavora, ou você acha normal?
A boca que explode, o silêncio do medo
O suspiro da morte banal
10 O lamento de um povo que implora
Por uma vitória do bem sobre o mal
Atenção: confusão, invasão
Tiroteio fechando a avenida outra vez
Muita bala voando e acertando
15 Até mesmo as crianças; às vezes, bebês
Criança, meu irmão, não é estatística, é gente
(...)
E os valores são invertidos
Se o desonesto é malandro
20 O menor também quer ser bandido
Alguns, né, a minoria.
(...)
A mãe desmaiou no enterro
Você não desmaiaria?
Que força você teria pra enterrar o seu garoto?
Que forças ainda temos
Pra nos amar uns aos outros?
E nos armar de indignação por justiça e educação
(...)
30 Pra que essas crianças não tenham morrido em vão
Sofia, Maria Eduarda, Caíque, Fernanda
Arthur, Paulo Henrique, Renan
Eduardo, Vanessa, Vitor
Esses foram ano passado
35 Quem será que vai ser amanhã?
(https://genius.com/13846436. Acesso em 24 de fevereiro 2018) 
Assinale a alternativa que caracteriza corretamente a figura de linguagem em destaque. 
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40Q55664 | Português, Figuras de Linguagem

A Prefeitura de Salvador faz divulgação de seu Festival da Virada em conhecidas revistas. O texto da publicidade diz o seguinte:
Festa que vira atração de 460 mil turistas,
Que vira 98% de ocupação hoteleira,
Que vira milhares de empregos,
Que vira 500 milhões de reais na economia.
Que virada!
Obrigado, Salvador!

A estruturação do texto só NÃO compreende:
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41Q118397 | Português, Figuras de Linguagem, Analista de Promotoria I, MPE SP, VUNESP

Leia o poema.

A Cascata
A água feminina canta e dança
com suas luas brancas, luas frias,
que se desfazem ao sol do meio-dia,
e derrama a nudez da claridade
e seu fulgor de espelhos e de espadas
nas pedras do horizonte.
Eu atravesso a ponte e sou o rio.
A canoa que passa. Sou os remos.
(Jamais deixei de ser a travessia.)
E o mundo com seus muros se espalha
entre as águas redondas e entre as sombras.
(Lêdo Ivo. O rumor da noite)
Assinale a alternativa que apresenta, entre parênteses, o nome correto da figura de linguagem empregada no verso citado.

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42Q132409 | Português, Figuras de Linguagem, Analista de Trânsito, DETRAN MT, UFMT

Texto associado.

 

INSTRUÇÃO: Leia o miniconto abaixo e responda às questões 04 e 05.

Sangrando espuma

Parou de chover e a baía de Angra está deserta. A superfície do mar é lâmina mesclada de verde e cinza onde a luz do sol, refletida, cria um céu cheio de estrelas. Ao fundo, ilhas e montanhas com suas escarpas cobertas, ainda, pela vegetação atlântica, formam um degradê que se esbate em direção ao infinito. Ouço o barulho de um motor. Surge no horizonte uma pequena lancha. Corta a superfície espelhada, que sangra espuma. A princípio aquilo me agride. Mas depois reconheço que há beleza nessa intervenção do homem. São os nossos rastros.

(SEIXAS, H. Contos mais que mínimos. Rio de Janeiro: Tinta Negra Bazar Editorial, 2010.)

 

O conto apresenta várias associações de sentido baseadas em semelhanças. Qual figura de estilo foi usada para a construção dessas associações?

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43Q160502 | Português, Figuras de Linguagem, Assistente Administrativo, Polícia Militar MG, CRSP

Texto associado.

Meio covarde

Ivan Ângelo

Eu devia ter dezesseis, dezoito anos no máximo. Teresa era uma vizinha

nova e falada. Não eram necessários muitos motivos para uma moça ficar falada

naqueles anos 50, mas Teresa conseguiu reunir quase todos: decote, vestido

justo, batom vermelho, sardas, tempo demais na janela, marido noturno e

bissexto, muito bolero no toca–discos e, motivo dos motivos, corpo em forma de

violão, como se dizia. Entre a minha casa e a dela havia um muro. Na época da

antiga vizinha, velha, feia, engraçada, amiga que eu visitava sempre, costumava

pular nosso muro para encurtar caminho. Ela não se importava e eu era quase

uma criança. Agora, olhando disfarçadamente a nova vizinha, eu ficava pensando

como seria bom pular o muro outra vez. Mas para essas coisas sou meio covarde.

O muro ficava na área do tanque de lavar roupa. Do lado de lá, ela

cantava com uma voz sensual, inquietante. Meu pai não gostava, sabe–se lá por

quê. Minha mãe também não, pode–se imaginar por quê. Talvez os motivos dele e

dela convergissem para o mesmo ponto, embora diferentes, ponto que era o meu

motivo para gostar tanto daquele canto. A voz ficava equilibrando–se em cima do

muro: "Meu bem, esse seu corpo parece, do jeito que ele me aquece, um

amendoim torradinho". Dava para ouvir minha mãe murmurar: "Sem–vergonha". O

"torradinho" era quase um gemido rouco, talvez ela cantasse de olhos fechados.

De vez em quando umas calcinhas de renda eram penduradas no varal. Minha

mãe não suportava aquilo. Eu tinha vontade de espiar por cima do muro para ver o

que ela estava fazendo, mas para essas coisas sou meio covarde.

Não era casada – a suspeita era geral. Mulher casada procura as

vizinhas, apresenta o marido, pede uma xícara de arroz emprestado. A

independência de Teresa insultava a comunidade solidária de mães, avós e filhas,

sempre se socorrendo com um molhozinho de couve, uma olhadinha no bebê, um

trocadinho para o ônibus. Os homens tinham pouco que fazer naquele quarteirão:

meninos jogando bola na rua, adolescentes trabalhando como office–boys ou

balconistas de dia e estudando à noite, maridos trabalhando de dia e relaxando à

noite com uma cervejinha — todos desejando Teresa. Quando eu voltava do

colégio, perto da meia–noite, via–a no alto do alpendre, esperando o marido, o

amante: o homem. Eu olhava, ela fumava, eu passava, ela ficava. Com a repetição

Teresa já me sorria, mas eu desconfiava do ar zombeteiro dela e nunca acreditei

no sorriso. Tinha vontade de enfrentá–la e perguntar, bem atrevido: está rindo de

mim ou pra mim? Em casa, na frente do espelho, ensaiava o tom, mãos na

cintura. Quando vinha no bonde, de volta do colégio, planejava: hoje eu falo. Mas

nunca consegui. Sou meio covarde para essas coisas.

Uma noite ela assoviou. Usava–se naqueles anos um assovio de

galanteio, de homem para mulher, um silvo curto logo emendado num mais longo,

fui–fuiiiu, que podia ser traduzido em palavras, e até era às vezes, quando a

pessoa queria ser mais discreta, ou quando estava contando que assoviaram para

ela, e nesse caso a garota falava: fulano fez um fui–fuiu pra mim. As mulheres às

vezes usavam o assovio para imitar com certa graça o jeito cafajeste dos homens,

e foi o que Teresa fez naquela noite. Tomei coragem, voltei, abri o portão, subi as

escadas, parei na sua frente no alpendre. Ela vestia um penhoar azul e sorria da

minha ousadia. Eu pretendia parecer desafiador, seguro, dono da situação, mas o

sorriso dela não indicava nada disso. Teresa disse com malícia que o marido

estava para chegar, não seria bom encontrar–me ali. Concentrei–me no papel

tantas vezes ensaiado, respondi que seria ótimo se ele chegasse, que assim eu

poderia explicar que ela havia assoviado, que eu havia subido para tomar

satisfações, que não sou palhaço... Não creio que a representação tenha sido

muito boa: ela continuava sorrindo. Recostou–se na amurada, usando a luz do

alpendre como uma atriz num palco, e sua voz quente convidou: "Ele não vem

hoje. Quer entrar um pouco?" Deveria ter sido mais prudente e recusado, mas

para essas coisas não sou covarde.

Entrei, conversamos sobre o meu futuro e o passado dela. Vem cá ver

minhas fotos, me disse, e eu a segui até um quarto pequeno onde havia uma

grande cama, um guarda–roupa, uma mesinha com um abajur. Senta, ela disse.

Apanhou no guarda–roupa uma caixa e mostrou–me fotografias de quando era

mocinha, cartas apaixonadas de antigos namorados, retratos deles ou de outros

com declarações de amor nas costas e uns versos dedicados a ela pelo namorado

atual. "Ele não é meu marido, não." Eram sonetos copiados de Camões, palavra

por palavra. Amor é ferida que dói e não se sente. Busque amor, novas artes, novo

engenho. Alma minha gentil que te partiste. "Eu não gosto muito dele, mas gosto

que ele me ame assim. Os meus namorados sempre me amaram muito." Tive

ciúmes deles e vontade de contar a ela que os sonetos eram de Camões, mas

para essas coisas sou meio covarde.

A roupa que Teresa vestia nem sempre estava onde deveria estar.

Conversar em cima de uma cama, recostar, mudar o braço de apoio, apanhar

coisas para mostrar, buscar conforto são movimentos que podem impedir um

penhoar azul de cumprir seu papel, mesmo que a pessoa não queira. Quando

chegou a hora de falarmos de nós, disse–lhe que seus olhares e sorrisos me

pareciam zombaria e me deixavam encabulado. Que tinha vontade de perguntar a

ela "o quê que há?", em tom de briga. Que tinha só dezessete (ou dezoito?) anos.

Ela falou que me achava muito sério para minha idade, muito bonitinho também,

que quando ouvia barulho de bonde depois das onze corna para o alpendre para

me ver e que às vezes me olhava por cima do muro. Tive vontade de contar que

sonhava muito com ela. Mas para essas coisas sou meio covarde.

Quase de manhã, pulei o muro que dava para minha casa. Ela me disse

que voltasse outras vezes. Era perigoso e eu deveria ter recusado. Mas para

essas coisas não sou covarde.

O texto acima foi extraído do livro "O ladrão de sonhos e outras histórias", Editora

Ática – São Paulo, 1994, pág. 46

Marque a alternativa CORRETA. No trecho, "Recostou–se na amurada, usando a luz do alpendre como uma atriz num palco, e sua voz quente convidou", o termo em negrito representa a seguinte figura de linguagem:

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44Q673832 | Português, Figuras de Linguagem, Assistente Social 20H, Prefeitura de Recife PE, AOCP, 2020

Texto associado.

TEXTO II

O Ano Passado

Carlos Drummond de Andrade


O ano passado não passou,

continua incessantemente.

Em vão marco novos encontros.

Todos são encontros passados.


As ruas, sempre do ano passado,

e as pessoas, também as mesmas,

com iguais gestos e falas.

O céu tem exatamente

sabidos tons de amanhecer,

de sol pleno, de descambar

como no repetidíssimo ano passado.


Embora sepultos, os mortos do ano passado

sepultam-se todos os dias.

Escuto os medos, conto as libélulas,

mastigo o pão do ano passado.


E será sempre assim daqui por diante.

Não consigo evacuar

o ano passado.


Disponível em: https://www.escritas.org/pt/t/10938/o-ano-passado . Acesso em 14 jan. 2020.

Considerando as figuras de linguagem utilizadas nos versos apresentados, relacione as colunas e assinale a alternativa com a sequência correta.
A. Metáfora.
B. Paradoxo.
C. Sinestesia.
( ) “Escuto os medos [...]”.
( ) “O ano passado não passou”.
( ) “Não consigo evacuar / o ano passado.”
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45Q676558 | Português, Figuras de Linguagem, Oficial de Justiça, TJ RS, FGV, 2020

A frase que exemplifica um caso de linguagem figurada é:
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46Q704800 | Português, Figuras de Linguagem, Procurador, prefeitura de Lucena PB, CONTEMAX, 2019

Texto associado.

 Você escolhe seu caminho, seus valores, suas ações, elas definem quem você é.

      Sorrir não significa necessariamente que você está feliz. Às vezes isto significa apenas que você é forte.

      "Foi mal" não é desculpa. "Valeu" não é obrigado. "Eu também" não é eu te amo!

      Você percebe que é forte, quando se vê obrigado a desistir de coisas que nunca imaginou ser capaz de deixar um dia, mas apesar de tudo, levanta e segue em frente.

      Encontre a pessoa que vai te dizer a verdade, mesmo que isso te deixe triste e que vá durar milhões de anos até você se recuperar. Esse é o seu verdadeiro amigo.

      Não viva em função da opinião de outras pessoas. Elas não sabem o que realmente se passa pela sua vida.

      O sorriso de quem ama é lindo. Mas o sorriso de quem sofre é ainda mais lindo, pois além de sofrer têm a capacidade de sorrir.

      Não leve a vida tão a sério, quebre regras, perdoe rápido, ame de verdade, ria descontroladamente e nunca lamente nada que tenha feito.

      Por fim, acredite em Deus, pois apesar das dificuldades, nada sem Deus é tudo.

Jô Soares – Disponível em https://www.pensador.com/textos_de_jo_soares/ - acesso em 01 de março de 2019 - adaptado

Assinale a alternativa CORRETA quanto a figura de linguagem predominante no trecho: “nada sem Deus é tudo.”:
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47Q692000 | Português, Figuras de Linguagem, Sargento da Aeronáutica Aeronavegantes e Não Aeronavegantes, EEAR, Aeronáutica, 2019

Texto associado.
Leia:
“Você me desama
E depois reclama
Quando os seus desejos
Já bem cansados
Desagradam os meus
Não posso mais alimentar
A esse amor tão louco
Que sufoco!
Eu sei que tenho mil razões
até para deixar
De lhe amar”
Há, nos versos acima, uma hipérbole
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48Q676892 | Português, Figuras de Linguagem, Enfermeiro, IAPEN AC, IBADE, 2020

Texto associado.
Texto 1

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Rubel
Se for preciso, eu pego um barco, eu remo
Por seis meses, como peixe pra te ver
Tão pra inventar um mar grande o bastante
Que me assuste e que eu desista de você
Se for preciso, eu crio alguma máquina
Mais rápida que a dúvida, mais súbita que a lágrima
Viajo a toda força, e num instante de saudade e dor
Eu chego pra dizer que eu vim te ver
Eu quero partilhar
Eu quero partilhar
A vida boa com você
Eu quero partilhar
Eu quero partilhar
A vida boa com você
Que amor tão grande tem que ser vivido a todo instante
E a cada hora que eu tô longe, é um desperdício
Eu só tenho 80 anos pela frente
Por favor, me dá uma chance de viver
Que amor tão grande tem que ser vivido a todo instante
E a cada hora que eu tô longe, é um desperdício
Eu só tenho 80 anos pela frente
Por favor, me dá uma chance de viver
Eu quero partilhar
Eu quero partilhar
A vida boa com você
Eu quero partilhar
Eu quero partilhar
A vida boa com você
Se for preciso, eu pego um barco, eu remo
Por seis meses, como peixe pra te ver
Tão pra inventar um mar grande o bastante
Que me assuste, e que eu desista de você
Se for preciso, eu crio alguma máquina
Mais rápida que a dúvida, mais súbita que a lágrima
Viajo a toda força, e num instante de saudade e dor
Eu chego pra dizer que eu vim te ver
Eu quero partilhar
Eu quero partilhar
A vida boa com você
Eu quero partilhar
Eu quero partilhar
A vida boa com você
Eu quero partilhar
Eu quero partilhar
A vida boa com você
Eu quero partilhar
Eu quero partilhar
A vida boa com você
Não tem, pra trás, nada
Tudo que ficou tá aqui
Se for preciso, eu giro a Terra inteira
Até que o tempo se esqueça de ir pra frente e volte atrás
Milhões de anos, quando todos continentes se
encontravam
Pra que eu possa caminhar até você
Eu sei, mulher, não se vive só de peixe, nem se volta no
passado
As minhas palavras valem pouco e as juras não te dizem
nada
Mas se existe alguém que pode resgatar sua fé no mundo,
existe nós
Também perdi o meu rumo, até meu canto ficou mudo
E eu desconfio que esse mundo já não seja tudo aquilo
Mas não importa, a gente inventa a nossa vida
E a vida é boa, mas é muito melhor com você
Eu quero partilhar
Eu quero partilhar
A vida boa com você (até o final)
Como recurso de estilo, as figuras de linguagem são recorrentes em textos literários, assim sendo, avalie o fragmento destacado em: “Eu só tenho 80 anos pela frente. Por favor, me dá uma chance de viver” e assinale a alternativa que nomeie a figura de pensamento utilizada:
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49Q166788 | Português, Figuras de Linguagem, Auxiliar Administrativo, MPE SP, VUNESP

Texto associado.

Leia o texto para responder a questão.

Chuvas com lembranças

      Começam a cair uns pingos de chuva. Tão leves e raros que
nem as borboletas ainda perceberam, e continuam a pousar, às
tontas, de jasmim em jasmim. As pedras estão muito quentes, e
cada gota que cai logo se evapora. Os meninos olham para o céu
cinzento, estendem a mão – vão fazer outra coisa. (Como deseja-
riam pular em poças d’água! – Mas a chuva não vem...)
      Nas terras secas, tanta gente a esta hora está procurando, também,
no céu um sinal de chuva! E nas terras inundadas, quanta
gente estará suspirando por um raio de sol!
      Penso em chuvas de outrora: chuvas matinais, que molham
cabelos soltos, que despencam as flores das cercas, que entram
pelos cadernos escolares e vão apagar a caprichosa caligrafia dos
exercícios!
      Chuvas de viagens: tempestade na Mantiqueira, quando nem
os ponteiros do para-brisa dão vencimento à água; quando
apenas se vê, na noite, a paisagem súbita e fosfórea mostrada pelos
relâmpagos.
      Chuvas antigas, nesta cidade nossa, de eternas enchentes:
a de 1811, que com o desabamento de uma parte do Morro do
Castelo soterrou várias pessoas, arrastou pontes, destruiu
caminhos e causou tal pânico em toda a cidade que durante sete dias
as igrejas e capelas estiveram abertas, acesas, com os sacerdotes
e o povo a pedirem a misericórdia divina.
      Chuvas modernas, sem igrejas em prece, mas com as ruas
igualmente transformadas em rios, os barracos a escorregarem
pelos morros; barreiras, pedras, telheiros a soterrarem pobre gente!
      Por enquanto, caem apenas algumas gotas aqui e ali, que
nem as borboletas percebem. Os meninos esperam em vão pelas
poças d’água onde pulariam contentes. Tudo é apenas calor e
céu cinzento, um céu de pedra onde os sábios e avisados tantas
coisas liam, outrora...
      “São Jerônimo, Santa Bárbara Virgem, lá no céu está escrito,
entre a cruz e a água benta: Livrai-nos, Senhor, desta tormenta!”

(Cecília Meireles, Escolha o seu sonho. Adaptado)

A expressão “um céu de pedra”, no penúltimo parágrafo do texto, está empregada em sentido

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50Q704530 | Português, Figuras de Linguagem, Analista Administrativo, Prefeitura de Jaru RO, IBADE, 2019

Texto associado.

BRASIL NO PROJETO EHT

        A primeira imagem de um buraco negro está circulando pelo mundo já faz uma semana. Esse feito só foi possível a partir de uma combinação de sinais capturados por oito radiotelescópios e montada com a ajuda de um "telescópio virtual" criado por algoritmos. Mais de 200 cientistas de diferentes nacionalidades, que participaram do avanço científico, fazem parte do projeto Event Horizont Telescope (EHT).

        Entre eles, está o nome da brasileira Lia Medeiros, de 28 anos, que se mudou na infância para os Estados Unidos, onde acaba de defender sua tese de doutorado (conhecida lá fora como PhD) pela Universidade do Arizona. Filha de um professor de Aeronáutica da Universidade de São Paulo (USP), afirmou, em entrevista ao G1, que cresceu perto de pesquisas científicas. Ela também precisou usar inglês e português nos vários lugares em que morou e, por isso, viu na matemática uma linguagem que não mudava. 

        Especializada em testar as teorias da física nas condições extremas do espaço, Lia encontrou no EHT o projeto ideal para o seu trabalho. Ela atuou tanto na equipe que realizou as simulações teóricas quanto em um dos quatro times do grupo de imagens. Os pesquisadores usaram diferentes algoritmos para ter os pedaços da imagem do buraco negro captados pelos sinais dos radiotelescópios e preencher os espaços vazios para completar a "fotografia". 

        O feito de Lia recebeu destaque no site da Universidade do Arizona, que listou o trabalho no projeto de mais de 20 estudantes da instituição, começando pela brasileira. Segundo a pesquisadora, embora os resultados do projeto EHT tenham sido obtidos graças ao trabalho de mais de tantas pessoas, o foco que as mulheres participantes do projeto receberam é positivo para mudar o estereótipo de quem pode e deve ser cientista.


Como você se envolveu com ciência e, mais especificamente, com a astronomia?


        Meu pai é professor universitário e cresci perto da pesquisa científica. Decidi que queria fazer um PhD desde cedo, mesmo antes de saber o que queria estudar. Mudei muito durante a minha vida e troquei de línguas entre português e inglês três vezes até os 10 anos. Quando era criança, percebi que, mesmo que a leitura e a escrita fossem completamente diferentes em países diferentes, a matemática era sempre a mesma. Ela parecia ser uma verdade mais profunda, como se fosse de alguma forma mais universal que as outras matérias. Mergulhei na matemática e amei.

         No ensino médio, estudei física, cálculo e astronomia ao mesmo tempo e, finalmente, entendi o real significado da matemática. Fiquei maravilhada e atônita que nós, seres humanos, conseguimos criar uma linguagem, a matemática, que não é só capaz de descrever o universo, mas pode inclusive ser usada para fazer previsões.

        Fiquei especialmente maravilhada pelos buracos negros e a teoria da relatividade geral. Decidi então que queria entender os buracos negros, que precisava entender os buracos negros. Lembro que perguntei a um professor qual curso eu precisava estudar na faculdade para trabalhar com buracos negros. Ele disse que provavelmente daria certo com física ou astronomia. Então eu fiz as duas. 


E como você se envolveu com o projeto do EHT?


        Meus interesses de pesquisa estão focados no uso de objetos e fenômenos astronômicos para testar os fundamentos das teorias da física. Eu vejo a astronomia como um laboratório onde podemos testar teorias nos cenários mais extremos que você possa imaginar. O EHT era o projeto perfeito para isso, porque as observações dele sondam a física gravitacional no regime dos campos de força em maneiras que ainda não tinham sido feitas antes. (...) 

        Tenho dedicado uma porcentagem significativa do meu tempo, durante meus estudos, em tentar expandir a representação das mulheres na ciência, especificamente focando em dar às meninas jovens exemplos positivos nos modelos femininos na STEM [sigla em inglês para ciências, tecnologia, engenharia e matemática]. Por exemplo, frequentemente visito escolas de ensino médio e outros locais para dar palestras públicas.

        Na minha opinião, reconhecer que muitas mulheres estão envolvidas nesse resultado pode ser muito benéfico para mudar o estereótipo de quem pode e deve ser cientista. É importante que garotas e jovens mulheres saibam que essa é uma opção para elas, e que não estarão sozinhas se optarem por uma carreira científica.

https://gazetaweb.globo.com/

Em “Os participantes do projeto EHT morriam de medo de que ele não fosse bem-sucedido.”, a figura de linguagem presente é:
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