A Arte-Educação é um campo que permite estabelecer diálogos,
entre imaginário, ciência e técnica, fato relevante para uma
geração marcada pela cibercultura.
A esse respeito, leia o trecho a seguir.
Se o papel decisivo da imaginação na produção do pensamento é
reconhecido há muito tempo, o das imagens e das operações de
visualização tem sido objeto de renovado interesse pelos
historiadores das ciências desde os anos 1990. Com efeito, muitas
vezes, os textos acadêmicos derivam sua cientificidade da
dimensão visual, da maneira como se relacionam precisamente
com as imagens. A imaginação científica assumiu formas muito
variadas ao longo do tempo, dando lugar a dispositivos de
reprodução gráfica ou fotográfica, bem como a construções
geométricas e digitais: desenhos, mapas, maquetes, diagramas,
modelos, simulações, radiografias, esquemas, gráficos, tabelas,
telas (de cinema, televisão, radiologia, imagens médicas,
computadores); todos são próteses da percepção, graças às quais
o olho e a mente humanos podem compreender realidades que, de
outra forma, permaneceriam invisíveis.
Adaptado de Laurence Dahan-Gaida, L’imagination visuelle dans l’invention
scientifique: schèmes, images de pensée, diagrames, in: Imaginários tecnocientíficos.
v. 1, São Paulo: FEUSP, 2020, p 18.
Com base no trecho, é correto afirmar que os dispositivos visuais
na ciência
a) são ilustrações imprecisas da realidade, uma vez que vemos
com dois olhos, mas apreendermos uma imagem unificada do
mundo.
b) permitem mostrar a percepção humana de fenômenos da
natureza, desde que filtrados pela racionalidade que alcança
um conhecimento verdadeiro e objetivo.
c) são construções fantasiosas sobre o mundo projetadas de
modo aleatório e, portanto, explicitam a relativa cientificidade
da dimensão visual.
d) têm a capacidade de estabelecer uma ligação entre o
conhecimento, a percepção sensorial e os procedimentos de
visualização.
e) são figurações do mundo mediante a imaginação, que é um
receptor passivo de estímulos espelhados de objetos
exteriores.