Questões de Concursos: Tipologia Textual

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31 Q947961 | Português, Tipologia Textual, Conhecimentos Gerais, FAMERP, VUNESP

Texto associado.
Leia o trecho do romance Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, para responder à questão.

Quaresma viveu lá, no manicômio, resignadamente, conversando com os seus companheiros, onde via ricos que se diziam pobres, pobres que se queriam ricos, sábios a maldizer da sabedoria, ignorantes a se proclamarem sábios; mas, deles todos, daquele que mais se admirou, foi de um velho e plácido negociante da Rua dos Pescadores que se supunha Átila1 . Eu, dizia o pacato velho, sou Átila, sabe? Sou Átila. Tinha fracas notícias da personagem, sabia o nome e nada mais. Sou Átila, matei muita gente – e era só.
Saiu o major mais triste ainda do que vivera toda a vida. De todas as cousas tristes de ver, no mundo, a mais triste é a loucura; é a mais depressora e pungente.
Aquela continuação da nossa vida tal e qual, com um desarranjo imperceptível, mas profundo e quase sempre insondável, que a inutiliza inteiramente, faz pensar em alguma cousa mais forte que nós, que nos guia, que nos impele e em cujas mãos somos simples joguetes. Em vários tempos e lugares, a loucura foi considerada sagrada, e deve haver razão nisso no sentimento que se apodera de nós quando, ao vermos um louco desarrazoar, pensamos logo que já não é ele quem fala, é alguém, alguém que vê por ele, interpreta as cousas por ele, está atrás dele, invisível!...

(Triste fim de Policarpo Quaresma, 1992.)

1 Átila: rei dos hunos, governou o maior império europeu de seu tempo, desde o ano 434 até sua morte em 453; muitas lendas o retratam como um imperador violento e cruel.
A leitura do primeiro parágrafo permite concluir que o major Quaresma ficou admirado com o negociante da Rua dos Pescadores especialmente devido

32 Q877153 | Português, Tipologia Textual, Auxiliar de Serviços Gerais, Prefeitura de Itambé PE, FACET Concursos, 2024

Acesso em: 13 Jan. 2017)Associe, respectivamente, o tipo que predomina em cada trecho com a opção correspondente:">

Analise os trechos abaixo e identifique o tipo textual predominante em cada um deles:


TEXTO I:

Meu verão não começou muito bem, na verdade, graças ao meu irmão mais velho, Rodrick. Uns dois dias depois do começo das férias de verão, Rodrick me acordou no meio da noite. Ele me disse que eu tinha dormido o verão inteiro, mas que, por sorte, tinha acordado bem a tempo para o primeiro dia de aula.

(Fonte: KINNEY, Jeff. Diário de um Banana, volume: Segurando Vela, 1 ed. São Paulo, SP: Vergara & Riba Editora, 2013, p.24)


TEXTO II:

Historicamente, o mundo do trabalho foi dominado pelos homens, restando para as mulheres, principalmente, o trabalho doméstico e de cuidado com a família. Com efeito, no Brasil não foi diferente, e, ainda hoje, existem desafios que precisam ser enfrentados para reduzir a invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no país, uma vez que esse grupo da sociedade permanece em situação de exclusão e subserviência no mercado trabalhista. Diante desse cenário, é fundamental compreender as causas desse revés, dentre as quais a desigualdade social e o patriarcalismo enraizado na sociedade são fatores agravantes dessa problemática. (Rafaella Pinto Muller)


TEXTO III:

Ficara sentada à mesa a ler o Diário de Notícias, no seu roupão de manhã de fazenda preta, bordado a sutache, com largos botões de madrepérola; o cabelo louro um pouco desmanchado, com um tom seco do calor do travesseiro, enrolava-se, torcido no alto da cabeça pequenina, de perfil bonito; a sua pele tinha a brancura tenra e láctea das louras; com o cotovelo encostado à mesa acariciava a orelha, e, no movimento lento e suave dos seus dedos, dois anéis de rubis miudinhos davam cintilações escarlates.

(Fonte: QUEIROZ, Eça de. O Primo Basílio. Disponível em: < http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?sel ect_action=&co_obra=2745 > Acesso em: 13 Jan. 2017)


Associe, respectivamente, o tipo que predomina em cada trecho com a opção correspondente:

33 Q874526 | Português, Tipologia Textual, Bombeiro Hidráulico, Prefeitura de General Sampaio CE, FUNCEPE, 2024

Leia o texto a seguir.

Inflação empobrece
Alta de preços, alimentada por irresponsabilidade fiscal, faz a renda desabar 1º.dez.2021 às 21h30



Como seria de esperar, chegou a pior consequência da inflação.
A corrosão do poder de compra levou a renda média das famílias ao menor nível em quase dez anos (ao menor nível em quase dez anos).
Para os que minimizam as consequências sociais da disparada dos preços, eis um dado que deveria mobilizar o país em prol de uma política econômica responsável, que preze a solidez das contas públicas justamente para que se possa proteger os mais pobres.
Segundo o IBGE, a renda média do trabalho ficou em R$ 2.459 no terceiro trimestre deste ano. Além do prejuízo provocado pela inflação, que chegou a 10,67% nos 12 meses encerrados em outubro, a perda decorre da pandemia e do perfil da retomada do emprego.
As vagas criadas nos últimos meses têm ido primordialmente para trabalhadores sem carteira assinada, de salários mais baixos, e por conta própria sem CNPJ. A informalidade atingiu 40,6% da população ocupada.
A incompetência na gestão da Covid-19 e, mais recentemente, a postura irresponsável do Governo e do Congresso na gestão dos recursos públicos corroeram a credibilidade da política econômica e magnificaram o problema.
A alta dos juros para combater a inflação aumenta os riscos recessivos para 2022 e, certamente, terá impacto na geração de emprego.
Infelizmente, a reversão desse quadro dependerá da apresentação de um programa econômico sério durante a campanha eleitoral. Espera-se, ao menos, que a população mostre, mais uma vez nas urnas, que não tolera inflação.


Marque a alternativa que descreve o tipo textual.


34 Q919678 | Português, Tipologia Textual, Agente Administrativo, Prefeitura de Marechal Thaumaturgo AC, DECORP, 2025

Quais são os tipos de texto que predominam no fragmento textual abaixo?
“Enquanto isso, a neblina e a escuridão tinham ficado tão densas que algumas pessoas surgiram com tochas, oferecendo-se para mostrar o caminho a quem estava a cavalo ou em carruagens. A antiga torre de uma igreja, cujo velho sino espiava disfarçadamente para Scrooge do alto de uma janela gótica, ficou invisível e deu as horas dentro das nuvens, com vibrações trêmulas, como se lá no alto a sua cabeça gelada estivesse batendo os dentes. O frio aumentava. Na esquina da rua principal, alguns operários que estavam consertando a tubulação de gás acenderam um grande fogo em um fogareiro, e logo se reuniu uma pequena multidão de homens e rapazes maltrapilhos em volta dele, esquentando as mãos e piscando os olhos, deliciados. Na fonte pública abandonada, uma gota prestes a pingar congelou-se e virou um pedaço solitário de gelo. O brilho das lojas iluminadas, com as vitrines decoradas com ramos de pinheiro e cerejinhas, avermelhava os rostos pálidos dos que passavam. As mercearias pareciam uma verdadeira festa, e era impossível acreditar que coisas tão fúteis quanto a compra, a venda e a pechincha tivessem alguma coisa a ver com elas. O prefeito, em sua poderosa prefeitura, dava ordens a seus cinquenta cozinheiros e empregados, para garantir que o Natal fosse comemorado com toda a fartura que merecia a casa oficial. E até o alfaiate, que havia sido multado por andar bêbado pelas ruas, preparava a massa para o bolo de Natal em sua pequena casa, enquanto sua esposa magrela saía com o filhinho para comprar carne.”
DICKENS, Charles. Um conto de natal (trad. A. Franchini e C. Seganfredo). São Paulo: LP&M, 2003.

35 Q937673 | Português, Tipologia Textual, Primeiro e Segundo Dia, ENEM, INEP

Texto associado.
Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécuia e nasceu a vida. Mas antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o quê, mas sei que o universo jamais começou.
[...]
Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever. Como começar pelo início, se as coisas acontecem antes de acontecer? Se antes da pré- pré-bistória já havia os monstros apocalípticos? Se esta pistória não existe, passará a existir. Pensar é um ato. Sentir é um fato. Os dois juntos — sou eu que escrevo o que estou escrevendo. [...] Felicidade? Nunca vi pafávra mais doida, inventada peias nordestinas que andam por aí aos montes.
Como eu irei dizer agora, esta história será o resultado de uma visão gradual — há dois anos e meio venho aos poucos descobrindo os porquês. É visão da iminência de. De quê? Quem sabe se mais tarde saberei. Como que estou escrevendo na hora mesma em que sou lido. Só não inicio pelo fim que justificaria o começo — como a morte parece dizer sobre a vida — porque preciso registrar os fatos antecedentes.

USPECTOR. C. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998 (fragmento).

A elaboração de uma voz narrativa peculiar acompanha a trajetória literária de Clarice Lispector, culminada com a obra A hora da estrela, de 1977, ano da morte da escritora. Nesse fragmento, nota-se essa peculiaridade porque o narrador

36 Q890506 | Português, Tipologia Textual, Mediador Judiciário, TJRJ, FGV, 2024

Observe o seguinte texto abaixo:

“Na Roma antiga dava-se grande importância à argumentação, ensinavam-se técnicas de convencimento do auditório e as pessoas capazes de bem utilizar a linguagem para esse fim eram muito respeitadas. Essa forma oral de dirigir-se a um público para convencê-lo se chama oratória e, na democracia romana, qualquer cidadão tinha o direito de discursar em praça pública.”

Segundo a estrutura desse pequeno texto, podemos classificá-lo como

37 Q948371 | Português, Tipologia Textual, Segundo dia, FPS, FPS

Texto associado.

TEXTO 1

A leitura como tratamento para diversas doenças


(1) Imaginechegar ao consultório ou ao hospital com um incômodo qualquer e sair de lá com a prescrição de uma terapia intensiva de George Orwell, seguida de pílulas de Fernando Pessoa, emplastros de Victor Hugo e doses generosas de Monteiro Lobato. Você não leu errado: uma boa história ajuda a aliviar depressão, ansiedade e outros problemas que atingem a cabeça e o resto do organismo.
(2) Quem garante esse poder medicamentoso das ficções são as inglesas Ella Berthoud e Susan Elderkin, que acabam de publicar no Brasil Farmácia Literária ( Verus) Redigida no estilo de manual médico, a obra reúne cerca de 200 males divididos em ordem alfabética. Para cada um, há dicas de leituras.
(3) As autoras se conheceram enquanto estudavam literatura na Universidade de Cambridge. Entre um debate sobre um romance e outro, criaram um serviço de biblioterapia, em que apontam exemplares para indivíduos que procuram assistência.
(4) O método é tão sério que virou política de saúde pública no Reino Unido. Desde 2013, pacientes com doenças psiquiátricas recebem indicações do que devem ler diretamente do especialista. Da mesma maneira que vão à drogaria comprar remédios, eles levam o receituário à biblioteca e tomam emprestados os volumes aconselhados.
(5) A iniciativa britânica foi implementada com base numa série de pesquisas recentes, cujos resultados mostraram que pessoas com o hábito de reservar um tempo às letras costumam ter maior empatia, ou seja, uma capacidade ampliada de entender e se colocar no lugar do próximo. “É difícil lembrar-se de uma condição que não tenha sido retratada em alguma narrativa”, esclarece Susan.
(6) As autoras acreditam que é possível tirar lições valiosas do que fazer e do que evitar a partir da trajetória de heróis e vilões. “Ler sobre personagens que experime mesmas coisas que vivencio agora auxilia, inspira e apresenta perspectivas distintas”, completam. As sugestões de leituras percorrem praticamente todas as épocas e movimentos literários da humanidade.
(7) Disponível em 20 países, cada edição de Farmácia Literária é adaptada para a cultura local, com a inclusão de verbetes e de literatos nacionais. No caso do Brasil, foram inseridos os principais textos de Machado de Assis, Guimarães Rosa e Milton Hatoum, que fazem companhia aos portugueses, Eça de Queirós e José Saramago.

André Biernath. Disponível em:https://saude.abril.com.br/medicina/a-1a-aprovacao-de-remedio-contra-o-cancer-que-nao-foca-no-local-da-doenca/. Acesso em21/09/2017. (Adaptado).
Especiação refere-se ao processo de formação de novas espécies. Quanto à base desse processo evolutivo, assinale a afirmativa incorreta.

38 Q950234 | Português, Tipologia Textual, Vestibular, ABEPRO, UNIVESP

Texto associado.

Sociologia Ambiental


O interesse da academia no desenvolvimento de estudos voltados para as questões ambientais é relativamente novo. Só começou a aparecer em meados de 1970, quando o mundo, fortemente influenciado por movimentos ecologistas e ambientalistas nascidos nos EUA, finalmente voltava seus olhos aos desastres ambientais causados pelos homens. Até então acreditava-se que os recursos naturais eram infinitos e que os impactos causados pelo homem eram facilmente revertidos pela natureza. Assim, discutir o futuro do planeta não parecia ser relevante.


Na década de 1990, os estudos voltados para a relação sociedade-natureza deram um grande salto com as contribuições de um dos mais respeitados e conhecidos sociólogos ambientais do mundo: Frederick Howard Buttel. Nascido nos Estados Unidos, Buttel dedicou sua vida acadêmica a compreender as complexas relações entre a sociedade e o ambiente natural. Apontava o caráter ambivalente do homem, que seria parte integrante da paisagem natural, submetido às dinâmicas próprias da natureza e, ao mesmo tempo, agente modificador e criador de novos ambientes. Sobre essa dualidade humana escreveu:


O ser humano, especialidade zoológica da Sociologia, é singular em todo o mundo animal, tanto quanto o é sua capacidade de criar uma cultura e comunicação simbólica. A Sociologia não pode nem deve se tornar um ramo da ecologia comportamental. Mas o ser humano também é uma espécie entre muitas, e é uma parte integral da biosfera. Assim, um entendimento perfeito do desenvolvimento histórico e do futuro das sociedades humanas se torna problemático quando se deixa de considerar o substrato ecológico e material da existência humana. Esse entendimento é limitado pelo antropocentrismo sociológico. Parece certo que, no futuro, haverá prolongados debates sobre articulação ou isolamento “adequados” entre a Sociologia e a Biologia.


Também na década de 1990, a Sociologia Ambiental ganhou mais contribuições com os estudos do sociólogo, antropólogo e filósofo da ciência, o francês Bruno Latour. Em seu ensaio monográfico Jamais fomos modernos, ele afirma que essa divisão sociedade-natureza seria, na verdade, uma invenção ocidental. Seria um traço característico da modernidade a criação de Constituições que definem e separam o que é humano do não humano, “legalizando” assim essa separação. No entanto, defende ele que na realidade essa separação não existe, porque o homem está em constante mudança em função do meio em que vive, assim como a natureza está em constante mudança em função das vontades humanas. Em outras palavras, o social está submetido ao natural e vice-versa.


RAMOS, V. R. Os caminhos da Sociologia Ambiental.Sociologia.ed.

72. 2017. p. 45-46.[Adaptado]

A obra de Carlos Drummond de Andrade apresenta características que a filiam ao movimento literário conhecido como Modernismo. Assinale a alternativa que apresenta corretamente a descrição de algumas características que podem ser notadas no poema Amar.

39 Q678880 | Português, Tipologia Textual, Cursos Técnicos, IFPR, FUNTEF PR

Sabe-se que existem os chamados tipos textuais, dos quais advém os gêneros textuais.

Leia o texto abaixo para, em seguida, responder ao que se pede:

1) Para evitar acidentes, mantenha o material da embalagem fora do alcance de crianças.

2) Deve-se ficar especialmente atento quando o aparelho for usado perto de crianças.

3) Não utilize o aparelho para outros fins além dos previstos neste Manual do Usuário.

4) Nunca mergulhe o aparelho em água ou qualquer outro tipo de líquido.

5) Verifique se a tensão da rede elétrica no local de instalação é a mesma indicada na etiqueta localizada no aparelho.

(Fonte: MIDEA. Manual do Usuário.)

Com base no exposto no texto analise as proposições abaixo:

I) Trata-se de um texto injuntivo ou instrucional

PORQUE

II) O tipo textual injuntivo expõe de forma sucinta uma descrição do produto, tornando mais fácil o entendimento e conhecimento sobre suas características ao usuário.

Sobre as proposições, assinale a alternativa verdadeira.

40 Q951268 | Português, Tipologia Textual, Vestibular, IFMT, IF MT

Texto associado.

Texto IV: base para a questão.


Um homem de consciência


Chamava-se João Teodoro, só. O mais pacato e modesto dos homens. Honestíssimo e lealíssimo, com um defeito apenas: não dar o mínimo valor a si próprio. Para João Teodoro, a coisa de menos importância no mundo era João Teodoro.

Nunca fora nada na vida, nem admitia a hipótese de vir a ser alguma coisa. E por muito tempo não quis nem sequer o que todos ali queriam: mudar-se para terra melhor.

Mas João Teodoro acompanhava com aperto de coração o desaparecimento visível de sua Itaoca.

— Isto já foi muito melhor, dizia consigo. Já teve três médicos bem bons - agora só um e bem ruinzote. Já teve seis advogados e hoje mal dá serviço para um rábula ordinário como o Tenório. Nem circo de cavalinhos bate mais por aqui. A gente que presta se muda. Fica o restolho. Decididamente, a minha Itaoca está acabando...

João Teodoro entrou a incubar a ideia de também mudar-se, mas para isso necessitava dum fato qualquer que o convencesse de maneira absoluta de que Itaoca não tinha mesmo conserto ou arranjo possível.

— É isso, deliberou lá por dentro. Quando eu verificar que tudo está perdido, que Itaoca não vale mais nada de nada de nada, então arrumo a trouxa e boto-me fora daqui.

Um dia aconteceu a grande novidade: a nomeação de João Teodoro para delegado. Nosso homem recebeu a notícia como se fosse uma porretada no crânio. Delegado, ele! Ele que não era nada, nunca fora nada, não queria ser nada, não se julgava capaz de nada...

Ser delegado numa cidadezinha daquelas é coisa seríssima. Não há cargo mais importante. É o homem que prende os outros, que solta, que manda dar sovas, que vai à capital falar com o governo. Uma coisa colossal ser delegado - e estava ele, João Teodoro, de-le-ga-do de Itaoca!...

João Teodoro caiu em meditação profunda. Passou a noite em claro, pensando e arrumando as malas. Pela madrugada, botou-as num burro, montou no seu cavalo magro e partiu.

— Que é isso, João? Para onde se atira tão cedo, assim de armas e bagagens?

— Vou-me embora, respondeu o retirante. Verifiquei que Itaoca chegou mesmo ao fim.

— Mas, como? Agora que você está delegado?

— Justamente por isso. Terra em que João Teodoro chega a delegado, eu não moro. Adeus. E sumiu."

(Monteiro Lobato, CIDADES MORTAS. 12a Edição. São Paulo, Editora Brasiliense, 1965)

Ao lermos o texto 3, percebemos diferenças e pontos de contato em relação ao texto 2, tanto na forma quanto no conteúdo. Isso se explicita, pois:

I - Em ambos se mantém uma estrutura poética formal em consonância com os modelos clássicos da literatura: versos decassílabos, rimas regulares, valorização de um estilo rebuscado sob os aspectos linguísticos.

II - Os pontos que diferem estão inseridos na temática.

III - No texto 2, a temática é calcada na observação pura e simples de um objeto de arte, o que provoca o distanciamento do eu-lírico para questões mais profundas da existência humana; no texto 3, tal fato não ocorre, pois nele o eu-lírico desnuda e se aprofunda em um dos grandes temas da humanidade: a vida e a morte.

A partir das assertivas acima, julgue-as e marque a alternativa correta.

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