Para Nereide Saviani (2012, p. 73) “A criança,
desde a mais terna idade, apresenta-se disposta aexplorar o seu meio e, disponível a tudo o que a
coloque como parte dele, responde prontamente a todos
os estímulos. Assim as atividades que lhe mostram
diferentes sons, imagens, movimentos, odores,
impressões táteis, as palavras que lhe são ditas, o
sorriso, o afeto, a higiene, a alimentação – tudo isso,
conjugado – constituem um amplo e profundo processo,
o de apresentar à criança o mundo humano, ajudá-la a
nele agir/interagir e, assim, torná-la humana. Tal
processo, tornando-se cada vez mais complexo, permite
a apropriação progressiva, dos múltiplos elementos
culturais, contando, para isso, com a disponibilidade da
própria criança. Tudo ela quer ver, ouvir, pegar, falar,
fazer, saber. E gosta de ter acesso a tudo, alegra-se com
o mundo que vai descobrindo. No entanto, somente
consegue na interação, na comunicação com os
indivíduos mais experientes”. A posição da autora
condensa postulados da teoria psicológico histórico-cultural e da pedagogia histórico-crítica. Para ir ao
encontro desse pensamento sobre a infância, de acordo
com tais teorias, deve-se, do ponto de vista curricular,
na educação infantil:
a) criar condições para que a criança aprenda sozinha,
em detrimento da prática pedagógica diretiva. Ou seja,
é preciso conceber um currículo que se volte para
estimular que a criança “aprenda a aprender”.
b) tornar a escolar em um espaço de execução
permanente de projetos interdisciplinares.
c) repensar as concepções e práticas pedagógicas,
dedicar mais atenção ao papel do professor na seleção
dos conteúdos curriculares e na organização do trabalho
pedagógico.
d) estimular a construção do conhecimento
espontâneo da criança, através de atividades lúdicas e
pragmáticas, que, certamente, não devem envolver
ações de ensino, isto é, de socialização do saber escolar,
que possam realizar as primeiras aproximações da
criança com o conhecimento conceitual da realidade.