Mas, enquanto procurava (1) não entender jamais, o rosto cada vez mais suspenso do homem já entendera
(2), sem que um traço se tivesse alterado. Seu trabalho principal era ganhar tempo e se concentrar em reter a
respiração. O que de repente já não era mais difícil. Pois inesperadamente ele percebia (3) com horror que a
sala e a mulher estavam calmas e sem pressa. Mais desconfiado ainda, como quem fosse terminar enfim por dar
uma gargalhada por constatar o absurdo, ele no entanto teimava (4) em manter o rosto enviesado, de onde a
olhava (5) em guarda, quase seu inimigo.
(Lispector, C. A imitação da rosa (2016). In: Moser, B. Todos os contos (pp. 102). Rio de Janeiro: Ed. Rocco)