Texto associado. Que coreanos comam cachorros é um fato antropológico que não deveria causar maior surpresa nem revolta. Franceses deliciam-se com cavalos e rãs, chineses devoram tudo o que se mexe - aí inclusos escorpiões e gafanhotos - e boa parte das coisas que não se mexem também. Os papuas da Nova Guiné, até algumas décadas atrás, fartavam-se no consumo ritual dos miolos de familiares mortos. Só pararam porque o hábito estava lhes passando o kuru, uma doença neurológica grave. Nosso consolidadíssimo costume de comer vacas configura, aos olhos dos hinduístas, nada menos do que deicídio. A não ser que estejamos prontos a definir e impor um universal alimentar, é preciso tolerar as práticas culinárias alheias, por mais exóticas ou repugnantes que nos pareçam.
(Hélio Schwartsman, Folha de S.Paulo, 14.11.2009)
No texto, Schwartsman critica
a) a diversidade culinária mundial.
b) os chineses, por serem amplamente onívoros
c) os que criticam práticas culinárias heterodoxas.
d) a tradição judaico-cristã ocidental.
e) a culinária coreana, em especial.