“Todavia, logo depois, percebi que, enquanto, desse modo eu queria pensar que tudo fosse
falso, era preciso necessariamente que eu, que pensava isso, fosse alguma coisa. E, notando
que esta verdade: eu penso, logo existo, era tão firme e tão segura que todas as mais
extravagantes suposições dos céticos não eram capazes de abalá-la, julguei que podia aceitála sem escrúpulo como o princípio da filosofia que eu procurava”
Fonte: Descartes. Discurso sobre o método . In: Reali, G. & Antiseri, D. História da Filosofia – Do Humanismo a
Descartes. Volume 3. São Paulo: Paulus, 2023.
Descartes, considerado por muitos como o fundador da filosofia moderna, é tema recorrente
nas aulas de Filosofia do Ensino Médio. Para nós, professores de Filosofia, é praticamente
impossível deixar os alunos sem conhecer elementos fundamentais da obra do pensador
francês. Assinale a alternativa que NÃO apresenta incorreções sobre a Filosofia Cartesiana:
a) O Cogito ergo sum cartesiano é o princípio primeiro da nova filosofia, pois é do ato de
duvidar, do ato de pensar, que se compreende do modo mais claro e mais distinto que se
eu sou, eu existo.
b) A primeira regra do método cartesiano se baseia na preservação firme e resoluta em
abandonar as opiniões e seguir pragmaticamente no exame analítico dos axiomas, para,
assim, nos próximos passos, realizar a síntese.
c) A alma cartesiana é o movimento, o fantasma da máquina, a própria vida do ser humano, a
res cogitans que habita o corpo – res extensa.
d) Para Descartes, existem três modelos ou tipos de ideias: As ideias inatas, as ideias
adventícias e as ideias factícias. Sendo as ideias inatas aquelas que nascem com o homem;
as ideias adventícias aquelas criadas pelo homem; e as ideias factícias aquelas provenientes
dos órgãos dos sentidos.
e) O fundamento último da Metafísica de Descartes é Deus. Deus concentra em sua res todas
as ideias, mesmo as adventícias e factícias, pois o Divino concentra, em si, a totalidade de
todas as afeições.