“Depois desta era Deus repousará como no sétimo dia, fazendo nele repousar aquele mesmo
sétimo dia que seremos nós. Seria demasiado longo neste ponto examinar atentamente cada
uma dessas eras; todavia, esta sétima será o nosso sábado, cujo fim não será o declínio, e sim
o dia do Senhor, como que um oitavo dia da vida eterna, o qual foi consagrado na ressurreição
de Cristo, prefigurando o repouso eterno do espírito e do corpo. Aí repousaremos e veremos,
veremos e amaremos, amaremos e louvaremos. Isso será no fim, e não haverá fim! Que outra
coisa é nosso fim, senão chegar ao reino que não tem fim?”
Fonte: Agostinho. A Cidade de Deus . In: Reali, G. & Antiseri, D. História da Filosofia – Patrística e Escolástica.
Volume 2. São Paulo: Paulus, 2023.
Agostinho representa, indubitavelmente, o apogeu da Patrística. Suas obras e ideias apontam
como os ideários apologistas do cristianismo conservaram as primeiras tradições
hermenêuticas dos textos considerados sagrados, os entendimentos dogmáticos e a influência
e adaptação da filosofia greco-platônica. Assinale a alternativa CORRETA sobre a Filosofia de
Agostinho:
a) Para Agostinho, o conhecimento não leva à Iluminação, uma vez que só a fé e o amor são
caminhos para se alcançar a Salvação.
b) Para Agostinho, a fé e a razão são de tal modo antagônicas que as duas cidades (A Cidade
Terrena e a Cidade Divina) representam, metaforicamente, a fé e a razão.
c) Para Agostinho, a fé é um pré-conhecimento em relação à razão. Por sua vez, a razão deve
transpor criticamente as verdades de fé. Trata-se de um “círculo hermenêutico” em que a
fé ganha clareza da razão e em que a razão impulsiona a fé.
d) Para Agostinho, o conjunto dos homens que amam a Deus forma a Cidade Terrestre. A
Cidade de Deus, por sua vez, seria formada pelo conjunto de almas ascendidas e glorificadas
no Paraíso depois do processo de Redenção e Salvação.
e) Para Agostinho, a Salvação é universal, portanto, só existe a Cidade Divina. A Cidade Terrena
é, em si, apenas uma alegoria do mal.