Leia o texto a seguir.
De qualquer modo, deve-se atribuir a tais sentimentos ou idéias
de obrigações de paternidade da parte de alguns patriarcas,
considerável influência na interpretação das condições de raça
e classe que desde os começos da colonização do Brasil vêm
se verificando no nosso País e resultando em constantes
transferências de indivíduos de côr, da classe a que pareciam
condenados pela condição da raça materna e, até certo ponto,
dêles - a condição de dominados - menos para a condição de
dominadores que para a de marginais ou intermediários entre
dominadores ou dominados. As transferências de indivíduos e
até de grupos inteiros, por esse e por outros meios, de um para
outro plano social, é que, acentuando-se, tornaram-se, desde
fins do século XVIII, mas, principalmente, durante o século XIX,
um dos estímulos mais fortes ao desenvolvimento de formas
chamas individuais e, ao mesmo tempo, étnica.
FREYRE, Gilberto. Sobrados e Mucambos: decadência do patriarcado rural
e desenvolvimento do urbano – vol 2. 7. ed. Rio de Janeiro: José Olympio,
1985, p. 356. [Adaptado].
O texto relativiza a outra interpretação da história brasileira
que
a) afirma a existência de violência na escravidão.
b) demonstra a incapacidade de organização da elite.
c) impõe limites fixos na estrutura social brasileira do
período.
d) rejeita o funcionamento de um sistema de poder
truculento.