João Pacheco de Oliveira compara os povos indígenas que estão na região Nordeste com aqueles que estão na região da Amazônia. Segundo ele, “dadas as características e a cronologia da expansão das fronteiras na Amazônia, os povos indígenas detém parte significativa de seus territórios e nichos ecológicos, enquanto no Nordeste tais áreas foram incorporadas por fluxos colonizadores anteriores, não diferindo muito as suas posses atuais do padrão camponês e estando entremeadas à população regional.” Dadas as diferenças entre estes dois pólos de ocupação indígena, o desafio da ação indigenista particularmente no caso da região Nordeste tem se caracterizado por:
a) classificar os povos indígenas como índios misturados ou mestiçados como faz o antropólogo Eduardo Galvão em importante trabalho de classificação das áreas culturais indígenas no país.
b) apostar na integração dos povos indígenas ao meio regional, destacando os efeitos da aculturação.
c) restabelecer os territórios indígenas, promovendo a retirada dos não-índios das áreas indígenas, desnaturalizando a “mistura” como única via de sobrevivência e cidadania.
d) identificar os índios puros que não se ”misturaram” e que não perderam os elementos tradicionais, atribuindo a eles o critério da autenticidade indígena.
e) restabelecer os territórios indígenas, mas mantendo nestes territórios os não-índios como forma de estabelecer a convivência pacífica e a aculturação.