Questões de Concursos: Prefeitura de São José de Piranhas PB

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31 Q916438 | Português, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Nível Fundamental Incompleto, Prefeitura de São José de Piranhas PB, CPCON, 2024

Texto associado.
Leia o Texto V e responda à questão:

Texto V

Cresce parcela da população que afirma sempre reciclar

Cresceu o porcentual de brasileiros que dizem sempre separar materiais para reciclagem, segundo a pesquisa Sustentabilidade & Opinião Pública, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A porcentagem chegou a 47%, contra 44% no ano passado. Os itens mais separados são plásticos em geral e garrafas PET (55%), alumínio (44%), e papel, papelão e jornal (44%). O levantamento diz respeito a todos os tipos de produtos, não apenas lixo, diz a CNI.

Fonte: CRESCE PARCELA DA POPULAÇÃO QUE AFIRMA SEMPRE RECICLAR. O Estado de São PauloEconomia & Negócios, B18, 03 out. 2024. Disponível em: https://www.pressreader.com/brazil/o-estado-de-s-paulo/20241003/page/42/textview Acesso em: 03 out. 2024.
Analise as afirmações abaixo sobre o fragmento “O levantamento diz respeito a todos os tipos de produtos, não apenas lixo, diz a CNI”.

I- Asigla CNI foi empregada para retomar “pesquisa Sustentabilidade & Opinião Pública”.
II- Asigla CNI está sendo usada para substituir “Confederação Nacional da Indústria”.
III- Asigla “CNI” significa “Centro Nacional de Inovações”.

É CORRETO o que se afirma em:

32 Q916439 | Português, Significação Contextual de Palavras e Expressões Sinônimos e Antônimos, Nível Fundamental Incompleto, Prefeitura de São José de Piranhas PB, CPCON, 2024

Texto associado.
Leia o Texto V e responda à questão:

Texto V

Cresce parcela da população que afirma sempre reciclar

Cresceu o porcentual de brasileiros que dizem sempre separar materiais para reciclagem, segundo a pesquisa Sustentabilidade & Opinião Pública, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A porcentagem chegou a 47%, contra 44% no ano passado. Os itens mais separados são plásticos em geral e garrafas PET (55%), alumínio (44%), e papel, papelão e jornal (44%). O levantamento diz respeito a todos os tipos de produtos, não apenas lixo, diz a CNI.

Fonte: CRESCE PARCELA DA POPULAÇÃO QUE AFIRMA SEMPRE RECICLAR. O Estado de São PauloEconomia & Negócios, B18, 03 out. 2024. Disponível em: https://www.pressreader.com/brazil/o-estado-de-s-paulo/20241003/page/42/textview Acesso em: 03 out. 2024.
No fragmento “Cresceu o porcentual de brasileiros que dizem sempre separar materiais para reciclagem”, o termo “porcentual” diz respeito a:

33 Q916452 | Português, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Nível Fundamental Completo, Prefeitura de São José de Piranhas PB, CPCON, 2024

Texto associado.
Leia o Texto I e responda à questão.

Texto I

Banhos de mar

Meu pai acreditava que todos os anos se devia fazer uma cura de banhos de mar. E nunca fui tão feliz quanto naquelas temporadas de banhos em Olinda, Recife.
Meu pai também acreditava que o banho de mar salutar era o tomado antes de o sol nascer. Como explicar o que eu sentia de presente inaudito em sair de casa de madrugada e pegar o bonde vazio que nos levaria para Olinda ainda na escuridão?
De noite eu ia dormir, mas o coração se mantinha acordado, em expectativa. E de puro alvoroço, eu acordava às quatro e pouco da madrugada e despertava o resto da família. Vestíamos depressa e saíamos em jejum. Porque meu pai acreditava que assim devia ser: em jejum.
Saíamos por uma rua toda escura, recebendo a brisa da pré-madrugada. E esperávamos o bonde.Até que lá de longe ouvíamos o seu barulho se aproximando. Eu me sentava bem na ponta do banco: e minha felicidade começava. Atravessar a cidade escura me dava algo que jamais tive de novo. No bonde mesmo o tempo começava a clarear e uma luz trêmula de sol escondido nos banhava e banhava o mundo.
Eu olhava tudo: as poucas pessoas na rua, a passagem pelo campo com os bichos-de-pé: “Olhe um porco de verdade!” gritei uma vez, e a frase de deslumbramento ficou sendo uma das brincadeiras de minha família, que de vez em quando me dizia rindo: “Olhe um porco de verdade.”
Passávamos por cavalos belos que esperavam de pé pelo amanhecer.
Eu não sei da infância alheia. Mas essa viagem diária me tornava uma criança completa de alegria. E me serviu como promessa de felicidade para o futuro. Minha capacidade de ser feliz se revelava. Eu me agarrava, dentro de uma infância muito infeliz, a essa ilha encantada que era a viagem diária.
No bonde mesmo começava a amanhecer. Meu coração batia forte ao nos aproximarmos de Olinda. Finalmente saltávamos e íamos andando para as cabinas pisando em terreno já de areia misturada com plantas. Mudávamos de roupa nas cabinas. E nunca um corpo desabrochou como o meu quando eu saía da cabina e sabia o que me esperava.
O mar de Olinda era muito perigoso. Davam-se alguns passos em um fundo raso e de repente caía-se num fundo de dois metros, calculo.
O cheiro do mar me invadia e me embriagava. As algas boiavam. Oh, bem sei que não estou transmitindo o que significavam como vida pura esses banhos em jejum, com o sol se levantando pálido ainda no horizonte. Bem sei que estou tão emocionada que não consigo escrever. O mar de Olinda era muito iodado e salgado. E eu fazia o que no futuro sempre iria fazer: com as mãos em concha, eu as mergulhava nas águas, e trazia um pouco do mar até minha boca: eu bebia diariamente o mar, de tal modo queria me unir a ele.
Não demorávamos muito. O sol já se levantara todo, e meu pai tinha que trabalhar cedo [...].

Fonte: LISPECTOR, Clarice. Banho de mar.In: Todas as crônicas.Rio de Janeiro, Rocco, 2018, p. 193-195. Disponível em: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/12670/banhos-de-mar . Acesso em: 11 ago. 2024, com adaptações.
Analise as assertivas a respeito do Texto I:

I- A narradora revela que as viagens eram uma fuga da sua infância infeliz.
II- A narradora podia brincar com outras crianças no bonde durante as viagens.
III- O bonde era muito confortável e luxuoso, o que proporcionava uma sensação de felicidade à narradora.
IV- A narradora sempre foi uma criança muito feliz.

É CORRETO o que se afirma em:

34 Q916457 | Texto associado, Interpretação de Textos, Nível Fundamental Completo, Prefeitura de São José de Piranhas PB, CPCON, 2024

Texto associado.
Leia o Texto II e responda à questão.

Texto II

REBECA LEVA PRATA E É MAIOR DO BRASIL EM JOGOS

Rebeca Andrade conquista prata, iguala recorde de velejadores e diz que 'está ficando gigante'

Ginasta brasileira fica na segunda colocação geral da disputa no salto, em Paris, e torna-se a atleta do país com maior número de medalhas, cinco, na história das Olimpíadas.

Nenhum brasileiro tem mais medalhas olímpicas do que Rebeca Andrade. São cinco. A mais recente delas foi obtida na tarde francesa de sábado (3), na Arena Bercy, onde ela ficou com a prata na prova do salto da ginástica artística dos Jogos de Paris, atrás somente da craque norte-americana Simone Biles.
Na França, a brasileira tem duelado com o maior nome da história da ginástica, que retornou em alto nível e triunfou na competição por equipes e na individual geral. Andrade foi respectivamente bronze e prata nesses torneios. No salto, ficou novamente atrás da lendária atleta dos Estados Unidos.
“A Simone é de outro mundo, né? A gente sempre busca evoluir da melhor maneira, e ver a ginástica incrível dela incentiva a todos, é uma inspiração”, afirmou a guarulhense, ciente de que também é espelho para muitos no Brasil. “Inspirar pessoas do meu país é muito bom, é algo que vou carregar para sempre.”

Fonte: PARIS, Marcos Guedes. Rebeca leva prata e é maior do Brasil em jogos. Folha de S. Paulo Primeira Página.A1. 4Aug 2024
Analise as assertivas abaixo a respeito da estrutura morfossintática do fragmento: “Na França, a brasileira tem duelado com o maior nome da história da ginástica” (2º§).

I- A expressão “a brasileira” exerce função sintática de complemento nominal.
II- “Na França” poderia ser deslocado para o meio da oração: “a brasileira tem duelado, na França, com o maior nome da história da ginástica”.
III- “Na França” exerce função sintática de sujeito da oração.

É CORRETO o que se afirma em

35 Q916434 | Português, Nível Fundamental Incompleto, Prefeitura de São José de Piranhas PB, CPCON, 2024

Texto associado.
Leia o Texto IV e responda à questão:

Texto IV


Cortar o Tempo

Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança,
fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano
se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação
e tudo começa outra vez,
com outro número e outra vontade de acreditar que
daqui pra diante vai ser diferente.

Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Disponível em: Cortar o Tempo. http://catalogo.educacaonaculturadigital.mec.gov.br/hypermedia_files/live/gestao/pagina-2.html. Acesso em: 07 out. 2024.
Assinale a alternativa que apresenta a relação adequada entre o termo sublinhado no fragmento e a classe de palavras correspondente.

36 Q916435 | Português, Significação Contextual de Palavras e Expressões Sinônimos e Antônimos, Nível Fundamental Incompleto, Prefeitura de São José de Piranhas PB, CPCON, 2024

Texto associado.
Leia o Texto IV e responda à questão:

Texto IV


Cortar o Tempo

Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança,
fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano
se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação
e tudo começa outra vez,
com outro número e outra vontade de acreditar que
daqui pra diante vai ser diferente.

Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Disponível em: Cortar o Tempo. http://catalogo.educacaonaculturadigital.mec.gov.br/hypermedia_files/live/gestao/pagina-2.html. Acesso em: 07 out. 2024.
No trecho “Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão”, o termo “exaustão” significa:

37 Q916450 | Português, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Nível Fundamental Completo, Prefeitura de São José de Piranhas PB, CPCON, 2024

Texto associado.
Leia o Texto I e responda à questão.

Texto I

Banhos de mar

Meu pai acreditava que todos os anos se devia fazer uma cura de banhos de mar. E nunca fui tão feliz quanto naquelas temporadas de banhos em Olinda, Recife.
Meu pai também acreditava que o banho de mar salutar era o tomado antes de o sol nascer. Como explicar o que eu sentia de presente inaudito em sair de casa de madrugada e pegar o bonde vazio que nos levaria para Olinda ainda na escuridão?
De noite eu ia dormir, mas o coração se mantinha acordado, em expectativa. E de puro alvoroço, eu acordava às quatro e pouco da madrugada e despertava o resto da família. Vestíamos depressa e saíamos em jejum. Porque meu pai acreditava que assim devia ser: em jejum.
Saíamos por uma rua toda escura, recebendo a brisa da pré-madrugada. E esperávamos o bonde.Até que lá de longe ouvíamos o seu barulho se aproximando. Eu me sentava bem na ponta do banco: e minha felicidade começava. Atravessar a cidade escura me dava algo que jamais tive de novo. No bonde mesmo o tempo começava a clarear e uma luz trêmula de sol escondido nos banhava e banhava o mundo.
Eu olhava tudo: as poucas pessoas na rua, a passagem pelo campo com os bichos-de-pé: “Olhe um porco de verdade!” gritei uma vez, e a frase de deslumbramento ficou sendo uma das brincadeiras de minha família, que de vez em quando me dizia rindo: “Olhe um porco de verdade.”
Passávamos por cavalos belos que esperavam de pé pelo amanhecer.
Eu não sei da infância alheia. Mas essa viagem diária me tornava uma criança completa de alegria. E me serviu como promessa de felicidade para o futuro. Minha capacidade de ser feliz se revelava. Eu me agarrava, dentro de uma infância muito infeliz, a essa ilha encantada que era a viagem diária.
No bonde mesmo começava a amanhecer. Meu coração batia forte ao nos aproximarmos de Olinda. Finalmente saltávamos e íamos andando para as cabinas pisando em terreno já de areia misturada com plantas. Mudávamos de roupa nas cabinas. E nunca um corpo desabrochou como o meu quando eu saía da cabina e sabia o que me esperava.
O mar de Olinda era muito perigoso. Davam-se alguns passos em um fundo raso e de repente caía-se num fundo de dois metros, calculo.
O cheiro do mar me invadia e me embriagava. As algas boiavam. Oh, bem sei que não estou transmitindo o que significavam como vida pura esses banhos em jejum, com o sol se levantando pálido ainda no horizonte. Bem sei que estou tão emocionada que não consigo escrever. O mar de Olinda era muito iodado e salgado. E eu fazia o que no futuro sempre iria fazer: com as mãos em concha, eu as mergulhava nas águas, e trazia um pouco do mar até minha boca: eu bebia diariamente o mar, de tal modo queria me unir a ele.
Não demorávamos muito. O sol já se levantara todo, e meu pai tinha que trabalhar cedo [...].

Fonte: LISPECTOR, Clarice. Banho de mar.In: Todas as crônicas.Rio de Janeiro, Rocco, 2018, p. 193-195. Disponível em: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/12670/banhos-de-mar . Acesso em: 11 ago. 2024, com adaptações.

Assinale a alternativa correta em relação ao Texto I.


O pai da narradora acreditava que o banho de mar:

38 Q916451 | Português, Nível Fundamental Completo, Prefeitura de São José de Piranhas PB, CPCON, 2024

Texto associado.
Leia o Texto I e responda à questão.

Texto I

Banhos de mar

Meu pai acreditava que todos os anos se devia fazer uma cura de banhos de mar. E nunca fui tão feliz quanto naquelas temporadas de banhos em Olinda, Recife.
Meu pai também acreditava que o banho de mar salutar era o tomado antes de o sol nascer. Como explicar o que eu sentia de presente inaudito em sair de casa de madrugada e pegar o bonde vazio que nos levaria para Olinda ainda na escuridão?
De noite eu ia dormir, mas o coração se mantinha acordado, em expectativa. E de puro alvoroço, eu acordava às quatro e pouco da madrugada e despertava o resto da família. Vestíamos depressa e saíamos em jejum. Porque meu pai acreditava que assim devia ser: em jejum.
Saíamos por uma rua toda escura, recebendo a brisa da pré-madrugada. E esperávamos o bonde.Até que lá de longe ouvíamos o seu barulho se aproximando. Eu me sentava bem na ponta do banco: e minha felicidade começava. Atravessar a cidade escura me dava algo que jamais tive de novo. No bonde mesmo o tempo começava a clarear e uma luz trêmula de sol escondido nos banhava e banhava o mundo.
Eu olhava tudo: as poucas pessoas na rua, a passagem pelo campo com os bichos-de-pé: “Olhe um porco de verdade!” gritei uma vez, e a frase de deslumbramento ficou sendo uma das brincadeiras de minha família, que de vez em quando me dizia rindo: “Olhe um porco de verdade.”
Passávamos por cavalos belos que esperavam de pé pelo amanhecer.
Eu não sei da infância alheia. Mas essa viagem diária me tornava uma criança completa de alegria. E me serviu como promessa de felicidade para o futuro. Minha capacidade de ser feliz se revelava. Eu me agarrava, dentro de uma infância muito infeliz, a essa ilha encantada que era a viagem diária.
No bonde mesmo começava a amanhecer. Meu coração batia forte ao nos aproximarmos de Olinda. Finalmente saltávamos e íamos andando para as cabinas pisando em terreno já de areia misturada com plantas. Mudávamos de roupa nas cabinas. E nunca um corpo desabrochou como o meu quando eu saía da cabina e sabia o que me esperava.
O mar de Olinda era muito perigoso. Davam-se alguns passos em um fundo raso e de repente caía-se num fundo de dois metros, calculo.
O cheiro do mar me invadia e me embriagava. As algas boiavam. Oh, bem sei que não estou transmitindo o que significavam como vida pura esses banhos em jejum, com o sol se levantando pálido ainda no horizonte. Bem sei que estou tão emocionada que não consigo escrever. O mar de Olinda era muito iodado e salgado. E eu fazia o que no futuro sempre iria fazer: com as mãos em concha, eu as mergulhava nas águas, e trazia um pouco do mar até minha boca: eu bebia diariamente o mar, de tal modo queria me unir a ele.
Não demorávamos muito. O sol já se levantara todo, e meu pai tinha que trabalhar cedo [...].

Fonte: LISPECTOR, Clarice. Banho de mar.In: Todas as crônicas.Rio de Janeiro, Rocco, 2018, p. 193-195. Disponível em: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/12670/banhos-de-mar . Acesso em: 11 ago. 2024, com adaptações.
Assinale a alternativa que contém um fragmento que explicita a alegria da narradora em sua viagem até Olinda.

39 Q916453 | Português, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Nível Fundamental Completo, Prefeitura de São José de Piranhas PB, CPCON, 2024

Texto associado.
Leia o Texto I e responda à questão.

Texto I

Banhos de mar

Meu pai acreditava que todos os anos se devia fazer uma cura de banhos de mar. E nunca fui tão feliz quanto naquelas temporadas de banhos em Olinda, Recife.
Meu pai também acreditava que o banho de mar salutar era o tomado antes de o sol nascer. Como explicar o que eu sentia de presente inaudito em sair de casa de madrugada e pegar o bonde vazio que nos levaria para Olinda ainda na escuridão?
De noite eu ia dormir, mas o coração se mantinha acordado, em expectativa. E de puro alvoroço, eu acordava às quatro e pouco da madrugada e despertava o resto da família. Vestíamos depressa e saíamos em jejum. Porque meu pai acreditava que assim devia ser: em jejum.
Saíamos por uma rua toda escura, recebendo a brisa da pré-madrugada. E esperávamos o bonde.Até que lá de longe ouvíamos o seu barulho se aproximando. Eu me sentava bem na ponta do banco: e minha felicidade começava. Atravessar a cidade escura me dava algo que jamais tive de novo. No bonde mesmo o tempo começava a clarear e uma luz trêmula de sol escondido nos banhava e banhava o mundo.
Eu olhava tudo: as poucas pessoas na rua, a passagem pelo campo com os bichos-de-pé: “Olhe um porco de verdade!” gritei uma vez, e a frase de deslumbramento ficou sendo uma das brincadeiras de minha família, que de vez em quando me dizia rindo: “Olhe um porco de verdade.”
Passávamos por cavalos belos que esperavam de pé pelo amanhecer.
Eu não sei da infância alheia. Mas essa viagem diária me tornava uma criança completa de alegria. E me serviu como promessa de felicidade para o futuro. Minha capacidade de ser feliz se revelava. Eu me agarrava, dentro de uma infância muito infeliz, a essa ilha encantada que era a viagem diária.
No bonde mesmo começava a amanhecer. Meu coração batia forte ao nos aproximarmos de Olinda. Finalmente saltávamos e íamos andando para as cabinas pisando em terreno já de areia misturada com plantas. Mudávamos de roupa nas cabinas. E nunca um corpo desabrochou como o meu quando eu saía da cabina e sabia o que me esperava.
O mar de Olinda era muito perigoso. Davam-se alguns passos em um fundo raso e de repente caía-se num fundo de dois metros, calculo.
O cheiro do mar me invadia e me embriagava. As algas boiavam. Oh, bem sei que não estou transmitindo o que significavam como vida pura esses banhos em jejum, com o sol se levantando pálido ainda no horizonte. Bem sei que estou tão emocionada que não consigo escrever. O mar de Olinda era muito iodado e salgado. E eu fazia o que no futuro sempre iria fazer: com as mãos em concha, eu as mergulhava nas águas, e trazia um pouco do mar até minha boca: eu bebia diariamente o mar, de tal modo queria me unir a ele.
Não demorávamos muito. O sol já se levantara todo, e meu pai tinha que trabalhar cedo [...].

Fonte: LISPECTOR, Clarice. Banho de mar.In: Todas as crônicas.Rio de Janeiro, Rocco, 2018, p. 193-195. Disponível em: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/12670/banhos-de-mar . Acesso em: 11 ago. 2024, com adaptações.
Assinale a alternativa que contém elementos que traduzem o sentimento da narradora ao encontrar-se com o mar.

40 Q916431 | Português, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Nível Fundamental Incompleto, Prefeitura de São José de Piranhas PB, CPCON, 2024

Texto associado.
Leia o Texto I e responda à questão:

Texto I

A Europa esquenta, esquenta, esquenta...

Em duas semanas não consecutivas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou os efeitos lesivos aos europeus decorrentes do calor excessivo. Agora, na terça-feira 20, a instituição fechou alguns dados e os divulgou. O que diz respeito ao número de óbitos é estarrecedor: o calor, incessante e extremo, vem sendo responsável, em média, por pelo menos cento e setenta mil mortes anuais — em 2024 já vitimou quase cem mil pessoas. Esse continente é o que apresenta o ritmo mais rápido de aquecimento, respondendo por aproximadamente 35% das mortes em todo o mundo em consequência da mudança climática. Nos últimos vinte anos, registrou-se na Europa um aumento de temperatura na casa dos 20%. “Essa região está aquecendo mais rápido que qualquer outra do planeta”, escreveu em nota oficial o diretor regional da OMS, Hans Kluge. “As temperaturas aumentam cerca de duas vezes mais rapidamente”.
O denominado “estresse térmico” causa doenças respiratórias e cardiovasculares, diabetes e problemas relacionados à saúde mental.

Fonte: ISTO É. 22 ago. 2024. Disponível em: Semana. https://www.pressreader.com/brazil/isto-e/20240822/page/19/textview Acesso em: 03 out. 2024.
No título “A Europa esquenta, esquenta, esquenta...”, observa-se a repetição do termo “esquenta”. Assinale a alternativa que justifica esta repetição.
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