Texto 1
Lutou contra a existência num humilde barracão
Joana de tal, por causa de um tal joão.
Depois de medicada, retirou-se pro seu lar
Aí a notícia carece de exatidão.
O lar não existe,
Ninguém volta ao que acabou.
Joana é mais uma mulata triste que errou,
Errou na dose, errou no amor,
Joana errou de João.
Ninguém notou,
Ninguém morou
Na dor que era o seu mal,
A dor da gente não sai no jornal.
HOLANDA. Chico Buarque de. Notícia de Jornal . Disponível em: <https://www.vagalume.com.br/chico-buarque/noticia-dejornal.html>. Acesso em: 14 nov. 2018.
Texto 2
“Sabe que Odilon – e se não mudou inteiramente –
examinar-lhe-á o rosto com atenção a observar
todos os detalhes.”
“Depois, o prédio magro de três andares na ruazinha
de ladeira, no Rio Vermelho, onde permaneceria os
últimos quinze anos ao lado do mar e de Geraldo.”
FILHO, Adonias. O Largo Branco. Largo da Palma . Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 2005. p. 32-35. O texto de Chico Buarque, Notícia de Jornal , mantém uma
relação de intertextualidade com o conto “O Largo de Branco”,
da obra de Adonias Filho, O Largo da Palma.
Baseando-se na narrativa do conto e na canção, é correto
afirmar:
a) A história de Joana, personagem da música de Chico,
ilustra bem a relação entre Eliane e Geraldo,
comprovando-se, dessa forma, a intertextualidade
temática.
b) No poema de Chico, encontra-se um retrato da relação
entre Eliane e Odilon, homem ardiloso que a explora
financeiramente, configurando-se, assim, a intertextualidade
em nível semântico.
c) A música de Chico apresenta uma verossimilhança de
estilo com o conto “O Largo de Branco”, estabelecendo
uma intertextualidade contextual-histórica.
d) No que concerne à forma, há uma identidade entre os
textos, isso configura também uma relação de
intertextualidade.
e) A intertextualidade pode ser comprovada na medida em
que os textos são engajados e apresentam crítica social
e a mesma tipologia narrativa.