Questões de Concursos: Interpretação Textual 14 Acentuação Gráfica Oxítonas

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1 Q708512 | Português, Interpretação Textual 14 Acentuação Gráfica Oxítonas, Analista de Tecnologia da Informação, Prefeitura de Caranaíba MG, FCM

Texto associado.

 Um país do balacobaco 

Mentor Neto

       1. Nossa cultura popular é uma enciclopédia aberta, envolvente e rica em termos e frases de profundidade inquestionável. Conhecimento comum, da gente simples, do dia a dia, que resultou em gotículas de sabedoria muitas vezes desprezadas. Ao longo dos anos venho colecionando inúmeras. Utilizo esta enciclopédia aberta como repositório que, acredito, poderia ser de amplo emprego por alguns brasileiros.

     2. É verdade que algumas dessas expressões caíram em desuso, mas nem por isso perderam o brilhantismo. Por exemplo, no escândalo mais recente, o caso Intercept Brasil, o conselho “em boca fechada não entra mosca” teria sido de profunda utilidade. 

     3. Há como descrever melhor o trabalho da Lava Jato do que com um “cada enxadada uma minhoca”? Aos acusados ou suspeitos de corrupção, aos que se enriqueceram por meios ilícitos, um “bobeou, dançou” cai feito uma luva.

      4. “Entornar o caldo” me parece adequado quando nos referimos à cultura de delações premiadas na qual estamos imersos. Por falar nisso, os delatores encontram um sábio conselho no “ajoelhou, tem que rezar” ou, quem sabe, no consagrado “colocar a boca no trombone”! Já aos que preferem manter o silêncio, “boca de siri” é o ideal.

     5. Alguns personagens desse “bafafá” que tomou conta de nossa política são protagonistas tão importantes que merecem frases conhecidas de aplicação exclusiva, já que “entraram numa fria”. Afinal, como descrever mais precisamente o que ocorreu com aquele que “foi pego com a boca na botija”?

      6. Para os destacados empresários do ramo frigorífico, um belo “mamar na vaca você não quer, né?” é incontestável. Tenho certeza de que o estimado leitor há de concordar.

      7. E os deputados e senadores? E os que infringiram acordos? Ou aquilo está “um quiprocó”, “um perereco” do caramba mesmo. Alguns ministros “aparecem mais que umbigo de vedete”, mas a real é que deveriam “sair de fininho”.

    8. A verdade é que o País está “do jeito que o diabo gosta” e cabe a nós acabar logo com esse “lero-lero” e “partir pras cabeças”. Afinal, amigo, nossa situação “está mais feia que bater na mãe”.

IstoÉ, n. 2581, 19 jun. 2019. Adaptado

Leia a passagem transcrita do texto.

6. Para os destacados empresários do ramo frigorífico, um belo “mamar na vaca você não quer, né?” é incontestável. Tenho certeza de que o estimado leitor há de concordar.

7. E os deputados e senadores? E os que infringiram acordos? Para aquele vai um “não é flor que se cheire”. Ou aquilo está “um quiprocó”, “um perereco” do caramba mesmo. Alguns ministros “aparecem mais que umbigo de vedete”, mas a real é que deveriam “sair de fininho”.

8. A verdade é que o País está “do jeito que o diabo gosta” e cabe a nós acabar logo com esse “lero-lero” e “partir pras cabeças”. Afinal, amigo, nossa situação “está mais feia que bater na mãe”.

Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma sobre os aspectos gramaticais exemplificados.


( ) Na estrutura frasal "... cabe a nós..." (§8), o sinal indicativo de crase está ausente. Todavia, esse sinal gráfico deve ser empregado diante de pronomes pessoais.

( ) Em "E os que infringiram acordos?" (§7), a substituição do termo em destaque por "infligiram" não alterará o sentido que se quis dar ao período.

( ) No que tange à hifenização, a palavra composta "lero-lero" (§8) está grafada corretamente, segundo o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

( ) As palavras "incontestável" e "frigorífico" (§6) estão acentuadas obedecendo à mesma regra que determina a acentuação das palavras "empresários" (§6) e "quiprocó" (§7), respectivamente.

De acordo com as afirmações, a sequência correta é

2 Q683637 | Português, Interpretação Textual 14 Acentuação Gráfica Oxítonas, Técnico de Tecnologia da Informação, UFC, CCV UFC

Texto associado.

   Na segurança pública, a sociedade resolveu despejar toda a tolerância que falta nas demais áreas. O cidadão que parte para as vias de fato por causa de uma fechada no trânsito, a cidadã que embolacha a vizinha por causa do som alto, essa gente de pavio curto aceita mansamente situações intoleráveis.

   Toleramos, por exemplo, que uma guerra urbana oculta seja travada em várias cidades do país. Bandidos armados até os dentes, policiais idem, deixam gente comum, crianças, idosos, no meio do tiroteio. Não são situações pontuais: acontece todo dia, país afora, há décadas. E tornou-se parte da paisagem, uma efeméride: futebol aos domingos, tiroteio às terças, e assim por diante. Afora uns muxoxos, não há reclamações. Ninguém faz passeata por isso. Enquanto as balas voam, crianças deitam no chão das salas de aula, motoristas botam a cara no asfalto e a vida segue.

   Toleramos também que, de dentro dos presídios, criminosos continuem mandando no crime, sem maiores dificuldades. Que haja celulares, cocaína, maconha, armas, TVs de tela plana, jogatina, bebida. A cana dura, com raras exceções, é bem mole no Brasil.

   Toleramos ainda que as penas sejam ridiculamente baixas. Homicídio simples dá de seis a 20 anos. Com sorte, em um ano, um ano e meio, está na rua. Estupro? Seis a dez anos. Espancou uma pessoa até deixá-la permanentemente deformada? Dois a oito anos de pena. Abandonou o filho recém-nascido no berço para cair na gandaia e a criança morreu de fome? Quatro a 12 anos de reclusão. Mesmo com os fatores que reduzem ou agravam a pena, parte-se de muito, muito pouco. Nos crimes sem violência, então — dano e estelionato, por exemplo — temos o mundo maravilhoso da bandidagem.

   Toleramos a leniência bovina do Estado com a sua própria incapacidade de vigiar e punir. Com a risível taxa de solução de crimes. Com a tranquilidade com que assiste crianças entrarem para o crime nas favelas. Com o silêncio pusilânime ou a tristeza afetada diante da morte de inocentes.

   Somos uma sociedade violenta e intolerante. Mas é uma agressividade dirigida contra os fracos e uma intolerância baseada em picuinhas, bate-bocas, miudezas que não alteram em nada a vida. Temos sido, até agora, incapazes de enfrentar nossos reais problemas. Não nos olhamos no espelho. O que somos, enfim, é uma sociedade covarde.

A ideia de que “...as penas sejam ridiculamente baixas” (linha 14) é desenvolvida no 4o parágrafo por meio de:
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