Questões de Concursos Numerais

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1Q1058566 | Português, Numerais, Edital n 108, UNESP, VUNESP, 2025

Texto associado.
Leia o texto a seguir para responder à questão:


O século 21, tudo indica, não será mais predominantemente norte-americano e menos ainda europeu. Com velocidade surpreendente, envelheceu a ideia de uma modernidade baseada na expansão contínua da mercantilização de todas as coisas e de todas as relações humanas. Já podemos dizer com certeza que a modernidade dita neoliberal, que se disseminou com o colapso do socialismo de Estado, pecou por déficit crescentemente intolerável de imaginação política. A interdependência entre os sistemas econômicos deu muitíssimos passos à frente, com a circulação instantânea do dinheiro, a mundialização das cadeias de valor, a mobilidade intensa de mercadorias e pessoas. E uma vasta classe média global, apesar das desigualdades, apareceu no cenário.

Tornamo-nos, existencialmente, interdependentes, até mesmo num sentido particularmente negativo, com a crise – inédita e crescente – das relações com a natureza, a disseminação de armas nucleares e a possibilidade de aplicação de inteligência artificial aos conflitos armados. De nenhum desses possíveis desastres, como é óbvio, estará a salvo qualquer povo eleito ou nação excepcional. Sem política, e deixado a si mesmo, esse movimento das coisas pareceu, e parece, dotado de uma inquietante autonomia, acontecendo fantasmagoricamente acima da consciência e da ação coletiva.

Sempre se soube que a unidade tendencial do gênero humano, este belo sonho multissecular, não se daria como um processo automático e sem turbulência, ainda que a complexidade das situações recorrentemente nos espante. O descompasso entre o mundo amplo da economia e o âmbito estritamente nacional da política terminou por produzir seus frutos daninhos na forma de uma imensa crise da globalização.


(Luiz Sérgio Henriques, “O Brasil no espelho do mundo”. Disponível em: https://www.estadao.com.br/opinião)
A alternativa redigida de acordo com a norma-padrão de concordância nominal e verbal é:
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2Q953106 | Português, Numerais, Assistente Administrativo II, UNESP, Avança SP, 2025

Texto associado.
Primeira paixão
 
 
O amor, nas crianças, é um estado de alma absorvente, pastoso e imenso que, embora não seja uma coisa muito definida, leva o menino apaixonado a uma série de sonhos, de medos, de renúncias, de tramas secretas e, principalmente, de ânsia heroica – quando a gente tem vontade que a amada comece a morrer afogada para a gente salvar.
 
Eu me lembro de que o meu primeiro e grande amor aconteceu aos seis anos de idade. Apaixonei-me perdidamente por uma moça de 30, por quem me cortaria, me queimaria, me desonraria e morreria, se preciso fosse. Só eu e eu sabíamos daquele caso de bem-querer, embora todo mundo houvesse descoberto nos meus olhos e na minha carinha de crime secreto. Ela era linda – achava eu que a amava – e tudo era perfeito. E só muitos anos mais tarde fui ver que aquilo que os outros diziam era verdade: ela era horrível.
 
Hoje ela vive ainda, vejo-a de vez em quando, velhinha gasta em tudo, muito mais feia do que quando era horrível; mas sinto pela sua fealdade uma especial ternura, uma imensa gratidão. Foi ela – e isto é importante – a chave que abriu meu coração para o amor e, pelos caminhos do amor, andei o mais que pude, sem queixas e sem arrependimentos.
 
Hoje, minha filha entrou na sala onde escrevo e veio andando de olhos baixos. Quis pedir que me deixasse em paz, mas seu jeito era tão solene e, ao mesmo tempo, tão humilde, tão vitorioso e tão vencido, que senti solidariedade. Abracei-a antes que começasse a falar. Abraçamo-nos. E ela começou a dizer: “Meu pai, estou noiva”. Perguntei de quem e ela disse o nome de um dos meninos da vizinhança.
 
Olhei para sua carinha de oito anos, deu vontade de rir, mas seria estragar a festa, quebrar a alegria de um dia de noivado. E falei, com o jeito mais sério que pude: “Meus parabéns, minha filha, espero que vocês sejam muito felizes... E, em 1965, quero entrar com você, de braços dados, na Candelária ou no Outeiro da Glória”. Olhei bem para ela e, em seus olhos da cor de abacate maduro, havia acordes da “Marcha nupcial”, do alemão Felix Mendelssohn.
 
 
 
MARIA, A. Primeira paixão. In: TAUIL, G. (Org.) Vento vadio: as crônicas de Antônio Maria, 2021, p. 277- 278. (Adaptado).

O excerto “Só eu e eu sabíamos daquele caso de bem-querer” permite inferir que:

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3Q952355 | Português, Numerais, Auxiliar Administrativo, FCS MG, MS CONCURSOS, 2025

Quanto à formação de palavras, assinale (C) correto ou (I) incorreto e marque a alternativa devida.
( ) Composição é o processo pelo qual de uma palavra se formam outras, por meio da agregação de certos elementos que lhe alteram o sentido, referido sempre, contudo, à significação da palavra primitiva. Tais elementos se chamam prefixos ou sufixos, segundo se coloquem antes ou depois da palavra derivante.
( ) Derivação é o processo pelo qual se cria uma palavra pela reunião de dois ou mais elementos vocabulares de significação própria, de tal sorte que o conjunto deles passe a formar um todo com significação nova.
( ) A derivação parassintética consiste na criação de palavras com o auxílio simultâneo de prefixo e sufixo.
( ) A derivação consiste em se formarem novas palavras acrescentando-se a um radical, ora um prefixo (derivação prefixal), ora um sufixo (derivação sufixal), ora um prefixo e um sufixo ao mesmo tempo (derivação parassintética).
( ) Na derivação regressiva o termo derivado resulta da redução do derivante, por isso, que a este se lhe subtrai um segmento terminal. É o caso, por exemplo, de palavras como frango (de frangão), gajo (de gajão), rosmano de (rosmaninho), sarampo (de sarampão); e, na gíria plebeia, o de formações como estas: comuna (= comunista), delega (= delegado), estranja (= estrangeiro), granfa (= grã-fino), flagra (= flagrante), etc.
( ) Hibridismos são palavras compostas, ou derivadas, constituídas por elementos de procedências diferentes. Exemplos: grego e latim (automóvel); francês e grego (burocracia).
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4Q1061429 | Português, Numerais, Conhecimentos Gerais para Todos os Cargos, SEFAZ RJ, CESPE CEBRASPE, 2025

Texto associado.

Texto CG1A4


Mais de 45% dos adolescentes brasileiros de 15 anos de idade têm conhecimento em educação financeira abaixo do considerado adequado, segundo os resultados de 2024 do PISA, uma das principais avaliações internacionais de qualidade da educação básica.


Segundo dados da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), entre os 20 países que participaram da avaliação, o Brasil ficou em 18.º lugar, com desempenho semelhante ao do Peru, da Costa Rica e da Arábia Saudita.


17,9% dos estudantes de 15 anos de idade dos países-membros da OCDE apresentam desempenho abaixo do esperado. Nesse patamar, os jovens conseguem, na melhor das hipóteses, reconhecer a diferença entre necessidade e desejo de adquirir ou consumir algo e tomar decisões simples sobre gastos diários.


O nível de conhecimento considerado adequado pelo PISA é aquele em que os estudantes conseguem fazer planos financeiros em contextos simples, como compreender as taxas de juros de um empréstimo ou interpretar corretamente documentos, como faturas de cartão ou um recibo de pagamento. “Promover educação financeira é garantir que os estudantes tenham conhecimento dos conceitos e riscos financeiros, bem como garantir que eles tenham competência para aplicar essa compreensão na tomada de decisões”, define o relatório da avaliação.


O PISA tradicionalmente avalia os conhecimentos dos alunos de 15 anos de idade em matemática, ciências e leitura. Há dez anos, o Brasil tem registrado baixo desempenho em todas as áreas analisadas.


Ainda que o Brasil tenha apresentado um dos desempenhos mais baixos, o relatório da OCDE destaca que o país avançou ao longo dos anos. Em 2015, quando uma avaliação semelhante foi aplicada, 53% dos estudantes brasileiros não tinham conhecimentos básicos sobre educação financeira.


O documento destaca, ainda, que a melhora no desempenho é reflexo da inclusão da educação financeira no currículo escolar brasileiro: “No Brasil, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) inclui a educação financeira como tema transversal a ser integrado nas disciplinas obrigatórias”.


Consta também no relatório da OCDE que os países avaliados enfrentam um desafio em comum, que é dar apoio e condições para que os estudantes mais vulneráveis tenham condições de tomar decisões responsáveis economicamente. “Os resultados mostram que os estudantes socioeconomicamente desfavorecidos apresentam os níveis de menor desempenho, o que indica ser imperioso adotar políticas para evitar o aumento das desigualdades”, diz o documento.


Internet: <www1.folha.uol.com.br> (com adaptações).


Em cada uma das opções seguintes, é apresentada uma proposta de reescrita para o trecho “53% dos estudantes brasileiros não tinham conhecimentos básicos sobre educação financeira.” (segundo período do sexto parágrafo do texto CG1A4). Assinale a opção cuja proposta preserva tanto a correção gramatical quanto a coerência das ideias do texto.
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5Q954968 | Português, Numerais, Agente Administrativo, Prefeitura de Nazarezinho PB, CPCON, 2025

Texto associado.
Leia o Texto 3 para responder à questão.

TEXTO 3

O papa vai ao banheiro?

Por Tiago Germano

No terceiro mês do catecismo, o padre nos deu a chance esperada: depois de doze semanas de aulas e de leituras bíblicas, tão pouco frequentadas quanto pouco entendidas, podíamos perguntar o que quiséssemos.
Fui o primeiro a erguer o braço. O padre, encanecido, pediu que eu me levantasse. Com a coragem que hoje, nos eventos de que participo, procuro, mas não acho, arranquei do fundo da alma a dúvida atordoante: “Padre, o Papa vai ao banheiro?”
A morte de João Paulo II, em meio à comoção mundial gerada pelo seu funeral, em 2005, me trouxe de volta essa lembrança distante. Junto com ela, o medo que eu sentia na infância daquele homem, do quadro que minha avó conservava pendurado ao lado da imagem de Jesus.
Eu não sabia a diferença entre Jesus e Deus. Minha avó tentou me explicar que Jesus não era Deus, mas que também podia ser. Que foi humano por 33 anos, mas que depois que morreu virou uma pomba. Nesse dia, descobri que o Papa tinha um papamóvel (o que fazia dele quase um herói de história em quadrinho) e que, se o Papa comia, ele também tinha que ir obrigatoriamente ao banheiro. A minha avó só não conseguiu me esclarecer por que João Paulo II lia os discursos tão devagar, como se não tivesse passado da alfabetização, ele que, segundo ela, era um dos homens mais inteligentes do mundo, sabia todas as línguas faladas por todos os povos. Na verdade, continuei com um medo brutal do Papa. Todos choravam quando se aproximavam dele.
Nunca imaginei, por exemplo, o Papa jovem, até que vi uma foto dele um pouco mais novo do que eu era naquela época. Careca, como sempre. Branco, como sempre. Mas humano, sem a aura de santidade que tanto me assombrava. Décadas depois, quando o vi ali, morto, estendido aos olhos da multidão, compreendi que a humanidade do Papa estava muito além das minhas cogitações infantis.
Ainda hoje me pego imaginando o Papa no banheiro, as vestes santas despidas do corpo enorme, e rio o riso proibido do catecismo. A última imagem que guardarei do Papa João Paulo II, o único e verdadeiro Papa da minha geração, é a de sua dor, que o igualou a cada ser humano neste planeta. Uma dor como a de Jesus, que era humano mas que também era Deus. E que talvez também fosse ao banheiro, mas só de vez em quando.

Fonte: GERMANO, Tiago. Demônios Domésticos. [S. L.]: Le Chien, 2017.
No trecho “Fui o primeiro a erguer o braço”, a palavra “primeiro” é classificada como:
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6Q1058218 | Português, Numerais, Médio, Comando do 5 Distrito Naval, Marinha, 2025

Texto associado.
Texto 1

Redes sociais são amigas ou inimigas da saúde mental de jovens?

Com o uso generalizado e quase constante de redes sociais, têm surgido debates sobre seus impactos na salde mental, especialmente dos mais jovens. A popularização dessas preocupações levou pesquisadores de diversas áreas a se dedicarem a compreender as nuances dessa relação. Afinal, o que revelam as evidências sobre o tema?

A pesquisa de Sumer Vaid e outros autores introduziu o conceito de “sensibilidade as mídias sociais" para explorar como a relação entre o uso de mídias sociais e o bem-estar varia entre diferentes indivíduos e contextos. O estudo revelou que na média há uma pequena associação negativa entre o uso das redes e o bem-estar subsequente. Contudo essa associação variava muito a depender de outras características dos participantes.

Por exemplo, indivíduos com disposições psicológicas vulneráveis, como depressão, solidão ou insatisfação com a vida, tendiam a experimentar uma sensibilidade negativa mais acentuada em comparação com aqueles não vulneráveis, Além disso, certos contextos físicos e sociais de uso das redes intensificaram essa sensibilidade negativa, sugerindo que a sua influência na saúde mental é multifacetada e dependente do contexto.

Já Amy Orben e outros pesquisadores decidiram investigar como o uso de redes sociais influencia a satisfação com a vida apenas em certas fases de desenvolvimento, como a puberdade e a transição para a independência, aos 19 anos. Isso destaca como as transformações neurocognitivas e sociais da adolescência podem intensificar o impacto das redes.

Dado o papel crucial das interações nessa idade, as redes sociais, que medem aprovação social por meio de "curtidas"”, podem exacerbar preocupações com autoestima e aceitação. Apesar dessas descobertas, os autores recomendam mais estudos sobre o uso de mídias em diferentes estágios de desenvolvimento, para entender melhor essa interação e formular politicas de proteção à saúde mental dos adolescentes nesta era digital.

Nesse sentido, a psicóloga e pesquisadora Candice Odgers defende cautela para as interpretações das pesquisas que estabelecem uma ligação direta entre o uso de redes sociais e o surgimento de problemas de saúde mental. Odgers adverte que, apesar das preocupações legitimas acerca de seus impactos adversos, as evidências cientificas atuais não confirmam uma relação causal direta. Ela enfatiza a importância de distinguir entre correlação e causalidade e de considerar a influência de uma série de fatores genéticos e ambientais no bem-estar.

Então, enquanto algumas pesquisas sugerem uma associação negativa entre o uso de mídias sociais e a saúde mental, é crucial reconhecer a diversidade de experiências entre os usuários. Fatores como disposições psicológicas, contextos de uso e a natureza interativa das plataformas sociais desempenham papéis significativos nessa equação, de acordo com ponderações desses mesmos estudos.

O fato é que as redes vieram para ficar. Até o momento, os resultados das pesquisas enfatizam a importância de adotar uma perspectiva mais abrangente e individualizada ao examinar seus impactos.

Educadores, pais, legisladores e o setor de tecnologia precisam, antes de tudo, reconhecer a complexidade envolvida para então formular estratégias que minimizem os riscos associados ao uso dessas plataformas. No entanto, não podemos negligenciar os benefícios que elas oferecem, como a interação social com pessoas distantes e o acesso à informação, que podem ser benéficos para muitos.

Se não considerarmos esses fatores, corremos o risco de, ao buscar um culpado para os problemas de saúde mental de nossa época, ficarmos sem soluções efetivas e descartarmos o que há de bom.


BIZARRIA, Deborah. Folha de São Paulo, 5.4.24,
Observe a flexão em número — plural e singular, respectivamente — dos verbos destacados no trecho a seguir:

"Já Amy Orben e outros pesquisadores decidiram investigar como o uso de redes sociais influencia a satisfação com a vida apenas em certas fases de desenvolvimento [...]” (4º §)

Qual opção apresenta uma afirmativa adequada do ponto de vista da norma culta sobre a concordância verbal do trecho acima?
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7Q1044923 | Português, Numerais, Especialidade Gestão, PGM RJ, FGV, 2025

Quando falamos ou escrevemos, sujeitamo-nos a equívocos entre palavras que apresentam certa afinidade de forma ou de sentido. Assinale a opção em que esse problema aparece, em uma frase propositalmente adulterada.
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8Q953540 | Português, Numerais, Monitor de Informática, Prefeitura de Marapoama SP, EVO Concursos, 2025

Assinale a opção de contenha um número cardinal, ordinal e fracionário, nessa ordem:
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9Q1058509 | Português, Numerais, Cadete do Exército, EsPCEx, Exército, 2025

Texto associado.
MACHADO E ABEL

Manuel Bandeira

O Almanaque Garnier de 1906 trazia o conto de Machado de Assis “O Incêndio”, postumamente recolhido no 2º volume de Páginas recolhidas da edição Jackson. O conto principia assim:

Não inventei o que vou contar, nem o inventou o meu amigo Abel. Ele ouviu o fato com
todas as circunstâncias, e um dia, em conversa, fez resumidamente a narração que me ficou
na memória e aqui vai tal qual. Não lhe acharás o pico, a alma própria que este Abel põe a
tudo o que exprime, seja uma ideia dele, seja, como no caso, uma história de outro.

Este Abel era o engenheiro civil Abel Ferreira de Matos, de que falei em minha crônica passada, na verdade o homem mais espirituoso que já vi na minha vida. Na conversa, fosse com quem fosse – homem, senhora ou menino –, na correspondência – era um correspondente pontual – punha sempre aquele pico e alma própria a que aludiu Machado de Assis e que a tudo comunicava logo extraordinário interesse.

O caso do conto “O Incêndio” ouviu-o Abel de mim, que por minha vez o ouvi da boca do próprio protagonista, oficial da marinha inglesa, que acabava de curar a sua “perna mal ferida” no Hospital dos Estrangeiros, onde eu então me achava também internado morre não morre. A história pode contar-se em poucas linhas: um navio de guerra inglês andava em cruzeiro pelo sul do Atlântico; no porto de Montevidéu desceu o oficial a terra e passeando na cidade viu um ajuntamento de gente diante de um sobrado envolvido em fogo e fumarada; no segundo andar, a uma janela, parecia ver-se a figura de uma mulher como que hesitante entre a morte pelo fogo e a morte pela queda; o oficial é que não hesitou: abriu caminho entre a multidão, meteu-se casa adentro para salvar a moça; quando chegou ao segundo andar, verificou que a moça da janela não era uma moça, era um manequim; tratou de descer, mas precisamente ao galgar a porta de entrada do sobrado foi atingido por uma trave, que lhe pegou uma das pernas.

Casos como esse, em que parece haver uma injustiça ou pelo menos indiferença da parte da Divina Providência, punham o nosso bom Abel, que era um crente e um espiritista, completamente desnorteado e infeliz. Foi o que sucedeu quando lhe narrei a história do inglês. Primeiro sacudiu a cabeça entre as mãos ambas. Em seguida comentou: “É um conto para Machado de Assis”.

E era mesmo. E Machado de Assis não deixou de agravar o caso inventando por sua conta que os bombeiros iam prendendo o oficial na suposição de que fosse um ladrão; era acrescentar à iniquidade divina a iniquidade humana. E Machado acaba o conto instalando o seu desencanto dos homens na alma do oficial, com dizer que ele “foi mandado a Calcutá, onde descansou da perna quebrada e do desejo de salvar ninguém”.

Abel tinha a Machado na conta de materialista. Convencera-se disso pela leitura de seus grandes romances. Ficou, pois, espantadíssimo quando um dia, no meio de uma conversa, dizendo tranquilamente a Machado: “Vocês, materialistas…”, foi vivamente interrompido pelo outro, que começou a gaguejar protestando: “Eu, ma… materialista? A b s o l u t a m e n t e ! ”


(Fonte: BANDEIRA, Manuel. Flauta de papel. 2.Ed. São Paulo: Global, 2014, p. 63-64-Adaptada)
Leia o trecho: “Este Abel era o engenheiro civil Abel Ferreira de Matos, de que falei em minha crônica passada, na verdade o homem mais espirituoso que já vi na minha vida.”
Marque a alternativa que substitui corretamente, do ponto de vista gramatical e semântico, os termos destacados abaixo.
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10Q1041391 | Português, Numerais, Especialidade Engenharia Segurança do Trabalho, TRT 15 Região SP, FCC, 2025

Texto associado.

Os deuses da cidade

Para ver uma cidade não basta ficar de olhos abertos. É preciso primeiramente descartar tudo aquilo que impede de vé-la, todas as ideias recebidas, as imagens pré-constituídas que continuam a estorvar o campo visual e a capacidade de compreensão. Depois é preciso saber simplificar, reduzir ao essencial o enorme número de elementos que a cada segundo a cidade põe diante dos olhos de quem a observa, e ligar os fragmentos espalhados num desenho analítico e ao mesmo tempo unitário, como o diagrama de uma máquina, com o qual se possa compreender como ela funciona.

A comparação da cidade com uma máquina é, ao mesmo tempo, pertinente e desviante. Pertinente porque uma cidade vive na medida em que funciona, isso é, em que serve para se viver nela e para fazer viver. Desviante porque, diferentemente das máquinas, que são criadas com vistas a uma determinada função, as cidades são todas ou quase todas o resultado de adaptações sucessivas a funções diferentes, não previstas por sua fundação anterior (penso nas cidades italianas com sua história de séculos ou de milénios).

Mais do que com a maquina, e a comparação com o organismo vivo na evolução da espécie que pode nos dizer alguma coisa importante sobre a cidade: como, ao passar de uma era para outra, as espécies vivas adaptam seus órgãos para novas funções ou desaparecem, assim também as cidades. E não podemos esquecer que na história da evolução toda espécie carrega consigo características que parecem de outras eras, na medida em que já não correspondem a necessidades vitais, mas que talvez um dia, em condições ambientais transformadas, serão as que salvarão a espécie da extinção. Assim a força da continuidade de uma cidade pode consistir em características e elementos que hoje parecem prescindíveis, porque esquecidos ou contraditos por seu funcionamento atual.

Os antigos representavam o espírito de uma cidade com aquele tanto de vago e aquele tanto de preciso que essa operação implica, evocando os nomes dos deuses que presidiram sua fundação: nomes que equivalem a personificações de posturas vitais do comportamento humano e que tinham de garantir a vocação profunda da cidade. Uma cidade pode passar por catástrofes e anacronismos, ver estirpes diferentes sucedendo-se em suas casas, ver suas casas mudarem cada pedra, mas deve, no momento certo, sob formas diferentes, reencontrar os próprios deuses.

(Adaptado de Calvino, Ítalo.Assunto encerrado.Trad. Roberta Barni. São Paulo:

Companhia das Letras, 2006, p. 333-336, passim)

É preciso descartar tudo aquilo que impede a visão real de uma cidade.
Uma nova, correta e coerente redação da frase acima processa-se no seguinte caso:
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11Q909331 | Português, Numerais, Horas, Prefeitura de Rodeio SC, Instituto Fênix, 2024

Texto associado.

TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 01 A 10.

Gastos de turistas no Brasil em 2023 superam ano de Copa e chegam a US$ 6,9 bilhões, diz governo

A Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) informou nesta segunda-feira (5) que os gastos de turistas de outros países no Brasil em 2023 atingiram US$ 6,9 bilhões, representando, segundo o órgão, o maior valor no período de um ano.

Segundo a Embratur, até então, o recorde havia sido registrado em 2014, quando os turistas gastaram no Brasil US$ 6,8 bilhões (em valores corrigidos). A série histórica do Banco Central para o indicador, utilizado pela Embratur, tem início em 1995.

Naquele ano, o país sediou a Copa do Mundo de futebol em mais de uma dezena de cidades, entre as quais Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Salvador.

Na comparação com 2022, quando os turistas de outros países gastaram no Brasil US$ 4,9 bilhões, o crescimento em 2023 foi de US$ 2 bilhões, segundo os dados oficiais. A meta, de acordo com a Embratur, é alcançar em 2027 o montante de US$ 8,1 bilhões.

Em nota, o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, avaliou que o resultado tem relação com a reaproximação do Brasil com outros países do mundo, acrescentando que o setor de turismo tem capacidade de gerar emprego e renda à medida em que aumentarem os números de turistas e de gastos no país.

De acordo com a agência, o país registrou a entrada de 6 milhões de turistas, o que representa número próximo ao registrado pré-pandemia de Covid.


Fonte: https://g1.globo.com/politica/noticia/2024/02/05/gastos-de-turistas-no-brasil-em-2023-superam-ano-de-copa-e-chegam-a-us-69-bilhoes-diz-governo.ghtml(adaptado).

No contexto do texto, a expressão "atingiram US$ 6,9 bilhões" emprega qual tipo de numeral?

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13Q888102 | Português, Numerais, Técnico em Contabilidade, CEASA ES, Instituto Access, 2024

Assinale a alternativa que apresenta um numeral cardinal.
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14Q889131 | Português, Numerais, Assistente Administrativo, Prefeitura de Miraí MG, Instituto Access, 2024

Assinale a alternativa que contém um numeral fracionário.
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15Q906795 | Português, Numerais, Professor I, Prefeitura de Valinhos SP, Avança SP, 2024

Texto associado.

Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 a 6.

As impressões digitais dos seus dedos são mais parecidas do que você pensa

A impressão digital de cada pessoa é única. O desenho que existe nos dedos depende não só do DNA do indivíduo, mas também de como o feto se mexeu dentro do útero durante a gestação. A movimentação das mãozinhas gera padrões únicos de elevação da pele. Nem gêmeos idênticos possuem a mesma digital – já que estavam em posições diferentes na barriga da mãe.

Até as digitais das nossas próprias mãos são diferentes entre si. A digital do seu dedão, por exemplo, é distinta da digital do seu indicador. Isso explica por que serviços de biometria só funcionam se você usa o mesmo dedo que cadastrou inicialmente.

Até agora, não haviam provas científicas de que as digitais de uma mesma pessoa tinham alguma semelhança entre si – ou se dedos vizinhos da mão poderiam ser tão diferentes quanto o seu indicador e o da Angelina Jolie.

Um estudo publicado no periódico Science Advances mostrou que as impressões digitais de uma mesma pessoa são mais semelhantes do que se imaginava. Pesquisadores da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, treinaram uma Inteligência Artificial (IA) para identificar se digitais pertenciam a pessoas diferentes ou a um mesmo indivíduo. O programa de computador acertou 77% das vezes.

Treinamento da IA

O primeiro passo foi treinar a rede neural. Nessa etapa, os pesquisadores “ensinam” a IA a reconhecer e distinguir padrões. O programa foi treinado com meio milhão de imagens de digitais fabricadas, que não são reais. Depois, os pesquisadores apresentaram 53.315 impressões digitais das mãos de indivíduos reais. Usando a tentativa e erro, a IA aprendeu a identificar quais digitais pertenciam à mesma pessoa, e quais eram de indivíduos diferentes.

Para testar o programa, os cientistas usaram digitais de outras 133 pessoas. A IA recebia três imagens: uma do “dedo âncora”, que seria comparado; uma de outro dedo, da mesma pessoa; e a terceira do dedo de uma outra pessoa. A máquina deveria dizer qual dos dois dedos pertenciam à mesma pessoa do “dedo âncora”. Caso não houvesse qualquer semelhança entre os dedos, a IA acertaria 50% das vezes, por pura sorte. Mas o sistema reconheceu um padrão entre os dedos de uma mesma pessoa, algo que até então tinha passado batido pelos cientistas. Isso fez com que a máquina acertasse 77% das vezes. A IA identificou que o centro da impressão digital é semelhante entre os dedos de uma mesma pessoa.

Possíveis usos

Segundo os autores, essa tecnologia poderia ser usada para comparar cenas de crime aparentemente desconexas entre si. Um criminoso pode deixar uma digital mais forte do dedo indicador em uma cena, e do polegar em outra. Usando os métodos de identificação tradicionais, não teria como dizer que as duas digitais pertencem à mesma pessoa. Mas tem um detalhe: o treinamento da IA foi feito com digitais colhidas diretamente das pessoas, o que torna a avaliação mais precisa. Quando tocamos em um corrimão, por exemplo, deixamos uma marca indireta (ou “latente”) da digital, o que abre margem para erros.

É mais provável que essa tecnologia seja usada fora do campo forense. Por exemplo, para que você possa abrir seu celular ou passar pela catraca da empresa usando qualquer dedo. No entanto, a maior contribuição do estudo foi mostrar que as digitais de uma mesma pessoa podem, sim, ser semelhantes – uma hipótese que os cientistas já cogitavam. Afinal, o desenho das digitais também é influenciado pelo material genético.

Cada um dos seus dedos tem uma digital única. Mas uma IA revelou pontos de semelhança entre elas – algo que não havia sido provado até então.

Revista Superinteressante. Adaptado.

Disponível em

<https://super.abril.com.br/tecnologia/as-impressoes-digitais-dos-seus-dedos-sao-mais-parecidas-do-que-voce-pensa>

Considere as sentenças a seguir, que ocorrem no texto:

I. O primeiro passo foi treinar a rede neural.

II. A IA recebia três imagens: uma do “dedo âncora”, que seria comparado; uma de outro dedo, da mesma pessoa; e a terceira do dedo de uma outra pessoa.

III. A máquina deveria dizer qual dos dois dedos pertenciam à mesma pessoa do “dedo âncora”.

Nas sentenças dadas, as palavras em destaque são classificadas gramaticalmente e respectivamente como numerais dos tipos:

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16Q864666 | Português, Numerais, Servente Escolar, Prefeitura de Miraí MG, Instituto Access, 2024

No que se refere a frase “Ela foi a segunda colocada na corrida. Ganhou medalha de prata.”, assinale a alternativa que classifica o numeral destacado na frase.
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17Q864687 | Português, Numerais, Coveiro, Prefeitura de Miraí MG, Instituto Access, 2024

Assinale a alternativa que classifica corretamente o numeral destacado na frase “Ela comprou quatro camisetas novas para a viagem.” 
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18Q908474 | Português, Numerais, Contador, Câmara de Apiaí SP, Instituto Access, 2024

Texto associado.
Texto para responder à questão.

APIAÍ E OS ESCRAVOS

Na sua evolução histórica que teve início lá bem longe, quando se começavam a contar os anos do século XVII, Apiaí recebeu permanentemente o concurso do trabalho do escravo negro para sobreviver, ou talvez para ter dias melhores, às custas da mais ignominiosa mão de obra: o homem, a mulher, a criança, o jovem, e mesmo o ancião, labutando de sol a sol, sem ganhar nada mais que um rústico catre para dormitar por poucas horas, e uma ou duas rações de fubá para fortalecer seus músculos. A primeira notícia escrita que se tem da vida que transcorria no “Pião”, paragem em que se assentou “Santo Antônio das Minas de Apiahy” já se refere a escravos. Lá, foi batizado, no dia 02 de julho de 1.737, o criolinho Antônio, filho adotivo de uma escrava de Francisco Xavier da Rocha!
A escravidão teve um impacto profundo na cultura e sociedade de Apiaí, assim como em todo o Brasil colonial. Vou destacar alguns aspectos relevantes:

Cultura e Tradições:
A influência africana na cultura brasileira é inegável. Os escravos trouxeram consigo suas línguas, religiões, danças, músicas e tradições. Em Apiaí, essa influência se manifestou em festas, celebrações religiosas e práticas culturais. A capoeira, por exemplo, é uma arte marcial que tem raízes na cultura afro-brasileira e foi praticada por escravos como forma de resistência e expressão.

Religião:
Os escravos mantiveram suas crenças religiosas mesmo sob a opressão. O culto aos orixás, voduns e outras divindades africanas foi adaptado e sincretizado com o catolicismo, resultando nas religiões afro-brasileiras como o candomblé e a umbanda. Em Apiaí, essas práticas religiosas também deixaram sua marca na espiritualidade local.

Arquitetura e Artesanato:
A mão de obra escrava contribuiu para a construção de igrejas, casas e outras estruturas em Apiaí. Muitos elementos arquitetônicos têm influência africana. O artesanato, como a cerâmica e a tecelagem, também refletiu a cultura dos escravos.

Linguagem e Expressões:
Palavras e expressões de origem africana foram incorporadas ao vocabulário brasileiro. Algumas delas ainda são usadas em Apiaí e regiões próximas.

Relações Sociais e Hierarquia:
A escravidão criou uma divisão social rígida, com os senhores de escravos no topo e os escravos na base. Essa hierarquia afetou as relações interpessoais e a estrutura da sociedade. A resistência dos escravos, como fugas e revoltas, também moldou a dinâmica social.
Na oração do texto: “A primeira notícia escrita que se tem da vida que transcorria no ‘Pião’”, o termo grifado é um
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19Q908219 | Português, Numerais, Assistente Social, Prefeitura de Potim SP, MS CONCURSOS, 2024

Citando-se numeral, coloque (V) verdadeiro ou (F) falso e marque a alternativa correta.

( ) Numeral cardinal: um, dois, mil.

( ) Numeral multiplicativo: dobro, triplo, quíntuplo.

( ) Numeral ordinal: milésimo, milionésimo, bilionésimo.

( ) Numeral fracionário: primeiro, segundo, centésimo.

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20Q887514 | Português, Numerais, Técnico de Contabilidade, Prefeitura de Icatu MA, Instituto JK, 2024

Temos, na língua portuguesa, dez classes gramaticais. Dentre elas está o numeral que é a classe de palavra variável que indica um número exato ou a posição que tal coisa ocupa numa série, além de indicar um aumento proporcional de quantidade e divisão dos seres. Ciente disso, analise o uso dos numerais nas frases abaixo.

I. Eu comprei meu primeiro carro zero ano passado.
II. O roubo que ocorreu na rua nove, foi solucionado quando acabou a investigação.
III. Comprei um apartamento no décimo oitavo andar só para ver o mar.
IV.O suspeito estava portando um revólver trinta e oito quando foi abordado pela polícia.

O numeral NÃO está sendo usado para indicar quantidade ou ordem, apenas nas afirmativas
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