Uma paciente, de vinte e sete anos de idade, foi admitida em unidade de terapia intensiva com queimaduras de 2.º e 3.º graus na face, nas pernas, no abdome e nas mãos, as quais afetaram 35% de área da superfície corporal. Ela necessitou de suporte ventilatório, durante quatro semanas, devido a queimaduras provocadas por inalação, e foi submetida a cirurgias reparadoras, tendo permanecido internada por quinze semanas. Nesse interstício, em que precisou usar vários cateteres centrais, a paciente apresentou febre persistente e, por isso, foram removidos os dispositivos invasivos prévios e solicitados exames de cultura de bactéria e ecocardiograma. Em razão do estado febril persistente, administrou-se piperacilina tazobactam na paciente, a qual já estava sendo submetida, durante o tratamento, a diferentes esquemas antibióticos. O resultado da cultura da ponta do cateter retirado da veia jugular interna esquerda revelou a presença de Candida albicans . O ecocardiograma transesofágico revelou a presença de estrutura longa e eco-densa, aderente à veia cava superior, com estruturas móveis aderentes à extremidade auricular direita, sugestivas de vegetações. Após a análise desses resultados, administrou-se voriconazol endovenoso e, após três dias, a febre da paciente cessou.
Nesse caso clínico,
a) a duração de tratamento dessa paciente pode variar devido ao local de acometimento do agente infeccioso e ao risco de embolização séptica.
b) a referida paciente não necessitará, após a alta hospitalar, de profilaxia antibiótica em procedimentos cirúrgicos odontológicos.
c) o quadro da referida paciente indica que há mais de um fator de risco para o principal diagnóstico.
d) a utilização de medicamentos da classe dos azois, como o fluconazol, é contraindicada para tratar este tipo de Candida.
e) o tempo de tratamento da paciente em questão dependerá do resultado negativo da cultura para o fungo previamente isolado.