O filósofo, teólogo e padre cearense Manfredo Ramos,
um grande estudioso do pensamento de Agostinho de Hipona
(354-450), afirma o seguinte sobre a relação entre liberdade
humana e graça divina. “Deus não salva ninguém obrigado. Ele nos criou sem pedir
licença, mas não nos salva sem a nossa vontade. [...] Ele nos fez
à sua imagem e semelhança, dotados de inteligência, por isso
nos dá a liberdade. Toda a natureza criada é determinada para
Deus. [...] Deus criador põe, em tudo o que faz, a sua marca,
que é uma marca de bondade. Tudo é dirigido para o bem,
porque Deus é bom. Mas o homem é chamado por Deus de
uma maneira diferente, com liberdade. [...] o pobre do homem,
ferido pelo pecado, ele quer o bem, quer fazer aquilo que está
na marca dele, e não consegue. Por isso que essa perspectivade salvação deve ser abraçada, deve ser querida, mas não sem
a graça de Deus. Aqui é que está o mistério.”
RAMOS, Manfredo. A ressurreição de Cristo e a perspectiva da Salvação.
Entrevista ao site da Paróquia Nossa Senhora da Glória em 04-04-2018.
Disponível em https://www.paroquiagloria.org.br/confira-entrevista-com-monsenhor-manfredo-ramos-a-ressurreicao-de-cristo-e-a-perspectiva-da-salvacao/. Acessado em 05-11-2022.
Com base na passagem anterior, é correto afirmar, sobre a
teoria agostiniana da liberdade e da graça, que
a) a liberdade humana se conquista contra a graça divina.
b) a liberdade humana não se relaciona com a graça divina.
c) é preciso renunciar à liberdade para obter a graça divina.
d) a liberdade humana age bem se conforme a graça divina.