Leia, com atenção, os excertos abaixo:
“De hoje em diante, que fique combinado que
não haverá mais ‘índio’ no Brasil. Fica acertado que
os chamaremos indígenas, que é a mesma coisa que
nativo, original de um lugar. Certo? Bem, calma lá.
Alguém me soprou uma questão: mais índio e indígena não é a mesma coisa? Pois é. Não, não é. Digamo que disserem, mas ser um indígena é pertencer a
um povo específico, Munduruku, por exemplo. Ser
‘índio’ é pertencer a quê? É trazer consigo todos os
adjetivos não apreciados em qualquer ser humano.
Ela é uma palavra preconceituosa, racista, colonialista, etnocêntrica, eurocêntrica. Acho melhor não a
usarmos mais, não é?”
Fonte: Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria
Pedagógica Currículo da cidade: povos indígenas: orientações
pedagógicas. – São Paulo: SME / COPED, 2019, p. 16. “Ao mesmo tempo, a linguagem como produtora de conhecimento, ao não apresentar de maneira sistemática e elaborada elementos da história
e da cultura africanas e afro-brasileiras, elimina
não só a possibilidade de as crianças conhecerem
tal história e cultura, como também leva à idéia de
que não possuem importância, portanto sua ausência se torna normal, natural, a ponto de nem ser denunciada e desejada. Esse fato configura um círculo vicioso de silêncio e silenciamento, que dificulta
a reflexão das crianças sobre as relações raciais no
cotidiano escolar e, ao mesmo tempo, sobre o próprio pertencimento racial. Por extensão, que essas
crianças reflitam e ajam sobre as discriminações
experienciadas e percebidas no dia a dia.”
Fonte: Cavalleiro, E. Discriminação racial e pluralismo
em escolas públicas da cidade de São Paulo. In: Secretaria
de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade
(SECAD). Educação anti-racista: caminhos abertos pela
lei federal nº 10.639/03. Brasília: Ministério da Educação,
Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e
Diversidade (MEC-SECAD), 2005. p. 99.
A partir dos excertos apresentados, um caminho
eficaz que a escola deve assumir, considerando que
o espaço escolar deve romper com práticas racistas
e discriminatórias e promover uma educação que
reconheça e promova a diversidade étnico-racial, é
a) reconhecer o racismo como fenômeno forjado fora do espaço escolar, vinculando o tema
às relações familiares.
b) valorizar conhecimentos diferenciados sobre
a história e a cultura africanas e afro-brasileira e indígenas, utilizando materiais atualizados sobre a diversidade étnico-racial.
c) diferenciar a linguagem popular e cotidiana
da formal e escolar, combatendo o racismo e
a discriminação por meio de campanhas de
conscientização.
d) influenciar o poder público na criação mais
eficaz de políticas para a diversidade, adotando práticas de resolução de conflitos pautadas na admoestação.