Questões de Concursos: Filosofia e Sociologia

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1 Q943574 | Sociologia, Etnocentrismo e diversidade cultural, Filosofia e Sociologia, UECE, UECE CEV, 2021

Uma importante maneira de se tratar de identidade e diferença culturais é uma análise sobre os dicionários de falares regionais no Brasil. Contudo, essa tentativa de demonstrar identidade e diferença através de padrões linguístico-comportamentais coletivos pode silenciar aspectos socioculturais, históricos e ideológicos relevantes (LIMA, 2003). Em específico, os dicionários de “cearês” ou de “cearensês” potencialmente podem reforçar um “preconceito linguístico em forma de humor”, por exemplo, mesmo que isso certamente não seja o objetivo dos dicionaristas. Termos ou expressões como “vixe”, “macho véi”, “arriégua”, “baqueado”, “pegar o beco”, “salga”. “se abrir”, “mago réi”, “sibite”, “quedê”, “dordói”, “estalicido” podem reforçar preconceitos velados ou mesmo explícitos com os que assim falam fora do padrão da norma culta da língua portuguesa. E é de notoriedade pública que esse “jeito de falar” demonstrado por tais expressões ou palavras é bastante usado em filmes, novelas e séries que retratam os nordestinos e, no caso em pauta, o Ceará. Assim, se por um lado, tais expressões ou termos servem para trazer à tona uma “identidade cearense” diante de outras identidades socioculturais e locais do Brasil, por outro lado, elas podem trazer efeitos de sentido inconscientemente indesejáveis.

LIMA, Nonato. “Os dicionários do Ceará” In: CARVALHO, Gilmar de. (Org.). Bonito Pra Chover – ensaios sobre a cultura cearense. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2003.


Acerca do exposto, avalie as seguintes proposições:

I. O problema não é denunciar os dicionaristas, mas apontar que o ato de fala também se realiza sob determinações inconscientes e ideológicas.

II. Os filmes e novelas que retratam o Nordeste e usam esses “termos nordestinos” estão esforçados em evitar todos os preconceitos velados.

III. Existem, subjacentes a esses dicionários de falares locais, ideias que podem estigmatizar um “jeito de falar” e, até mesmo, as identidades regionais.

IV. A “identidade cearense” que emerge dos dicionários é a do “Ceará moleque”, que, de modo gaiato, demonstra não haver preconceitos no estado.

É correto o que se afirma somente em

2 Q943578 | Sociologia, Desigualdades de raça, Filosofia e Sociologia, UECE, UECE CEV, 2021

Os conceitos de “raça” e de “etnia” são marcadores de diferenças dos diversos grupos e coletividades humanas. A “raça”, em dado momento histórico, possuía uma base biológica e serviu para discriminar a humanidade em “raças superiores” e “inferiores”. Todavia, essa concepção biológica e preconceituosa de “raça” foi contestada e provada defasada e, atualmente, tal conceito é usado em um sentido social e político. Já o conceito de “etnia” conjuga critérios socioculturais como hábitos e crenças e semelhanças fenotípicas e orgânicas que servem, em conjunto, para identificar e diferenciar certos grupos humanos como as tribos indígenas americanas e africanas.

Partindo desta compreensão sobre os conceitos de raça e etnia, assinale com V ou F conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma a seguir:

( ) Os movimentos pelos direitos dos negros nas sociedades democráticas usam o conceito de raça esvaziado do conteúdo biológico discriminatório.

( ) A etnia delimita um conjunto de indivíduos que têm uma língua em comum, uma mesma cultura e possuem similares caraterísticas físicas.

( ) Os países africanos como Congo, Angola e Nigéria são nações étnicas enquanto países americanos como o Brasil e os EUA são nações sem etnias.

( ) A concepção de raça em seu conteúdo biológico e discriminatório da humanidade não tem relação com o surgimento do racismo no mundo.

A sequência correta, de cima para baixo, é:

3 Q944262 | Sociologia, Desigualdades de raça, Filosofia e Sociologia, UECE, UECE CEV, 2022

Nos últimos anos, no Brasil, surgiu a falácia de uma “ideologia de gênero”, que tem constrangido e, mesmo, reprimido uma educação para a diversidade nas escolas. Grosso modo, os que pregam contra o debate de gênero nas escolas têm o receio de que trazer esse tema para perto das crianças possa significar “destruir os valores morais da família” e “ensinar as novas gerações a serem gays”. Todavia, a discussão sobre gênero passa por outros caminhos e objetivos educacionais: trata de ensinar limites pessoais, tolerância, respeito à diversidade humana, que é, além de sexual, também, racial e social. Entretanto, quando a escola não planeja uma educação para a diversidade e procura evitar, a todo custo, o debate sobre gênero e orientação sexual, por exemplo, prioriza outros temas e possibilita a continuidade, na sociedade como um todo, de intolerâncias, violências ligadas à questão de gênero, preconceitos e discriminações.
A partir do exposto, é correto afirmar que

4 Q944245 | Sociologia, Karl Marx e as Classes Sociais, Filosofia e Sociologia, UECE, UECE CEV, 2022

Para Karl Marx, a religião, nas sociedades capitalistas, faz parte da superestrutura do social e é uma forma de ideologia que contribui na manutenção dessas sociedades. De outro modo, a religião é uma forma ideológica que, nas sociedades organizadas pelo Capital, se torna expressão de alienação ao distorcer as reais condicionalidades de exploração do trabalho e de dominação de uma classe sobre outras. Contudo, a religião é, também, para Marx, uma compensação ideal, um meio de evasão e de refúgio da realidade massacrante da sociedade capitalista para as classes subjugadas pelo capitalismo. Desta feita, pode ser interpretada, também, como uma espécie de protesto contra a miséria da realidade. Nas palavras de Marx, a religião é o suspiro da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração, o espírito de uma situação carente de espírito. Ela é o ópio do povo.
Partindo do exposto, é correto concluir que

5 Q943573 | Sociologia, Relação entre Indivíduo e Sociedade, Filosofia e Sociologia, UECE, UECE CEV, 2021

Tanto para a Economia Política Clássica como para o pensamento crítico-econômico de Karl Marx, de forma geral, o trabalho é o fruto da relação entre ser humano e natureza e, também, é a fonte de criação dos valores das mercadorias produzidas em qualquer tipo de atividade econômica. E, também para essas concepções teóricas clássicas, o trabalho, em sua essência, é a fonte transformadora da natureza e do próprio modo de ser e de existir dos seres humanos em sociedade. Assim, partindo da compreensão dessas perspectivas teóricas sobre o conceito de trabalho, é correto afirmar que

6 Q943560 | Filosofia, Os Contratualistas Hobbes, Filosofia e Sociologia, UECE, UECE CEV, 2021

“A extrema desigualdade na maneira de viver, o excesso de ociosidade por parte de uns, o excesso de trabalho de outros, [...] os alimentos demasiadamente requintados, que nos nutrem de sucos abrasantes e nos sobrecarregam de indigestões, a má alimentação dos pobres, [...]: eis, pois, as funestas garantias de que a maioria dosmales é fruto de nossa própria obra, e de que seriam quase todos evitados se conservássemos a maneira simples, uniforme e solitária de viver, que nos foi prescrita pela Natureza.”

Rousseau, J.-J. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1999, p. 61 – Coleção Os Pensadores.


Por meio do trecho acima, é correto concluir que, para Rousseau,

7 Q944230 | Filosofia, Os PréSocráticos, Filosofia e Sociologia, UECE, UECE CEV, 2022

No diálogo platônico Sofista, os personagens Teeteto e Estrangeiro conversam sobre o que é o sofista, chegando à tese de que seu discurso é um simulacro, uma cópia falsa do real. No entanto, essa tese conduziria os interlocutores a umadificuldade, segundo o Estrangeiro, que a explica nos seguintes termos.
“É que, realmente, jovem feliz, nos vemos frente a uma questão extremamente difícil. Afinal, mostrar e parecer sem ser, dizer algo, entretanto, sem dizer com verdade, são maneiras que trazem grande dificuldades... Que modo encontrar, na realidade, para dizer ou pensar que o falso é real sem que, já ao dizer isso, nos encontramos enredados numa contradição? [...] A audácia dessa afirmação é supor o não ser como ser; e, na realidade, nada pode ser dito falso sem esta condição”.
PLATÃO. Sofista, 236e-237-a. São Paulo: Abril Cultural, 1972. Coleção Os Pensadores (Texto adaptado).
Segundo o Estrangeiro, a dificuldade dessa afirmação, sua contradição inicial, a ser elucidada na continuidade do diálogo, estaria em que

8 Q943562 | Filosofia, Pensamentos Políticos, Filosofia e Sociologia, UECE, UECE CEV, 2021

“O comportamento efetivo, ativo do homem para consigo mesmo na condição de ser genérico, ou o acionamento de seu ser genérico como um ser genérico efetivo, na condição de ser humano, somente é possível porque ele efetivamente expõe todas as suas forças genéricas – o que é possível apenas mediante a ação conjunta dos homens, somente enquanto resultado da história –, comportando-se diante delas como frente a objetos.”

Marx, K. Manuscritos Econômico-filosóficos. Trad. bras. Jesus Ranieri. São Paulo: Boitempo Editorial, 2004, p. 22 – Adaptado.


Considerando a citação acima, é correto afirmar que

9 Q943577 | Sociologia, Relação entre Indivíduo e Sociedade, Filosofia e Sociologia, UECE, UECE CEV, 2021

No Brasil, para as legislações vigentes, o adolescente é definido pela faixa etária entre 12 a 17 anos. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS) uma pessoa jovem é o indivíduo que se encontra em outro parâmetro etário: de 15 a 29 anos de idade. De modo geral, a juventude tem como parâmetro oficial questões que apontam para uma determinada fase de maturação biológica dos seres humanos. Mas, para as ciências sociais como a Sociologia, o significado de “ser jovem” está ligado principalmente a questões socioculturais e se modifica de acordo com outros condicionamentos sociológicos como o de classe social, gênero e raça, por exemplo. Assim, para além de um fato biológico da maturação corporal, “ser jovem”, em síntese, para as ciências sociais, não significa seguir determinados padrões de conduta nas sociedades contemporâneas, mas é algo marcado por diversas variáveis.

No que diz respeito à definição de juventude na perspectiva sociológica, assinale a afirmação verdadeira.

10 Q943582 | Sociologia, Cultura de massa e indústria cultural, Filosofia e Sociologia, UECE, UECE CEV, 2021

Zygmunt Bauman (1925-2017), sociólogo autor de debates teóricos sobre a pós-modernidade ou, como ele denomina, a modernidade líquida, faz uma análise crítica ao que ele chamou de “amizade Facebook”, própria desses tempos de redes sociais-virtuais e das novas tecnologias de comunicação e informação. Em entrevista concedida ao projeto Fronteiras do Pensamento no ano de 2011, que é parte da programação do Café Filosófico CPFL – tal entrevista de Bauman é facilmente encontrada no site de compartilhamentos de vídeos Youtube –, este sociólogo conta que um “viciado em Facebook” se gabou que tinha feito em um dia, apenas, 500novas amizades, nesta referida rede social-virtual. Bauman retrucou, no entanto, dizendo que ele, na época com 86 anos, não tinha conseguido ter tantos amigos durante toda a sua vida. Porém, Bauman afirma que, provavelmente, os significados de “amigo” que ele e o referido “viciado em Facebook” possuem não são os mesmos, mas são, na verdade, bem diferentes.

Sobre os significados dessa “amizade Facebook” e da concepção de “amigo” que Bauman aponta ser diferente, é correto dizer que

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